Do Corpo à Terra foi um movimento formado por dois eventos simultâneos e integrados, em Belo Horizonte, em 1970: a mostra "Objeto e Participação", no Palácio das Artes, e a manifestação "Do Corpo à Terra", no Parque Municipal, que durou três dias e foi organizado por Frederico Morais.[1]

Obra de Cildo Meireles sendo exibida durante o "Do Corpo à Terra"

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Ambos aplicaram o conceito de áreas externas como extensão de museus e galerias. Os artistas eram convidados para criar seus trabalhos diretamente no local, e não para expor obras já concluídas, algo inédito. Os trabalhos no parque se desenvolveram em locais e horários diferentes; portanto, ninguém presenciou a totalidade das manifestações individuais. Por fim, os trabalhos feitos no parque permaneceram lá até sua destruição, acentuando o caráter efêmero das propostas.[1]

O curador Frederico Morais definiu o acontecimento como uma forma de arte-guerrilha: "O artista hoje é uma espécie de guerrilheiro. A arte é uma forma de emboscada. Atuando imprevisivelmente, onde e quando é menos esperado, o artista cria um estado permanente de tensão constante".[1] Segundo a Associação Brasileira de Críticos de Arte, Do Corpo à Terra, além de emblemática, é um dos eventos mais significativos da atuação das chamadas neovanguardas na capital mineira. O ato foi relembrado e homenageado no festival de performance "Durante", em abril de 2021.[2]

Referências

  1. a b c «Do Corpo à Terra (1970)». Memórias da Ditadura. Instituto Vladimir Herzog. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  2. «O ano do Corpo à Terra». Associação Brasileira de Críticos de Arte. 2 de junho de 2021. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 

Artigos acadêmicos editar