Escala de coma de Glasgow

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A escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que intenciona constituir-se de um método confiável e objetivo para registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação inicial e contínua após um traumatismo craniano. Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande utilidade na previsão de eventuais sequelas.[1]

Esquema para aplicar a escala de coma de Glasgow, a mais usada forma de quantificar o nível de consciência, inicialmente usada somente no TCE ( Trauma Crânio Encefálico ), porém hoje é amplamente usada em qualquer situação onde o nível de consciência está alterado
A escala de coma de Glasgow permite de modo simples e padronizado quantificar o nível da consciência. Usando 3 critérios do exame neurológico que são: abertura ocular, a resposta verbal e a resposta motora

Inicialmente usado para avaliar o nível de consciência depois de trauma encefálico, a escala é atualmente aplicada a diferentes situações.

História

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A escala de coma de Glasgow foi publicada oficialmente em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, professores de neurologia na University of Glasgow, na revista Lancet, como uma forma de se avaliar a profundidade e duração clínica de inconsciência e coma.

Em 1970, o National Institutes of Health, Public Health Service, U.S. Department of Health and Human Services, financiou dois estudos internacionais paralelos. Enquanto um pesquisou o estado de coma de pacientes com traumatismo craniano grave, e o segundo focalizou o prognóstico médico do coma. Os pesquisadores desses estudos desenvolveram então o "Índice de coma", que posteriormente transformou-se na escala de coma de Glasgow, à medida que os dados estatísticos aplicados afinaram o sistema de pontuação, tendo então o número 1 como a pontuação mínima e, depois, uma escala ordinal foi aplicada para observar tendências.

A escala de coma de Glasgow inicialmente fora desenvolvida para ser utilizada como facilitador, ou melhor, instrumento de pesquisa para estudar o nível de consciência de pacientes com trauma craniano grave e, de forma incisiva, mensurar a função em pacientes comatosos, dada a dificuldade da definição da extensão da lesão cerebral.

Elementos da escala

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A escala compreende três testes: respostas de abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Na abertura ocular, considere a primeira resposta. Nas respostas verbal e motora, considere a melhor resposta. Os três valores separadamente, assim como sua soma, são considerados.

. 1 2 3 4 5 6
Ocular Não abre os olhos Abre os olhos em resposta a estímulo de dor Abre os olhos em resposta a um chamado Abre os olhos espontaneamente N/A N/A
Verbal Emudecido Emite sons incompreensíveis Pronuncia palavras desconexas Confuso, desorientado Orientado, conversa normalmente N/A
Motor Não se movimenta Extensão a estímulos dolorosos (descerebração) Flexão anormal a estímulos dolorosos (decorticação) Flexão inespecífica (normal)/ Reflexo de retirada a estímulos dolorosos Localiza estímulos dolorosos Obedece a comandos

Abertura ocular (AO)

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Existem quatro níveis:

4° Nível - Olhos se abrem espontaneamente

3° Nível - Olhos se abrem ao comando verbal.(Atenção: Não confundir com o despertar de uma pessoa adormecida. Se for o caso, marque 4, se não, 3.)

2° Nível - Olhos se abrem por estímulo doloroso

1° Nível - Olhos não se abrem por nenhum motivo

Melhor resposta verbal (MRV)

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Existem 5 níveis:

5° Nível - Orientado: O paciente responde coerentemente e apropriadamente às perguntas sobre seu nome e idade, onde está e por quê, a data etc.

4° Nível - Confuso: O paciente responde às perguntas coerentemente, mas com alguma desorientação e confusão

3° Nível - Palavras inapropriadas: Fala aleatória, mas sem troca conversacional

2° Nível - Sons ininteligíveis: Gemendo, grunhindo e sem articular palavras

1° Nível - Ausente: Não emite nenhum som

Melhor resposta motora (MRM)

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Existem 6 níveis:

6° Nível - Obedece ordens verbais: O paciente faz coisas simples quando lhe é ordenado

5° Nível - Localiza estímulo doloroso

4° Nível - Retirada inespecífica à dor

3° Nível - Padrão flexor à dor: Decorticação

2° Nível - Padrão extensor à dor: Descerebração

1° Nível - Sem ou nenhuma resposta motora

Interpretação

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  • Pontuação Total: De 3 a 15 Pontos
    • 3 Pontos = Coma profundo sem qualquer resposta
    • 4 Pontos = Coma profundo com provável comprometimento do diencéfalo ( postura em extensão ou de descerebração)
    • 7 Pontos = Coma moderado
    • 11 Pontos = Coma superficial
    • 15 Pontos = Normalidade
  • Classificação do Trauma cranioencefálico (ATLS, 2005)
    • 3-8 Pontos = Grave, com necessidade de intubação imediata
    • 9-12 Pontos = Moderado
    • 13-15 Pontos = Leve

Escala de Coma de Glasgow pediátrica

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  • Melhor Resposta Motora:
  1. Nenhuma resposta
  2. Extensão: Descerebração
  3. Flexão: Decorticação
  4. Se afasta da dor
  5. Localiza a dor do corpo
  6. Obedece aos comandos


  • Melhor Resposta Verbal:
  1. Nenhuma resposta
  2. Gemente
  3. Inquieto e inconsolável
  4. Choro consolável e interação adequada
  5. Sorri: Orientado pelo som acompanhando objetos, ocorrendo interação


  • Abertua Ocular:
  1. Nenhuma
  2. Com a dor: Por exemplo, um leve beliscão
  3. Com a fala
  4. Espontâneo

Ver também

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Referências

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  • TEASDALE G., JENNETT, B. Assessment of coma and impaired consciousness. A practical scale. Lancet 1974,2:81-84. PMID 4136544

Ligações externas

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