Império Romano: diferenças entre revisões

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O Império Romano foi uma das mais fortes potências económicas, políticas e militares do seu tempo. Foi o maior império da [[antiguidade Clássica]] e um dos [[Lista dos maiores impérios|maiores da História]]. No apogeu da sua extensão territorial exercia autoridade sobre mais de cinco milhões de quilómetros quadrados e uma população de mais de 70 milhões de pessoas, à época 21% da população mundial. A longevidade e extensão do império proporcionaram uma vasta influência na língua, cultura, religião, técnicas, arquitetura, filosofia, lei e formas de governo dos estados que lhe sucederam. Ao longo da [[Idade Média]] foram feitas diversas tentativas de estabelecer sucessores do Império Romano, entre as quais o [[Império Latino]] e o [[Sacro Império Romano-Germânico]]. A [[Colonialismo|expansão colonial]] europeia, entre os séculos XV e XX, difundiu a cultura romana a uma escala mundial, desempenhando um papel significativo na construção do mundo contemporâneo.
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== História ==
{{AP|História do Império Romano}}
[[Ficheiro:Roman Republic Empire map.gif|thumb|200px|direita|Mapa cronológico que mostra o desenvolvimento territorial do império de [[510 a.C.]] a [[530]] [[D.C.]]]]
 
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A língua dos romanos era o [[latim]], que [[Virgílio]] destaca como fonte da unidade e [[Mos maiorum|tradição]] romanas.{{sfn|Adams|2003|p=184}} Embora o latim fosse a língua corrente nos tribunais e administração pública no Império do Ocidente e no exército de todo o império, não era imposto de forma oficial aos povos sob domínio romano.{{sfn|Rochette|2011|p=554, 556}} Ao conquistar novos territórios, os romanos preservavam as tradições e línguas locais, introduzindo gradualmente o latim através da administração pública e documentos oficiais.{{sfn|Freeman|1999|p=389-433}} Esta política contrasta com a de [[Alexandre, o Grande]], que impôs o [[Koiné|grego helenístico]] como língua oficial do seu império.{{sfn|Rochette|2011|p=549}} Isto fez com que o [[Língua grega antiga|grego antigo]] viesse a ser a [[Lingua franca|língua franca]] da metade oriental do Império Romano, ao longo de todo o mediterrâneo oriental e da [[Ásia Menor]].{{sfn|Millar|2006|p=279}}{{Harvref|name=Tread5|Treadgold|1997|p=5}} No ocidente, o [[latim vulgar]] substituiu progressivamente as [[línguas celtas]] e [[Línguas itálicas|itálicas]], relativamente às quais partilha a mesma [[Língua protoindo-europeia|raiz indo-europeia]], o que facilitou a sua adoção.{{sfn|Rochette|2011|p=550}}
 
A mescla entre as [[línguas europeias]] pré-romanas e o latim vulgar originou as [[línguas neolatinas]],<ref>''Romance Languages: A Historical Introduction.'' Autores: Ti Alkire & Carol Rosen. [[Cambridge University Press]], 2010, pág. 1, {{en}} ISBN 9780521889155 Adicionado em 18/04/2016.</ref> <ref>''Guia de Conversação Italiano Para Leigos.'' Autores: Francesca Romana Onofri & Karen Antje Möller. Alta Books Editora, 2009, pág. 5. Adicionado em 18/04/2016.</ref> atualmente faladas em todos os continentes.<ref>''Língua Latina.'' IESDE BRASIL SA, pág. 18. ISBN 9788538711469 Adicionado em 18/04/2016.</ref> Na Europa moderna, países falantes de línguas neolatinas compõem o grupo [[linguístico]] da ''[[România]]'' (Europa latina). As regiões pertencentes ao império onde a [[romanização]] não foi efetiva e, onde as línguas neolatinas não desenvolveram-se ou extinguiram-se, são chamadas de ''[[Romania submersa]].''<ref>''Manuel des langues romanes.'' Autores: Andre Klump, Johannes Kramer & Aline Willems. Walter de Gruyter GmbH & Co KG, 2014, cáp. 9: "La Romania submersa", pág. 224, {{fr}} ISBN 9783110302585 Adicionado em 18/04/2016.</ref> <ref>''Encyclopedia Britannica.'' Edição 15, 2002, [[Encyclopædia Britannica, Inc.]], pág. 623, {{en}} ISBN 9780852297872 Adicionado em 18/04/2016.</ref>
 
Embora os imperadores [[Dinastia júlio-claudiana|júlio-claudianos]] incentivassem o uso de latim na realização de negócios oficiais em todo o império, o grego continuou a ser a [[língua literária]] entre a elite cultural romana e a maior parte dos governantes era fluente em grego. [[Cláudio]] tentou limitar o uso de grego, chegando a revogar cidadania para aqueles que não soubessem latim, embora no próprio senado houvesse embaixadores nativos em grego.{{sfn|Rochette|2011|p=550-552}} No Império do Oriente, as leis e os documentos oficiais eram regularmente traduzidos de latim para grego.{{sfn|Rochette|2011|p=553-554}} A utilização simultânea de ambas as línguas pode ser observada em inscrições bilíngues em grego e latim.{{sfn|Adams|2003|p=200}}{{sfn|Rochette|2011|p=556}} Em 212, quando foi concedida cidadania a todos os homens livres do império, era esperado que os cidadãos que não soubessem latim adquirissem algumas noções básicas da língua.{{sfn|Adams|2003|p=185–186, 205}} No início do {{Séc|V}}, [[Justiniano]] esforçou-se por promover o latim enquanto língua do Direito no oriente, embora o latim tenha perdido progressivamente influência e existência enquanto língua viva.{{sfn|Rochette|2011|p=562-563}}
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===Cristianização===
{{AP|Declínio do politeísmo greco-romano|Cristianização|Cristianismo primitivo}}
[[Imagem:Stele Licinia Amias Terme 67646.jpg|thumb|Esta estela funerária do {{séc|III}} está entre as mais antigas inscrições cristãs, escrita simultâneamente em grego e latim. A abreviatura "D.M." no topo refere-se a [[Manes|Di Manes]], os espíritos tradicionais romanos da morte, mas é acompanhada pelo [[Ichthys|símbolo cristão]].]]
 
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=== Arquitetura ===
{{AP|Arquitetura da Roma Antiga}}
{{AP|vt=s|Engenharia romana}}
[[Imagem:Interior del Panteón 01.JPG|thumb|A invenção do betão (''[[opus caementicium]]'') permitiu aos romanos a introdução de arcos, abóbadas e cúpulas de dimensões sem precedentes na história e de elevada durabilidade, como a cúpula do [[Panteão de Roma]] (''imagem''), ainda hoje a maior cúpula sem reforço estrutural do mundo.]]
 
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{{AP|Literatura latina}}
[[Imagem:Pompeii - Casa di Marco Lucrezio Frontone - Winter Triclinium.jpg|thumb|Cena da tragédia ''[[Andrômaca (Eurípides)|Andrómaca]]'' de [[Eurípedes]], num [[fresco]] da Casa de Marco Lucrécio em [[Pompeia]].]]
[[Imagem:0 Marcus Aurelius - Palazzo Nuovo - Musei Capitolini (1).JPG|thumb|170px|direita|Imperador [[Marco Aurélio]], autor da obra ''[[Meditações]]'', que aborda o [[estoicismo]] (''ver: [[Filosofia na Roma Antiga]]'').]]
 
No [[Cânone Ocidental|cânone literário ocidental]], a literatura durante o período de [[Augusto]] até ao fim da república é vista como a idade de ouro da [[literatura latina]], incorporando os [[classicismo|ideais clássicos]] da unidade do conjunto, proporção entre as partes e articulação cuidada da composição.{{sfn|Roberts|1989|p=3}} Os três poetas clássicos latinos mais influentes – [[Virgílio]], [[Horácio]] e [[Ovídio]] – pertencem a este período. Virgílio escreveu a ''[[Eneida]]'', criando um épico nacional para Roma da mesma forma que os épicos de [[Homero]] o foram para a Grécia. Horácio aperfeiçoou o uso da [[Métrica (poesia)|métrica]] grega na poesia latina. A poesia erótica de Ovídio foi extremamente popular, embora vítima do programa moral de Augusto, que levou ao seu exílio em Tômis, onde permaneceu até ao resto da sua vida. As ''[[Metamorfoses]]'' de Ovídio são um poema contínuo ao longo de quinze livros, que abrangem temas desde a [[mitologia greco-romana]] até ao [[culto imperial]] de [[Júlio César]]. As versões de Ovídio dos mitos gregos tornaram-se numa das principais fontes de mitologia clássica. A sua foi tão influente na [[literatura medieval]] que os séculos XII e XIII foram denominados de "Idade de Ovídio"."{{sfn|McNelis|2007|p=397}}