Segunda Guerra Mundial: diferenças entre revisões

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|vítimas2 = '''Soldados:'''<br />mais de 8 milhões<br />'''Civis:'''<br />mais de 4 milhões<br />'''Total:'''<br />mais de 12 milhões</small><br /><small>''[[Anexo:Mortos na Segunda Guerra Mundial|...detalhes]]''
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'''Segunda Guerra Mundial''' foi um [[guerra|conflito militar]] global que durou de [[1939]] a [[1945]], envolvendo a maioria das nações do mundo – incluindo todas as [[Grande potência|grandes potências]] – organizadas em duas alianças militares opostas: os [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] e o [[Potências do Eixo|Eixo]]. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares[[militar]]es mobilizados. Em estado de "[[guerra total]]", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica a serviço dos [[Esforço de guerra|esforços de guerra]], deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o [[Holocausto]] e a [[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki|única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate]], foi o conflito mais letal da [[História do mundo|história da humanidade]], resultando [[Anexo:Mortos na Segunda Guerra Mundial|entre 50 a mais de 70 milhões de mortes]].<ref>{{cite book|title=The Complete Illustrated History of World War Two: An Authoritative Account of the Deadliest Conflict in Human History with Analysis of Decisive Encounters and Landmark Engagements|first=Donald |last=Sommerville|publisher=Lorenz Books|date=14 de dezembro de 2008|page=5|isbn=0754818985}}</ref>
 
Geralmente considera-se o ponto inicial da guerra como sendo a [[invasão da Polônia]] pela [[Alemanha Nazista]] em 1 de setembro de 1939 e subsequentes [[Declaração de guerra|declarações de guerra]] contra a Alemanha pela [[Terceira República Francesa|França]] e pela maioria dos países do [[Império Britânico]] e da ''[[Commonwealth]]''. Alguns países já estavam em guerra nesta época, como [[Etiópia]] e [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino de Itália]] na [[Segunda Guerra Ítalo-Etíope]] e [[República da China (1912–1949)|China]] e [[Império do Japão|Japão]] na [[Segunda Guerra Sino-Japonesa]].<ref>{{cite web|url=http://russianthought.com/starikov_when_did_world_war_ii_start.html|title=When Did WWII Start?|last=Nikolay|first=Starikov|publisher=russianthought.com|accessdate=3 de fevereiro de 2010}}</ref> Muitos dos que não se envolveram inicialmente acabaram aderindo ao conflito em resposta a eventos como a [[Operação Barbarossa|invasão da União Soviética pelos alemães]] e os ataques japoneses contra as forças dos [[Estados Unidos]] no [[Guerra do Pacífico|Pacífico]] em [[Ataque a Pearl Harbor|Pearl Harbor]] e em colônias[[colônia]]s ultramarítimas britânicas, que resultou em declarações de guerra contra o Japão pelos Estados Unidos, [[Países Baixos]] e o [[Commonwealth|Commonwealth Britânico]].<ref name="AUSTRALIA DECLARES WAR ON JAPAN">{{cite web |url=http://www.ibiblio.org/pha/timeline/411209awp.html |title=Australia Declares War on Japan |publisher=ibiblio |accessdate=2009-10-03}}</ref><ref name="ibiblio">{{cite web |url=http://www.ibiblio.org/pha/policy/1941/411208c.html |title=The Kingdom of The Netherlands Declares War with Japan |publisher=ibiblio |accessdate=3 de outubro de 2009|year=2007}}</ref>
 
A guerra terminou com a vitória dos Aliados em 1945, alterando significativamente o alinhamento político e a estrutura social mundial. Enquanto a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) era estabelecida para estimular a cooperação global e evitar futuros conflitos, a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]] emergiam como [[superpotência]]s rivais, preparando o terreno para uma [[Guerra Fria]] que se estenderia pelos próximos quarenta e seis anos. Nesse ínterim, a aceitação do princípio de [[autodeterminação]] acelerou movimentos de [[descolonização]] na [[Ásia]] e na [[África]], enquanto a [[Europa ocidental]] dava início a um movimento de recuperação econômica e [[História da União Europeia|integração política]].
 
== Cronologia ==
 
{{Anexo|Cronologia da Segunda Guerra Mundial}}
 
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 146-1979-056-18A, Polen, Schlagbaum, deutsche Soldaten.jpg|thumb|200px|direita|1º de Setembro de 1939: soldados alemães derrubam a fronteira da Polônia.]]
 
O primeiro dia de setembro de 1939 é geralmente considerado o início da guerra, com a [[Invasão da Polônia|invasão alemã da Polônia]]; o [[Reino Unido]] e a [[França]] declararam guerra à [[Alemanha nazista]] dois dias depois. Outras datas para o início da guerra incluem o início da [[Segunda Guerra Sino-Japonesa]], em 7 de julho de 1937.<ref>{{Cite book|first=Roger|last=Chickering|title=A World at Total War: Global Conflict and the Politics of Destruction, 1937–1945|page=64|url=http://books.google.com/?id=evVPoSwqrG4C|isbn=0-275-98710-8|publisher=Cambridge University Press|year=2006 }}</ref><ref>{{Cite book|last=Fiscus|first=James W|title=Critical Perspectives on World War II|page=44|url=http://books.google.com/?id=6MTcnkLfDZAC|publisher=Rosen Publishing Group|isbn=1-4042-0065-7|year=2007}}</ref>
 
Outros seguem o [[historiador]] britânico [[A. J. P. Taylor]], que considerava que a Guerra Sino-Japonesa e a guerra na Europa e em suas colônias[[colônia]]s ocorreram de forma simultânea e posteriormente se fundiram em [[1941]]. Este [[Artigo (publicações)|artigo]] utiliza a data convencional. Outras datas por vezes utilizadas para o início da Segunda Guerra Mundial incluem a [[Segunda Guerra Ítalo-Etíope|invasão italiana da Abissínia]] em [[3 de outubro]] de [[1935]].<ref>Ben-Horin, Eliahu (1943). ''The Middle East: Crossroads of History''. W. W. Norton & Co. p. 169; [[A. J. P. Taylor|Taylor, A. J. P]] (1979). ''How Wars Begin''. Hamilton. p. 124. ISBN 0241100178; Yisreelit, Hevrah Mizrahit (1965). ''Asian and African Studies'', p. 191. For 1941 see Taylor, A. J. P (1961). ''The Origins of the Second World War''. Hamilton. p. vii; Kellogg, William O (2003). ''American History the Easy Way''. Barron's Educational Series. p. 236 ISBN 0764119737. Existem também o ponto de vista que considera que a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais foram parte da "[[Guerra Civil Europeia]]" ou "[[Segunda Guerra dos Trinta Anos]]": Canfora, Luciano; Jones, Simon (2006). ''Democracy in Europe: A History of an Ideology''. Wiley-Blackwell. p. 155. ISBN 1405111313; Prin, Gwyn (2002). ''The Heart of War: On Power, Conflict and Obligation in the Twenty-First Century''. Routledge. p. 11. ISBN 0415369606.</ref> O historiador britânico [[Antony Beevor]] vê o início da Segunda Guerra Mundial nas batalhas de Khalkhin Gol, travadas entre o [[Império do Japão]] e a [[União Soviética]] em maio a setembro de 1939.<ref>{{cite book|last=Beevor|first=Antony|title=The Second World War|year=2012|publisher=Weidenfeld & Nicolson|location=Londres|isbn=9780297844976|page=10}}</ref>
 
Também não existe consenso quanto à data exata do fim da guerra. Tem sido sugerido que a guerra terminou no [[armistício]] de 14 de agosto de 1945 ([[Dia V-J]]), ao invés da [[Rendição do Japão|rendição formal do Japão]] em 2 de setembro de 1945; alguns apontam o fim da guerra no dia 8 de maio de 1945 ([[Dia da Vitória na Europa|Dia V-E]]). No entanto, o [[Tratado de São Francisco|tratado de paz com o Japão]] não foi assinado até 1951,<ref>{{Cite book|first=Shiraishi|last=Masaya|title=Japanese relations with Vietnam, 1951–1987|publisher=SEAP Publications|year=1990|isbn=0-87727-122-4|page=4}}</ref> enquanto que o [[Tratado Dois Mais Quatro|acordo de paz com a Alemanha]] não foi ratificado até 1990.<ref>{{cite web|url=http://usa.usembassy.de/etexts/2plusfour8994e.htm|title=German-American Relations – Treaty on the Final Settlement with Respect to Germany (two plus four)|publisher=Usa.usembassy.de|accessdate=29 de janeiro de 2012}}</ref>{{limpar}}
 
== Antecedentes ==
{{Artigo principal|Causas da Segunda Guerra Mundial}}
 
{{Artigo principal|Causas da Segunda Guerra Mundial|}}
A [[Primeira Guerra Mundial]] alterou radicalmente o mapa político, com a derrota dos [[Impérios Centrais]], incluindo a [[Áustria-Hungria]], [[Império Alemão|Alemanha]] e o [[Império Otomano]], e a tomada do poder pelos [[bolchevique]]s em 1917 na [[Rússia]]. Os aliados vitoriosos, como França, Bélgica, Itália, Grécia e Romênia ganharam territórios, enquanto novos Estados foram criados a partir do colapso da Áustria-Hungria e dos impérios [[Império Russo|russo]] e otomano. Apesar do [[Pacifismo|movimento pacifista]] após o fim da guerra,<ref>{{cite web|last=Derby|first=Mark|title=Conscription, conscientious objection and pacifism|url=http://www.teara.govt.nz/en/conscription-conscientious-objection-and-pacifism/3|publisher=Te Ara|accessdate=22 June 2012|quote="The move towards world war in 1914 sparked an upsurge in pacifist movements"}}</ref><ref> {{cite web|title=Pacifism in the Twentieth Century|url=http://www.infoplease.com/ce6/society/A0860192.html|work="pacifism"|publisher=Columbia Electronic Encyclopedia|accessdate=22 June 2012|quote="During the 1920s and early 30s pacifism enjoyed an upsurge"}}
 
A [[Primeira Guerra Mundial]] alterou radicalmente o mapa político, com a derrota dos [[Impérios Centrais]], incluindo a [[Áustria-Hungria]], [[Império Alemão|Alemanha]] e o [[Império Otomano]], e a tomada do poder pelos [[bolchevique]]s em 1917 na [[Rússia]]. Os [[Aliados da Primeira Guerra Mundial]] vitoriosos, como [[França]], [[Bélgica]], [[Itália]], [[Grécia]] e [[Romênia]] ganharam territórios, enquanto novos Estados foram criados a partir do colapso da [[Áustria-Hungria]] e dos impérios [[Império Russo|russo]] e otomano. Apesar do [[Pacifismo|movimento pacifista]] após o fim da guerra,<ref>{{cite web|last=Derby|first=Mark|title=Conscription, conscientious objection and pacifism|url=http://www.teara.govt.nz/en/conscription-conscientious-objection-and-pacifism/3|publisher=Te Ara|accessdate=22 June 2012|quote="The move towards world war in 1914 sparked an upsurge in pacifist movements"}}</ref><ref> {{cite web|title=Pacifism in the Twentieth Century|url=http://www.infoplease.com/ce6/society/A0860192.html|work="pacifism"|publisher=Columbia Electronic Encyclopedia|accessdate=22 June 2012|quote="During the 1920s and early 30s pacifism enjoyed an upsurge"}}
</ref> as perdas causaram um [[nacionalismo]] [[Irredentismo|irredentista]] e [[Revanchismo|revanchista]] em vários países europeus. O irredentismo e revanchismo eram fortes na Alemanha por causa das significativas perdas territoriais, coloniais e financeiras incorridas pelo [[Tratado de Versalhes]]. Pelo tratado, a Alemanha perdeu cerca de 13% do seu território e todas as [[Império colonial alemão|suas colônias ultramarinas]], foi proibida de anexar outros Estados, teve que pagar indenizações e sofreu limitações quanto ao tamanho e a capacidade das suas forças armadas.<ref>{{Harvnb|Kantowicz|1999|p=149}}</ref> Enquanto isso, a [[Guerra Civil Russa]] levava à criação da [[União Soviética]].<ref>{{Harvnb|Davies|2008|pp=134–140}}</ref>
 
O [[Império Alemão]] foi dissolvido durante a [[Revolução Alemã de 1918-1919]] e um governo democrático, mais tarde conhecido como [[República de Weimar]], foi criado. O [[período entre-guerras]] foi marcado pelo conflito entre os partidários da nova república e de opositores radicais, tanto de [[Direita política|direita]] quanto de [[Esquerda política|esquerda]]. Embora a Itália como aliado [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|Entente]] tenha feito alguns ganhos territoriais, os nacionalistas do país ficaram irritados com as [[Tratado de Londres (1915)|promessas feitas]] pelo Reino Unido e França para garantir a entrada italiana na guerra, que não foram cumpridas com o acordo de paz. De 1922 a 1925, o [[Fascismo|movimento fascista]], liderado por [[Benito Mussolini]], tomou o poder na Itália com uma agenda nacionalista, [[Totalitarismo|totalitária]] e de colaboração de classes, que aboliu a [[democracia representativa]], reprimiu os [[Socialismo|socialistas]], a esquerda e as forças [[Liberalismo|liberais]], e seguiu uma política externa agressiva destinada a forjar, através da força, o país como uma [[potência mundial]] — um "[[Império colonial italiano|Novo Império Romano]]".<ref>{{Harvnb|Shaw|2000|p=35}}</ref> (''ver: [[Grande Itália]]).
 
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 146-1969-065-24, Münchener Abkommen, Ankunft Mussolini.jpg|thumb|[[Benito Mussolini]] (à esquerda) e [[Adolf Hitler]] (à direita).]]
 
Adolf Hitler, depois de uma [[Putsch da Cervejaria|tentativa fracassada de derrubar o governo alemão]] em 1923, tornou-se o chanceler da Alemanha em 1933. Ele aboliu a [[democracia]], defendendo uma [[Nova Ordem (nazismo)|revisão radical e racista da ordem mundial]], e logo começou uma campanha de rearmamento massivo do país.<ref>{{harvnb|Brody|1999|p=4}}</ref> Enquanto isso, a França, para assegurar a sua aliança, permitiu que a Itália agisse livremente na [[Etiópia]], país que o governo italiano desejava como uma posse colonial. A situação se agravou no início de 1935, quando o [[Território da Bacia do Sarre]] foi legalmente anexado à Alemanha e Hitler repudiou o Tratado de Versalhes, acelerando seu programa de rearmamento e [[Conscrição|recrutamento]].<ref>{{harvnb|Zalampas|1989|p=62}}</ref> Na Alemanha, o [[partido nazista]], liderado por [[Adolf Hitler]], procurou estabelecer um [[Estado]] [[Nazismo|nazista]] no país. Com o início da [[Grande Depressão]], o apoio doméstico aos nazistas fortaleceu-se e, em 1933, Hitler foi nomeado [[chanceler da Alemanha]]. Após o [[incêndio do Reichstag|incêndio no Palácio do Reichstag]], Hitler conseguiu criar um governo [[Unipartidarismo|unipartidário]] e [[Totalitarismo|totalitário]] liderado pelos nazistas.<ref>{{harvnb|Bullock|1962|p=265}}</ref>
 
Na [[República da China (1912–1949)|China]], o partido [[Kuomintang]] (KMT) lançou uma campanha de unificação contra os [[Chefe militar|líderes militares]] regionais (os chamados [[senhores da guerra da China]]) e o país unificou-se em meados de 1920, mas logo viu-se envolvido em uma [[Guerra Civil Chinesa|guerra civil]] contra seus antigos aliados [[Partido Comunista da China|comunistas]].<ref>{{harvnb|Preston|1998|p=104}}</ref> Em 1931, o [[Fascismo japonês|cada vez mais militarista]] [[Império Japonês]], começou a buscar influência na China<ref>{{harvnb|Myers|1987|p=458}}</ref> como sendo o primeiro passo visto pelo governo para obter o direito do país em governar a Ásia (como afirmava o [[slogan político]] ''[[Hakkō ichiu]]'') ou "todos sobre o mesmo teto". Os japoneses usaram o [[incidente de Mukden]] como pretexto para lançar uma invasão da [[Manchúria]] e estabelecer o [[Estado fantoche]] de [[Manchukuo]].<ref name=Mukden>{{harvnb|Smith|2004|p=28}}</ref>
 
Muito fraca para resistir ao Japão, a China apelou à [[Liga das Nações]] por ajuda. O Japão retirou-se desta organização internacional após ser condenado por sua incursão na Manchúria. As duas nações passaram a enfrentar-se em várias batalhas, em [[Batalha de Xangai|Xangai]], Rehe e Hebei, até a Trégua Tanggu ser assinada em 1933. Depois disso, forças voluntárias chinesas continuaram a [[Movimento de resistência|resistência]] à agressão japonesa na Manchúria, Chahar e Suiyuan.<ref>{{Cite journal|title=The Volunteer Armies of Northeast China|url=http://www.questia.com/googleScholar.qst?docId=5000186948|first=Anthony|last=Coogan|journal=History Today|volume=43|date=Julho de 1993|accessdate=14 de novembro de 2009|quote=Apesar de algumas tropas chinesas no nordeste terem conseguido recuar para o sul, outras foram presas pelo Exército japonês que avançava e foram confrontadas com a escolha de resistência, desafiando ordens, ou rendição. Poucos comandantes se apresentaram, recebendo um alto cargo no governo fantoche, mas outros pegaram em armas contra o invasor. As forças comandadas por eles foram as primeiras dos exércitos de voluntários.}}</ref>
 
Na esperança de conter a Alemanha, o [[Reino Unido]], a [[França]] e a [[Itália]] formaram a [[Conferência de Stresa|Frente de Stresa]]. A [[União Soviética]], preocupada com os [[Drang nach Osten|objetivos da Alemanha de ocupar vastas áreas do leste da Europa]], escreveu um tratado de assistência mútua com a França. Antes de tomar efeito, porém, o pacto franco-soviético foi obrigado a passar pela burocracia da Liga das Nações, que o tornou essencialmente sem poder.<ref>{{harvnb|Record|2005|p=50}}</ref><ref>{{harvnb|Mandelbaum|1988|p=96}}</ref> No entanto, em junho de 1935, o Reino Unido fez um acordo naval independente com a Alemanha, flexibilizando as restrições anteriores. Os [[Estados Unidos]], preocupados com os acontecimentos na Europa e na Ásia, aprovaram a Lei de Neutralidade em agosto.<ref>{{Cite book|last=Schmitz|first=David F|title=The First Wise Man|publisher=Rowman & Littlefield|year=2001|isbn=0-8420-2632-0|page=124}}</ref> Em outubro, a Itália invadiu a Etiópia e a Alemanha foi o único grande país europeu que apoiou essa invasão. O governo italiano posteriormente abandonou as suas objeções com relação às metas da Alemanha de dominar a [[Áustria]].<ref>{{harvnb|Kitson|2001|p=231}}</ref>
 
Hitler desafiou os tratados de Versalhes e [[Tratados de Locarno|de Locarno]] aocom a [[Remilitarizaçãoremilitarização da Renânia|remitalizar]] a [[Renânia]], em março de 1936. Ele recebeu pouca resposta de outras potências europeias.<ref>{{harvnb|Adamthwaite|1992|p=52}}</ref> Quando a [[Guerra Civil Espanhola]] começou em julho, Hitler e Mussolini apoiaram as [[Franquismo|forças nacionalistas]] fascistas e autoritárias em guerra civil contra a [[Segunda República Espanhola|República Espanhola]], esta última era apoiada pela União Soviética. Os dois lados usaram o conflito para testar novas armas e métodos de guerra,<ref>{{harvnb|Graham|2005|p=110}}</ref> tendo os nacionalistas como vencedores no início de 1939. Em outubro de 1936, Alemanha e Itália formaram o [[Potências do Eixo|Eixo Roma-Berlim]]. Um mês depois, a Alemanha e o Japão assinaram o [[Pacto Anticomintern]], cujo a Itália iria aderir no ano seguinte. Na China, após o [[incidente de Xi’an]] o Kuomintang e as forças comunistas concordaram com um cessar-fogo, com o objetivo de apresentar [[Segunda Frente Unida|uma frente unida]] para se opor à invasão japonesa.<ref>{{harvnb|Busky|2002|p=10}}</ref>
 
== Eventos pré-guerra ==
 
=== Invasão italiana da Etiópia (1935) ===
 
{{Artigo principal|Segunda Guerra Ítalo-Etíope}}
 
A Segunda Guerra Ítalo-Etíope foi uma breve [[guerra colonial]], que começou em outubro de 1935 e terminou em maio de 1936. A guerra foi travada entre as forças armadas do [[Reino da Itália]] (''Regno d'Italia'') e as forças armadas do [[Império Etíope]] (também conhecido como [[Abissínia]]). A guerra resultou na ocupação militar da Etiópia e na sua anexação à recém-criada [[colônia]] da [[África Oriental Italiana]] (''Africa Orientale Italiana'' ou AOI); além disso, expôs a fraqueza da [[Liga das Nações]] como uma força de manutenção da paz. Tanto a Itália quanto a Etiópia eram países membros da organização, mas a Liga não fez nada quando a guerra claramente violou o seu Décimo Artigo da Convenção.<ref name=Barker-159>{{Cite book|last=Barker|first=A. J|title=The Rape of Ethiopia 1936|publisher=[[Ballantine Books]]|year=1971|isbn=0-345-02462-1|pages=131–2}}</ref>
 
=== Guerra Civil Espanhola (1936–1939) ===
 
{{Principal|Guerra Civil Espanhola}}
 
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-H25224, Guernica, Ruinen.jpg|thumb|As ruínas de [[Guernica]] após os bombardeios.]]
 
A Alemanha e a [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]] deram apoio à [[Franquismo|insurreição nacionalista]] liderada pelo general [[Francisco Franco]] na [[Espanha]]. A [[União Soviética]] apoiou o governo existente, a [[Segunda República Espanhola|República Espanhola]], que apresentava tendências esquerdistas[[esquerdista]]s. Ambos os lados usaram a guerra como uma oportunidade para testar armas e táticas melhores. O [[Bombardeio de Guernica]], uma cidade que tinha entre {{formatnum:5000}} e {{formatnum:7000}} habitantes, foi considerado um ataque terrível, na época, e usado como uma [[propaganda]] amplamente difundida no [[Mundo ocidental|Ocidente]], levando a acusações de "[[atentado terrorista]]" e de que {{formatnum:1654}} pessoas tinham morrido no bombardeio.<ref name="Air 1998">{{cite web|last=Corum|first=James S.|title=Inflated by Air Common Perceptions of Civilian Casualties from Bombing|url=http://www.dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?Location=U2&doc=GetTRDoc.pdf&AD=ADA399072|work=Thesis|publisher=Air War College. Air University|accessdate=29 de dezembro de 2010|location=Maxwell Air Force Base, Alabama|page=10}}</ref> Na realidade, o ataque foi uma operação tática contra uma cidade com importantes comunicações militares próximas à linha de frente e as estimativas modernas não rendem mais de 300-400 mortos no fim do ataque.<ref name="Air 1998"/><ref>{{cite book|last=Beevor|first=Antony|title=The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936-1939|year=2006|publisher=Phoenix|isbn=0753821656|page=258|location=Londres}}</ref>
 
=== Invasão japonesa da China (1937) ===
 
{{Artigo principal|Segunda Guerra Sino-Japonesa}}
{{VertambémAP|vt=s|Massacre de Nanquim}}
 
[[Imagem:Wuhan 1938 IJA.jpg|thumb|[[Exército imperial japonês|Forças japonesas]] durante a [[Batalha de Wuhan]].]]
 
Em julho de 1937, o Japão ocupou [[Pequim]], a antiga capital imperial chinesa, depois de instigar o [[incidente da Ponte Marco Polo]], que culminou com a campanha japonesa para invadir toda a China.<ref>{{Cite book|last1=Fairbank|first1=John King|last2=Feuerwerker|first2=Albert|last3=Twitchett|first3=Denis Crispin|title=The Cambridge history of China|publisher=Cambridge University Press|year=1986|isbn=0-521-24338-6|pages=547–551}}</ref> Os soviéticos rapidamente assinaram um [[Pacto de não-agressão sino-soviético|pacto de não-agressão com a China]] para emprestar material de suporte, acabando com cooperação prévia da China com a Alemanha (''ver: [[Cooperação Sino-Germânica (1911–1941)|Cooperação Sino-Germânica de 1911 a 1941]]''). O [[Generalíssimo]] [[Chiang Kai-shek]] usou o seu melhor exército para [[Batalha de Xangai|defender Xangai]], mas depois de três meses de luta, a cidade caiu. Os japoneses continuaram a empurrar as forças chinesas para trás, capturando a capital, [[Nanquim]], em dezembro de 1937 e cometendo o chamado "[[Massacre de Nanquim]]".<ref>Levene, Mark and Roberts, Penny. ''The Massacre in History''. 1999, page 223-4</ref><ref name=tot>Totten, Samuel. ''Dictionary of Genocide''. 2008, 298–9.</ref>
 
Em junho de 1938, as forças chinesas paralisaram o avanço japonês através da criação de enchentes no [[rio Amarelo]]; esta manobra comprou tempo para os chineses prepararem as suas defesas em Wuhan, mas a [[Batalha de Wuhan|cidade foi tomada]] em outubro.<ref>{{Cite book|last1=Fairbank|first1=John King|last2=Feuerwerker|first2=Albert|last3=Twitchett|first3=Denis Crispin|title=The Cambridge history of China|publisher=Cambridge University Press|year=1986|isbn=0-521-24338-6|page=566}}</ref> As vitórias militares japonesas não provocaram o colapso da [[Movimento de resistência|resistência]] chinesa que o Japão tinha a esperança de alcançar, em vez disso o governo chinês se mudou do interior para [[Chongqing]] e continuou a guerra.<ref>{{Cite book|last1=Taylor|first1=Jay|title=The Generalissimo: Chiang Kai-shek and the struggle for modern China|publisher=Harvard University Press|year=2009|isbn=978-0-674-03338-2|pages=150–152}}</ref>
 
=== Invasão japonesa da União Soviética e Mongólia (1938) ===
 
{{Artigo principal|Conflitos fronteiriços entre a União Soviética e o Japão}}
{{Mais informações|Pacto nipônico-soviético}}
 
Em 29 de julho de 1938, os japoneses invadiram a [[União Soviética]] e foram combatidos na [[Batalha do Lago Khasan]]. Apesar da vitória soviética, os japoneses consideraram-na um empate inconclusivo e em 11 de maio de 1939 decidiram mudar a fronteira japonesa mongol até o rio Khalkhin Gol pela força. Após sucessos iniciais do ataque japonês à Mongólia, o [[Exército Vermelho]] infligiu a primeira derrota importante do [[Exército de Guangdong]].<ref>{{Cite book|last=Coox|first=Alvin D.|title=Nomonhan: Japan Against Russia, 1939|publisher=[[Stanford University Press]]|year=1990|page=189|isbn=0-8047-1835-0}}</ref><ref>{{Cite journal|first=Amnon|last=Sella|title=Khalkhin-Gol: The Forgotten War|journal=Journal of Contemporary History|volume=18|issue=4|date=October 1983|pages=651–87}}</ref>
 
Estes confrontos convenceram algumas partes do governo japonês de que eles deveriam se concentrar em se conciliar com o governo soviético para evitar interferências na guerra contra a China e, ao invés de voltarem sua atenção militar para o sul, mudarem seu foco para os territórios dos [[Estados Unidos]] e da [[Europa]] no Pacífico, e também impediram a demissão de experientes líderes militares soviéticos, como [[Georgy Zhukov]], que mais tarde iria desempenhar um papel vital na defesa de Moscou.<ref>{{Cite book|last=Chaney|first=Otto Preston|title=Zhukov|publisher=[[University of Oklahoma Press]]|year=1996|page=76|isbn=0-8061-2807-0}}</ref> (''ver: [[Batalha de Moscou]]'').
 
=== Ocupações e acordos na Europa ===
 
{{Artigo principal|Anschluss|Política de apaziguamento|Acordo de Munique|Ocupação alemã da Checoslováquia|Pacto Molotov-Ribbentrop}}
 
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Na Europa, a Alemanha e a Itália foram se tornando mais ousadas. Em março de 1938, a Alemanha [[Anschluss|anexou a Áustria]], novamente provocando [[Política de apaziguamento|poucas reações]] de outras potências europeias.<ref>{{Cite book|last1=Collier|first1=Martin|last2=Pedley|first2=Philip|title=Germany 1919–45|publisher=Heinemann|year=2000|isbn=0-435-32721-6|page=144}}</ref> Incentivado, Hitler começou pressionando reivindicações alemãs na região dos [[Sudetos]], uma área da [[Checoslováquia]] com uma população predominantemente de [[Alemães|etnia alemã]] e logo a França e o Reino Unido concederam este território para a Alemanha no [[Acordo de Munique]], que foi feito contra a vontade do governo da Checoslováquia, em troca de uma promessa de fim de mais exigências territoriais por parte dos alemães.<ref>{{Harvnb|Kershaw|2001|pp=121–2}}</ref> Logo depois, no entanto, a Alemanha e a Itália forçaram a Checoslováquia a [[Primeira Arbitragem de Viena|ceder territórios]] adicionais à [[Hungria]] e [[Polônia]].<ref>{{Harvnb|Kershaw|2001|p=157}}</ref> Em março de 1939, a Alemanha [[Ocupação alemã da Checoslováquia|invadiu o restante da Checoslováquia]] e, posteriormente, dividiu-a no [[Protectorado de Boêmia e Morávia]] e em um [[Estado fantoche]] pró-alemão, a [[República Eslovaca (1939-1945)|República Eslovaca]].<ref>{{Harvnb|Davies|2008|pp=143–4}}</ref>
 
Espantados e com Hitler a fazer exigências adicionais sobre [[Cidade Livre de Danzig|Danzig]] ([[Crise de Danzig ]]), França e Reino Unido garantiram seu apoio à independência polonesa; quando a Itália conquistou a Albânia em abril de 1939, a mesma garantia foi estendida à [[Romênia]] e [[Grécia]].<ref>{{Cite book|first1=Cedric James|last1=Lowe|first2=F|last2=Marzari|title=Italian Foreign Policy 1870–1940|publisher=Taylor & Francis|year=2002|isbn=0-415-27372-2|page=330}}</ref> Logo após a promessa franco-britânica para a Polônia, Alemanha e Itália formalizaram a sua própria aliança, o [[Pacto de Aço]].<ref>{{Cite book|title=Oxford Companion to World War II|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|chapter=Pact of Steel|publisher=[[Oxford University Press]]|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=674}}</ref>
 
Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética assinaram o [[Pacto Molotov-Ribbentrop]],<ref>{{Cite book|first=Zachary|last=Shore|title=What Hitler Knew: The Battle for Information in Nazi Foreign Policy|publisher=Oxford University Press US|year=2003|isbn=0-19-515459-2|page=108}}</ref> um tratado de não-agressão com um protocolo secreto (''ver: [[Negociações sobre a adesão da União Soviética ao Eixo]]''). As partes do acordo deram direitos uns aos outros, "no caso de um rearranjo territorial e político", "esferas de influência" (oeste da Polônia e da [[Lituânia]] para a Alemanha e leste da Polônia, [[Finlândia]], [[Estônia]], [[Letônia]] e [[Bessarábia]] para a URSS). O tratado também levantou a questão de a Polônia continuar a ser independente.<ref>{{Cite book|chapter=Nazi-Soviet Pact|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|publisher=Oxford University Press|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=608}}</ref>
 
== A guerra ==
 
{{Anexo|Lista de batalhas da Segunda Guerra Mundial}}
 
=== Início da guerra na Europa (1939) ===
 
{{Principal|Invasão da Polônia|Invasão soviética da Polônia}}
[[Imagem:Julien Bryan - Look - 47270.jpg|thumb|esquerda|[[Varsóvia]] em ruínas após o [[Batalha de Varsóvia (1939)|intenso bombardeio]] promovido pela ''[[Luftwaffe]]'' alemã durante a [[invasão da Polônia]].]]
 
Em 1 de setembro de 1939, Alemanha e Eslováquia (que na época era um [[Estado fantoche]] alemão) [[Invasão da Polônia|atacaram a Polônia]].<ref>{{cite book|last=Evans|first=Richard J.|title=The Third Reich at War 1939–1945|year=2008|publisher=Allen Lane|location=Londres|isbn=978-0-7139-9742-2|pages=1–2}}</ref> Em 3 de setembro, França e Reino Unido, seguido totalmente por todos os seus [[Domínio (política)|domínios]]<ref>{{Cite book|last=Jackson|first=Ashley|title=The British Empire and the Second World War|publisher=Continuum International Publishing Group|year=2006|isbn=1-85285-417-0|page=58}}</ref> independentes da [[Commonwealth|Comunidade Britânica]]<ref>{{Harvnb|Weinberg|2005|pages=64–65}}</ref> — [[Austrália]], [[Canadá]], [[Nova Zelândia]] e [[África do Sul]] — declararam guerra à Alemanha, mas [[Guerra de Mentira|proveram pouco apoio]] à Polônia, exceto por um pequeno ataque francês no [[Sarre]].<ref>{{cite book|last=Keegan|first=John|title=The Second World War|year=1997|publisher=Pimlico|location=Londres|isbn=0-7126-7348-2|page=35}}</ref> Reino Unido e França também iniciaram um bloqueio naval à Alemanha em 3 de setembro, que tinha como objetivo danificar a economia do país e seu [[esforço de guerra]].<ref>{{cite book|last=Roskill|first=S.W.|title=The War at Sea 1939–1945 Volume 1 : The Defensive|year=1954|publisher=HMSO|location=Londres|page=64|url=http://www.ibiblio.org/hyperwar/UN/UK/UK-RN-I/index.html|series=History of the Second World War. United Kingdom Military Series}}</ref><ref>{{cite book|last=Fritz|first=Martin|editor=Dear, I.C.B; Foot, M.R.D.|title=The Oxford Companion to World War II|publisher=Oxford University Press|year=2005|page=248|chapter=Economic Warfare|isbn=978-0-19-280670-3}}</ref>
 
Em 17 de setembro, após a assinatura de umdo [[ConflitosPacto fronteiriços entre a União Soviética e o Japão|cessarnipônico-fogo com o Japãosoviético]], os [[Invasão soviética da Polónia|soviéticos também invadiram a Polônia]].<ref>{{Cite book|last1=Zaloga|first1=Steven J.|first2=Howard|last2=Gerrard|title=Poland 1939: The Birth of Blitzkrieg|url=http://books.google.com/?id=oQeAKAjlEwMC|publisher=Osprey Publishing|location=Oxford|year=2002|isbn=1-84176-408-6|page=83}}</ref> O território polonês foi então dividido entre a Alemanha e a [[Territórios polacos anexados pela União Soviética|União Soviética]], além da Lituânia e da Eslováquia também terem recebido pequenas partes (''ver: [[Ocupação da Polónia (1939-1945)]]''). Os poloneses não se renderam, estabeleceram o [[Estado Secreto Polaco]] e uma [[Armia Krajowa|sede subterrânea para o seu exército]], além de continuarem a lutar junto com os Aliados em todas as frentes de batalha fora de seu país.<ref>{{Cite book|last=Hempel|first=Andrew|title=Poland in World War II: An Illustrated Military History|url=http://books.google.com/?id=9SmbqqQfp1gC|publisher=Hippocrene Books|location=Nova York|year=2003|isbn=0-7818-1004-3|page=24}}</ref>
 
Cerca de {{formatnum:100000}} militares poloneses foram evacuados para a Romênia e [[países bálticos]], muitos destes soldados lutaram mais tarde contra os alemães em outras frentes da guerra.<ref>{{cite book|last=Zaloga|first=Stephen J.|title=Poland 1939 : The Birth of Blitzkrieg|year=2004|publisher=Praeger|location=Londres|isbn=0-275-98278-5|pages=88–89}}</ref> Decifradores poloneses de enigmas também foram evacuados para a França.<ref>{{cite book|last=Budiansky|first=Stephen|title=Battle of Wits: The Complete Story of Codebreaking in World War II|year=2001|publisher=Penguin|location=Londres|isbn=0-14-028105-3|pages=120–121}}</ref> Durante este tempo, o Japão lançou o seu primeiro ataque contra [[Changsha]], uma cidade chinesa importante e estratégica, mas as forças japonesas foram repelidas no final de setembro.<ref>{{Harvnb|Jowett|Andrew|2002|p=14}}</ref>
 
{{Imagem múltipla
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-H26353, Norwegen, Kampf um ein brennendes Dorf.jpg|thumb|direita|Infantaria da ''[[Wehrmacht]]'' alemã avançando em meio a vilas norueguesas em chamas durante a [[Campanha da Noruega]], em abril de 1940.]]
| align=center
| header=Invasão germano-soviética da Polônia.
| header_background=gainsboro
| footer=
| image1=Julien Bryan - Look - 47270.jpg
| width1=308
| caption1=[[Varsóvia]] em ruínas após o [[Batalha de Varsóvia (1939)|intenso bombardeio]] promovido pela ''[[Luftwaffe]]'' alemã durante a [[invasão da Polônia]].
| image2=Lviv 1939 Sov Cavalry.jpg
| width2=277
| caption2=[[Cavalaria]] soviética desfilando em [[Lviv]] após a rendição da cidade ao [[exército vermelho]] (28 de Setembro de 1939).
| image3=Armia Czerwona,Wehrmacht 23.09.1939 wspólna parada.jpg
| width3=178
| caption3=Generais alemães [[Mauritz von Wiktorin]] (esquerda) e [[Heinz Guderian]] (centro) com o ''Kombrig'' ([[brigadeiro]]) soviético [[Semyon Krivoshein]] (direita), durante o [[Desfile militar germano-soviético em Brest-Litovsk]] (22 de Setembro de 1939).
}}
 
Durante este tempo, o Japão lançou o seu primeiro ataque contra [[Changsha]], uma cidade chinesa importante e estratégica, mas as forças japonesas foram repelidas no final de setembro.<ref>{{Harvnb|Jowett|Andrew|2002|p=14}}</ref>
 
Após a invasão da Polônia e de um tratado germano-soviético sobre controle da Lituânia, a União Soviética forçou os [[países bálticos]] a permitir a [[Ocupação das Repúblicas Bálticas|permanência de tropas soviéticas nos seus territórios sob pactos de "assistência mútua"]].<ref>{{Cite book|first=David J.|last=Smith|title=The Baltic States: Estonia, Latvia and Lithuania|url=http://books.google.com/?id=YaYbzQQN97EC&pg=PA142|publisher=Routledge. 1st edition|page=24|isbn=0-415-28580-1|year=2002}}</ref><ref name="blinsky9"/><ref name="murray55">{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=55–56}}</ref> A [[Finlândia]] rejeitou as demandas territoriais e foi invadida pela União Soviética em novembro de 1939.<ref>{{Cite journal|first=D. W|last=Spring|title=The Soviet Decision for War against Finland, 30&nbsp;November 1939|journal=Europe-Asia Studies|pages=207–226|volume=38|issue=2|year=1986|publisher=Taylor & Francis, Ltd.|doi=10.1080/09668138608411636|jstor=151203}}</ref> O [[Guerra de Inverno|conflito resultante]] terminou em março de 1940 com concessões finlandesas.<ref>{{Cite book|last=Hanhimäki|first=Jussi M|title=Containing Coexistence: America, Russia, and the "Finnish Solution|url=http://books.google.com/?id=OWfudYWUOt0C|publisher=Kent State University Press|year=1997|page=12|isbn=0-87338-558-6}}</ref> França e Reino Unido, ao considerarem o ataque soviético sobre a Finlândia como o equivalente a entrar na guerra no lado dos alemães, reagiram à invasão soviética, apoiando a expulsão da URSS da [[Liga das Nações]].<ref name="murray55"/>
 
Na [[Europa Ocidental]], as tropas britânicas chegaram ao continente, mas em uma fase apelidada de "''Phoney War''" ([[Guerra de Mentira]]) pelos britânicos e de "''Sitzkrieg''" (Guerra Sentada) pelos alemães, nenhum dos lados lançou grandes operações contra o outro, até abril de 1940.<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|pages=95, 121}}</ref> A União Soviética e a Alemanha entraram em um acordo comercial em fevereiro de 1940, nos termos do qual os soviéticos receberam equipamento militar e industrial alemão, em troca de fornecimento de matérias-primas para a Alemanha para ajudar a contornar o bloqueio aliado.<ref name="shirer668">{{Cite book|last=Shirer|first=William L|title=The Rise and Fall of the Third Reich: A History of Nazi Germany|publisher=Simon and Schuster|year=1990|pages=668–9|isbn=0-671-72868-7}}</ref>
 
Em abril de 1940, a [[Operação Weserübung|Alemanha invadiu a Dinamarca e a Noruega]] para garantir embarques de minério de ferro da Suécia, que os Aliados estavam prestes a romper.<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=57–63}}</ref> A Dinamarca imediatamente rendeu-se e apesar do [[Campanha da Noruega|apoio dos Aliados]], a Noruega foi conquistada dentro de dois meses.<ref>{{Cite book|last=Commager|first=Henry Steele|title=The Story of the Second World War|url=http://books.google.com/?id=H2nUNdqobOkC|publisher=Brassey's|year=2004|page=9|isbn=1-57488-741-6}}</ref> Em maio de 1940, o Reino Unido invadiu a [[Islândia]] para antecipar uma possível invasão alemã da ilha.<ref>{{Cite book|title=Oxford Companion to World War II|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|chapter=Iceland|publisher=[[Oxford University Press]]|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=436}}</ref> O descontentamento britânico sobre a Campanha da Noruega levou à substituição do primeiro-ministro [[Neville Chamberlain]] por [[Winston Churchill]], em 10 de maio de 1940.<ref>{{Cite book|last=Reynolds|first=David|title=From World War to Cold War: Churchill, Roosevelt, and the International History of the 1940s|url=http://books.google.com/?id=Qk_xKD62G7cC|publisher=Oxford University Press, USA|date=27 April 2006|page=76|isbn=0-19-928411-3}}</ref>
 
{{Imagem múltipla
=== Avanços do Eixo (1940) ===
| align=center
| header=[[Guerra de Mentira]] e [[Operação Weserübung]] (invasão da Dinamarca e Noruega).
| header_background=gainsboro
| footer=
| image1=Sitzkrieg.jpg
| width1=230
| caption1=Soldados ingleses e franceses jogando cartas durante o período conhecido na frente ocidental como a "Guerra de Mentira".
| image2=Danish soldiers on 9 April 1940.jpg
| width2=299
| caption2=Soldados dinamarqueses em [[Bredevad]] (sul da Dinamarca) em 9 de Abril de 1939, início da invasão alemã. Dois destes soldados perderam suas vidas neste mesmo dia.<ref>''Secret Alliance: A Study of the Danish Resistance Movement, 1940-1945'' de [[Jorgen Haestrup]]. New York University Press, [[1985]], pág. 9. ISBN 9780814734315 (09/06/2013).</ref>
| image3=Bundesarchiv Bild 183-H26353, Norwegen, Kampf um ein brennendes Dorf.jpg
| width3=232
| caption3=Infantaria da ''[[Wehrmacht]]'' alemã avançando em meio a vilas norueguesas em chamas durante a [[Campanha da Noruega]], em abril de 1940.
}}
 
=== Avanços do Eixo (1940) ===
[[Ficheiro:Hitler in Paris, 23 June 1940.jpg|thumb|upright|esquerda|Hitler em [[Paris]] com o arquiteto [[Albert Speer]] (esquerda) e o escultor [[Arno Breker]] (direita), em 23 de junho de 1940, após o fim da [[Batalha da França]].]]
 
A Alemanha [[Batalha da França|invadiu a França]], [[Bélgica]], [[Batalha dos Países Baixos|Países Baixos]] e [[Luxemburgo]] em 10 de maio de 1940.<ref>{{cite book|last=Evans|first=Richard J.|title=The Third Reich at War 1939–1945|year=2008|publisher=Allen Lane|location=Londres|isbn=978-0-7139-9742-2|pages=122–123}}</ref> Os Países Baixos e a Bélgica foram invadidos através de táticas de ''[[blitzkrieg]]'' em poucos dias e semanas, respectivamente.<ref name="shirer721-3">{{Cite book|last=Shirer|first=William L|title=The Rise and Fall of the Third Reich: A History of Nazi Germany|publisher=Simon and Schuster|year=1990|pages=721–3|isbn=0-671-72868-7}}</ref> A linha fortificada francesa conhecida como [[Linha Maginot]] e as forças aliadas na Bélgica foram contornadas por um movimento de flanco através da região densamente arborizada das [[Ardenas]],<ref>{{cite book|last=Keegan|first=John|title=The Second World War|year=1997|publisher=Pimlico|location=Londres|isbn=0-7126-7348-2|pages=59–60}}</ref> considerada erroneamente pelos planejadores franceses como uma barreira natural impenetrável contra veículos blindados.<ref>{{Cite book|last=Regan|first=Geoffrey|title=The Brassey's book of military blunders|publisher=Brassey's|year=2000|page=152|isbn=1-57488-252-X}}</ref>
 
As tropas britânicas [[Operação Dínamo|foram forçadas a evacuar do continente em Dunquerque]], abandonando o seu equipamento pesado no início de junho.<ref>{{cite book|last=Keegan|first=John|title=The Second World War|year=1997|publisher=Pimlico|location=Londres|isbn=0-7126-7348-2|pages=66–67}}</ref> Em 10 de junho, a [[Batalha dos Alpes|Itália invadiu a França]], declarando guerra ao governo francês e ao Reino Unido;<ref>{{cite book|last=Overy|first=Richard|coauthor=Wheatcroft, Andrew|title=The Road to War|year=1999|publisher=Penguin|location=Londres|isbn=0-14-028530-X|page=207|edition=Revised and updated}}</ref> 12 dias depois, os [[Armistício de 22 de junho de 1940|franceses se renderam]] e o território de seu país foi logo dividido em [[Ocupação da França pela Alemanha nazista|zonas de ocupação alemãs]] e italianas,<ref>{{Cite book|last=Klaus|first=Autbert|title=Germany and the Second World War Volume 2: Germany's Initial Conquests in Europe|url=http://books.google.com/?id=Z5p4tGO7-VkC|publisher=Oxford University Press|year=2001|page=311|isbn=0-19-822888-0}}</ref> além da criação de um [[Estado fantoche]] [[Colaboracionismo|colaboracionista]] alemão desocupado chamado [[França de Vichy]]. Em 3 de julho, os britânicos atacaram a frota francesa na [[Argélia francesa|Argélia]] para evitar a sua eventual tomada pela Alemanha.<ref>{{Cite book|last=Brown|first=David|title=The Road to Oran: Anglo-French Naval Relations, September 1939 – July 1940|page=xxx|year=2004|publisher=[[Taylor & Francis]]|isbn=0-7146-5461-2}}</ref>
 
Em junho, durante os últimos dias da [[Batalha da França]], a União Soviética [[Ocupação das Repúblicas Bálticas|anexa à força Estônia, Letônia e Lituânia]]<ref name="blinsky9">{{Cite book|last=Bilinsky|first=Yaroslav|title=Endgame in NATO's Enlargement: The Baltic States and Ukraine|url=http://books.google.com/?id=pbocXztNVsUC|publisher=Greenwood Publishing Group|year=1999|page=9|isbn=0-275-96363-2}}</ref> e, em seguida, conquista a disputada região romena da [[Bessarábia]]. Enquanto isso, a aproximação política e a cooperação econômica nazi-soviética<ref>Ferguson, Niall (2006). ''The War of the World''Penguin, pp. 367, 376, 379, 417</ref><ref>Snyder, Timothy (2010).''Bloodlands'', Random House, from p. 118 onwards</ref> gradualmente se paralisa<ref>H. W. Koch. Hitler's 'Programme' and the Genesis of Operation 'Barbarossa'. ''The Historical Journal'', Vol. 26, No. 4 (Dec. 1983), pp. 891–920</ref><ref name="stalinswars56">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey|title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953|publisher=Yale University Press|year=2006|isbn=0-300-11204-1|page=56}}</ref> e ambos os Estados começam os preparativos para a guerra.<ref name="stalinswars59">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey|title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953|publisher=Yale University Press|year=2006|isbn=0-300-11204-1|page=59}}</ref>
 
Com a França neutralizada, a Alemanha começou uma campanha de [[supremacia aérea]] sobre o Reino Unido (a [[Batalha da Grã-Bretanha]]) para se preparar para [[Operação Leão Marinho|uma invasão]].<ref name="autogenerated38">{{Cite book|last1=Kelly|first1=Nigel|last2=Rees|first2=Rosemary|last3=Shuter|first3=Jane|title=Twentieth Century World|publisher=Heinemann|year=1998|isbn=0-435-30983-8|page=38}}</ref> A campanha fracassou e os planos de invasão foram cancelados até setembro.<ref name="autogenerated38"/> Usando os portos franceses recém-capturados, a ''[[Kriegsmarine]]'' (marinha alemã) [[Batalha do Atlântico|obteve sucesso]] contra a melhor preparada [[Marinha Real]], usando [[U-Boot]]s contra os navios britânicos no Atlântico.<ref>{{Cite book|last=Goldstein|first=Margaret J|title=World War II|publisher=Twenty-First Century Books|year=2004|isbn=0-8225-0139-2|page=35}}</ref> A Itália começou a operar no Mediterrâneo, com o início do [[Cerco de Malta (Segunda Guerra Mundial)|cerco de Malta]] em junho, a conquista da [[Somalilândia Britânica]] em agosto e em uma incursão no [[Egito]], que então era [[Ocupação britânica do Egito|administrado pelos britânicos]], em setembro de 1940. O Japão aumentou o bloqueio contra a China em setembro, ao [[Invasão da Indochina Francesa|capturar várias bases no norte]] da agora isolada [[Indochina Francesa]].<ref>{{cite book|last=Overy|first=Richard|coauthor=Wheatcroft, Andrew|title=The Road to War|year=1999|publisher=Penguin|location=Londres|isbn=0-14-028530-X|pages=288–289|edition=Revised and updated}}</ref>
 
[[Ficheiro:St Paul after the Blitz.jpg|thumb|direita|A [[Catedral de São Paulo (Londres)|Catedral de São Paulo]], em [[Londres]], parcialmente destruída após [[Blitz|bombardeios alemães sobre a capital britânica]]. A [[Batalha da Grã-Bretanha]] terminou com o avanço alemão na Europa Ocidental.]]
 
Durante todo esse período, o neutro [[Estados Unidos]] tomou medidas para ajudar a China e os [[Aliados Ocidentais]]. Em novembro de 1939, a Lei de Neutralidade norte-americana foi alterada para permitir compras do chamado "''cash and carry''" (dinheiro e transporte) por parte dos Aliados.<ref>{{cite book|last=Overy|first=Richard|coauthor=Wheatcroft, Andrew|title=The Road to War|year=1999|publisher=Penguin|location=Londres|isbn=0-14-028530-X|pages=328–330|edition=Revised and updated}}</ref> Em 1940, após a captura alemã de Paris, o tamanho da [[Marinha dos Estados Unidos|Marinha Americana]] aumentou significativamente e, depois da incursão japonesa na [[Indochina]], o país [[Embargo|embargou]] ferro, aço e peças mecânicas contra o Japão.<ref>{{Cite book|last=Morison|first=Samuel Eliot|title=History of United States Naval Operations in World War II|publisher=University of Illinois Press|year=2002|isbn=0-252-07065-8|page=60}}</ref> Em setembro, os Estados Unidos concordaram ainda em comerciar [[destróier]]es estadunidenses para bases britânicas.<ref>{{Cite book|last=Maingot|first=Anthony P.|title=The United States and the Caribbean: Challenges of an Asymmetrical Relationship|publisher=Westview Press|year=1994|isbn=0-8133-2241-3|page=52}}</ref> Ainda assim, a grande maioria do público norte-americano continuou a se opor a qualquer intervenção militar direta no conflito em 1941.<ref>{{Cite journal|first=Hadley|last=Cantril|title=America Faces the War: A Study in Public Opinion|journal=The Public Opinion Quarterly|volume=4|issue=3|date=Setembro de 1940|page=390}}</ref>
 
No final de setembro de 1940, o [[Pacto Tripartite]] unia o [[Império do Japão]], a [[Itália fascista]] e a [[Alemanha nazista]] para formalizar as [[Potências do Eixo]]. Esse pacto estipulou que qualquer país, com exceção da União Soviética, que atacasse qualquer uma das Potências do Eixo seria forçado a ir para a guerra contra os três em conjunto.<ref>{{Cite book|last1=Bilhartz|first1=Terry D.|last2=Elliott|first2=Alan C.|title=Currents in American History: A Brief History of the United States|page=179|publisher=M.E. Sharpe|year=2007|isbn=978-0-7656-1821-4}}</ref> Durante este período, os Estados Unidos continuaram a apoiar o Reino Unido e a China, introduzindo a política de ''[[Lend-Lease]]'' que autorizava o fornecimento de material e outros itens aos Aliados<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|p=165}}</ref> e criava uma zona de segurança que abrangia cerca de metade do [[Oceano Atlântico]], onde a Marinha Americana protegia os comboios britânicos.<ref>{{Cite book|last=Knell|first=Hermann|title=To Destroy a City: Strategic Bombing and Its Human Consequences in World War II|publisher=Da Capo|year=2003|isbn=0-306-81169-3|page=205}}</ref> Como resultado, a Alemanha e os Estados Unidos viram-se envolvidos em uma sustentada guerra naval no Atlântico Norte e Central em outubro de 1941, apesar de os Estados Unidos terem se mantido oficialmente neutros.<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=233–245}}</ref><ref>{{cite web|url=http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/Prelude18.html|archiveurl=http://web.archive.org/web/20080509150056/http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/Prelude18.html|archivedate=9 May 2008|title=Undeclared Naval War in the Atlantic 1941|publisher=Departamento de História da Universidade de San Diego|last=Schoenherr|first=Steven|accessdate=15 de fevereiro de 2010|date=1 de outubro de 2005}}</ref>
 
Durante este período, os Estados Unidos continuaram a apoiar o Reino Unido e a China, introduzindo a política de ''[[Lend-Lease]]'' que autorizava o fornecimento de material e outros itens aos Aliados<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|p=165}}</ref> e criava uma zona de segurança que abrangia cerca de metade do [[Oceano Atlântico]], onde a Marinha Americana protegia os comboios britânicos.<ref>{{Cite book|last=Knell|first=Hermann|title=To Destroy a City: Strategic Bombing and Its Human Consequences in World War II|publisher=Da Capo|year=2003|isbn=0-306-81169-3|page=205}}</ref> Como resultado, a Alemanha e os Estados Unidos viram-se envolvidos em uma sustentada guerra naval no Atlântico Norte e Central em outubro de 1941, apesar de os Estados Unidos terem se mantido oficialmente neutros.<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=233–245}}</ref><ref>{{cite web|url=http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/Prelude18.html|archiveurl=http://web.archive.org/web/20080509150056/http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/Prelude18.html|archivedate=9 May 2008|title=Undeclared Naval War in the Atlantic 1941|publisher=Departamento de História da Universidade de San Diego|last=Schoenherr|first=Steven|accessdate=15 de fevereiro de 2010|date=1 de outubro de 2005}}</ref>
O Eixo expandiu-se em novembro de 1940, quando a [[Hungria]], a [[Eslováquia]] e a [[Romênia]] aderiram ao Pacto Tripartite.<ref name="Tripartite Pact">{{Cite book|title=Oxford Companion to World War II|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|chapter=Tripartite Pact|publisher=[[Oxford University Press]]|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=877}}</ref> A Romênia faria uma grande contribuição para a guerra do Eixo contra a URSS, parcialmente ao recapturar o território cedido à URSS e em parte para prosseguir com o desejo de seu líder, [[Ion Antonescu]], de combater o [[comunismo]].<ref>{{Cite book|first=Dennis|last=Deletant|chapter=Romania|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|year=2002|title=Oxford Companion to World War II|pages=745–46|isbn=0-19-860446-7}}</ref> Em outubro de 1940, a [[Guerra Greco-Italiana|Itália invadiu a Grécia]], mas em poucos dias foi repelida e foi forçada de volta para a Albânia, onde um impasse logo ocorreu.<ref>{{Cite book|last=Clogg|first=Richard|title=A Concise History of Greece|page=118|year=1992|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-80872-3}}</ref> Em dezembro de 1940, as forças britânicas da ''[[Commonwealth]]'' começaram contra-ofensivas contra as [[Operação Compasso|forças italianas no Egito]] e na [[África Oriental Italiana]].<ref>{{Cite book|last=Andrew|first=Stephen|title=The Italian Army 1940–45 (2): Africa 1940–43|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-85532-865-8|pages=9–10}}</ref> No início de 1941, depois que as forças italianas terem sido afastadas de volta para a [[Líbia Italiana|Líbia]] pela ''Commonwealth'', Churchill ordenou uma expedição de tropas na África para reforçar os gregos.<ref>{{Cite book|last=Brown|first=David|title=The Royal Navy and the Mediterranean|publisher=Routledge|year=2002|isbn=0-7146-5205-9|pages=64–65}}</ref> A [[Regia Marina|Marinha Italiana]] também sofreu derrotas significativas, quando a Marinha Real colocou três de seus navios de guerra fora de ação depois de um [[Batalha de Tarento|ataque em Tarento]] e quando vários outros de seus navios de guerra foram neutralizados na [[Batalha do Cabo Matapão]].<ref>{{Cite book|last=Jackson|first=Ashley|title=The British Empire and the Second World War|publisher=Continuum International Publishing Group|year=2006|isbn=1-85285-417-0|page=106}}</ref>
 
O Eixo expandiu-se em novembro de 1940, quando a [[Hungria]], a [[Eslováquia]] e a [[Romênia]] aderiram ao Pacto Tripartite.<ref name="Tripartite Pact">{{Cite book|title=Oxford Companion to World War II|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|chapter=Tripartite Pact|publisher=[[Oxford University Press]]|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=877}}</ref> A Romênia faria uma grande contribuição para a guerra do Eixo contra a URSS, parcialmente ao recapturar o território cedido à URSS e em parte para prosseguir com o desejo de seu líder, [[Ion Antonescu]], de combater o [[comunismo]].<ref>{{Cite book|first=Dennis|last=Deletant|chapter=Romania|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|year=2002|title=Oxford Companion to World War II|pages=745–46|isbn=0-19-860446-7}}</ref> Em outubro de 1940, a [[Guerra Greco-Italiana|Itália invadiu a Grécia]], mas em poucos dias foi repelida e foi forçada de volta para a [[Albânia]], onde um impasse logo ocorreu.<ref>{{Cite book|last=Clogg|first=Richard|title=A Concise History of Greece|page=118|year=1992|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-80872-3}}</ref>
[[Imagem:Second world war europe animation small.gif|thumb|esquerda|300px|Conquistas alemãs e outras do Eixo (em azul) na [[Europa]], durante a Segunda Guerra Mundial.]]
 
{{Imagem múltipla
Os alemães logo interviram para ajudar a Itália. Hitler enviou forças alemãs para a Líbia em fevereiro e até o final de março eles [[Campanha do Deserto Ocidental|lançaram uma ofensiva]] contra as enfraquecidas forças da ''Commonwealth''.<ref>{{Cite book|last=Laurier|first=Jim|title=Tobruk 1941: Rommel's opening move|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-84176-092-7|pages=7–8}}</ref> Em menos de um mês, as forças da ''Commonwealth'' foram empurradas de volta para o Egito com exceção do [[Cerco de Tobruk|sitiado porto de Tobruk]].<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=263–67}}</ref> A Comunidade Britânica tentou desalojar as forças do Eixo em maio e [[Operação Battleaxe|novamente em junho]], mas falhou em ambas as ocasiões.<ref>{{Cite book|last=Macksey|first=Kenneth|title=Rommel: battles and campaigns|publisher=Da Capo Press|year=1997|isbn=0-306-80786-6|pages=61–63}}</ref> No início de abril, após a assinatura da [[Bulgária]] do Pacto Tripartite, os alemães fizeram uma intervenção nos Balcãs ao [[Guerra Greco-Italiana#A intervenção alemã|invadir a Grécia]] e a [[Invasão da Iugoslávia|Iugoslávia na sequência de um golpe]]; nesse episódio os alemães também fizeram um rápido progresso e acabaram forçando os Aliados a evacuar depois que a Alemanha [[Batalha de Creta|conquistou a ilha grega de Creta]], no final de maio.<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|p=229}}</ref>
| align=center
| header=[[Ocupação da França pela Alemanha nazista]], [[Batalha da Grã-Bretanha]] e [[Pacto Tripartite]]
| header_background=gainsboro
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| image1=Hitler in Paris, 23 June 1940.jpg
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| caption1=Hitler em [[Paris]] com o arquiteto [[Albert Speer]] (esquerda) e o escultor [[Arno Breker]] (direita), em 23 de junho de 1940, após o fim da [[Batalha da França]].
| image2= St Paul after the Blitz.jpg
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| caption2=A [[Catedral de São Paulo (Londres)|Catedral de São Paulo]], em [[Londres]], parcialmente destruída após [[Blitz|bombardeios alemães sobre a capital britânica]]. A [[Batalha da Grã-Bretanha]] terminou com o avanço alemão na Europa Ocidental.
| image3=Bundesarchiv Bild 183-L09218, Berlin, Japanische Botschaft.jpg
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| caption3=Bandeiras do [[Terceiro Reich]], [[Império do Japão]] e [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino de Itália]] ([[Berlim]], Setembro de 1940).
}}
 
Em dezembro de 1940, as forças britânicas da ''[[Commonwealth]]'' começaram contra-ofensivas contra as [[Operação Compasso|forças italianas no Egito]] e na [[África Oriental Italiana]].<ref>{{Cite book|last=Andrew|first=Stephen|title=The Italian Army 1940–45 (2): Africa 1940–43|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-85532-865-8|pages=9–10}}</ref> No início de 1941, depois que as forças italianas terem sido afastadas de volta para a [[Líbia Italiana|Líbia]] pela ''Commonwealth'', Churchill ordenou uma expedição de tropas na África para reforçar os gregos.<ref>{{Cite book|last=Brown|first=David|title=The Royal Navy and the Mediterranean|publisher=Routledge|year=2002|isbn=0-7146-5205-9|pages=64–65}}</ref> A [[Regia Marina|Marinha Italiana]] também sofreu derrotas significativas, quando a Marinha Real colocou três de seus navios de guerra fora de ação depois de um [[Batalha de Tarento|ataque em Tarento]] e quando vários outros de seus navios de guerra foram neutralizados na [[Batalha do Cabo Matapão]].<ref>{{Cite book|last=Jackson|first=Ashley|title=The British Empire and the Second World War|publisher=Continuum International Publishing Group|year=2006|isbn=1-85285-417-0|page=106}}</ref>
 
Os alemães logo interviram para ajudar a Itália. Hitler enviou forças alemãs para a Líbia em fevereiro e até o final de março eles [[Campanha do Deserto Ocidental|lançaram uma ofensiva]] contra as enfraquecidas forças da ''Commonwealth'' <ref>{{Cite book|last=Laurier|first=Jim|title=Tobruk 1941: Rommel's opening move|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-84176-092-7|pages=7–8}}</ref> (''ver: [[Afrika Korps]]''). Em menos de um mês, as forças da ''Commonwealth'' foram empurradas de volta para o Egito com exceção do [[Cerco de Tobruk|sitiado porto de Tobruk]].<ref>{{Harvnb|Murray|Millett|2001|pp=263–67}}</ref> A Comunidade Britânica tentou desalojar as forças do Eixo em maio e [[Operação Battleaxe|novamente em junho]], mas falhou em ambas as ocasiões.<ref>{{Cite book|last=Macksey|first=Kenneth|title=Rommel: battles and campaigns|publisher=Da Capo Press|year=1997|isbn=0-306-80786-6|pages=61–63}}</ref> No início de abril, após a assinatura da [[Bulgária]] do Pacto Tripartite, os alemães fizeram uma intervenção nos Balcãs ao [[Guerra Greco-Italiana#A intervenção alemã|invadir a Grécia]] e a [[Invasão da Iugoslávia|Iugoslávia na sequência de um golpe]]; nesse episódio os alemães também fizeram um rápido progresso e acabaram forçando os Aliados a evacuar depois que a Alemanha [[Batalha de Creta|conquistou a ilha grega de Creta]], no final de maio.<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|p=229}}</ref>
 
Os Aliados tiveram alguns sucessos durante este tempo. No [[Oriente Médio]], as forças da ''Commonwealth'' primeiro [[Guerra Anglo-Iraquiana|anularam um golpe de Estado no Iraque]], que tinha sido apoiado por aviões alemães a partir de bases dentro da [[Mandato Francês da Síria|Síria]] controlada pela [[França de Vichy]],<ref>{{Cite book|last=Watson|first=William E|title=Tricolor and Crescent: France and the Islamic World|publisher=Greenwood Publishing Group|year=2003|isbn=0-275-97470-7|page=80}}</ref> então, com a ajuda da [[França Livre]], [[Campanha da Síria (1941)|invadiram a Síria e o Líbano]] para evitar mais ocorrências.<ref>{{Cite book|last=Jackson|first=Ashley|title=The British Empire and the Second World War|publisher=Continuum International Publishing Group|year=2006|isbn=1-85285-417-0|page=154}}</ref> No Atlântico, os britânicos conquistaram um impulso moral público muito necessário ao afundar o emblemático couraçado alemão ''[[Bismarck (couraçado)|Bismarck]]''.<ref>{{Cite book|last=Stewart|first=Vance|title=Three Against One: Churchill, Roosevelt, Stalin Vs Adolph Hitler|publisher=Sunstone Press|year=2002|isbn=0-86534-377-2|page=159}}</ref> Talvez ainda mais importante foi a bem-sucedida resistência da [[Força Aérea Real]], durante a [[Batalha da Grã-Bretanha]], aos ataques da ''[[Luftwaffe]]'' alemã, sendo que a campanha de bombardeio alemã em grande parte acabou em maio de 1941.<ref>{{Cite book|editor=Dear, I.C.B and Foot, M.R.D. (editors)|title=The Oxford Companion to World War II|publisher=Oxford University Press|location=Oxford|year=2005|pages=108–109|chapter=Blitz|isbn=978-0-19-280670-3}}</ref>
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Com a situação na Europa e na Ásia relativamente estável, a Alemanha, o Japão e a União Soviética fizeram preparativos. Com os soviéticos desconfiados das crescentes tensões com a Alemanha e o planejamento japonês para tirar proveito da guerra na Europa, aproveitando as possessões europeias ricas em recursos no sudeste da Ásia, as duas potências assinaram o [[Pacto nipônico-soviético|pacto de neutralidade nipônico-soviético]], em abril de 1941.<ref>{{Cite book|last=Garver|first=John W|title=Chinese-Soviet Relations, 1937–1945: The Diplomacy of Chinese Nationalism|publisher=Oxford University Press|year=1988|isbn=0-19-505432-6|page=114}}</ref> Em contraste, os alemães estavam constantemente fazendo preparativos para um ataque à URSS, com as suas forças se acumulando na fronteira soviética.<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|p=195}}</ref>
 
=== Ocupações ===
 
==== Ocidente ====
 
{{Artigo principal|Europa ocupada pela Alemanha Nazista}}
{{Mais informações|Alemanha Nazi|Grande Itália}}
 
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 101I-031-2436-05A, Russland, Hinrichtung von Partisanen.jpg|direita|thumb|Prisioneiros soviéticos enforcados pelas forças alemãs em janeiro de 1943.]]
 
Na Europa, a ocupação se deu sob duas formas muito diferentes. Na [[Europa Ocidental]], [[Europa Setentrional|do Norte]] e [[Europa Central|Central]] ([[França]], [[Noruega]], [[Dinamarca]], [[Países Baixos]] e as [[Protectorado de Boêmia e Morávia|porções anexadas da Checoslováquia]]) a Alemanha estabeleceu políticas econômicas através das quais recolheu cerca de 69,5 bilhões de [[reichsmark]]s (27,8 mil milhões de dólares) até o final da guerra; este valor não inclui o considerável saque de produtos industriais, equipamentos militares, matérias-primas e outros bens.<ref>{{Cite book|last=Liberman|first=Peter|title=Does Conquest Pay?: The Exploitation of Occupied Industrial Societies|publisher=Princeton University Press|year=1998|isbn=0-691-00242-8|page=42}}</ref> Assim, a renda das nações ocupadas era superior a 40 por cento da renda alemã recolhida através de impostos, um número que aumentou para quase 40 por cento da receita total da Alemanha com a continuação da guerra.<ref>{{Cite book|last=Milward|first=Alan S|title=War, Economy, and Society, 1939–1945|publisher=University of California Press|year=1979|isbn=0-520-03942-4|page=138}}</ref>
 
No Leste Europeu, a tão esperada recompensa que seria trazida pela conquista do ''[[Lebensraum]]'' nunca foi alcançada por causa das fronteiras instáveis durante os conflitos e pela política soviética de "[[terra arrasada]]", que impediu a posse dos recursos pelos invasores alemães.<ref>{{Cite book|last=Milward|first=Alan S|title=War, Economy, and Society, 1939–1945|publisher=University of California Press|year=1979|isbn=0-520-03942-4|page=148}}</ref> Ao contrário do Ocidente, a [[Política racial da Alemanha Nazista|política racial nazista]] incentivou a brutalidade excessiva contra o que considerava ''[[Untermensch]]'' ("povos inferiores") de descendência [[Eslavos|eslava]]; a maior parte dos avanços alemães foram seguidos de [[Generalplan Ost|execuções em massa]].<ref>{{Cite book|last=Perrie|first=Maureen|last2=Lieven|first2=D. C. B|last3=Suny|first3=Ronald Grigor|title=The Cambridge History of Russia|page=232|publisher=Cambridge University Press|year=2007|isbn=0-521-86194-2}}</ref> Embora certos [[Movimento de resistência |grupos de resistência]] (''[[Partisan]]s'') tenham se formado na maioria dos territórios ocupados, eles não prejudicaram de forma significativa as operações alemãs tanto no Oriente<ref>{{Cite book|last=Hill|first=Alexander|title=The War Behind The Eastern Front: The Soviet Partisan Movement In North-West Russia 1941–1944|page=5|publisher=Routledge|year=2005|isbn=0-7146-5711-5}}</ref> quanto no Ocidente até o final de 1943.<ref>{{Cite book|last1=Christofferson|first1=Thomas R|last2=Christofferson|first2=Michael S|title=France During World War II: From Defeat to Liberation|page=156|isbn=978-0-8232-2563-7|publisher=Fordham University Press|year=2006}}</ref> Também na Alemanha, alguns grupos e indivíduos em ações isoladas fizeram oposição ao regime. Este movimento de oposição interna, pouco expressivo e disperso, ficou conhecido como a [[resistência alemã]].
 
==== Oriente ====
 
{{Principal|Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental}}
{{Mais informações|Teatro de Operações do Pacífico}}
 
Na Ásia, o [[Império do Japão]] denominou as nações sob a sua ocupação como sendo parte da "''Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental''", o que, essencialmente, era uma [[hegemonia]] japonesa que se dizia ser a libertadora dos povos colonizados.<ref>{{Cite book|last=Ikeo|first=Aiko|title=Economic Development in Twentieth Century East Asia: The International Context|page=107|publisher=Routledge|year=1997|isbn=0-415-14900-2}}</ref> Embora as forças japonesas tenham sido originalmente recebidas como libertadoras da dominação dos impérios europeus em muitos territórios, sua excessiva brutalidade pôs a opinião pública local contra eles dentro de semanas.<ref name="GSWW6_266" /> Durante a sua conquista inicial, o Japão capturou 4.000.000 [[Barril (unidade)|barris]] (640 mil m³) de [[petróleo]] (~5,5 × 105 toneladas) deixados para trás durante a retirada das forças aliadas e, em 1943, foi capaz de obter a produção das [[Índias Orientais Holandesas]] de até 50 milhões de barris (~ 6,8 × 106 t), 76 por cento de sua taxa de produção de 1940.<ref name="GSWW6_266">{{Cite book|first1=Horst|last1=Boog|first2=Werner|last2=Rahn|first3=Reinhard|last3=Stumpf|first4=Bernd|last4=Wegner|publisher=Oxford: Clarendon Press|title=Militärgeschichtliches Forschungsamt Germany and the Second World War—Volume VI: The Global War|page=266|year=2001|isbn=0-19-822888-0}}</ref>
 
Greater Asian Co-prosperity sphere.png
 
=== A guerra se torna global (1941) ===
 
{{Principal|Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|Frente do Mediterrâneo (Segunda Guerra Mundial)|Guerra do Pacífico}}
[[Ficheiro:WWII.gif|thumb|400px|Alianças durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
 
{{legenda|#00008b|[[Aliados ocidentais]] (países independentes)}}
[[Imagem:World War II alliances animated map.gif|thumb|400px|direita|<center><big>Alianças durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).</big></center>
{{legenda|#87cefa|Aliados ocidentais (colônias ou ocupações)}}
'''[[Potências do Eixo]]:'''
{{legenda|#cd5c5c|[[União Soviética]]}}
{{legenda|#000000CC641C|[[PotênciasMembros do Eixo|Eixo]] (países)}}
{{legenda|#D49C54|[[Colônia]]s e territórios ocupados pelo Eixo}}
{{legenda|#696969|Eixo (colônias ou ocupações, incluindo a [[França de Vichy]])}}
{{legenda|#ECCCBC|[[Império do Japão]] e [[Estado satélite|estados satélite]] antes de 1942.}}
{{legenda|#d3d3d3|Países neutros}}]]
'''[[Aliados da Segunda Guerra Mundial]]:'''
{{legenda|#7CCC8C|[[Aliados ocidentais]]}}
{{legenda|#84CC84|[[Domínio (política)|Domínios]] dos Aliados ocidentais}}
{{legenda|#9CE08C|Colônias e territórios ocupados pelos Aliados ocidentais}}
{{legenda|#8CBCB4|Aliados orientais ([[União Soviética]] e satélites)}}
'''Outros:'''
{{legenda|#B39795|União Soviética e satélites (antes de se unir aos Aliados)}}
{{legenda|#CCD45C|[[França de Vichy]] e colônias (oficialmente neutra, mas [[Colaboracionismo|colaboradora]] do Eixo)}}
{{legenda|#D3D3D3|[[País neutro|Países neutros]]}}
]]
 
Em 22 de junho de 1941, a Alemanha, juntamente com outros membros europeus do Eixo e a [[Finlândia]], invadiu a União Soviética durante a [[Operação Barbarossa]]. Os principais alvos dessa ofensiva surpresa<ref>{{Cite journal|last=Sella|first=Amnon|date=Julho de 1978|title="Barbarossa": Surprise Attack and Communication|journal=Journal of Contemporary History|volume=13|issue=3|pages=555–83|doi=10.1177/002200947801300308}}</ref> foram a região do [[Mar Báltico]], [[Moscou]] e [[Ucrânia]], com o objetivo final de acabar com a campanha de 1941 perto da linha de Arkhangelsk-Astrakhan (linha A-A), que ligava os mares [[Mar Cáspio|Cáspio]] e [[Mar Branco|Branco]]. O objetivo de Hitler era eliminar a União Soviética como uma potência militar, exterminar o [[comunismo]], gerar o ''[[Lebensraum]]'' ("espaço vital")<ref>{{Cite book|last=Kershaw|first=Ian|title=Fateful Choices|pages=66–69|publisher=Allen Lane|year=2007|isbn=0-7139-9712-5}}</ref> através da [[Generalplan Ost|remoção da população nativa]]<ref>{{Cite journal|first=Jonathan|last=Steinberg|title=The Third Reich Reflected: German Civil Administration in the Occupied Soviet Union, 1941–4|journal=The English Historical Review|volume=110|issue=437|date=Junho de 1995|pages=620–51}}</ref> e garantir o acesso aos recursos estratégicos necessários para derrotar os rivais restantes da Alemanha.<ref>{{Cite journal|first=Milan|last=Hauner|title=Did Hitler Want a World Dominion?|journal=Journal of Contemporary History|volume=13|issue=1|year=1978|pages=15–32|doi=10.1177/002200947801300102}}</ref>
 
Embora o [[Exército Vermelho]] estivesse se preparando para contra-ofensivas estratégicas antes da guerra,<ref>{{Cite journal|first=Cynthia A|last=Roberts|title=Planning for War: The Red Army and the Catastrophe of 1941|journal=Europe-Asia Studies|volume=47|issue=8|year=1995|pages=1293–26|doi=10.1080/09668139508412322}}</ref> a ''Barbarossa'' forçou o [[Stavka|comando supremo soviético]] a adotar uma defesa estratégica. Durante o verão, o Eixo conquistou partes significativas do território soviético, causando imensos prejuízos, tanto material quanto em vidas. Em meados de agosto, no entanto, o Alto Comando do Exército alemão decidiu [[Batalha de Smolensk (1941)|suspender a ofensiva]] de um já consideravelmente empobrecido [[Grupo de Exércitos Centro]] e desviar o [[2.º Exército Panzer]] para reforçar as tropas que avançavam em direção à região central da Ucrânia e à [[Leningrado]].<ref>{{Cite journal|first=Alan F.|last=Wilt|title=Hitler's Late Summer Pause in 1941|journal=Military Affairs|volume=45|issue=4|year=1981|pages=187–91|doi=10.2307/1987464|jstor=1987464}}</ref> A [[Batalha de Kiev|ofensiva de Kiev]] teve um sucesso esmagador, resultando no cerco e na eliminação de quatro exércitos soviéticos, além de tornar possível o avanço na [[Criméia]] e no industrialmente desenvolvido leste da Ucrânia ([[Primeira Batalha de Carcóvia]]).<ref>{{Cite book|first=John|last=Erickson|title=The Road to Stalingrad|publisher=Cassell Military|year=2003|isbn=0-304-36541-6|pages=114–137}}</ref>
 
O desvio de três quartos das tropas do Eixo e da maioria dos suas forças aéreas da França e do Mediterrâneo central para a [[Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Oriental]]<ref name="D. Glantz. Soviet-German War">{{Harvnb|Glantz|2001|p=9}}</ref> levou o [[Reino Unido]] a reconsiderar a sua grande estratégia.<ref>{{Cite journal|first=Brian P|last=Farrell|title=Yes, Prime Minister: Barbarossa, Whipcord, and the Basis of British Grand Strategy, Autumn 1941|journal=The Journal of Military History|volume=57|issue=4|year=1993|pages=599–625|doi=10.2307/2944096|jstor=2944096}}</ref> Em julho, o Reino Unido e a União Soviética formaram uma aliança militar contra a Alemanha.<ref>{{Cite book|last1=Pravda|first1=Alex|last2=Duncan|first2=Peter J. S|title=Soviet-British Relations Since the 1970s|year=1990|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-37494-4|page=29}}</ref> Os britânicos e os soviéticos [[Invasão anglo-soviética do Irã|invadiram o Irã]] para garantir o [[Corredor Persa]] e os [[Campo de petróleo|campos de petróleo]] iranianos.<ref>{{Cite book|last1=Bueno de Mesquita|first1=Bruce|last2=Smith|first2=Alastair|last3=Siverson|first3=Randolph M.|last4=Morrow|first4=James D|title=The Logic of Political Survival|publisher=MIT Press|year=2005|page=425|isbn=0-262-52440-6}}</ref> Em agosto, o Reino Unido e os Estados Unidos emitiram em conjunto a [[Carta do Atlântico]].<ref name="AdvenBrit223">{{Cite book|last=Louis|first=William Roger|title=More Adventures with Britannia: Personalities, Politics and Culture in Britain|publisher=University of Texas Press|year=1998|isbn=0-292-74708-X|page=223}}</ref>
 
[[Imagem:Kyiv-Prorizna 1941.jpg|thumb|esquerda|''Khreshchatyk'', a principal rua de [[Kiev]], após os bombardeios alemães em 1941.]]
[[Ficheiro:Soviet Offensive Moscow December 1941.jpg|thumb|esquerda|Contra-ataque soviético durante a [[Batalha de Moscou]], em dezembro de 1941.]]
 
Em outubro, quando os objetivos operacionais do Eixo na Ucrânia e na região do Báltico foram alcançados, sendo que apenas os [[Cerco a Leninegrado|cercos de Leningrado]]<ref>{{Cite journal|last=Kleinfeld|first=Gerald R|title=Hitler's Strike for Tikhvin|journal=Military Affairs|volume=47|issue=3|year=1983|pages=122–128|doi=10.2307/1988082|jstor=1988082}}</ref> e [[Cerco de Sebastopol (1941–1942)|Sebastopol]] ainda continuavam,<ref>{{Cite book|last=Shukman|first=Harold|title=Stalin's Generals|publisher=Phoenix Press|year=2001|isbn=1-84212-513-3|page=113}}</ref> uma grande [[Batalha de Moscou|ofensiva contra Moscou]] havia sido renovada. Após dois meses de intensos combates, o exército alemão quase atingiu os subúrbios da capital soviética, onde as tropas esgotadas<ref>{{Harvnb|Glantz|2001|p=26}}, "By 1 November [the Wehrmacht] had lost fully 20% of its committed strength (686,000 men), up to 2/3 of its ½-million motor vehicles, and 65 percent of its tanks. The German Army High Command (OKH) rated its 136 divisions as equivalent to 83 full-strength divisions."</ref> foram forçadas a suspender sua ofensiva.<ref>{{Cite book|first1=Klaus|last1=Reinhardt|first2=Karl B|last2=Keenan|title=Moscow-The Turning Point: The Failure of Hitler's Strategy in the Winter of 1941–42|publisher=Berg|year=1992|isbn=0-85496-695-1|page=227}}</ref> Grandes ganhos territoriais foram conquistados pelas forças do Eixo, mas sua campanha não tinha atingido os seus objetivos principais: duas cidades importantes permaneceram nas mãos da URSS, a capacidade de resistência dos soviéticos não foi eliminada e a União Soviética manteve uma parte considerável do seu potencial militar. A fase ''[[blitzkrieg]]'' da guerra na Europa havia terminado.<ref>{{Cite journal|first=A.S.|last=Milward|title=The End of the Blitzkrieg|journal=The Economic History Review|volume=16|issue=3|year=1964|pages=499–518|doi=10.1111/j.1468-0289.1964.tb01744.x}}</ref>
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O sucesso alemão na Europa incentivou o Japão a aumentar a pressão sobre os governos europeus no [[sudeste asiático]]. O governo holandês concordou em fornecer suprimentos de petróleo ao Japão a partir das [[Índias Orientais Holandesas]], recusando-se a entregar o controle político das suas colônias. A [[França de Vichy]], por outro lado, concordou com a ocupação japonesa da [[Indochina Francesa]].<ref>{{Cite book|first=Gerhard L|last=Weinberg|title=A World At Arms|publisher=Cambridge University Press|year=2005|page=248|isbn=0-521-61826-6}}</ref> Em julho de 1941, os Estados Unidos, o Reino Unido e outros governos ocidentais reagiram à [[Invasão da Indochina Francesa|invasão da Indochina]] com um congelamento de bens japoneses, enquanto os Estados Unidos (que forneciam 80% do petróleo do Japão<ref>{{Cite journal|first=Irvine H., Jr.|last=Anderson|title=The 1941 De Facto Embargo on Oil to Japan: A Bureaucratic Reflex|journal=The Pacific Historical Review|volume=44|issue=2|year=1975|jstor=3638003|page=201}}</ref>) respondeu aplicando um embargo de petróleo completo ao país.<ref>{{Cite book|title=Kaigun: Strategy, Tactics, and Technology in the Imperial Japanese Navy|last=Peattie|first=Mark R.|last2=Evans|first2=David C.|publisher=Naval Institute Press|year=1997|page=456|isbn=0-87021-192-7}}</ref> Isso significava que o Japão foi forçado a escolher entre abandonar as suas ambições na Ásia e o prosseguimento da guerra contra a China ou perder os recursos naturais que precisava; os militares japoneses não consideravam a primeira opção e muitos oficiais consideraram o embargo do petróleo como uma declaração tácita de guerra.<ref>{{Cite book|last=Lightbody|first=Bradley|title=The Second World War: Ambitions to Nemesis|year=2004|publisher=Routledge|isbn=0-415-22404-7|page=125}}</ref>
 
O [[Império Japonês]] planejava aproveitar rapidamente as colônias europeias na Ásia para criar um perímetro defensivo por todo o Pacífico Central; os japoneses, então, seriam livres para explorar os recursos do Sudeste Asiático, enquanto esgotariam os já sobrecarregados Aliados lutando uma guerra defensiva.<ref>{{Cite book|first=Gerhard L|last=Weinberg|title=A World At Arms|publisher=Cambridge University Press|year=2005|page=310|isbn=0-521-61826-6}}</ref> Para evitar uma intervenção americana nesse perímetro de segurança, foi planejada a neutralização da Frota do Pacífico dos Estados Unidos.<ref>{{Cite book|last=Morgan|first=Patrick M|title=Strategic Military Surprise: Incentives and Opportunities|publisher=Transaction Publishers|year=1983|isbn=0-87855-912-4|page=51}}</ref> Em 7 de dezembro (8 de dezembro nos fusos horários asiáticos) de 1941, o Império do Japão atacou os domínios britânicos e norte-americanos com [[Guerra do Pacífico|ofensivas quase simultâneas contra o sudeste da Ásia e o Pacífico Central]].<ref name="Wohlstetter341"/> Estas incluíram um [[Ataque a Pearl Harbor|ataque contra a frota americana em Pearl Harbor]], os [[Campanha da Malásia|desembarques na Tailândia e Malásia]] e a [[batalha de Hong Kong]].<ref name="Wohlstetter341">{{Cite book|last=Wohlstetter|first=Roberta|title=Pearl Harbor: Warning and Decision|publisher=Stanford University Press|year=1962|isbn=0-8047-0598-4|pages=341–43}}</ref>
 
{{Imagem múltipla
[[Imagem:USSArizona PearlHarbor 2.jpg|thumb|direita|O encouraçado [[USS Arizona]] [[Adernamento|adernando]] e em chamas após ser atingido por um bombardeio japonês durante o [[Ataque a Pearl Harbor]].]]
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| header=[[Operação Barbarossa]] e [[Ataque a Pearl Harbor]]
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| image1=Kyiv-Prorizna 1941.jpg
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| caption1=''Khreshchatyk'', a principal rua de [[Kiev]], após os bombardeios alemães em 1941.
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| caption2=Contra-ataque soviético durante a [[Batalha de Moscou]], em dezembro de 1941.
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| caption3=O encouraçado [[USS Arizona]] [[Adernamento|adernando]] e em chamas após ser atingido por um bombardeio japonês durante o [[Ataque a Pearl Harbor]].
}}
 
Estes ataques levaram os Estados Unidos, o Reino Unido, a China, a Austrália e vários outros países a emitir uma [[declaração de guerra]] formal contra o Japão, enquanto a União Soviética, que estava fortemente envolvida com as grandes hostilidades dos países europeus do Eixo, preferiu manter um acordo de neutralidade com os japoneses.<ref>{{Cite book|last=Dunn|first=Dennis J|title=Caught Between Roosevelt & Stalin: America's Ambassadors to Moscow|page=157|publisher=The University Press of Kentucky|year=1998|isbn=0-8131-2023-3}}</ref><ref>De acordo com Ernest May ({{Cite journal|last=May|first=Ernest|title=The United States, the Soviet Union and the Far Eastern War|journal=The Pacific Historical Review|volume=24|issue=2|year=1955|page=156|jstor=3634575}}) Churchill disse: "A declaração de guerra russa contra o Japão seria importante para a nossa vantagem, desde que, mas apenas desde que, os russos estiverem confiantes de que isso não irá prejudicar a sua Frente Ocidental".</ref> A Alemanha e as outras [[Potências do Eixo]] responderam ao declarar guerra aos Estados Unidos. Em janeiro, Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética, China e outros 22 governos menores ou exilados emitiram a [[Declaração das Nações Unidas]], ratificando assim a [[Carta do Atlântico]]<ref>{{Cite book|last1=Mingst|first1=Karen A.|last2=Karns|first2=Margaret P|title=United Nations in the Twenty-First Century|publisher=Westview Press|year=2007|isbn=0-8133-4346-1|page=22}}</ref> e tendo a obrigação de não assinar a paz em separado com qualquer uma das Potências do Eixo. Em 1941, [[Stalin]] pediu persistentemente a [[Winston Churchill|Churchill]] e [[Franklin Delano Roosevelt|Roosevelt]] para abrir uma "segunda frente" de batalha na França.<ref>Rees, Laurence (2009). World War Two Behind Closed Doors, BBC Books, p. 99 ISBN 1-4481-4045-5.</ref> A Frente Oriental tornou-se o grande teatro da guerra na Europa e os muitos milhões de vítimas soviéticas minimizaram as poucas centenas de milhares de mortes de [[Aliados Ocidentaisocidentais]]; Churchill e Roosevelt disseram que precisavam de mais tempo de preparação, o que levou a reclamações de que eles paralisaram-se para salvar vidas ocidentais às custas de vidas soviéticas.<ref name=rees406/>
 
Enquanto isso, até o final de abril de 1942, o Japão e seu aliado, a [[Tailândia]], quase conquistaram totalmente [[Birmânia]], [[Malásia]], [[Índias Orientais Holandesas]], [[Batalha de Singapura|Singapura]]<ref>{{Cite book|last=Klam|first=Julie|title=The Rise of Japan and Pearl Harbor|publisher=Black Rabbit Books|year=2002|isbn=1-58340-188-1|page=27}}</ref> e [[Rabaul]], causando fortes perdas para as tropas dos Aliados e conquistando um grande número de prisioneiros. Apesar da [[Batalha de Corregidor|resistência persistente em Corregidor]], as [[Filipinas]] [[Batalha das Filipinas (1941-1942)|foram capturadas]] em maio de 1942, forçando o governo da Commonwealth das [[Filipinas]] ao exílio.<ref>{{Cite book |editor-last=Greenfield |editor-first=Kent Roberts |last=Lewis |first=Morton |title=The Fall of the Philippines |url=http://www.history.army.mil/books/wwii/5-2/5-2_Contents.htm |chapter=XXIX. Japanese Plans and American Defenses |chapter-url=http://www.history.army.mil/books/wwii/5-2/5-2_29.htm |publisher=U.S. Government Printing Office |id=Library of Congress Catalogue Card Number: 53-63678 |page=529}} (Table 11).</ref> As forças japonesas também alcançaram vitórias navais no [[Mar da China Meridional]], [[Batalha do Mar de Java|Mar de Java]] e no [[Oceano Índico]],<ref>{{Cite book|last1=Hill|first1=J. R.|last2=Ranft|first2=Bryan|title=The Oxford Illustrated History of the Royal Navy|publisher=Oxford University Press|year=2002|isbn=0-19-860527-7|page=362}}</ref> além de [[Ataques aéreos a Darwin|bombardearem a base naval aliada]] de [[Darwin (Austrália)|Darwin]], na Austrália. O único sucesso real dos Aliados contra o Japão foi uma vitória chinesa em [[Changsha]], no início de janeiro de 1942.<ref name="ChinaBitter158">{{Harvnb|Hsiung|1992|p=158}}</ref> Estas vitórias fáceis sobre adversários despreparados deixaram o Japão confiante, além de sobrecarregado.<ref>{{Cite book |url=http://books.google.com/?id=ahYF-A3oylkC&pg=PA145 |title=The history of Japan |first=Louis G. |last=Perez |publisher=Greenwood Publishing Group |date=1 de junho de 1998 |isbn=0-313-30296-0 |accessdate=12 de novembro de 2009 |page=145}}</ref>
 
A Alemanha também manteve a iniciativa. Explorando as duvidosas decisões do comando naval americano, a [[Kriegsmarine|Marinha Alemã]] devastou navios dos Aliados ao longo da costa americana do Atlântico.<ref>{{Cite book|last=Gooch|first=John|title=Decisive Campaigns of the Second World War|page=52|publisher=Routledge|year=1990|isbn=0-7146-3369-0}}</ref> (''ver: [[Ataques na América durante a Segunda Guerra Mundial]]''). Apesar de perdas consideráveis, os membros europeus do Eixo pararam a grande ofensiva contra os soviéticos na Europa Central e no sul da Rússia, mantendo os ganhos territoriais que haviam alcançados durante o ano anterior.<ref>{{Harvnb|Glantz|2001|p=31}}</ref> No [[norte da África]], os alemães lançaram uma ofensiva em janeiro, empurrando os britânicos de volta às posições na [[Batalha de Gazala|Linha de Gazala]] no início de fevereiro,<ref>{{Cite book|last=Molinari|first=Andrea|title=Desert Raiders: Axis and Allied Special Forces 1940–43|publisher=Osprey Publishing|year=2007|isbn=1-84603-006-4|page=91}}</ref> o que foi seguido por uma calmaria temporária nos combates que a Alemanha usou para preparar as suas próximas ofensivas militares.<ref>{{Cite book|last1=Mitcham|first1=Samuel W.|last2=Mitcham|first2=Samuel W. Jr|title=Rommel's Desert War: The Life and Death of the Afrika Korps|publisher=Stein & Day|year=1982|isbn=978-0-8117-3413-4|page=31}}</ref>
 
=== Paralisação dos avanços do Eixo (1942) ===
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Com a sua capacidade de ação agressiva consideravelmente diminuída após a Batalha de Midway, o Japão optou por se concentrar em uma tentativa tardia de capturar Port Moresby por [[Campanha de Kokoda Track|uma campanha terrestre]] no [[Território de Papua]].<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|p=339}}</ref> Os americanos planejaram um contra-ataque contra as posições japonesas no sul das [[Ilhas Salomão]], principalmente em [[Guadalcanal (Ilhas Salomão)|Guadalcanal]], como um primeiro passo para a captura de [[Rabaul]], a principal base japonesa no [[Sudeste Asiático]].<ref>{{Cite book|last=Gilbert|first=Adrian|title=The Encyclopedia of Warfare: From Earliest Times to the Present Day|publisher=Globe Pequot|year=2003|isbn=1-59228-027-7|page=259}}</ref>
 
Ambos os planos começaram em julho, mas em meados de setembro, a [[Batalha de Guadalcanal]] teve prioridade para os japoneses e as tropas da Nova Guiné foram obrigadas a retirar-se da área de Port Moresby para a [[Oro (Papua-Nova Guiné)|parte norte da ilha]], onde enfrentaram tropas australianas em norte-americanas na [[Batalha de Buna-Gona]].<ref>{{Cite book|last=Swain|first=Bruce|title=A Chronology of Australian Armed Forces at War 1939–45|publisher=Allen & Unwin|year=2001|isbn=1-86508-352-6|page=197}}</ref> Guadalcanal logo tornou-se um ponto focal para ambos os lados, com o comparecimentos pesado ​​dede tropas e navios nessa batalha. Até o início de 1943, os japoneses iriam ser derrotados na ilha e [[Operação Ke|retirariam suas tropas]].<ref>{{Cite book|last=Hane|first=Mikiso|title=Modern Japan: A Historical Survey|publisher=Westview Press|year=2001|page=340|isbn=0-8133-3756-9}}</ref> Na [[Birmânia]], as forças da ''[[Commonwealth]]'' montavam duas operações. A primeira, uma ofensiva na região de Arakan no final de 1942, foi desastrosa, forçando um recuo de volta à [[Índia britânica|Índia]] em maio de 1943.<ref>{{Cite book|last=Marston|first=Daniel|title=The Pacific War Companion: From Pearl Harbor to Hiroshima|publisher=Osprey Publishing|year=2005|isbn=1-84176-882-0|page=111}}</ref> A segunda foi a inserção de [[Chindits|forças irregulares]] por trás das linhas japonesas em fevereiro, o que, até o final de abril, tinha conseguido resultados ainda duvidosos.<ref>{{Cite book|last1=Brayley|first1=Martin J|title=The British Army, 1939–45: The Far East|page=9|publisher=Osprey Publishing|year=2002|isbn=1-84176-238-5}}</ref>
 
[[Ficheiro:RIAN archive 44732 Soviet soldiers attack house.jpg|thumb|esquerda|Soldados soviéticos atacam uma casa durante a [[Batalha de Stalingrado]], em 1943.]]
 
Na [[Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Oriental]] da Alemanha, o Eixo derrotou ofensivas soviéticas na [[Crimeia|Península Kerch]] e em [[Kharkov]],<ref>{{Cite book|last=Read|first=Anthony|title=The Devil's Disciples: Hitler's Inner Circle|publisher=W. W. Norton & Company|year=2004|isbn=0-393-04800-4|page=764}}</ref> e, em seguida, lançou sua [[Fall Blau|ofensiva principal]] contra o sul da Rússia em junho de 1942, para aproveitar os campos de petróleo do [[Cáucaso]] e ocupar as [[estepe]]s de [[Kuban]], mantendo posições sobre as áreas norte e central da Frente. Os alemães dividiram o [[Grupo de Exércitos Sul]] em dois: o [[Grupo de Exércitos A]] na parte inferior do [[rio Don]] e o [[Grupo de Exércitos B]] no sudeste do Cáucaso, no [[rio Volga]]. Os soviéticos decidiram fazer sua plataforma de combate em [[Stalingrado]], que estava no caminho dos exércitos alemães que avançavam.<ref>{{Cite book|last=Davies|first=Norman|title=Europe at War 1939–1945: No Simple Victory|publisher=Macmillan|year=2006|isbn=0-333-69285-3|page=100}}</ref>
 
Em meados de novembro, os alemães tinham [[Batalha de Stalingrado|quase conquistado Stalingrado]] em severos [[Guerra urbana|combates de rua]] quando os soviéticos começaram a segunda contra-ofensiva de inverno, com o início de um [[Operação Urano|cerco às forças nazistas na cidade]]<ref>{{Cite book|last=Badsey|first=Stephen|title=The Hutchinson Atlas of World War II Battle Plans: Before and After|publisher=Taylor & Francis|year=2000|isbn=1-57958-265-6|pages=235–36}}</ref> e um [[Operação Marte (Segunda Guerra Mundial)|assalto à saliente Rzhev]], perto de Moscou, embora esta último tenha falhado desastrosamente.<ref>{{Cite book|last=Black|first=Jeremy|title=World War Two: A Military History|publisher=Routledge|year=2003|isbn=0-415-30534-9|page=119}}</ref> No início de fevereiro de 1943, o exército alemão tinha sofrido fortes perdas; as tropas alemãs em Stalingrado tinham sido forçadas a se render<ref>{{Cite book|last=Gilbert|first=Sir Martin|title=The Second World War: A Complete History|publisher=Macmillan|year=2004|isbn=0-8050-7623-9|pages=397–400}}</ref> e a linha de frente foi empurrada para trás, além da sua posição de antes da ofensiva de verão. Em meados de fevereiro, após o impulso soviético diminuir, os alemães lançaram [[Terceira batalha de Carcóvia|outro ataque em Carcóvia]], com a criação de uma saliente em sua linha de frente em volta da cidade russa de [[Kursk]].<ref>{{Cite book|last=Shukman|first=Harold|title=Stalin's Generals|publisher=Phoenix Press|year=2001|isbn=1-84212-513-3|page=142}}</ref>
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[[Ficheiro:IWM-E-6724-Crusader-19411126.jpg|thumb|upright|[[Crusader Mk VI (A15)|Tanques britânicos Crusader]] em movimento para posições avançadas durante a [[Campanha Norte-Africana]].]]
 
Em novembro de 1941, as forças da ''Commonwealth'' lançaram uma contra-ofensiva, a [[Operação Crusader]], no [[Campanha Norte-Africana|norte da África]], e recuperaram todos os ganhos que os alemães e os italianos tinham feito na região.<ref>{{Cite book|last=Gannon|first=James|title=Stealing Secrets, Telling Lies: How Spies and Codebreakers Helped Shape the Twentieth Century|publisher=Brassey's|year=2002|isbn=1-57488-473-5|page=76}}</ref> No Ocidente, preocupações com respeito ao governo japonês usar as bases da [[França de Vichy]] em [[Madagascar]] resultaram na [[Batalha de Madagascar|invasão britânica da ilha]] no início de maio de 1942.<ref>{{Cite book|last=Paxton|first=Robert O|title=Vichy France: Old Guard and New Order, 1940–1944|publisher=Knopf|isbn=0-394-47360-4|year=1972|page=313}}</ref> Esta bem-sucedida invasão foi logo compensada por uma ofensiva do Eixo na Líbia que levou os Aliados a recuar para o Egito, até que as forças do Eixo foram [[Primeira Batalha de El Alamein|paradas em El Alamein]].<ref>{{Cite book|last=Rich|first=Norman|title=Hitler's War Aims: Ideology, the Nazi State, and the Course of Expansion|publisher=Norton|year=1992|isbn=0-393-00802-9|page=178}}</ref> No continente, as incursões de [[comandos]] aliados a alvos estratégicos, culminando com a desastrosa [[Batalha de Dieppe]],<ref>{{Cite book|last=Penrose|first=Jane|title=The D-Day Companion|publisher=Osprey Publishing|isbn=1-84176-779-4|year=2004|page=129}}</ref> demonstraram incapacidade dos Aliados ocidentais em lançar uma invasão da [[Europa continental]] sem uma melhor preparação, equipamentos e segurança operacional.<ref>{{Cite book|first=Robin|last=Neillands|title=The Dieppe Raid: The Story of the Disastrous 1942 Expedition|publisher=[[Indiana University Press]]|year=2005|isbn=0-253-34781-5}}</ref>
 
Em agosto de 1942, os Aliados conseguiram repelir um [[Batalha de Alam Halfa|segundo ataque contra El Alamein]]<ref>{{cite book|last=Keegan|first=John|title=The Second World War|year=1997|publisher=Pimlico|location=Londres|isbn=0-7126-7348-2|page=277}}</ref> e, a um alto custo, conseguiu entregar suprimentos desesperadamente necessários à [[Cerco de Malta (Segunda Guerra Mundial)|Malta sitiada]].<ref>{{Cite book|last=Thomas|first=David Arthur|title=A Companion to the Royal Navy|publisher=Harrap|year=1988|isbn=0-245-54572-7|page=265}}</ref> Poucos meses depois, os Aliados [[Segunda Batalha de El Alamein|iniciaram um ataque próprio]] no Egito, desalojando as forças do Eixo e o início de uma unidade à oeste de toda a Líbia.<ref>{{Cite book|last1=Thomas|first1=Nigel|last2=Andrew|first2=Stephen|title=German Army 1939–1945 (2): North Africa & Balkans|publisher=Osprey Publishing|year=1998|isbn=1-85532-640-X|page=8}}</ref> Este ataque foi seguido pouco depois por uma [[Operação Tocha|invasão anglo-americana do Norte da África Francês]], o que resultou na captura da região pelos aliados.<ref name="AWP38">{{Cite book|last=Ross|first=Steven T|title=American War Plans, 1941–1945: The Test of Battle|publisher=Frank Cass & Co|year=1997|isbn=0-7146-4634-2|page=38}}</ref> Hitler respondeu com a deserção da colônia francesa, ordenando a ocupação da [[França de Vichy]],<ref name="AWP38" /> embora as forças de Vichy não terem resistido a esta violação do armistício, elas conseguiram afundar sua frota para evitar a sua captura pelas forças alemãs.<ref>{{Cite book|last1=Bonner|first1=Kit|last2=Bonner|first2=Carolyn|title=Warship Boneyards|page=24|year=2001|publisher=MBI Publishing Company|isbn=0-7603-0870-5}}</ref> As agora poucas forças do Eixo na África recuaram para a [[Tunísia]], que foi conquistada pelos Aliados em maio de 1943.<ref>{{Cite book|last=Collier|first=Paul|title=The Second World War (4): The Mediterranean 1940–1945|page=11|publisher=Osprey Publishing|year=2003|isbn=1-84176-539-2}}</ref>
 
=== Aliados ganham impulso (1943) ===
 
[[Imagem:Bombing of Hamburg.ogg|esquerda|thumb|Vídeo produzido pelos [[Estados Unidos]] em 1943 sobre o bombardeamento de [[Hamburgo]] pelos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]].]]
 
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No início de setembro de 1943, os Aliados ocidentais [[Invasão Aliada da Itália|invadiram a península itálica]], após um [[Armistício com a Itália|armistício com os italianos]].<ref>{{Cite book|last=McGowen|first=Tom|title=Assault From The Sea: Amphibious Invasions in the Twentieth Century|publisher=Twenty-First Century Books|year=2002|isbn=0-7613-1811-9|pages=43–44}}</ref> A Alemanha respondeu ao desarmar as forças italianas, tomar o controle militar das áreas até então controladas pela Itália<ref>{{cite book|last=Mazower|first=Mark|title=Hitler's Empire : Nazi Rule in Occupied Europe|year=2009|publisher=Penguin|location=Londres|isbn=978-0-14-101192-9|page=362}}</ref> e ao criar uma série de linhas defensivas.<ref>{{Cite book|last1=Hart|first1=Stephen|last2=Hart|first2=Russell|last3=Hughes|first3=Matthew|title=The German Soldier in World War II|publisher=MBI Publishing Company|isbn=0-7603-0846-2|year=2000|page=151}}</ref> As forças especiais alemãs [[Operação Carvalho|resgataram Mussolini]], que logo em seguida estabeleceu um novo Estado fantoche na Itália ocupada pelos alemães chamado de [[República Social Italiana]].<ref>{{Cite book|last=Blinkhorn|first=Martin|title=Mussolini and Fascist Italy|page=52|year=1984|publisher=Methuen & Co|isbn=0-415-10231-6}}</ref> Os Aliados ocidentais lutaram por várias frentes até chegar à principal linha defensiva alemã, em meados de novembro.<ref>{{Cite book|last1=Read|first1=Anthony|last2=Fisher|first2=David|title=The Fall of Berlin|page=129|publisher=Hutchinson|isbn=0-09-175337-6|year=1992}}</ref>
 
As operações alemãs no Atlântico também sofreram. Em [[Maio Negro|maio de 1943 ([[Maio Negro]]), conforme contra-ofensivas aliadas se tornavam cada vez mais eficazes]], as consideráveis perdas resultantes de ​​submarinossubmarinos alemães forçaram a suspensão temporária da campanha naval alemã no Atlântico.<ref>{{cite book|last=Padfield|first=Peter|title=War Beneath the Sea : Submarine Conflict During World War II|year=1998|publisher=John Wiley|location=Nova York|isbn=0-471-24945-9|pages=335–336|edition=paperback.}}</ref> Em novembro de 1943, [[Franklin Delano Roosevelt|Franklin D. Roosevelt]] e [[Winston Churchill]] se encontraram com [[Chiang Kai-shek]] [[Conferência do Cairo|no Cairo]]<ref name="Iriye154">{{Cite book|last=Iriye|first=Akira|title=Power and culture: the Japanese-American war, 1941–1945|publisher=Harvard University Press|year=1981|isbn=0-674-69582-8|page=154}}</ref> e, depois, com [[Joseph Stalin]] [[Conferência de Teerã|em Teerã]].<ref name="polley148">{{Cite book|last=Polley|first=Martin|title=A-Z of modern Europe since 1789|publisher=Taylor & Francis|year=2000|isbn=0-415-18598-X|page=148}}</ref> A primeira conferência determinou o recuo do território japonês no pós-guerra,<ref name="Iriye154"/> enquanto a última incluía um acordo de que os Aliados ocidentais invadiriam a Europa em 1944 e de que a União Soviética iria declarar guerra ao Japão dentro de três meses após a derrota da Alemanha.<ref name="polley148"/> A inteligência alemã pôs em prática a malsucedida [[Operação Long Jump]], cujo objetivo era capturar (ou assassinar) os líderes reunidos em Teerã.
 
[[Ficheiro:IND 004723.jpg|thumb|Tropas britânicas acionando um [[morteiro]] durante a [[Batalha de Imphal]], no Nordeste da [[Índia britânica|Índia]], em 1944.]]
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Desde novembro de 1943, durante a Batalha de Changde, os chineses forçaram o Japão a lutar uma custosa guerra de atrito, enquanto aguardavam as forças aliadas.<ref name=H161>ed. Hsiung, James C. and Steven I. Levine ''China's Bitter Victory: The War with Japan 1937–1945'', p. 161</ref><ref name=Hsu>Hsu Long-hsuen and Chang Ming-kai (1971) ''History of The Sino-Japanese War (1937–1945)'' 2nd Ed. Translated by Wen Ha-hsiung. Chung Wu Publishing. pp. 412–416, Map 38</ref> Em janeiro de 1944, os Aliados lançaram uma série de [[Batalha de Monte Cassino|ataques na Itália contra a linha em Monte Cassino]] e tentaram flanquear desembarques em Anzio.<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|pp=660–661}}</ref> Até o final de janeiro, uma grande ofensiva soviética [[Cerco a Leninegrado|expulsou as forças alemãs]] da [[Oblast de Leningrado|região de Leningrado]], terminando com o mais longo e letal cerco da história.<ref>{{Cite book|last=Glantz|first=David M|title=The siege of Leningrad, 1941–1944: 900 days of terror|publisher=Zenith Imprint|year=2001|isbn=0-7603-0941-8|pages=166–69}}</ref>
 
A próxima ofensiva soviética foi interrompida nas fronteiras pré-guerra da Estônia pelo [[Grupo de Exércitos Norte]] alemão auxiliado por [[Ocupação da Estônia pela Alemanha Nazista|estonianos que tinham a esperança de restabelecer a independência nacional]]. Este atraso diminuiu as subsequentes operações soviéticas na região do [[Mar Báltico]].<ref name=glantz>{{Cite book|first=David M|last=Glantz|title=The Battle for Leningrad: 1941–1944|publisher=University Press of Kansas|location=Lawrence|year=2002|isbn=0-7006-1208-4}}</ref> No final de maio de 1944, os soviéticos tinham libertado a Crimeia, expulsado a maior parte das forças do Eixo da Ucrânia e feito incursões na Romênia, que foram repelidas pelas tropas do Eixo.<ref>{{Cite book|last=Chubarov|first=Alexander|title=Russia's Bitter Path to Modernity: A History of the Soviet and Post-Soviet Eras|page=122|isbn=0-8264-1350-1|publisher=Continuum International Publishing Group|year=2001}}</ref> As ofensivas Aliadas na Itália tinha tido sucesso e, às custas de permitir o recuo de várias divisões alemãs, em 4 de junho [[Roma]] foi capturada.<ref>{{Cite book|last=Havighurst|first=Alfred F|title=Britain in Transition: The Twentieth Century|year=1962|publisher=The University of Chicago Press|isbn=0-226-31971-7|page=344}}</ref>
 
Os Aliados experimentaram sortes diferentes na Ásia continental. Em março de 1944, os japoneses lançaram a primeira de duas invasões: uma operação contra as posições britânicas em [[Assam]], na [[Índia britânica|Índia]],<ref>{{Cite book|last=Lightbody|first=Bradley|title=The Second World War: Ambitions to Nemesis|year=2004|publisher=Routledge|isbn=0-415-22404-7|page=224}}</ref> e logo cercaram as posições da ''Commonwealth'' em [[Batalha de Imphal|Imphal]] e [[Batalha de Kohima|Kohima]].<ref name="Zeiler">{{Cite book|last=Zeiler|first=Thomas W|title=Unconditional Defeat: Japan, America, and the End of World War II|publisher=Scholarly Resources|year=2004|isbn=0-8420-2991-5|page=60}}</ref> Em maio de 1944, as forças britânicas montaram uma contra-ofensiva que levou as tropas japonesas de volta para a Birmânia<ref name="Zeiler"/> e as forças chinesas que invadiram o norte da Birmânia no final de 1943 sitiaram as tropas japonesas em [[Myitkyina]].<ref>{{Cite book|last1=Craven|first1=Wesley Frank|last2=Cate|first2=James Lea|title=The Army Air Forces in World War II, Volume Five—The Pacific, Matterhorn to Nagasaki|page=207|publisher=Chicago University Press|year=1953}}<!--NOTE: NO ISBN--></ref> A [[Operação Ichi-Go|segunda invasão japonesa]] tentou destruir as principais forças de combate da China, proteger as ferrovias entre os territórios ocupados e os aeroportos Aliados capturados pelo Japão.<ref>{{Cite book|last1=Hsiung|first1=James Chieh|last2=Levine|first2=Steven I|title=China's Bitter Victory: The War with Japan, 1937–1945|page=163|year=1992|publisher=M.E. Sharpe|isbn=1-56324-246-X}}</ref> Em junho, os japoneses tinham conquistado a província de [[Henan]] e começaram um ataque renovado contra [[Changsha]], na província de [[Hunan]].<ref>{{Cite book|last=Coble|first=Parks M|title=Chinese Capitalists in Japan's New Order: The Occupied Lower Yangzi, 1937–1945|page=85|publisher=University of California Press|year=2003|isbn=0-520-23268-2}}</ref>
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[[Imagem:Into the Jaws of Death 23-0455M edit.jpg|thumb|esquerda|A [[Batalha da Normandia|Invasão da Normandia]] pelos Aliados em 6 de junho de 1944, episódio conhecido como [[Dia D]].]]
 
Em 6 de junho de 1944 (conhecido como [[Desembarques da Normandia|Dia D]]), depois de três anos de pressão soviética,<ref name=rees406>Rees, Laurence (2009). ''World War Two Behind Closed Doors'', BBC Books, pp. 406–7 ISBN 1-4481-4045-5. "Stalin always believed that Britain and America were delaying the second front so that the Soviet Union would bear the brunt of the war"</ref> os Aliados ocidentais [[batalha da Normandia|invadiram o norte da França]]. Após reatribuir várias divisões Aliadas da Itália, eles também [[Operação Dragão|atacaram o sul da França]].<ref>{{Harvnb|Weinberg|1995|p=695}}</ref> Os desembarques foram bem sucedidos e levaram à derrota das unidades do exército alemão na França. Paris [[Liberação de Paris|foi libertada]] pela [[Resistência francesa|resistência local]], com o apoio das [[França Livre|Forças da França Livre]] em 25 de agosto<ref>{{Cite book|last=Badsey|first=Stephen|title=Normandy 1944: Allied Landings and Breakout|page=91|year=1990|publisher=Osprey Publishing|isbn=0-85045-921-4}}</ref> e os Aliados ocidentais continuaram a forçar o recuo das forças alemãs na [[Europa Ocidental]] durante a última parte do ano. Uma tentativa de avançar para o norte da Alemanha liderada por [[Operação Market Garden|uma grande operação aérea]] nos [[Países Baixos]] terminou em um fracasso.<ref>{{Cite book|title=Oxford Companion to World War II|editor1-first=I. C. B.|editor1-last=Dear|editor2-first=M. R. D|editor2-last=Foot|chapter=Market-Garden|publisher=[[Oxford University Press]]|year=2002|isbn=0-19-860446-7|page=877}}</ref> Depois disso, os Aliados ocidentais lentamente moveram-se para Alemanha, sem sucesso, tentando atravessar o rio [[Rur]] em uma grande ofensiva. Na Itália, o avanço Aliado também desacelerou, quando se depararam com a [[Linha Gótica|última grande linha de defesa alemã]].<ref>{{cite web|first=Amedeo|last=Montemaggi|url=http://www.gothicline.org/inglese/offensiva/offensiva.htm|title=Battle of Rimini|year=2002|work=[http://www.gothicline.org/inglese/index.htm Centro Internazionale Documentazione "Linea Gotica" website]|accessdate=20 de novembro de 2008}}</ref>
 
[[Ficheiro:RIAN archive 633180 Stream crossing.jpg|thumb|Tropas e equipamentos do [[Exército Vermelho]] atravessando um rio durante o verão do hemisfério norte em 1944.]]
[[Ficheiro:Warsaw Uprising by Deczkowki - Kolegium A -15861.jpg|thumb|Rebeldes poloneses durante a [[Revolta de Varsóvia]], em que cerca de 200 000 civis morreram.]]
 
Em 22 de junho, os soviéticos lançaram uma ofensiva estratégica na Bielorrússia (conhecida como "[[Operação Bagration]]"), que resultou na destruição quase completa do [[Grupo de Exércitos Centro]] alemão.<ref>The operation "was the most calamitous defeat of all the German armed forces in World War II" ({{Cite book|last=Zaloga|first=Steven J|title=Bagration 1944: The destruction of Army Group Centre|publisher=Osprey Publishing|year=1996|isbn=1-85532-478-4|page=7}})</ref> Logo depois, outra ofensiva soviética estratégica forçou o recuo das tropas alemãs da Ucrânia ocidental e Polônia oriental. O sucesso do avanço das tropas soviéticas impulsionou [[Armia Krajowa|forças de resistência na Polônia]] a iniciar várias revoltas, embora a maior delas, [[Revolta de Varsóvia|em Varsóvia]], além de uma [[Revolta Nacional Eslovaca|revolta eslovaca]] no sul, não terem recebido auxílio soviético e acabarem sendo abatidas por forças alemãs.<ref>{{Cite book|last=Berend|first=Ivan T.|title=Central and Eastern Europe, 1944–1993: Detour from the Periphery to the Periphery|isbn=0-521-55066-1|publisher=Cambridge University Press|year=1999|page=8}}</ref> A ofensiva estratégica do Exército Vermelho no leste da Romênia desestabilizou e destruiu consideravelmente as tropas alemãs na região e desencadeou um bem sucedido [[Golpe de Estado na Romênia em 1944|golpe de Estado na Romênia]] e [[Golpe de Estado na Bulgária em 1944|na Bulgária]], seguido pelo deslocamento desses países para o lado dos Aliados.<ref name="countrystudies.us">{{cite web|url=http://countrystudies.us/romania/23.htm|title=Armistice Negotiations and Soviet Occupation|publisher=US Library of Congress|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref>
 
Em setembro de 1944, as tropas do [[Exército Vermelho]] soviético avançaram para a [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia]] e forçaram a rápida retirada dos Grupos E e F do exército alemão na [[Ocupação da Grécia pelas potências do Eixo|Grécia]], [[Ocupação da Albânia pela Alemanha nazista|Albânia]] e [[Frente Iugoslava|Iugoslávia]].<ref>{{Cite book|last1=Hastings|first1=Max|last2=Paul Henry|first2=Collier|title=The Second World War: a world in flames|publisher=Osprey Publishing|year=2004|isbn=1-84176-830-8|pages=223–4}}</ref> Neste ponto, os [[Partisans iugoslavos|partisans]] apoiados pelos comunistas e liderados pelo Marechal [[Josip Broz Tito]], que havia liderado [[Frente Iugoslava|uma campanha de guerrilha cada vez mais bem-sucedida]] contra a ocupação desde 1941, controlavam grande parte do território iugoslavo e estavam engajados em retardar os esforços contra as forças alemãs mais ao sul. No norte da [[Sérvia (1941-1944)|Sérvia]], o Exército Vermelho, com apoio limitado de forças búlgaras, ajudou os guerrilheiros[[guerrilheiro]]s em uma libertação conjunta de capital [[Belgrado]] em 20 de outubro. Poucos dias depois, os soviéticos lançaram um ataque maciço contra a Hungria ocupada pelos alemães, que durou até a [[Cerco de Budapeste|queda de Budapeste]], em fevereiro de 1945.<ref>{{Cite book|last1=Wiest|first1=Andrew A|last2=Barbier|first2=M. K|title=Strategy and Tactics Infantry Warfare|publisher=Zenith Imprint|year=2002|isbn=0-7603-1401-2|pages=65–6}}</ref> Em contraste com as impressionantes vitórias soviéticas nos Balcãs[[Bálcãs]], a [[Guerra da Continuação|pungente resistência finlandesa]] contra a ofensiva soviética no [[Istmo da Carélia]] impediu a ocupação do [[Finlândia|território finlandês]] e levou à assinatura do [[Armistício de Moscou|armistício soviético-finlandês]] em condições relativamente suaves, com a subsequente [[Guerra da Lapônia|mudança da Finlândia para o lado dos Aliados]].<ref>{{Cite book|last=Wiktor|first=Christian L|title=Multilateral Treaty Calendar – 1648–1995|publisher=Kluwer Law International|year=1998|isbn=90-411-0584-0|page=426}}</ref><ref name=newton>{{Cite book|first=Steven H|last=Newton|title=Retreat from Leningrad : Army Group North, 1944/1945|publisher=Schiffer Books|location=Atglen, Philadelphia|year=1995|isbn=0-88740-806-0}}</ref>
 
Até o início de julho, as forças da ''Commonwealth'' no [[sudeste asiático]] haviam repelido os cercos japoneses em Assam, empurrando os japoneses para o rio Chindwin<ref>{{Cite book|last=Marston|first=Daniel|title=The Pacific War Companion: From Pearl Harbor to Hiroshima|publisher=Osprey Publishing|year=2005|isbn=1-84176-882-0|page=120}}</ref> enquanto os chineses capturaram [[Myitkyina]]. Na China, os japoneses estavam tendo maiores sucessos, tendo finalmente tomado [[Changsha]], em meados de junho, e a cidade de [[Hengyang]], no início de agosto.<ref>{{Harvnb|Jowett|Andrew|2002|p=8}}</ref> Logo depois, eles ainda invadiram a província de [[Guangxi]], vencendo batalhas importantes contra as forças chinesas em [[Guilin]] e [[Liuzhou]] até o final de novembro<ref>{{Cite book|last=Howard|first=Joshua H|title=Workers at War: Labor in China's Arsenals, 1937–1953|publisher=Stanford University Press|year=2004|isbn=0-8047-4896-9|page=140}}</ref> e com sucesso ligando as suas forças na China e na [[Indochina]] em meados de dezembro.<ref>{{Cite book|last=Drea|first=Edward J|title=In the Service of the Emperor: Essays on the Imperial Japanese Army|publisher=University of Nebraska Press|year=2003|isbn=0-8032-6638-3|page=54}}</ref>
 
No Pacífico, as forças norte-americanas continuaram a pressionar o perímetro japonês. Em meados de junho de 1944, elas começaram [[Campanha nas Ilhas Mariana e Palau|sua ofensiva contra as ilhas Marianas e Palau]] e derrotaram as forças japonesas na [[Batalha do Mar das Filipinas]]. Estas derrotas levaram à renúncia de primeiro-ministro japonês [[Hideki Tōjō]] e muniram os Estados Unidos com bases aéreas para lançar ataques de bombardeiros pesados e ​​intensivosintensivos sobre as ilhas japonesas. No final de outubro, as forças norte-americanas invadiram a ilha filipina de [[Leyte (ilha)|Leyte]]; logo depois, as forças navais aliadas marcaram outra grande vitória na [[Batalha do Golfo de Leyte]], uma das maiores [[Guerra naval|batalhas navais]] da história.<ref>{{Cite book|last1=Cook|first1=Chris|last2=Bewes|first2=Diccon|title=What Happened Where: A Guide to Places and Events in Twentieth-Century History|page=305|year=1997|publisher=UCL Press|isbn=1-85728-532-8}}</ref>
 
=== Colapso do Eixo e vitória dos Aliados (1945) ===
 
[[Imagem:AmericanAndSovietAtElbe.jpg|thumb|direita|Tropas [[Estados Unidos|estadunidenses]] e [[União Soviética|soviéticas]] se encontram em abril de 1945, a leste do [[rio Elba]].]]
{{Principal|Dia da Vitória na Europa|Dia V-J|Rendição do Japão}}
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-R77767, Berlin, Rotarmisten Unter den Linden.jpg|thumb|direita|Após a [[Batalha de Berlim]], os soldados [[União Soviética|soviéticos]] içaram a [[Bandeira da União Soviética|sua bandeira]] na varanda do Hotel Adlon, na capital alemã.]]
{{Anexo|Lista de conferências da Segunda Guerra Mundial}}
 
[[Imagem:Second world war europe animation small.gif|thumb|direita|300px|Conquistas alemãs e outras do Eixo (em azul) e o avanço da contraofensiva aliada (rosa/vermelho) na [[Europa]], durante a Segunda Guerra Mundial.]]
 
Em 16 de dezembro de 1944, a Alemanha tentou sua última e desesperada medida para obter sucesso na [[Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Ocidental]], usando a maior parte das suas reservas restantes para lançar uma [[Batalha das Ardenas|grande contra-ofensiva nas Ardenas]] para tentar dividir os Aliados ocidentais, cercar grandes porções de tropas aliadas e tomar a sua porta de alimentação primária na [[Antuérpia]], com o objetivo de levar a uma solução política.<ref name="parkerxiii">{{Cite book|last=Parker|first=Danny S|title=Battle of the Bulge: Hitler's Ardennes Offensive, 1944–1945|publisher=Da Capo Press|year=2004|isbn=0-306-81391-2|pages=xiii–xiv, 6–8, 68–70 & 329–330}}</ref> Em janeiro, a ofensiva tinha sido repelida sem cumprir os seus objetivos estratégicos.<ref name="parkerxiii"/> Na Itália, os Aliados ocidentais ficaram num impasse na linha defensiva alemã. Em meados de janeiro de 1945, os soviéticos atacaram na Polônia, [[Ofensiva no Vistula–Oder|movendo-se do Vístula ao rio Oder]], na Alemanha, e invadiram a [[Prússia Oriental]].<ref>{{Harvnb|Glantz|2001|p=85}}</ref> Em 4 de fevereiro, os líderes norte-americanos, britânicos e soviéticos se encontraram na [[Conferência de Yalta]]. Eles concordaram com a [[Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha|ocupação da Alemanha no pós-guerra]]<ref>{{Cite book|last=Solsten|first=Eric|title=Germany: A Country Study|publisher=DIANE Publishing|year=1999|isbn=0-7881-8179-3|pages=76–7}}</ref> e sobre quando a União Soviética iria se juntar à guerra contra o Japão.<ref>{{Cite book|year=1967|author=United States Dept. of State|title=The China White Paper, August 1949|page=113|publisher=Stanford University Press|isbn=0-8047-0608-5}}</ref>
 
Em fevereiro, os soviéticos invadiram a [[Silésia]] e a [[Ofensiva na Pomerânia|Pomerânia]], enquanto Aliados ocidentais entraram na [[Alemanha Ocidental]] e aproximaram-se do [[rio Reno]]. Em março, os Aliados ocidentais atravessaram o norte do Reno e o [[Remagen|sul]] do [[Rio Ruhr|Ruhr]], cercando o [[Grupo de Exércitos B]] alemão,<ref>{{Cite book|last=Buchanan|first=Tom|title=Europe's troubled peace, 1945–2000|publisher=Wiley-Blackwell|year=2006|isbn=0-631-22163-8|page=21}}</ref> enquanto os soviéticos avançaram para [[Viena]]. No início de abril, os Aliados ocidentais finalmente avançaram na Itália e atravessaram a Alemanha Ocidental, enquanto as forças soviéticas [[Batalha de Berlim|invadiram Berlim]] no final de abril; as duas forças encontraram-se no [[rio Elba]] em 25 de abril. Em 30 de abril de 1945, o ''[[Palácio do Reichstag|Reichstag]]'' foi capturado, simbolizando a derrota militar do [[Terceiro Reich]].<ref>{{Cite journal|first=Donald E|last=Shepardson|title=The Fall of Berlin and the Rise of a Myth|journal=The Journal of Military History|volume=62|issue=1|year=1998|pages=135–154|doi=10.2307/120398|jstor=120398}}</ref>
 
Várias mudanças de liderança ocorreram durante este período. Em 12 de abril, o então presidente dos Estados Unidos, Roosevelt, morreu e foi sucedido por [[Harry S. Truman]]. Benito Mussolini foi morto por [[Resistência italiana|partisans italianos]] em 28 de abril.<ref>{{Cite book|last=O'Reilly|first=Charles T|title=Forgotten Battles: Italy's War of Liberation, 1943–1945|publisher=Lexington Books|year=2001|isbn=0-7391-0195-1|page=244}}</ref> Dois dias depois, [[Morte de Adolf Hitler|Hitler cometeu suicídio]] e foi sucedido pelo [[Grande Almirante]] [[Karl Dönitz]].<ref>{{Harvnb|Kershaw|2001|p=823}}</ref>
 
Na Itália, a rendição assinada em 29 de abril pelo comando das forças alemãs naquele país, se efetivou em 2 de maio.<ref>[[Departamento de Estado dos Estados Unidos|Depto de Estado dos EUA]], Charles Irving Bevans "Treaties and other international agreements of the United States 1776-1949, Volume 3 Multilateral 1931-1945" {{en}} Publicação nr. 8484, Novembro 1969, Página 1102, ítem 02 [http://books.google.com.br/books?id=lM8WAAAAYAAJ&pg=PA1102&dq=1945+german+surrender+italy+1945+date&hl=pt-BR&sa=X&ei=MGWtUf2PK5Lb4AO-goGYDA&ved=0CDUQ6AEwATgK#v=onepage&q=1945%20german%20surrender%20italy%201945%20date&f=false visualização Google Livros] </ref> O tratado de rendição alemão foi assinado [[Dia da Vitória na Europa|em 7 de maio]] em [[Reims]]<ref name="BritWarxiv">{{Cite book|last=Donnelly|first=Mark|title=Britain in the Second World War|publisher=Routledge|year=1999|isbn=0-415-17425-2|page=xiv}}</ref> e ratificado [[Dia da Vitória (9 de maio)|em 8 de maio]] em Berlim.<ref>Pinkus, Oscar . The war aims and strategies of Adolf Hitler, McFarland, 2005, ISBN 0-7864-2054-5, ISBN 978-0-7864-2054-4, p.&nbsp;501–3</ref> O [[Grupo de Exércitos Centro]] alemão [[Ofensiva de Praga|resistiu em Praga]] até o dia 11 de maio.<ref name="Glantz">{{Cite book|last=Glantz|first=David M.|title=When Titans Clashed: How the Red Army Stopped Hitler|publisher=[[University Press of Kansas]]|location=Lawrence, Kansas|year=1995|isbn=0-7006-0899-0|page=34}}</ref>
 
[[Imagem:Nagasakibomb.jpg|esquerda|thumb|upright|[[Explosão nuclear]] em [[Nagasaki]], [[Império japonês|Japão]], em 9 de agosto de 1945.]]
 
No Pacífico, as forças estadunidenses acompanhadas por forças da Comunidade das [[Filipinas]] avançaram no território filipino, [[Batalha de Leyte|tomando Leyte]] até o final de abril de 1945. Eles [[Batalha de Luzon|desembarcaram em Luzon]] em janeiro de 1945 e [[Batalha de Manila (1945)|ocuparam Manila]] em março, deixando-a em ruínas. Combates continuaram em [[Luzon]], [[Mindanao]] e em outras ilhas das Filipinas até o final da guerra.<ref>{{Cite book|last=Chant|first=Christopher|year=1986|title=The Encyclopedia of Codenames of World War II|publisher=Routledge & Kegan Paul|page=118|isbn=0710207182}}</ref>
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Como o Japão continuou a ignorar os termos de Potsdam, os Estados Unidos [[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki|lançam bombas atômicas]] sobre as cidades japonesas de [[Hiroshima]] e [[Nagasaki]] em agosto. Entre as duas bombas, os soviéticos, em conformidade com o acordo de Yalta, [[Operação Tempestade de Agosto|invadem a Manchúria, dominada pelos japoneses]] e rapidamente derrotam o [[Exército de Guangdong]], que era a principal força de combate japonesa.<ref>{{Cite journal|last=Glantz |first=David M |title= August Storm: The Soviet Strategic Offensive in Manchuria |work=Leavenworth Papers | publisher= Combined Arms Research Library|url=http://www-cgsc.army.mil/carl/resources/csi/glantz3/glantz3.asp |archiveurl=http://web.archive.org/web/20080302130751/http://www-cgsc.army.mil/carl/resources/csi/glantz3/glantz3.asp |archivedate=2 March 2008 |year=2005 |oclc=78918907 |accessdate=25 January 2010 |ref=harv |postscript=<!--None-->}}</ref><ref>{{Cite journal|first=Robert A|last=Pape|title=Why Japan Surrendered|journal=International Security|volume=18|issue=2|date=Autumn 1993|pages=154–201|ref=harv|doi=10.2307/2539100|jstor=2539100}}</ref> O [[Exército Vermelho]] também captura a ilha [[Sacalina]] e as [[ilhas Curilas]]. Em 15 de agosto de 1945 o [[Rendição do Japão|Japão se rende]], sendo os [[Ata de rendição do Japão|documentos de rendição]] finalmente assinados a bordo do convés do navio de guerra americano [[USS Missouri (BB-63)|USS Missouri]] em 2 de setembro de 1945, o que pôs fim à guerra.<ref name="BritWarxiv">{{Cite book|last=Donnelly|first=Mark|title=Britain in the Second World War|publisher=Routledge|year=1999|isbn=0415174252|page=xiv}}</ref>
 
{{Imagem múltipla
| align=center
| header=Momentos finais do conflito.
| header_background=gainsboro
| footer=
| image1=AmericanAndSovietAtElbe.jpg
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| caption1=Tropas [[Estados Unidos|estadunidenses]] e [[União Soviética|soviéticas]] se encontram em abril de 1945, a leste do [[rio Elba]].
| image2=Bundesarchiv Bild 183-R77767, Berlin, Rotarmisten Unter den Linden.jpg
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| caption2=Após a [[Batalha de Berlim]], os soldados [[União Soviética|soviéticos]] içaram a [[Bandeira da União Soviética|sua bandeira]] na varanda do Hotel Adlon, na capital alemã.
| image3=Nagasakibomb.jpg
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| caption3=[[Explosão nuclear]] em [[Nagasaki]], [[Império japonês|Japão]], em 9 de agosto de 1945.
}}
 
== Consequências ==
 
{{Principal|Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria|Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha|Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|Plano Marshall|Organização das Nações Unidas|Guerra Fria}}
 
[[Imagem:Churchill waves to crowds.jpg|thumb|O [[Primeiro-ministro do Reino Unido|primeiro-ministro]] [[Winston Churchill]] profere o sinal de "Vitória" para multidões em [[Londres]], no [[Dia da Vitória na Europa|Dia V-E]].]]
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-14059-0018, Berlin, Oberbefehlshaber der vier Verbündeten.jpg|thumb|Os Comandantes Supremos em 5 de junho de 1945 em Berlim: [[Bernard Montgomery]], [[Dwight D. Eisenhower]], [[Georgy Zhukov]] e [[Jean de Lattre de Tassigny]].]]
 
Os Aliados estabeleceram administrações de ocupação na [[Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria|Áustria]] e na [[Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha|Alemanha]]. O primeiro se tornou um [[estado neutro]], não alinhado com qualquer bloco político. O último foi dividido em zonas de ocupação ocidentais e orientais controlada pelos [[Aliados Ocidentais]] e pela [[União Soviética]], respectivamente ('' ver: [[Conselho de Controlo Aliado]]''). Um programa de "[[desnazificação]]" da Alemanha levou à [[Julgamentos de Nuremberg|condenação de criminosos de guerra nazistas]] e à remoção de ex-nazistas do poder, ainda que esta política tenha se alterado para a [[anistia]] e a reintegração dos ex-nazistas na sociedade da [[Alemanha Ocidental]].<ref>Norbert Frei. Adenauer's Germany and the Nazi Past: The Politics of Amnesty and Integration. Translated by Joel Golb. Nova York: Columbia University Press. 2002. ISBN <span dir="ltr">0231118821</span>, p, 41–66.</ref> A Alemanha perdeu um quarto dos seus territórios pré-guerra (1937); os territórios orientais: [[Silésia]], [[Neumark]] e a maior parte da [[Pomerânia]] foram assumidos pela [[Polônia]]; a [[Prússia Oriental]] foi dividida entre a Polônia e a URSS, seguida pela [[Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|expulsão de 9 milhões de alemães]] dessas províncias, bem como de 3 milhões de alemães dos [[Sudetos]], na [[Tchecoslováquia]], para a Alemanha. Na década de 1950, um em cada cinco habitantes da Alemanha Ocidental era um refugiado do leste. A URSS também assumiu as províncias polonesas a leste da [[linha Curzon]] (das quais 2 milhões de poloneses foram expulsos),<ref name="stalinswars43">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey |title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953 |publisher=Yale University Press |year=2006 |isbn=0300112041|page=43}}</ref> leste da [[Romênia]],<ref name="stalinswars55">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey |title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953 |publisher=Yale University Press |year=2006 |isbn=0300112041|page=55}}</ref><ref name="shirer794">{{Cite book|last=Shirer|first=William L.|title=The Rise and Fall of the Third Reich: A History of Nazi Germany|publisher=Simon and Schuster|year=1990|isbn=0671728687|page=794|ref=harv|postscript=<!--None-->}}</ref> e parte do leste da [[Finlândia]]<ref name="ckpipe">{{Cite book|last=Kennedy-Pipe|first=Caroline|title=Stalin's Cold War|publisher=Manchester University Press|year=1995|isbn=0719042011}}</ref> e três [[países Bálticos]].<ref name="wettig20">{{Cite book|last=Wettig|first=Gerhard|title=Stalin and the Cold War in Europe|publisher=Rowman & Littlefield|year=2008|isbn=0742555429|pages=20–21}}</ref><ref name="senn">{{Cite book|last=Senn|first=Alfred Erich|title=Lithuania 1940: revolution from above|publisher=Rodopi|year=2007|isbn=9789042022256}}</ref>
{{Principal|Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria|Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha|Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|Plano Marshall|Organização das Nações Unidas|Guerra Fria}}
 
Em um esforço para manter a paz,<ref>{{Cite book|last=Yoder|first=Amos|title=The Evolution of the United Nations System|publisher=Taylor & Francis|year=1997|isbn=1560325461|page=39}}</ref> os [[Aliados (Segunda Guerra Mundial)|Aliados]] formaram a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), que oficialmente passou a existir em 24 de outubro de 1945,<ref>{{cite web|url=http://www.un.org/aboutun/history.htm|title=History of the UN|publisher=United Nations|accessdate=2010-01-25}}</ref> e aprovaram a [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] em 1948, como um padrão comum para todos os [[Estados-membros das Nações Unidas|Estados-membro]].<ref>{{cite web|title=The Universal Declaration of Human Rights, Article 2 |url=http://www.un.org/en/documents/udhr/|publisher=United Nations|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref> A aliança entre os Aliados Ocidentais e a [[União Soviética]] havia começado a deteriorar-se ainda antes da guerra,<ref>{{Cite book|last=Kantowicz|first=Edward R|title=Coming Apart, Coming Together|publisher=Wm. B. Eerdmans Publishing|year=2000|isbn=0802844561|page=6}}</ref> a Alemanha havia sido dividida ''de facto'' e dois Estados independentes, a [[República Federal da Alemanha]] e a [[República Democrática Alemã]],<ref name="wettig96">{{Cite book|last=Wettig|first=Gerhard|title=Stalin and the Cold War in Europe|publisher=Rowman & Littlefield|year=2008|isbn=0742555429|pages=96–100}}</ref> foram criados dentro das fronteiras das zonas de ocupação dos Aliados e dos Soviéticos, respectivamente. O resto da [[Europa]] também foi dividido em [[Esfera de influência|esferas de influência]] ocidentais e soviéticas.<ref>{{Cite book|first=Marc|last=Trachtenberg|year=1999|title=A Constructed Peace: The Making of the European Settlement, 1945–1963|publisher=Princeton University Press|isbn=0691002738|page=33}}</ref> A maioria dos países europeus [[Leste Europeu|orientais]] e [[Europa Central|centrais]] ficaram sob a esfera soviética, o que levou à criação de regimes [[Comunismo|comunistas]], com o apoio total ou parcial das autoridades soviéticas de ocupação (''ver: [[Ocupações soviéticas]]''). Como resultado, [[República Popular da Polónia|Polônia]], [[República Popular da Hungria|Hungria]],<ref name="granville">{{Cite book|last=Granville|first=Johanna|title=The First Domino: International Decision Making during the Hungarian Crisis of 1956|publisher=Texas A&M University Press|year=2004|isbn=1585442984}}</ref> [[República Socialista da Tchecoslováquia|Tchecoslováquia]],<ref>{{Cite book|last=Grenville|first=John Ashley Soames|title=A History of the World from the 20th to the 21st Century|publisher=Routledge|year=2005|isbn=0415289548|pages=370–71}}</ref> [[Romênia socialista|Romênia]], [[República Popular da Albânia|Albânia]],<ref name="cook17">{{Cite book|last=Cook|first=Bernard A|title=Europe Since 1945: An Encyclopedia|publisher=Taylor & Francis|year=2001|isbn=0815340575|page=17}}</ref> e a [[Alemanha Oriental]] tornaram-se [[Estado satélite|Estados satélite]] dos soviéticos. A [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia comunista]] realizou uma política totalmente independente, o que causou tensão com a [[URSS]]<ref>Geoffrey Swain. The Cominform: Tito's International? ''The Historical Journal'', Vol. 35, No. 3 (Sep., 1992), pp. 641–663</ref> (''ver: [[Ruptura Tito-Stalin]]'').
Os Aliados estabeleceram administrações de ocupação na [[Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria|Áustria]] e na [[Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha|Alemanha]]. O primeiro se tornou um estado neutro, não alinhado com qualquer bloco político. O último foi dividido em zonas de ocupação ocidentais e orientais controlada pelos [[Aliados Ocidentais]] e pela [[União Soviética]], respectivamente. Um programa de "[[desnazificação]]" da Alemanha levou à [[Julgamentos de Nuremberg|condenação de criminosos de guerra nazistas]] e à remoção de ex-nazistas do poder, ainda que esta política tenha se alterado para a [[anistia]] e a reintegração dos ex-nazistas na sociedade da [[Alemanha Ocidental]].<ref>Norbert Frei. Adenauer's Germany and the Nazi Past: The Politics of Amnesty and Integration. Translated by Joel Golb. Nova York: Columbia University Press. 2002. ISBN <span dir="ltr">0231118821</span>, p, 41–66.</ref> A Alemanha perdeu um quarto dos seus territórios pré-guerra (1937); os territórios orientais: [[Silésia]], [[Neumark]] e a maior parte da [[Pomerânia]] foram assumidos pela [[Polônia]]; a [[Prússia Oriental]] foi dividida entre a Polônia e a URSS, seguida pela [[Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|expulsão de 9 milhões de alemães]] dessas províncias, bem como de 3 milhões de alemães dos [[Sudetos]], na [[Tchecoslováquia]], para a Alemanha. Na década de 1950, um em cada cinco habitantes da Alemanha Ocidental era um refugiado do leste. A URSS também assumiu as províncias polonesas a leste da [[linha Curzon]] (das quais 2 milhões de poloneses foram expulsos),<ref name="stalinswars43">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey |title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953 |publisher=Yale University Press |year=2006 |isbn=0300112041|page=43}}</ref> leste da [[Romênia]],<ref name="stalinswars55">{{Cite book|last=Roberts|first=Geoffrey |title=Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939–1953 |publisher=Yale University Press |year=2006 |isbn=0300112041|page=55}}</ref><ref name="shirer794">{{Cite book|last=Shirer|first=William L.|title=The Rise and Fall of the Third Reich: A History of Nazi Germany|publisher=Simon and Schuster|year=1990|isbn=0671728687|page=794|ref=harv|postscript=<!--None-->}}</ref> e parte do leste da [[Finlândia]]<ref name="ckpipe">{{Cite book|last=Kennedy-Pipe|first=Caroline|title=Stalin's Cold War|publisher=Manchester University Press|year=1995|isbn=0719042011}}</ref> e três [[países Bálticos]].<ref name="wettig20">{{Cite book|last=Wettig|first=Gerhard|title=Stalin and the Cold War in Europe|publisher=Rowman & Littlefield|year=2008|isbn=0742555429|pages=20–21}}</ref><ref name="senn">{{Cite book|last=Senn|first=Alfred Erich|title=Lithuania 1940: revolution from above|publisher=Rodopi|year=2007|isbn=9789042022256}}</ref>
 
Em um esforço para manter a paz,<ref>{{Cite book|last=Yoder|first=Amos|title=The Evolution of the United Nations System|publisher=Taylor & Francis|year=1997|isbn=1560325461|page=39}}</ref> os [[Aliados (Segunda Guerra Mundial)|Aliados]] formaram a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), que oficialmente passou a existir em 24 de outubro de 1945,<ref>{{cite web|url=http://www.un.org/aboutun/history.htm|title=History of the UN|publisher=United Nations|accessdate=2010-01-25}}</ref> e aprovaram a [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] em 1948, como um padrão comum para todos os [[Estados-membros das Nações Unidas|Estados-membro]].<ref>{{cite web|title=The Universal Declaration of Human Rights, Article 2 |url=http://www.un.org/en/documents/udhr/|publisher=United Nations|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref> A aliança entre os Aliados Ocidentais e a [[União Soviética]] havia começado a deteriorar-se ainda antes da guerra,<ref>{{Cite book|last=Kantowicz|first=Edward R|title=Coming Apart, Coming Together|publisher=Wm. B. Eerdmans Publishing|year=2000|isbn=0802844561|page=6}}</ref> a Alemanha havia sido dividida ''de facto'' e dois Estados independentes, a [[República Federal da Alemanha]] e a [[República Democrática Alemã]],<ref name="wettig96">{{Cite book|last=Wettig|first=Gerhard|title=Stalin and the Cold War in Europe|publisher=Rowman & Littlefield|year=2008|isbn=0742555429|pages=96–100}}</ref> foram criados dentro das fronteiras das zonas de ocupação dos Aliados e dos Soviéticos, respectivamente. O resto da [[Europa]] também foi dividido em [[Esfera de influência|esferas de influência]] ocidentais e soviéticas.<ref>{{Cite book|first=Marc|last=Trachtenberg|year=1999|title=A Constructed Peace: The Making of the European Settlement, 1945–1963|publisher=Princeton University Press|isbn=0691002738|page=33}}</ref> A maioria dos países europeus [[Leste Europeu|orientais]] e [[Europa Central|centrais]] ficaram sob a esfera soviética, o que levou à criação de regimes [[Comunismo|comunistas]], com o apoio total ou parcial das autoridades soviéticas de ocupação. Como resultado, [[República Popular da Polónia|Polônia]], [[República Popular da Hungria|Hungria]],<ref name="granville">{{Cite book|last=Granville|first=Johanna|title=The First Domino: International Decision Making during the Hungarian Crisis of 1956|publisher=Texas A&M University Press|year=2004|isbn=1585442984}}</ref> [[República Socialista da Tchecoslováquia|Tchecoslováquia]],<ref>{{Cite book|last=Grenville|first=John Ashley Soames|title=A History of the World from the 20th to the 21st Century|publisher=Routledge|year=2005|isbn=0415289548|pages=370–71}}</ref> [[Romênia socialista|Romênia]], [[República Popular da Albânia|Albânia]],<ref name="cook17">{{Cite book|last=Cook|first=Bernard A|title=Europe Since 1945: An Encyclopedia|publisher=Taylor & Francis|year=2001|isbn=0815340575|page=17}}</ref> e a [[Alemanha Oriental]] tornaram-se [[Estado satélite|Estados satélite]] dos soviéticos. A [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia comunista]] realizou uma política totalmente independente, o que causou tensão com a [[URSS]].<ref>Geoffrey Swain. The Cominform: Tito's International? ''The Historical Journal'', Vol. 35, No. 3 (Sep., 1992), pp. 641–663</ref>
 
[[Imagem:Colonization 1945.png|thumb|250px|esquerda|Impérios coloniais em 1945. Com o fim da guerra, conflitos de libertação nacional se espalharam pelo mundo, levando à [[Guerra árabe-israelense de 1948|criação de Israel]] e à [[descolonização da Ásia]] e da [[Descolonização da África|África]].]]
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A divisão pós-guerra do mundo foi formalizada por duas alianças militares internacionais, a [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN), liderada pelos [[Estados Unidos]], e o [[Pacto de Varsóvia]], liderado pela [[União Soviética]];<ref>{{Cite book|last1=Leffler|first1=Melvyn P.|last2=Painter|first2=David S|year=1994|title=Origins of the Cold War: An International History|publisher=Routledge|isbn=0415341094|page=318}}</ref> o longo período de tensões políticas e militares proveniente da concorrência entre esses dois grupos, a [[Guerra Fria]], seria acompanhado de uma [[corrida armamentista]] sem precedentes e [[Guerra por procuração|guerras por procuração]].<ref>{{cite book|last=Bellamy|first=Christopher |title=The Oxford Companion to Military History|year=2001|publisher=Oxford University Press|isbn=0198606966 |editor=Holmes, Richard|location=Oxford|edition=Oxford Reference Online|chapter=Cold War}}</ref>
 
Na [[Ásia]], os [[Estados Unidos]] [[Ocupação do Japão|ocuparam o Japão]] e [[Protectorado das Ilhas do Pacífico das Nações Unidas|administraram as antigas ilhas japonesas no Pacífico Ocidental]], enquanto os soviéticos anexaram a ilha [[Sacalina]] e as [[ilhas Curilas]].<ref>Weinberg, Gerhard L. (2005). ''A World At Arms''. Cambridge University Press. p. 911</ref> A [[Coreia]], anteriormente [[Ocupação japonesa da Coreia|sob o domínio japonês]], foi [[Divisão da Coreia|dividida e ocupada]] pelos Estados Unidos no Sul e pela [[União Soviética]] no Norte entre 1945 e 1948. Repúblicas separadas então surgiram em ambos os lados do [[paralelo 38]] em 1948, cada uma afirmando ser o governo legítimo de toda a Coreia, o que levou à [[Guerra da Coreia]].<ref>{{cite book|last=Connor|first=Mary E. |title=The Koreas|year=2009|publisher=ABC-CLIO|isbn=1598841602|pages=43–45|url=http://books.google.com/?id=j2gYgXGENM0C|editor=Connor, Mary E. |location=Santa Barbara|chapter=History|series=Asia in Focus}}</ref> Na [[República da China (1912–1949)|China]], forças nacionalistas e comunistas retomaram a [[Guerra Civil Chinesa|guerra civil]] em junho de 1946. As forças comunistas foram vitoriosas e estabeleceram a [[República Popular da China]] no continente, enquanto as forças nacionalistas refugiaram-se na ilha de [[Ilha Formosa|Taiwan]] em 1949 e fundaram a [[República da China]].<ref>{{Cite book|last=Lynch|first=Michael|title=The Chinese Civil War 1945–49|year=2010|publisher=Osprey Publishing|isbn=9781841766713|pages=12–13|location=Botley}}</ref> No [[Oriente Médio]], a rejeição [[Árabes|árabe]] ao [[Plano de Partilha da Palestina]] da ONU e à [[Guerra árabe-israelense de 1948|criação de Israel]], marcou a escalada do [[conflito árabe-israelense]]. Enquanto as potências coloniais europeias tentaram reter parte ou a totalidade de seus [[Colonialismo|impérios coloniais]], a sua perda de prestígio e de recursos durante a guerra fracassou seus objetivos, levando à [[descolonização]] da [[Descolonização da Ásia e da Oceania|Ásia]] e da [[História da descolonização de África|África]].<ref>{{Cite book|last=Roberts|first=J.M.|title=The Penguin History of Europe|year=1996|publisher=Penguin Books|isbn=0140265619|page=589|location=Londres}}</ref><ref>{{Cite book|last=Darwin|first=John|title=After Tamerlane: The Rise & Fall of Global Empires 1400–2000|year=2007|publisher=Penguin Books|isbn=9780141010229|pages=441–443, 464–468|location=Londres}}</ref>
 
A [[economia mundial]] sofreu muito com a guerra, embora os participantes da Segunda Guerra Mundial tenham sido afetados de forma diferente. Os [[Estados Unidos]] emergiram muito mais ricos do que qualquer outra nação; no país aconteceu o "''[[baby boom]]''" e em 1950 seu [[produto interno bruto]] (PIB) ''[[per capita]]'' era maior do que o de qualquer outra potência e isso levou-o a dominar a economia mundial.<ref>{{cite book|last=Harrison|first=Mark|title=The Economics of World War II: Six great powers in international comparison|year=1998|publisher=Cambridge University Press|isbn=0521620465|editor=Harrison, Mark|location=Cambridge|chapter=The economics of World WarII: an overview|pages=34–35}}</ref><ref>{{cite book|last=Dear, I.C.B and Foot, M.R.D. (editors)|title=The Oxford Companion to World War II|editor=|publisher=Oxford University Press|location=Oxford|year=2005|page=1006|chapter=World trade and world economy|isbn=9780192806703}}</ref> O [[Reino Unido]] e os Estados Unidos implementaram uma política de desarmamento industrial na Alemanha Ocidental entre os anos de 1945 e 1948.<ref>Nicholas Balabkins, ''"Germany Under Direct Controls: Economic Aspects of Industrial Disarmament 1945 - 1948"'', Rutgers University Press, 1964 p. 207</ref> Devido à interdependência do comércio internacional, este levou à estagnação da economia europeia e o atraso, em vários anos, da recuperação do continente.<ref>Vladimir Petrov, Money and conquest; allied occupation currencies in World War II. Baltimore, Johns Hopkins Press (1967) p. 263</ref><ref>Nicholas Balabkins, ''"Germany Under Direct Controls: Economic Aspects of Industrial Disarmament 1945 - 1948"'', Rutgers University Press, 1964 p. 208, 209</ref>
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A recuperação começou com a [[Marco Alemão|reforma monetária de meados de 1948 na Alemanha Ocidental]] e foi acelerada pela liberalização da política econômica europeia, que o [[Plano Marshall]] (1948-1951) causou tanto direta quanto indiretamente.<ref>Dornbusch, Rüdiger; Nölling, Wilhelm; Layard, P. Richard G (1993). Postwar Economic Reconstruction and Lessons for the East Today. Massachusetts Institute of Technology Press. P.190, 191, ISBN 0-262-04136-7.</ref><ref>Nicholas Balabkins, ''"Germany Under Direct Controls: Economic Aspects of Industrial Disarmament 1945 - 1948"'', Rutgers University Press, 1964 p. 212</ref> A recuperação pós-1948 da Alemanha Ocidental foi chamada de [[Wirtschaftswunder|milagre econômico alemão]].<ref>Dornbusch, Rüdiger; Nölling, Wilhelm; Layard, P. Richard G (1993). Postwar Economic Reconstruction and Lessons for the East Today. Massachusetts Institute of Technology Press. p29 -p30, 32, ISBN 0-262-04136-7.</ref> Além disso, as economias italiana<ref>{{Cite book|last1=Bull|first1=Martin J.|last2=Newell|first2=James|title=Italian Politics: Adjustment Under Duress|publisher=Polity|year=2005|isbn=0745612997|page=20}}</ref><ref>{{Cite book|last1=Bull|first1=Martin J.|last2=Newell|first2=James|title=Italian Politics: Adjustment Under Duress|publisher=Polity|year=2005|isbn=0745612997|page=21}}</ref> e francesa também se recuperaram.<ref>{{Cite book|last=Harrop|first=Martin|title=Power and Policy in Liberal Democracies|page=23|publisher=Cambridge University Press|year=1992|isbn=0521345790}}</ref> Em contrapartida, o Reino Unido estava em um estado de ruína econômica<ref>{{Cite book|last1=Dornbusch|first1=Rüdiger|last2=Nölling|first2=Wilhelm|last3=Layard|first3=P. Richard G|title=Postwar Economic Reconstruction and Lessons for the East Today|page=117|publisher=Massachusetts Institute of Technology Press|year=1993|isbn=0262041367}}</ref> e entrou em um relativo declínio econômico contínuo ao longo de décadas.<ref>{{Cite book|last=Emadi-Coffin|first=Barbara|title=Rethinking International Organization: Deregulation and Global Governance|publisher=Routledge|isbn=0415195403|year=2002|page=64}}</ref>
 
A [[União Soviética]], apesar dos enormes prejuízos humanos e materiais, também experimentou um rápido aumento da produção no pós-guerra imediato.<ref>{{Cite book|last=Smith|first=Alan|title=Russia And the World Economy: Problems of Integration|publisher=Routledge|year=1993|isbn=0415089247|page=32}}</ref> O [[Japão]] passou por [[Milagre econômico japonês|um crescimento econômico incrivelmente rápido]], tornando-se uma das economias mais poderosas do mundo na [[década de 1980]].<ref>{{Cite book|last=Harrop|first=Martin|title=Power and Policy in Liberal Democracies|page=49|publisher=Cambridge University Press|year=1992|isbn=0521345790}}</ref> A [[China]] voltou a sua produção industrial de pré-guerra em 1952.<ref>{{cite book|last=Genzberger|first=Christine|title=China Business: The Portable Encyclopedia for Doing Business with China|year=1994|publisher=World Trade Press|isbn=0963186434|url=http://books.google.com/?id=YSCunEaqnI8C&pg=PA4&dq=China+pre-war+production+1953#v=onepage&q=China%20pre-war%20production%201953&f=false|location=Petaluma, California|page=4}}</ref>
 
== Impactos ==
 
=== Mortos e crimes de guerra ===
 
{{Principal|Crimes de guerra do Japão Imperial|Crimes de guerra dos Aliados|Julgamentos de Nuremberg|Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente }}
{{Anexo|Mortos na Segunda Guerra Mundial}}
 
[[Imagem:Baixas da Segunda Guerra Mundial copy.png|thumb|direita|550px|Mortes durante a Segunda Guerra por país.]]
 
 
As estimativas para o total de mortos na guerra variam, pois muitas mortes não foram registradas. A maioria sugere que cerca de 60 milhões de pessoas morreram no conflito, incluindo cerca de 20 milhões de soldados e 40 milhões de civis.<ref name="WWII: C&C">{{cite web|last=O'Brien|first=Prof. Joseph V|title= World War II: Combatants and Casualties (1937–1945) |url=http://web.jjay.cuny.edu/~jobrien/reference/ob62.html|work=Obee's History Page|publisher=John Jay College of Criminal Justice|accessdate=20 de abril de 2007}}</ref><ref>{{cite web|first=Matthew|last=White|title=Source List and Detailed Death Tolls for the Twentieth Century Hemoclysm|url=http://users.erols.com/mwhite28/warstat1.htm#Second|work=Historical Atlas of the Twentieth Century|publisher=Matthew White's Homepage|accessdate= 20 de abril de 2007}}</ref><ref>{{cite web|title=World War II Fatalities|url=http://www.secondworldwar.co.uk/casualty.html|publisher=secondworldwar.co.uk|accessdate=20 de abril de 2007}}</ref> Somente na Europa, houve 36 milhões de mortes, sendo a metade de civis. Muitos civis morreram por causa de [[Doença infecciosa|doenças]], [[fome]], [[massacre]]s, [[bombardeio]]s e [[genocídio]]s deliberados. A [[União Soviética]] perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra,<ref>"''[http://books.google.com/books?id=CDMVMqDvp4QC&pg=PA242&dq&hl=en#v=onepage&q=&f=false Rulers and victims: the Russians in the Soviet Union]''". Geoffrey A. Hosking (2006). [[Harvard University Press]]. p.242. ISBN 0-674-02178-9</ref> quase metade de todas as mortes da Segunda Guerra Mundial.<ref>{{Cite web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4530565.stm|title=Leaders mourn Soviet wartime dead| accessdate= 7 de dezembro de 2009 | work=BBC News | date=9 de maio de 2005}}</ref> Um em cada quatro cidadãos soviéticos foram mortos ou feridos nesse conflito.<ref>"''[http://books.google.com/books?id=c9bMfZBI8-sC&pg=PA204&dq&hl=en#v=onepage&q=&f=false The World's Wasted Wealth 2: Save Our Wealth, Save Our Environment]''". J. W. Smith (1994). p.204. ISBN 0-9624423-2-1</ref>
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[[Imagem:Chinese civilians to be buried alive.jpg|thumb|esquerda|Civis chineses sendo enterrados vivos por soldados japoneses.]]
 
As forças do Eixo fizeram uso de [[armas biológicas]] e [[Arma química|químicas]]. Os italianos usaram [[gás mostarda]] durante a conquista da [[Abissínia]],<ref>{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=319|isbn=1576079996}}</ref> enquanto o [[Exército Imperial Japonês]] usou vários tipos de armas biológicas durante a [[Segunda Guerra Sino-Japonesa|invasão e ocupação da China]] (ver: ''[[Unidade 731]]'')<ref>{{Cite book|last=Gold|first=Hal|title=Unit 731 testimony|publisher=Tuttle|year=1996|pages=75–7|isbn=0804835659}}</ref><ref>{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=320|isbn=1576079996}}</ref> e nos conflitos iniciais contra os soviéticos.<ref>{{Cite book|last=Harris|title=Factories of Death: Japanese Biological Warfare, 1932–1945, and the American Cover-up|publisher=Routledge|year=2002|isbn=0415932149|page=74}}</ref> Tanto os alemães quanto os [[Crimes de guerra do Japão Imperial|japoneses testaram]] tais armas contra civis e, em alguns casos, sobre [[Prisioneiro de guerra|prisioneiros de guerra]]. NaA Alemanha nazista forame realizadaso experiênciasImpério queJapão realizaram experiências utilizaramutilizando seres humanos como cobaias (''ver: ''[[Experimentos humanos nazistas]]''). <ref>{{Cite book|last1=Sabella|first1=Robert|last2=Li|first2=Fei Fei|last3=Liu|first3=David|title=Nanking 1937: Memory and Healing|publisher=M.E. Sharpe|year=2002|isbn=0765608162|page=69}}</ref>'' e [[Unidade 731]]'' <ref>{{Cite book|last=Gold|first=Hal|title=Unit 731 testimony|publisher=Tuttle|year=1996|pages=75–7|isbn=0804835659}}</ref><ref>{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=320|isbn=1576079996}}</ref>) Temendo punições, vários criminosos de guerra fugiram da Europa após término do conflito. As rotas de fuga usadas por estes criminosos ficaram conhecidas como as "linhas de ratos" (''[[Ratlines]]'').
 
Embora muitos dos atos do Eixo tenham sido levados a julgamento nos primeiros tribunais internacionais,<ref>{{Cite book|last=Aksar|first=Yusuf|title=Implementing International Humanitarian Law: From the Ad Hoc Tribunals to a Permanent International Criminal Court|page=45|year=2004|publisher=[[Routledge]]|isbn=0714684708}}</ref> muitos dos [[Crimes de guerra dos Aliados|crimes causados ​​pelospelos Aliados]] não foram julgados. Entre os exemplos de ações dos Aliados estão as [[transferências populacionais na União Soviética]] e o [[Campos de concentração nos Estados Unidos|internamento de estadunidenses-japoneses em campos de concentração]] nos [[Estados Unidos]]; a [[Operação Keelhaul]],<ref>{{cite web| first = Jacob | last = Hornberger | title = Repatriation—The Dark Side of World War II | publisher = The Future of Freedom Foundation|date = April 1995| url = http://web.archive.org/web/20080229022528/http://www.fff.org/freedom/0495a.asp | accessdate=25 de janeiro de 2010}}</ref> a [[expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial]], os [[Estupros em massa de mulheres alemãs pelo Exército Vermelho|estupros em massa de mulheres alemãs pelo Exército Vermelho Soviético]]; o [[Massacre de Katyn]] cometido pela União Soviética, para o qual os alemães enfrentaram contra-acusações de responsabilidade. O grande número de mortes por fome também pode ser parcialmente atribuído à guerra, como a [[fome de 1943 em Bengala]] e a [[fome de 1945 no Vietnã]].<ref>{{cite web|first=David|last=Koh|url=http://mailman.anu.edu.au/pipermail/hepr-vn/2008-August/000188.html|date=21 August 2008|title=Vietnam needs to remember famine of 1945|publisher=The Straits Times (Singapore)|accessdate=25 de janeiro de 2010}}</ref>
 
Também tem sido sugerido como crimes de guerra por alguns historiadores o bombardeio em massa de áreas civis em território inimigo, incluindo [[Tóquio]] e mais notadamente nas cidades alemãs de [[Bombardeamento de Dresden|Dresden]], [[Hamburgo]] e [[Colônia (Alemanha)|Colônia]] pelos Aliados ocidentais,<ref>{{cite web|url=http://www.guardian.co.uk/world/2003/oct/22/worlddispatch.germany|title=Germany's forgotten victims|work=[[guardian.co.uk]]|publisher=[[Guardian News and Media]]|date=22 de outubro de 2003|last=Harding|first=Luke|accessdate=21 de janeiro de 2010}}</ref> que resultou na destruição de mais de 160 cidades e matou um total de mais de 600 mil civis alemães.<ref>"[http://www.guardian.co.uk/world/2003/oct/22/worlddispatch.germany Germany's forgotten victims]". Guardian.co.uk. 22 de outubro de 2003.</ref>
 
=== Campos de concentração e escravidão ===
{{Vertambém|Holocausto|Gulag|Campo de concentração|Campo de extermínio|Gueto}}
{{Anexo|Anexo:Lista dos campos de concentração nazistas}}
 
{{Principal|Holocausto|Gulag|Campo de concentração|Campo de extermínio|Gueto|Triângulos do Holocausto}}
Os nazistas foram responsáveis ​​pelo [[Holocausto]], a matança de cerca de seis milhões de [[Judaísmo|judeus]] (esmagadoramente [[asquenaze]]s), bem como dois milhões de poloneses e quatro milhões de outros que foram considerados "indignos de viver" (incluindo os deficientes e doentes mentais, [[prisioneiros de guerra]] soviéticos, [[homossexuais]], [[maçons]], [[testemunhas de jeová]] e [[ciganos]]), como parte de um programa de extermínio deliberado. Cerca de 12 milhões, a maioria dos quais eram do [[Leste Europeu]], foram empregados na economia de guerra alemã como trabalhadores forçados.<ref name="compensation">{{cite web|url=http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1757323,00.html|title=Final Compensation Pending for Former Nazi Forced Laborers|date=27 de outubro de 2005|accessdate=19 January 2010|first= Michael|last=Marek|archiveurl =http://www.webcitation.org/5mtTTntBR| archivedate =19 de janeiro de 2010|work=dw-world.de|publisher=Deutsche Welle}}</ref>
{{Anexo|Lista dos campos de concentração nazistas}}
 
Os nazistas foram responsáveis pelo [[Holocausto]], a matança de cerca de seis milhões de [[Judaísmo|judeus]] (esmagadoramente [[asquenaze]]s), bem como dois milhões de poloneses e quatro milhões de outros que foram considerados "indignos de viver" (incluindo os deficientes e doentes mentais, [[prisioneiros de guerra]] soviéticos, [[homossexuais]], [[maçons]], [[testemunhas de jeová]] e [[ciganos]]), como parte de um programa de extermínio deliberado. Cerca de 12 milhões, a maioria dos quais eram do [[Leste Europeu]], foram empregados na [[economia de guerra]] alemã como trabalhadores forçados.<ref name="compensation">{{cite web|url=http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1757323,00.html|title=Final Compensation Pending for Former Nazi Forced Laborers|date=27 de outubro de 2005|accessdate=19 January 2010|first= Michael|last=Marek|archiveurl =http://www.webcitation.org/5mtTTntBR| archivedate =19 de janeiro de 2010|work=dw-world.de|publisher=Deutsche Welle}}</ref>
[[Imagem:Some of the bodies being removed by German civilians for decent burial at Gusen Concentration Camp, Muhlhausen, near Linz, Austria.jpg|thumb|direita|Os corpos de pessoas mortos no [[Mauthausen|campo de concentração de Mauthausen-Gusen]] após a libertação, possivelmente presos políticos ou prisioneiros de guerra soviéticos.]]
 
[[Imagem:Some of the bodies being removed by German civilians for decent burial at Gusen Concentration Camp, Muhlhausen, near Linz, Austria.jpg|thumb|direita|Os corpos das pessoas mortas no [[Mauthausen|campo de concentração de Mauthausen-Gusen]] após a libertação, possivelmente presos políticos ou prisioneiros de guerra soviéticos.]]
 
Além de [[campos de concentração]] nazistas, os ''[[gulags]]'' soviéticos (campos de trabalho) levaram à morte de cidadãos dos países ocupados, como a [[Polônia]], [[Lituânia]], [[Letônia]] e [[Estônia]], bem como [[prisioneiros de guerra]] alemães e até mesmo cidadãos soviéticos que foram considerados apoiadores ou simpatizantes dos nazistas.<ref>{{cite web|url= http://www.heritage.org/Research/Lecture/Gulag-Understanding-the-Magnitude-of-What-Happened|title = Gulag: Understanding the Magnitude of What Happened|first=Anne|last=Applebaum|date=16 de outubro de 2003|accessdate=19 de janeiro de 2010|work=Heritage Foundation}}</ref> Sessenta por cento dos prisioneiros de guerra soviéticos dos alemães morreram durante a guerra.<ref>{{cite web|url=http://www.historynet.com/soviet-prisoners-of-war-forgotten-nazi-victims-of-world-war-ii.htm|title=Soviet Prisoners of War: Forgotten Nazi Victims of World War II|first= Jonathan|last=North|date=Janeiro de 2006|accessdate=19 de janeiro de 2010|work=HistoryNet.com|publisher=Weider History Group|archiveurl=http://www.webcitation.org/5mtUpwcaB|archivedate=19 de janeiro de 2010}}</ref> [[Richard Overy]] aponta o número de 5,7 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos. Destes, cinquenta e sete por cento morreram ou foram mortos, um total de 3,6 milhões.<ref>{{Cite book|first=Richard|last= Overy|title=The Dictators: Hitler's Germany, Stalin's Russia|pages=568–69|publisher= W. W. Norton & Company |year=2004|isbn= 0393020304}}</ref> Ex-prisioneiros de guerra soviéticos e civis repatriados foram tratados com grande suspeita e como potenciais colaboradores dos nazistas e alguns deles foram enviados para ''gulags'' no momento da revista pelo [[NKVD]].<ref>Zemskov V.N. On repatriation of Soviet citizens. Istoriya SSSR., 1990, No.4, (in Russian). See also Edwin Bacon. Glasnost' and the Gulag: New Information on Soviet Forced Labour around World War II. ''Soviet Studies'', Vol. 44, No. 6 (1992), pp. 1069-1086; Michael Ellman. Soviet Repression Statistics: Some Comments. ''Europe-Asia Studies'', Vol. 54, No. 7 (Nov., 2002), pp. 1151-1172.</ref>
 
Os campos de prisioneiros de guerra do Japão, muitos dos quais foram utilizados como campos de trabalho, também tiveram altas taxas de mortalidade. O [[Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente]] concluiu que a a taxa de mortalidade de prisioneiros ocidentais foi de 27,1 por cento (para prisioneiros de guerra estadunidenses[[estadunidense]]s, 37 por cento),<ref>{{cite web|url=http://www.pbs.org/wgbh/amex/bataan/peopleevents/e_atrocities.html|title=Japanese Atrocities in the Philippines|accessdate=18 de janeiro de 2010|archivedate=19 de janeiro de 2010|archiveurl=http://www.webcitation.org/5mtVNGYHW|work=American Experience: the Bataan Rescue|publisher=PBS Online}}</ref> sete vezes maior do que os prisioneiros de guerra dos alemães e italianos.<ref name="Herbert">{{Cite book|first=Herbert|last=Bix|title=Hirohito and the Making of Modern Japan|publisher=HarperCollins|year=2001|isbn=0060931302|page=360}}</ref> Apesar de 37.583 prisioneiros do Reino Unido, 28.500 da Holanda e 14.473 dos Estados Unidos tenham sido libertados após a [[rendição do Japão]], o número de [[chineses]] foi de apenas 56.<ref name="Herbert" />
 
Segundo o historiador Zhifen Ju, pelo menos cinco milhões de civis chineses do norte da China e de [[Manchukuo]] foram [[Escravidão|escravizados]] pelo Conselho de Desenvolvimento da Ásia Oriental, ou Kōain, entre 1935 e 1941, para trabalhar nas minas e indústrias de guerra. Após 1942, esse número atingiu 10 milhões.<ref name="zhifen2002">{{cite web|last=Ju|url=http://web.archive.org/web/20110514111323/http://www.fas.harvard.edu/~asiactr/sino-japanese/session6.htm|first=Zhifen|title=Japan's atrocities of conscripting and abusing north China draughtees after the outbreak of the Pacific war|work=[http://www.fas.harvard.edu/~asiactr/sino-japanese/minutes_2002.htm Joint Study of the Sino-Japanese War:Minutes of the June 2002 Conference]|publisher=Harvard University Faculty of Arts and Sciences|date=June 2002|accessdate=18 February 2010}}</ref> A [[Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos]] estima que, em [[Java]], entre 4 e 10 milhões de ''[[romusha]]s'' ({{lang-ja|"trabalhadores braçais"}}) foram forçados a trabalhar pelos militares japoneses. Cerca de 270.000 destes trabalhadores javaneses foram enviados para outras áreas dominadas pelos japoneses no [[Sudeste Asiático]] e somente 52.000 foram repatriados para Java.<ref name="indonesiaww2">{{cite web| url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+id0029)|title=Indonesia: World War II and the Struggle For Independence, 1942–50; The Japanese Occupation, 1942–45| accessdate=9 February 2007|publisher=Library of Congress|year=1992}}</ref>
 
Em 19 de fevereiro de 1942, [[Franklin Delano Roosevelt|Roosevelt]] assinou a Ordem Executiva 9066, internando milhares de [[japoneses]], [[italianos]], [[estadunidenses]], [[alemães]] e alguns emigrantes do [[Havaí]] que fugiram após o bombardeio de [[Pearl Harbor]] durante o período da guerra. Os governos dos [[Estados Unidos]] e do [[Canadá]] internaram 150.000 estadunidenses-japoneses,<ref name=vetshome/><ref>{{Cite book|publisher=Office of the Prime Minister |date= 24 January 1947|work= Department of Labour|title= Report on the Re-establishment of Japanese in Canada, 1944–1946|page= 23|isbn= 0405112661 |author=Department of Labour of Canada.}}</ref> bem como cerca de 11.000 alemães e italianos residentes nos EUA.<ref name=vetshome>{{cite web|title=Concentration camps and slave work|publisher=Vets Home|url=http://www.vetshome.com/world_war_2_page_5.htm |accessdate=12 de novembro de 2009|archiveurl=http://www.webcitation.org/5mtX2kt9s|archivedate=19 de janeiro de 2010}}</ref> (''ver: [[Campos de concentração nos Estados Unidos]]'').
 
Em conformidade com o acordo Aliado feito na [[Conferência de Ialta]], milhões de prisioneiros de guerra e civis foram usados em trabalhos forçado por parte da [[União Soviética]].<ref>Eugene Davidson "The death and life of Germany: an account of the American occupation". p.121</ref> No caso da [[Hungria]], os [[húngaros]] foram forçados a trabalhar para a União Soviética até 1955.<ref>{{cite web|url=http://www.epa.hu/00400/00463/00007/pdf/155_stark.pdf |title="Malenki Robot" – Hungarian Forced Labourers in the Soviet Union (1944–1955)|format=PDF |first=Tamás|last=Stark|work=Minorities Research|accessdate=22 de janeiro de 2010}}</ref>
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[[Ficheiro:WomanFactory1940s.jpg|thumb|esquerda|Propaganda do governo norte-americano mostrando uma mulher trabalhando em uma fábrica em [[Fort Worth]], [[Texas]], [[Estados Unidos]] (1942).]]
 
Na Europa, antes da eclosão da guerra, os [[Aliados (Segunda Guerra Mundial)|Aliados]] tinham vantagens significativas em termos populacionais e econômicos. Em 1938, os [[aliados ocidentais]] ([[Reino Unido]], [[França]], [[Polônia]] e os [[Commonwealth|Domínios Britânicos]]) tinham uma população e um [[produto interno bruto]] (PIB) 30% maior do que os do [[Potências do Eixo|Eixo Europeu]] ([[Alemanha nazista|Alemanha]] e [[Itália fascista|Itália]]); se as colônias fossem incluídas, a vantagem dos Aliados seria ainda maior, de 5:1 em população e quase 2:1 em PIB.<ref name="6Econ3">{{Cite book|last=Harrison|first=Mark|title=The Economics of World War II: Six Great Powers in International Comparison|publisher=Cambridge University Press|year=2000|isbn=0-521-78503-0|page=3}}</ref> Ao mesmo tempo na Ásia, a [[República da China (1912–1949)|China]] tinha cerca de seis vezes a população do [[Império do Japão]], mas um PIB apenas 89% mais elevado, o que seria reduzido a três vezes em termos populacionais e apenas 38% do PIB mais elevado se as colônias japonesas fossem incluídas.<ref name="6Econ3"/>
 
Apesar das vantagens econômicas e populacionais dos Aliados terem sido amplamente mitigadas durante os primeiros ataques rápidos da ''[[blitzkrieg]]'' da Alemanha e do Japão, elas se tornaram um fator decisivo em 1942, depois que os [[Estados Unidos]] e a [[União Soviética]] juntaram-se aos Aliados, quando a guerra em grande parte resolveu-se em conflitos.<ref name="6Econ2">{{Cite book|last=Harrison|first=Mark|title=The Economics of World War II: Six Great Powers in International Comparison|publisher=Cambridge University Press|year=2000|isbn=0-521-78503-0|page=2}}</ref> Embora a maior capacidade de produção dos Aliados em relação ao Eixo muitas vezes seja atribuída aos maiores acessos à recursos naturais, outros fatores, como a relutância da Alemanha e do Japão em empregar as mulheres em sua [[força de trabalho]],<ref>{{Cite book|last=Hughes|first=Matthew|last2=Mann|first2=Chris|title=Inside Hitler's Germany: Life Under the Third Reich|page=148|publisher=Potomac Books Inc|year=2000|isbn=1-57488-281-3}}</ref><ref>{{Cite book|last=Bernstein|first=Gail Lee|title=Recreating Japanese Women, 1600–1945|page=267|publisher=University of California Press|year=1991|isbn=978-0-520-07017-2}}</ref> o [[bombardeio estratégico]] feito pelos Aliados<ref>{{Cite book|last=Hughes|first=Matthew|last2=Mann|first2=Chris|title=Inside Hitler's Germany: Life Under the Third Reich|page=151|publisher=Potomac Books Inc|year=2000|isbn=1-57488-281-3}}</ref><ref>{{Cite book|last=Griffith|first=Charles|title=The Quest: Haywood Hansell and American Strategic Bombing in World War II|isbn=1-58566-069-8|publisher=DIANE Publishing|year=1999|page=203}}</ref> e a transformação tardia da Alemanha para uma [[economia de guerra]]<ref>{{Cite book|last=Overy|first=R.J|title=War and Economy in the Third Reich|page=26|publisher=Oxford University Press, USA|year=1995|isbn=0-19-820599-6}}</ref> também contribuíram de forma significativa. Além disso, nem a Alemanha nem o Japão planejavam lutar em uma guerra prolongada e, portanto, não se prepararam para isso.<ref>{{Cite book|last=Lindberg|first=Michael|last2=Daniel|first2=Todd|title=Brown-, Green- and Blue-Water Fleets: the Influence of Geography on Naval Warfare, 1861 to the Present|page=126|publisher=Praeger|year=2001|isbn=0-275-96486-8}}</ref><ref>{{Cite book|last=Cox|first=Sebastian|title=The Strategic Air War Against Germany, 1939–1945|page=84|publisher=Frank Cass Publishers|year=1998|isbn=0-7146-4722-5}}</ref> Para melhorar a sua produção, Alemanha e Japão utilizaram milhões de [[Escravidão|trabalhadores escravos]];<ref>{{Cite book|last=Unidas|first=Naciones|title=World Economic And Social Survey 2004: International Migration|page=23|publisher=United Nations Pubns|year=2005|isbn=92-1-109147-0}}</ref> a Alemanha usou ​​cercacerca de 12 milhões de pessoas, principalmente da [[Europa Oriental]],<ref name="compensation"/> enquanto o Japão escravizou mais de 18 milhões de pessoas no [[Extremo Oriente]] da [[Ásia]].<ref name="zhifen2002"/><ref name="indonesiaww2"/>
 
=== Desenvolvimento tecnológico e militar ===
=== Ocupações ===
{{Artigo principal|Europa ocupada pela Alemanha Nazista}}
 
{{Principal|Projeto de energia nuclear alemão|Projeto Manhattan|Wunderwaffe}}
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 101I-031-2436-05A, Russland, Hinrichtung von Partisanen.jpg|direita|thumb|Prisioneiros soviéticos enforcados pelas forças alemãs em janeiro de 1943.]]
{{AP|vt=s|Ciência militar}}
 
Vários aviões foram usados para [[Reconhecimento aéreo|reconhecimento]], como [[Caça (avião)|caças]], [[bombardeiro]]s e aeronaves de [[Apoio aéreo aproximado|apoio ao solo]], sendo que cada uma dessas funções avançou consideravelmente durante o conflito. A inovação incluiu o [[transporte aéreo tático]] (a capacidade de mover rapidamente suprimentos, equipamentos e pessoal limitados e de alta prioridade);<ref name="EncWWII_76">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=76|isbn=1-57607-999-6|location=Sanata Barbara, CA}}</ref> e o [[bombardeio estratégico]] (o bombardeio de áreas civis para destruir a indústria e o moral).<ref>{{Cite book|last=Levine|first=Alan J.|title=The Strategic Bombing of Germany, 1940–1945|publisher=Greenwood Press|year=1992|page=217|isbn=0-275-94319-4}}</ref> O [[Defesa antiaérea|armamento anti-aéreo]] também avançou, incluindo defesas como o [[radar]] e a [[artilharia]] superfície-ar, tais como o [[Canhão de 88 mm|canhão alemão de 88 milímetros]]. O uso de [[Avião a jato|aviões a jato]] foi pioneiro e embora a sua introdução tardia ter tido pouco impacto na guerra, levou esse tipo de aeronave a se tornar padrão nas [[Força aérea|forças aéreas]] em todo o mundo.<ref>{{Cite book|last=Sauvain|first=Philip|title=Key Themes of the Twentieth Century: Teacher's Guide|page=128|publisher=Wiley-Blackwell|year=2005|isbn=1-4051-3218-3}}</ref>
Na Europa, a ocupação se deu sob duas formas muito diferentes. Na Europa Ocidental, do Norte e Central ([[França]], [[Noruega]], [[Dinamarca]], [[Países Baixos]] e as [[Protectorado de Boêmia e Morávia|porções anexadas da Checoslováquia]]) a Alemanha estabeleceu políticas econômicas através das quais recolheu cerca de 69,5 bilhões de [[reichsmark]]s (27,8 mil milhões de dólares) até o final da guerra; este valor não inclui o considerável saque de produtos industriais, equipamentos militares, matérias-primas e outros bens.<ref>{{Cite book|last=Liberman|first=Peter|title=Does Conquest Pay?: The Exploitation of Occupied Industrial Societies|publisher=Princeton University Press|year=1998|isbn=0-691-00242-8|page=42}}</ref> Assim, a renda das nações ocupadas era superior a 40 por cento da renda alemã recolhida através de impostos, um número que aumentou para quase 40 por cento da receita total da Alemanha com a continuação da guerra.<ref>{{Cite book|last=Milward|first=Alan S|title=War, Economy, and Society, 1939–1945|publisher=University of California Press|year=1979|isbn=0-520-03942-4|page=138}}</ref>
 
{{Imagem múltipla
No Leste Europeu, a tão esperada recompensa que seria trazida pela conquista do ''[[Lebensraum]]'' nunca foi alcançada por causa das fronteiras instáveis durante os conflitos e pela política soviética de "[[terra arrasada]]", que impediu a posse dos recursos pelos invasores alemães.<ref>{{Cite book|last=Milward|first=Alan S|title=War, Economy, and Society, 1939–1945|publisher=University of California Press|year=1979|isbn=0-520-03942-4|page=148}}</ref> Ao contrário do Ocidente, a [[Política racial da Alemanha Nazista|política racial nazista]] incentivou a brutalidade excessiva contra o que considerava "[[Untermensch|povos inferiores]]" de descendência [[Eslavos|eslava]]; a maior parte dos avanços alemães foram seguidos de [[Generalplan Ost|execuções em massa]].<ref>{{Cite book|last=Perrie|first=Maureen|last2=Lieven|first2=D. C. B|last3=Suny|first3=Ronald Grigor|title=The Cambridge History of Russia|page=232|publisher=Cambridge University Press|year=2007|isbn=0-521-86194-2}}</ref> Embora certos grupos de resistência tenham se formado na maioria dos territórios ocupados, eles não prejudicaram de forma significativa as operações alemãs tanto no Oriente<ref>{{Cite book|last=Hill|first=Alexander|title=The War Behind The Eastern Front: The Soviet Partisan Movement In North-West Russia 1941–1944|page=5|publisher=Routledge|year=2005|isbn=0-7146-5711-5}}</ref> quanto no Ocidente até o final de 1943.<ref>{{Cite book|last1=Christofferson|first1=Thomas R|last2=Christofferson|first2=Michael S|title=France During World War II: From Defeat to Liberation|page=156|isbn=978-0-8232-2563-7|publisher=Fordham University Press|year=2006}}</ref>
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| header=Inovações tecnológicas na [[guerra aérea]].
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| caption1=Área de cobertura do sistema de radar britânico em 1940.
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| caption2=[[Messerschmitt Me 262]]: O primeiro caça a jato a entrar em serviço.
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| caption3=O [[B-17 Flying Fortress|B-17E]] norte-americano. Os Aliados perderam 160 mil [[aviador]]es e 33.700 [[planador]]es durante a [[guerra aérea]] pela Europa.<ref>Kenneth K. Hatfield (2003). "''[http://books.google.com/books?id=mtxMN5NdmCsC Heartland heroes: remembering World War II.]''". University of Missouri Press. p. 91. ISBN 0-8262-1460-6</ref>
}}
 
Avanços também foram feitos em quase todos os aspectos da [[guerra naval]], principalmente com os [[porta-aviões]] e [[submarinos]]. Embora, no início da guerra a [[aeronáutica]] tenha tido relativamente pouco sucesso, as ações em Taranto, Pearl Harbor, Mar da China Meridional e Mar de Coral estabeleceram o porta-aviões como o principal navio dominante no lugar do [[couraçado]].<ref name="EncWWII_163">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=163|isbn=1-57607-999-6}}</ref><ref>{{Cite book|last1=Bishop|first1=Chris|last2=Chant|first2=Chris|title=Aircraft Carriers: The World's Greatest Naval Vessels and Their Aircraft|page=7|publisher=Silverdale Books|year=2004|isbn=1-84509-079-9|location=Wigston, Leics}}</ref><ref>{{Cite book|last1=Chenoweth|first1=H. Avery|last2=Nihart|first2=Brooke|title=Semper Fi: The Definitive Illustrated History of the U.S. Marines|publisher=Main Street|year=2005|isbn=1-4027-3099-3|page=180|location=Nova York}}</ref>
Na Ásia, o [[Império do Japão]] denominou as nações sob a sua ocupação como sendo parte da [[Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental]], o que, essencialmente, era uma [[hegemonia]] japonesa que se dizia ser a libertadora dos povos colonizados.<ref>{{Cite book|last=Ikeo|first=Aiko|title=Economic Development in Twentieth Century East Asia: The International Context|page=107|publisher=Routledge|year=1997|isbn=0-415-14900-2}}</ref> Embora as forças japonesas tenham sido originalmente recebidas como libertadoras da dominação dos impérios europeus em muitos territórios, sua excessiva brutalidade pôs a opinião local pública contra eles dentro de semanas.<ref name="GSWW6_266" /> Durante a sua conquista inicial, o Japão capturou 4.000.000 [[Barril (unidade)|barris]] (640 mil m³) de petróleo (~5,5 × 105 toneladas) deixados para trás durante a retirada das forças aliadas e, em 1943, foi capaz de obter a produção das [[Índias Orientais Holandesas]] de até 50 milhões de barris (~ 6,8 × 106 t), 76 por cento de sua taxa de produção de 1940.<ref name="GSWW6_266">{{Cite book|first1=Horst|last1=Boog|first2=Werner|last2=Rahn|first3=Reinhard|last3=Stumpf|first4=Bernd|last4=Wegner|publisher=Oxford: Clarendon Press|title=Militärgeschichtliches Forschungsamt Germany and the Second World War—Volume VI: The Global War|page=266|year=2001|isbn=0-19-822888-0}}</ref>
 
No Atlântico, os porta-aviões de escolta tornaram-se uma parte vital de comboios aliados, ao aumentar eficazmente o raio de proteção e ao ajudar a fechar a "lacuna mesoatlântica".<ref>{{Cite book|last=Sumner|first=Ian|last2=Baker|first2=Alix|title=The Royal Navy 1939–45|page=25|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-84176-195-8}}</ref> Os porta-aviões eram também mais econômicos do que os navios de guerra devido ao custo relativamente baixo das aeronaves<ref>{{Cite book|last=Hearn|first=Chester G.|title=Carriers in Combat: The Air War at Sea|page=14|publisher=Stackpole Books|year=2007|isbn=0-8117-3398-X}}</ref> e de não necessitarem ser tão fortemente blindados.<ref>{{Cite book|last1=Gardiner|first1=Robert|last2=Brown|first2=David K|title=The Eclipse of the Big Gun: The Warship 1906–1945|isbn=0-85177-953-0|page=52|publisher=Conway Maritime|location=Londres|year=2004}}</ref> Os [[submarino]]s, que tinham provado ser uma arma eficaz durante a [[Primeira Guerra Mundial]]<ref>{{Cite book|last=Rydill|first=Louis|title=Concepts in Submarine Design|page=15|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-55926-X|year=1995}}</ref> foram fortemente usados pelos dois lados nesse conflito. O desenvolvimento britânico focou-se em [[Guerra antissubmarino|armamento e táticas antissubmarinos]], como o [[sonar]] e os [[Comboio naval|comboios navais]], enquanto a Alemanha concentrou-se em melhorar a sua capacidade ofensiva, com projetos como os submarinos [[Submarino alemão Tipo VIIA|tipo VII]], [[Submarino alemão Tipo XXI|Tipo XXI]] e táticas ''[[rudeltaktik]]''.<ref>{{Cite book|last=Rydill|first=Louis|title=Concepts in Submarine Design|page=16|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-55926-X|year=1995}}</ref>
=== Desenvolvimento tecnológico e militar ===
 
{{Imagem múltipla
[[Ficheiro:Color Photographed B-17E in Flight.jpg|thumb|esquerda|O [[B-17 Flying Fortress|B-17E]] norte-americano. Os Aliados perderam 160 mil aviadores e 33.700 planadores durante a guerra aérea pela Europa.<ref>Kenneth K. Hatfield (2003). "''[http://books.google.com/books?id=mtxMN5NdmCsC Heartland heroes: remembering World War II.]''". University of Missouri Press. p. 91. ISBN 0-8262-1460-6</ref>]]
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[[Ficheiro:RIAN archive 1274 Tanks going to the front.jpg|thumb|esquerda|O soviético [[T-34]], o [[Carro de combate|tanque]] mais usado da guerra. Mais de 57 mil foram construídos em 1945.]]
| header=[[Míssil balístico|Mísseis balísticos]] e inovações tecnológicas na [[guerra naval]].
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| image1=Bundesarchiv RH8II Bild-B2055-44, Peenemünde, Raketenrampe mit V2.jpg
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| caption1=<center>[[V-2]]: o primeiro míssil balístico.<center>
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| caption2=<center>[[Submarino alemão Tipo XXI]] ([[U-3008]]).<center>
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| caption3=Sistema de radar do porta-aviões [[estadunidense]] [[USS Lexington (CV-16)|USS Lexington]].
}}
 
VáriosA aviõesguerra foramterrestre usadosmudou ​​paradas [[Reconhecimentolinhas aéreo|reconhecimento]],de comobatalha [[Caçaestáticas (avião)|caças]],da [[bombardeiro]]sPrimeira eGuerra aeronavesMundial depara apoiouma nomaior solo,mobilidade sendoe queo cadauso umade dessasarmas funçõescombinadas. avançouO consideravelmente[[Carro durantede ocombate|tanque]], conflito.que Atinha inovaçãosido incluiuutilizado opredominantemente [[transportepara aéreoapoio táticoda [[infantaria]] (ana capacidadePrimeira deGuerra mover rapidamente suprimentosMundial, equipamentostinha eevoluído pessoalpara limitadosa earma de alta prioridade);principal.<ref name="EncWWII_76EncWWII_125">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=76125|isbn=1-57607-999-6|location=Sanata Barbara, CA}}</ref> eNo ofinal dos [[bombardeioanos estratégico1930]], (oos bombardeioprojetos de áreastanques civisestavam paraconsideravelmente destruirmais aavançados indústriado eque odurante moral).<ref>{{Citea book|last=Levine|first=AlanPrimeira J.|title=TheGuerra StrategicMundial Bombinge ofos Germany,avanços 1940–1945|publisher=Greenwoodcontinuaram Press|year=1992|page=217|isbn=0-275-94319-4}}</ref>durante Oa [[Defesaguerra antiaérea|armamento anti-aéreo]] também avançou, incluindoem defesasaspectos como o [[radar]]aumento eda a artilharia superfície-arvelocidade, tais como o [[Canhão de 88 mm|canhão alemão de 88 milímetros]]. O uso de [[Avião a jato|aviões a jato]] foi pioneiroblindagem e embora a sua introdução tardia ter tido pouco impacto na guerra, levou esse tipopoder de aeronave a se tornar padrão nas [[Força aérea|forças aéreas]] em todo o mundofogo.<ref>{{Cite book|last=SauvainDupuy|first=PhilipTrevor Nevitt|title=KeyThe ThemesEvolution of theWeapons Twentiethand Century: TeacherWarfare|publisher=[[Jane's GuideInformation Group]]|pageisbn=128|publisher=Wiley0-Blackwell7106-0123-9|year=20051982|isbnpage=1-4051-3218-3231}}</ref>
 
Avanços também foram feitos em quase todos os aspectos da [[guerra naval]], principalmente com os [[porta-aviões]] e [[submarinos]]. Embora, no início da guerra a [[aeronáutica]] tenha tido relativamente pouco sucesso, as ações em Taranto, Pearl Harbor, Mar da China Meridional e Mar de Coral estabeleceram o porta-aviões como o principal navio dominante no lugar do [[couraçado]].<ref name="EncWWII_163">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=163|isbn=1-57607-999-6}}</ref><ref>{{Cite book|last1=Bishop|first1=Chris|last2=Chant|first2=Chris|title=Aircraft Carriers: The World's Greatest Naval Vessels and Their Aircraft|page=7|publisher=Silverdale Books|year=2004|isbn=1-84509-079-9|location=Wigston, Leics}}</ref><ref>{{Cite book|last1=Chenoweth|first1=H. Avery|last2=Nihart|first2=Brooke|title=Semper Fi: The Definitive Illustrated History of the U.S. Marines|publisher=Main Street|year=2005|isbn=1-4027-3099-3|page=180|location=Nova York}}</ref>
 
No Atlântico, os porta-aviões de escolta tornaram-se uma parte vital de comboios aliados, ao aumentar eficazmente o raio de proteção e ao ajudar a fechar a "lacuna mesoatlântica".<ref>{{Cite book|last=Sumner|first=Ian|last2=Baker|first2=Alix|title=The Royal Navy 1939–45|page=25|publisher=Osprey Publishing|year=2001|isbn=1-84176-195-8}}</ref> Os porta-aviões eram também mais econômicos do que os navios de guerra devido ao custo relativamente baixo das aeronaves<ref>{{Cite book|last=Hearn|first=Chester G.|title=Carriers in Combat: The Air War at Sea|page=14|publisher=Stackpole Books|year=2007|isbn=0-8117-3398-X}}</ref> e de não necessitarem ser tão fortemente blindados.<ref>{{Cite book|last1=Gardiner|first1=Robert|last2=Brown|first2=David K|title=The Eclipse of the Big Gun: The Warship 1906–1945|isbn=0-85177-953-0|page=52|publisher=Conway Maritime|location=Londres|year=2004}}</ref> Os submarinos, que tinham provado ser uma arma eficaz durante a [[Primeira Guerra Mundial]]<ref>{{Cite book|last=Rydill|first=Louis|title=Concepts in Submarine Design|page=15|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-55926-X|year=1995}}</ref> foram fortemente usados pelos dois lados nesse conflito. O desenvolvimento britânico focou-se em [[Guerra antissubmarino|armamento e táticas antissubmarinos]], como o [[sonar]] e os [[Comboio naval|comboios navais]], enquanto a Alemanha concentrou-se em melhorar a sua capacidade ofensiva, com projetos como o [[U-Boot Tipo VII|submarino tipo VII]] e táticas ''[[rudeltaktik]]''.<ref>{{Cite book|last=Rydill|first=Louis|title=Concepts in Submarine Design|page=16|publisher=Cambridge University Press|isbn=0-521-55926-X|year=1995}}</ref>
 
A guerra terrestre mudou das linhas de batalha estáticas da Primeira Guerra Mundial para uma maior mobilidade e o uso de armas combinadas. O [[Carro de combate|tanque]], que tinha sido utilizado predominantemente para apoio da [[infantaria]] na Primeira Guerra Mundial, tinha evoluído para a arma principal.<ref name="EncWWII_125">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=125|isbn=1-57607-999-6}}</ref> No final dos anos 1930, os projetos de tanques estavam consideravelmente mais avançados do que durante a Primeira Guerra Mundial e os avanços continuaram durante a guerra em aspectos como o aumento da velocidade, blindagem e poder de fogo.<ref>{{Cite book|last=Dupuy|first=Trevor Nevitt|title=The Evolution of Weapons and Warfare|publisher=[[Jane's Information Group]]|isbn=0-7106-0123-9|year=1982|page=231}}</ref>
 
No início do conflito, a maioria dos comandantes pensava que os tanques inimigos tinham especificações superiores.<ref name="EncWWII_108">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary|page=108|isbn=1-57607-999-6}}</ref> Esta ideia foi contestada pelo fraco desempenho das armas relativamente leves dos primeiros tanques contra a blindagem e pela doutrina alemã de evitar combates entre tanques. Isto, juntamente com o uso de armas combinadas pela Alemanha, estava entre os elementos-chave de suas bem-sucedidas táticas de ''[[blitzkrieg]]'' em toda a [[Invasão da Polônia|Polônia]] e [[Batalha da França|França]].<ref name="EncWWII_125"/> Muitas [[armas antitanque]], como artilharia indireta, [[Mina antitanque|minas]], armas de infantaria de curto alcance e outros tipos de tanques foram utilizados.<ref name="EncWWII_108" /> Mesmo com a grande mecanização, a infantaria permaneceu como a espinha dorsal de todas as forças,<ref name="EncWWII_734">{{Cite book|year=2004|title=Encyclopedia of World War II: A Political, Social, and Military History|publisher=ABC-CLIO|last1=Tucker|first1=Spencer C.|last2=Roberts|first2=Priscilla Mary Roberts|page=734|isbn=1-57607-999-6}}</ref> e durante a guerra muitas delas foram equipadas de forma semelhante à da Primeira Guerra Mundial.<ref name="Comp_221">{{Cite book|last=Cowley|first=Robert|last2=Parker|first2=Geoffrey|title=The Reader's Companion to Military History|publisher=Houghton Mifflin Harcourt|year=2001|isbn=0-618-12742-9|page=221}}</ref>
 
As [[metralhadora]]s portáteis se espalharam, sendo um exemplo notável a alemã [[MG42]] e várias [[submetralhadora]]s que foram adaptadas para o [[Combate em ambientes confinados|combate próximo em ambientes urbanos]] e de selva.<ref name="Comp_221" /> O [[rifle de assalto]], um desenvolvimento de guerra recente que incorporou muitas características do [[fuzil]] e da metralhadora, tornou-se a arma de infantaria padrão do pós-guerra para a maioria das [[forças armadas]].<ref>{{cite web|title=Infantry Weapons Of World War 2|url=http://greyfalcon.us/Infantry%20Weapons%20Of%20World%20War%202.htm|publisher=Grey Falcon (Black Sun)|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref><ref>{{cite web|title=The AK-47: the worlds favourite killing machine|publisher=controlarms.org|first=Oliver|last=Sprague|first2=Hugh|last2=Griffiths|url=http://www.amnesty.org/en/library/asset/ACT30/011/2006/en/11079910-d422-11dd-8743-d305bea2b2c7/act300112006en.pdf|accessdate=14 de novembro de 2009|year=2006|format=PDF|page=1}}</ref>
[[Imagem:Little boy.jpg|thumb|direita|Réplica da ''[[Little Boy]]'', a [[bomba nuclear]] usada em [[Hiroshima (cidade)|Hiroshima]].]]
 
{{Imagem múltipla
As [[metralhadora]]s portáteis se espalharam, sendo um exemplo notável a alemã [[MG42]] e várias [[submetralhadora]]s que foram adaptadas para o combate próximo em ambientes urbanos e de selva.<ref name="Comp_221" /> O [[rifle de assalto]], um desenvolvimento de guerra recente que incorporou muitas características do [[fuzil]] e da metralhadora, tornou-se a arma de infantaria padrão do pós-guerra para a maioria das [[forças armadas]].<ref>{{cite web|title=Infantry Weapons Of World War 2|url=http://greyfalcon.us/Infantry%20Weapons%20Of%20World%20War%202.htm|publisher=Grey Falcon (Black Sun)|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref><ref>{{cite web|title=The AK-47: the worlds favourite killing machine|publisher=controlarms.org|first=Oliver|last=Sprague|first2=Hugh|last2=Griffiths|url=http://www.amnesty.org/en/library/asset/ACT30/011/2006/en/11079910-d422-11dd-8743-d305bea2b2c7/act300112006en.pdf|accessdate=14 de novembro de 2009|year=2006|format=PDF|page=1}}</ref>
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| header=[[Artilharia]], [[Encriptação]] e [[Armas nucleares]].
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| image1=RIAN archive 1274 Tanks going to the front.jpg
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| caption1=O soviético [[T-34]], o [[Carro de combate|tanque]] mais usado da guerra. Mais de 57 mil foram construídos em 1945.
| image2=EnigmaMachine Warzawa.jpg
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| caption2=<center>Máquina ''[[Enigma (máquina)|Enigma]]''.<center>
| image3=Little boy.jpg
| width3=271
| caption3=Réplica da ''[[Little Boy]]'', a [[bomba nuclear]] usada em [[Hiroshima (cidade)|Hiroshima]].
}}
 
A maioria dos grandes beligerantes tentou resolver os problemas de complexidade e de segurança apresentados utilizando grandes livros-códigos para [[criptografia]] com o uso de máquinas de [[cifra]], sendo a máquina alemã ''[[Enigma (máquina)|Enigma]]'' a mais conhecida.<ref>{{Cite book|last=Ratcliff|first=Rebecca Ann|title=Delusions of Intelligence: Enigma, Ultra and the End of Secure Ciphers|publisher=Cambridge University Press|year=2006|isbn=0-521-85522-5|page=11}}</ref> O [[SIGINT]] era o processo contrário de descriptografia, sendo que o exemplo mais notável de aplicação foi a quebra dos [[códigos navais japoneses]] pelos Aliados.<ref name=Schoenherr>{{cite web|title=Code Breaking in World War II |url=http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/espionage.html |archiveurl=http://web.archive.org/web/20080509054959/http://history.sandiego.edu/gen/WW2Timeline/espionage.html |archivedate=9 de maio de 2008|first=Steven |last=Schoenherr |year=2007|publisher=Departamento de História da Universidade de San Diego |accessdate=15 de novembro de 2009}}</ref> O britânico [[Ultra]], que era derivado da metodologia dada ao Reino Unido pelo ''Biuro Szyfrów'' polonês, tinha decodificado a ''Enigma'' sete anos antes da guerra.<ref>{{cite journal|author=Macintyre, Ben|title=Bravery of thousands of Poles was vital in securing victory|work=The Times|location=Londres|date=10 de dezembro de 2010|page=27}}</ref> Outro aspecto da [[inteligência militar]] era o processo de [[desinformação]], que os Aliados usaram ​​comcom grande efeito, como nas operações [[Operação Mincemeat|Mincemeat]] e Bodyguard.<ref name=Schoenherr/><ref>{{cite web|title=Deception for Defense of Information Systems: Analogies from Conventional Warfare|url=http://www.au.af.mil/au/awc/awcgate/nps/mildec.htm |first1=Neil C. |last1=Rowe|first2=Hy|last2=Rothstein|work=Departments of Computer Science and Defense Analysis U.S. Naval Postgraduate School|publisher=Air University|accessdate=15 de novembro de 2009}}</ref> Outras proezas tecnológicas e de engenharia alcançadas durante ou como resultado da guerra incluem os primeiros computadores[[computador]]es programáveis do mundo ​​([[Z3]], [[Colossus (computador)|Colossus]] e [[ENIAC]]), [[V-1|mísseis guiados]] e [[V-2|foguetes modernos]], o desenvolvimento do [[Projeto Manhattan]] de [[armas nucleares]], as [[Investigação operacional|pesquisas operacionais]] e o desenvolvimento de portos[[porto]]s e oleodutos[[oleoduto]]s artificiais sob o [[Canal da Mancha]].<ref>{{cite web|title=Konrad Zuse (1910–1995) |url=http://www.idsia.ch/~juergen/zuse.html |publisher=Istituto Dalle Molle di Studi sull'Intelligenza Artificiale|accessdate=14 de novembro de 2009}}</ref>
 
== Ver também ==
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* [[Segunda Guerra Mundial na cultura contemporânea]]
* [[Logística na Segunda Guerra Mundial]]
* [[Brasil na Segunda Guerra Mundial]]
* [[Portugal na Segunda Guerra Mundial]]
* [[Aliados da Segunda Guerra Mundial]]
* [[Auschwitz-Birkenau]]
* [[Anexo:ListaBrasil de batalhas da Segunda Guerra Mundial|Batalhas dana Segunda Guerra Mundial]]
* [[Conselho de Controlo Aliado]]
* [[Cronologia do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial]]
* [[Guerra Fria]]
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* [[Holocausto]]
* [[Jeep]]
* [[Logística na Segunda Guerra Mundial]]
* [[Muralha do Atlântico]]
* [[Portugal na Segunda Guerra Mundial]]
* [[Primeira Guerra Mundial]]
* [[Segunda Guerra Mundial na cultura contemporânea]]
* [[Sudetos|Sudetas]]
* [[Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial]]
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