Mapas de Dieppe: diferenças entre revisões

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→‎Características: Palavra "Cathay" ligava para cidade norte-americana. Substituída por "Catai".
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Uma vez que muitas das legendas nesses mapas encontram-se em [[língua francesa]], [[língua portuguesa]] ou um português [[Galiza|galicizado]], admite-se contemporaneamente que os cartógrafos da escola de Dieppe trabalharam frequentemente sobre fontes portuguesas actualmente inexistentes, como por exemplo a [[Casa da Guiné e da Mina]] e a [[Casa da Índia]], em [[Lisboa]]. Pela mesma razão acredita-se ser essa outra evidência de que cartógrafos portugueses foram subornados para fornecer informação acerca das últimas descobertas de seu país, apesar da política de sigilo praticada pela [[Lista de reis de Portugal|Coroa Portuguesa]].
 
Uma característica comum a muitos dos mapa-múndi de Dieppe é o emprego de [[rosa-dos-ventos|rosas-dos-ventos]] e de linhas loxodrômicas, alusivas a cartas náuticas, como por exemplo no Atlas de Vallard ([[1547]]) e no de Desceliers ([[1550]]). Essas cartas, entretanto são melhor entendidos como obras de arte, claramente concebidas para serem abertas sobre uma mesa de reuniões, apresentando informações sobre as últimas descobertas a par de ilustrações e referências mitológicas. O mapa citado de Desceliers de 1550, por exemplo, oferece descrições das primeiras tentativas francesas de colonização da região do [[Canadá]], da conquista espanhola do [[Peru]] e do comércio marítimo português de [[especiarias]]. Nesse mesmo mapa encontram-se ainda descrições da [[lenda|lendária]] [[CathayCatai]] na [[China]], do [[Preste João]] na [[Etiópia]], e das [[Amazonas (guerreiras)|Amazonas]] na [[Rússia]]<ref>http://www.bl.uk/onlinegallery/themes/mapsandviews/desworlmap.html</ref>. Outros mapas da escola de Dieppe também apresentam figuras fictícias como as "Îles des Geanz"/[[Zanzibar]], inspirada em [[Marco Polo]], como no Atlas de Vallard (1547), no de Rotz ([[1542]]) e no chamado mapa "Delfim" (c. [[1547]]).
 
Assim como outros mapas confeccionados antes do [[século XVII]], os mapas de Dieppe não demonstram conhecimento de [[longitude]]. Enquanto que a [[latitude]] poderia ser assinalada em graus de acordo com as observações efectuadas com o [[astrolábio]] ou o [[quadrante]], as latitudes ainda não eram medidas em distância<ref>McIntyre, K. G. (1977). ''Secret Discovery of Australia: Portuguese Ventures 200 Years Before Captain Cook''. Medindie, South Australia: Souvenir Books Australia, p. 147-8. ISBN 028562303 6</ref>.