Impeachment de Dilma Rousseff: diferenças entre revisões
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[[Imagem:Dilma Rousseff - foto oficial 2011-01-09.jpg|thumb|A presidente [[Dilma Rousseff]] em fotografia oficial.]]
O '''processo de ''impeachment'' contra Dilma Rousseff'''
As acusações
== Antecedentes ==
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Para os juristas, Dilma não agiu como deveria para punir as irregularidades que existiam na estatal. "A presidente agiu como se nada soubesse, como se nada tivesse ocorrido, mantendo seus assistentes intocáveis e operantes na máquina de poder instituída, à revelia da lei e da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição Federal]]."<ref>{{Citar web|título = Cunha não fez mais do que a obrigação, diz Hélio Bicudo|URL = http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2015/12/cunha-nao-fez-mais-do-que-a-obrigacao-diz-helio-bicudo.html|obra = vogue.globo.com|acessadoem = 2015-12-07}}</ref> <ref>{{Citar web|título = Pedido de impeachment de Dilma: os argumentos ponto a ponto|URL = http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2015/12/pedido-de-impeachment-de-dilma-os-argumentos-ponto-ponto.html|obra = Processo de Impeachment de Dilma|acessadoem = 2015-12-07|língua = pt-BR}}</ref> Segundo o pedido, houve uma "maquiagem deliberadamente orientada a passar para a nação a sensação de que o [[Brasil]] estaria economicamente saudável". "Durante todo o [[Eleição presidencial no Brasil em 2014|processo eleitoral]], Dilma negou que a situação da Petrobras, seja sob o ponto de vista [[moral]], seja sob o ponto de vista [[Economia|econômico]], era muito grave."<ref>{{Citar web|título = Correio do Povo de Alagoas|URL = http://www.correiodopovo-al.com.br/index.php/noticia/2015/12/03/pedido-de-impeachment-de-dilma-os-argumentos-ponto-a-ponto|obra = www.correiodopovo-al.com.br|acessadoem = 2015-12-07}}</ref><ref>{{Citar web|título = Leia a íntegra do pedido de impeachment de Dilma Rousseff|URL = http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/03/politica/1449161619_984402.html|obra = EL PAÍS|publicado = https://plus.google.com/+elpais|data = 2015-12-03|acessadoem = 2015-12-07|língua = pt-br|primeiro = Ediciones El|último = País}}</ref> Ainda segundo os autores, a "máscara da competência fora primeiramente arranhada no episódio envolvendo a compra da refinaria em [[Pasadena Refinery System Inc|Pasadena]] pela Petrobras". "A Presidente da [[República]] era presidente do Conselho da Estatal e deu como desculpa um equívoco relativo a uma cláusula contratual." <ref>{{Citar web|título = "A lei foi cumprida", diz Hélio Bicudo|URL = http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2015/12/lei-foi-cumprida-diz-helio-bicudo.html|obra = revistaepoca.globo.com|acessadoem = 2015-12-07}}</ref><ref>{{Citar web|título = Cunha associa Dilma a 'maior escândalo de corrupção do mundo'|URL = http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2015/12/cunha-associa-dilma-maior-escandalo-de-corrupcao-do-mundo.html|obra = Processo de Impeachment de Dilma|acessadoem = 2015-12-07|língua = pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|título = Câmara dá início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff - Política - iG|URL = http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-12-03/pedido-de-impeachment-e-lido-na-camara-destacando-pasadena-e-lava-jato.html|obra = Último Segundo|acessadoem = 2015-12-07}}</ref>
Segundo o documento, a presidente foi omissa em relação a compra da refinaria [[Pasadena Refinery System Inc|pasadena]]. "Ainda que a presidente não estivesse ativamente envolvida nessa situação, restaria sua responsabilidade omissiva, pois descumpriu seu dever de gestão da [[Governo
Os autores citaram ainda a corrupção desvendada pela [[Operação Lava Jato]] e sustentaram no documento que a ação da [[Polícia Federal]] "realizou verdadeira devassa em todos os negócios feitos pela Petrobrás, constatando, a partir de colaborações premiadas intentadas por [[Paulo Roberto Costa]] e [[Alberto Youssef]], que as obras e realizações propaladas como grandes conquistas do [[Governo Dilma Rousseff|Governo Dilma]] não passavam de meio para sangrar a promissora estatal que, atualmente, encontra-se completamente descapitalizada e desacreditada".<ref>{{Citar web|título = Cunha aceita pedido de impeachment de Dilma Rousseff {{!}} VEJA.com|URL = http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cunha-aceita-pedido-de-impeachment-de-dilma-rousseff/|obra = VEJA.com|publicado = https://plus.google.com/+VEJA|acessadoem = 2015-12-07}}</ref><ref>{{citar web|URL = http://noticias.uol.com.br/politica/listas/veja-argumentos-a-favor-e-contra-o-impeachment-de-dilma.htm|título = Veja 8 razões a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff|data = 21 de outubro de 2015|acessadoem = 07 de Dezembro de 2015|autor = Felipe Amorim|publicado = UOL}}</ref>
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O ex-presidente [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] chegou a ir a público para defender a medida. Segundo [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]]: "Estou vendo a Dilma ser atacada por conta de umas ‘pedaladas’. Eu não conheço o processo, mas uma coisa [...] que vocês têm que falar é que talvez a Dilma, em algum momento, tenha deixado de repassar o orçamento para a [[Caixa Econômica Federal|Caixa]], por conta de algumas coisas que não tinha dinheiro. E quais eram as coisas que a Dilma tinha que pagar? Ela fez as ‘pedaladas’ para pagar o [[Bolsa Família]], ela fez as ‘pedaladas’ para pagar o [[Minha Casa, Minha Vida]]”.<ref>{{Citar web|título = Para Lula, Bolsa Família e Minha Casa justificam pedaladas de Dilma em 2014 - Política - Estadão|URL = http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,para-lula--bolsa-familia-e-minha-casa-justificam-pedaladas-de-dilma-em-2014,1778820|obra = Estadão|acessadoem = 2015-12-12}}</ref><ref>{{Citar web|título = Dilma fez pedaladas para pagar Bolsa Família e MCMV, diz Lula|URL = http://www.valor.com.br/politica/4267742/dilma-fez-%253Fpedaladas%253F-para-pagar-bolsa-familia-e-mcmv-diz-lula|obra = Valor Econômico|acessadoem = 2015-12-12}}</ref>
A [[ONG]] Contas Abertas, todavia, divulgou que a maior parcela dos recursos oriundos das manobras foi destinada ao subsídio para as grandes empresas, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do [[BNDES]], e empréstimos para empresas do [[agronegócio]], por meio do [[Banco do Brasil]].<ref>{{Citar web|título = Pedaladas bancaram mais empresários do que programas sociais|URL = http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/12311|obra = Contas Abertas|acessadoem = 2015-12-12}}</ref> <ref>{{Citar web|título = "Pedaladas" bancaram mais empresários do que programas sociais|URL = http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-poder/657717/pedaladas-bancaram-mais-empresarios-do-que-programas-sociais/|obra = www.jornaldebrasilia.com.br|acessadoem = 2015-12-12}}</ref> Além disso, o governo elaborou cortes bilionários no orçamento federal de 2015, no qual os programas sociais foram duramente atingidos, tais como o [[Programa de Aceleração do Crescimento|PAC]], o [[Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego|Pronatec]], Minha Casa Minha Vida, o [[Ciência sem Fronteiras|Ciência Sem Fronteiras]] e o [[
==Reações ao pedido de impedimento==
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Outra reação enérgica veio de Marcello Lavenére, que era presidente da [[Ordem dos Advogados do Brasil]] em 1992 e foi o autor do pedido de ''impeachment'' contra [[Fernando Collor]]. Na opinião dele, o caso de Dilma era diferente porque ela não era alvo de acusações de prática de atos ilícitos. Seria na verdade um caso de disputa política, citando a tentativa de iniciar o processo, movida pelo [[Partido da Social Democracia Brasileira|PSDB]], com apenas 15 dias do segundo mandato da presidente, em janeiro de 2015. Ele declarou que as [[Pedalada fiscal|pedaladas fiscais]] não passavam de uma desculpa, na ausência de atos ilícitos que pudessem justificar o impedimento.<ref>Thiago Amâncio, em 6 de dezembro de 2015. [http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/12/1715482-pedalada-fiscal-e-desculpa-diz-autor-de-pedido-de-impeachment-de-collor.shtml Pedalada fiscal é desculpa', diz autor de pedido de ''impeachment'' de Collor]. Folha de São Paulo, com acesso em 6 de dezembro de 2015.</ref> Lavenére também citou a autorização do Congresso para a mudança de meta fiscal, o que excluiria qualquer pedalada em 2015. Restariam então os fatos de 2014, mas o [[Supremo Tribunal Federal]] e o [[direito constitucional]] não abonavam o comprometimento de um mandato por eventos do mandato anterior. Assim, se Dilma tivesse "roubado ou matado" em 2014, poderia sofrer uma ação penal e ficar inelegível, mas o mandato atual não seria contaminado. Ele enfatizou que seu propósito não era defender a presidente, mas sim a regularidade, o respeito às instituições republicanas, a democracia e o futuro do país.<ref>{{Citar web|título = Marcelo Lavenère:|URL = http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/08/noticias/a_gazeta/politica/1348385-se-pt-deu-motivo-vai-pagar-o-preco.html|obra = gazetaonline.globo.com|acessadoem = 2015-12-07}}</ref>
No dia 7 de dezembro, cerca de 30 juristas se reuniram com a presidente Dilma Roussef para manifestar rejeição ao pedido de abertura do processo de ''impeachment''. Esses juristas entendiam que não estavam presentes os requisitos constitucionais e legais para a medida<ref>[http://radioagencianacional.ebc.com.br/politica/audio/2015-12/grupo-de-juristas-partem-em-defesa-de-dilma-rousseff Juristas defendem Dilma e criticam argumentos para ''impeachment'']. Rádio Agência Nacional, com acesso em 07 de dezembro de 2015.</ref>. Um dos juristas presentes<ref> [http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/impeachment/pedido-de-impeachment-e-golpe-parlamentar-aceito-por-capricho-diz-jurista,1e77f0587899bbed3be154fce92136ea9yd6ai3q.html ''Impeachment'' é golpe aceito por "capricho", diz jurista]. Terra Notícias, com acesso em 8 de dezembro de 2015.</ref>, o professor Luiz Moreira Gomes Júnior, conselheiro nacional do [[
No mesmo dia, [[ Luiz Inácio da Silva]], ao participar<ref>Agência Brasil, em 7 de dezembro de 2015. [http://noticias.terra.com.br/brasil/lula-diz-que-motivacoes-do-impeachment-sao-odio-e-preconceito,444a191b43a1fe3749db8d2a2af38657vx6z5xz7.html Lula diz que ''impeachment'' é motivado por ódio e preconceito]. Terra Notícias, com acesso em 8 de dezembro de 2015.</ref> de um encontro de articulação de movimentos sociais e centrais sindicais contra o impedimento, asseverou que a motivação por trás do pedido era o ódio contra o projeto político instaurado pelo [[Partido dos Trabalhadores]] e que a continuidade de Dilma no poder era fundamental para evitar retrocessos sociais no Brasil. Ele acusou os partidos derrotados na eleição de 2014 de boicotarem o governo a fim de evitar as medidas necessárias para a recuperação econômica do país. Além disso, ele defendeu a monitoração dos movimentos dos parlamentares para poder construir a maioria absoluta no Congresso, necessária ao governo, assim como a monitoração da imprensa pela sociedade civil, para que aquela não tomasse posições partidárias. E pediu a união de todos os partidos e movimentos sociais, no que recebeu o apoio de João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]], segundo o qual havia unidade em torno da defesa do mandato, apesar das divergências com o governo.
Na tarde do dia 8, a presidente Dilma<ref>Paulo Victor Chagas, 8 de dezembro de 2015. [http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-12/dilma-conversa-com-governadores-sobre-impeachment Dilma conversa com governadores sobre ''impeachment'']. Agência Brasil, com acesso em 8 de dezembro de 2015.</ref> se reuniu com governadores para discutir o cenário político. Ela recebeu o apoio formal de oito governadores nordestinos, que assinaram uma nota de repúdio contra o impedimento. Na lista, constavam os nomes de [[
Em 10 de dezembro, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, [[Ricardo Berzoini]], se reuniu com reitores e pró-reitores de 41 universidades e institutos técnicos federais. Eles entregaram uma carta de manifestação contra o pedido de impedimento. O ministro recebeu também o apoio de muitos movimentos sociais que formavam a Frente Brasil Popular: a [[Central Única dos Trabalhadores]], o [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]], a [[União Nacional dos Estudantes]], a [[Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura]] e a [[Marcha Mundial das Mulheres]]. O ministro emitiu uma nota, afirmando que "não é possível que o ''impeachment'', um instrumento democrático e constitucional, seja usado de forma leviana e irresponsável por aqueles que querem simplesmente tomar conta do Estado brasileiro para usá-lo ao seu bel-prazer”. <ref>Agência Brasil, em 10 de dezembro de 2015. [http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/impeachment/reitores-e-movimentos-sociais-entregam-a-berzoini-carta-contra-o-impeachment,8ccb2e1ddd065dd743d5e93a89e67fc6tro3bj1c.html Movimentos sociais entregam carta contra ''impeachment'']. Terra Notícias, com acesso em 10 de dezembro de 2015.</ref>
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