Guerra Peninsular: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 177.152.76.192 por mudar a grafia (usando Huggle) (3.1.22)
a criação da Junta Suprema do Reino de Galiza cuja primeira ação militar foi a libertação do Porto.
Linha 60:
[[File:Augusto Ferrer-Dalmau. Regimiento Real de Minadores-Zapadores abandonando Alcalá de Henares el 24 de mayo de 1808.jpg|thumb|''A gesta dos sapadores'': o regimento real espanhol de sapadores abandona [[Alcalá de Henares]] em 24 de maio de 1808 para se juntar à causa lealista em [[Valência]].]]
 
Desde os motins de Aranjuez que Espanha se encontrava em sobressalto. Eram frequentes os ataques aos partidários de Godoy, ao mesmo tempo que França se recusava a reconhecer a legitimidade de Fernando, o que provocava enorme descontentamento e levantava a suspeita de que tencionava fazer com que Godoy regressasse.{{sfn|Esdaile|2003|p=37}} No início de maio de 1808 começaram a circular rumores de que a ''Junta de Gobierno'' estava a ser pressionada para enviar os últimos membros da família real para [[Baiona (França)|Baiona]].{{sfn|Esdaile|2003|p=38}} Em 2 de maio, os habitantes de Madrid [[Levantamento de dois de maio|revoltaram-se contra a ocupação francesa]], matando 150 soldados franceses. O conflito terminou com a intervenção da [[Guarda Imperial (Napoleão)|Guarda Imperial]] e da cavalaria de [[mamelucos]], que irrompeu pela cidade espezinhando os revoltosos.{{sfn|Chandler|1995|p=610}} No dia seguinte, o exército francês matou centenas de madrilenos em retaliação. As represálias ocorram também noutras cidades e prolongaram-se durante vários dias, fazendo eclodir por toda a Espanha ações de resistência espontâneas e frequentemente sangrentas denominadas [[guerrilha]]. Na Galiza cria-se uma Junta Suprema do Reino da Galiza que se organiza de forma soberana e com ela organiza um exército cuja primeira ação é entrar no Portugal nortenho e libertar de franceses a cidade do Porto favorecendo a criação da Junta do Porto. Os grupos de rebeldes eram organizados a nível local e geralmente não estavam a par das ações de resistência noutros locais. Os ''[[partisan]]s'' lutavam não só contra o exército invasor, como também pela expulsão do antigo regime de Espanha, não tendo escrúpulos em assassinar oficiais que fossem céticos em relação ao seu programa revolucionário.{{sfn|Esdaile|2003|pp=302–303}}
 
Quando Fernando partiu para Baiona, deixou um governo liderado pela ''Junta de Gobierno'' , presidido pelo seu tio, o [[infante]] [[António Pascoal de Espanha|Don António]]. Os ministérios da junta nas pastas dos negócios estrangeiros, guerra, finanças, marinha e justiça constituíam o núcleo do governo espanhol desde o reinado de Carlos III. Para além dos ministérios, existiam os conselhos [[Conselho de Castela|de Castela]], das Índias, da Guerra, do Almirantado, do Tesouro, das Ordens Militares e da Inquisição. Espanha estava dividida em 32 províncias governadas por um ''[[intendente]]'', e em 14 [[Região militar|regiões militares]] governadas por um [[vice-rei]], [[capitão-general]] ou [[comandante-geral]].{{sfn|Esdaile|2003|p=40}} Fernando nomeou novos ministros para todos os ministérios. O [[Pedro de Alcántara Álvarez de Toledo|duque do Infantado]], antigo inimigo de Godoy, foi nomeado presidente do Conselho de Castela e [[Gregorio García de la Cuesta]] nomeado capitão-general de [[Castela a Velha]]. Apesar de alguns oficiais terem sido afastados do posto pela fúria popular, na generalidade o sistema permaneceu inalterado.{{sfn|Esdaile|2003|p=41}}