Fernando II de Aragão: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 49293073 de Darwinius aqui parece não levar capital |
|||
Linha 40:
Durante a [[guerra civil catalã de 1462-1472]], na qual participou ativamente, ficou familiarizado com a administração de um Estado, incumbido pelo pai. Morrendo o primo, infante Afonso de Castela, em 1468, e tendo sido sua prima a infanta [[Isabel I de Castela|Isabel]], meia-irmã do rei de Castela [[Henrique IV de Castela|Henrique IV]], reconhecida como herdeira do irmão, [[João II de Aragão]] envidou os maiores esforços para conseguir o casamento de Fernando com a princesa castelhana, que se realizou em outubro de 1469. Mas a morte de Henrique IV em 1474 provocou uma verdadeira guerra civil em Castela pois havia partidários de Isabel mas também partidários da filha de Henrique (ou não…) [[Joana, a Beltraneja|Joana]], que ficaria apelidada ''la Beltraneja'' por acreditarem ser filha do fidalgo [[Beltrán de La Cueva]] com a rainha portuguesa. Joana era apoiada por seu tio, o rei [[D. Afonso V de Portugal]], que se casou com ela para melhor defender seus direitos. Fernando, depois longas negociações com a receosa nobreza castelhana, foi proclamado co-regente de Castela, com os mesmos direitos que Isabel, pela chamada [[Concórdia de Segóvia]] em 1475. Tomou parte ativa na direção militar e contribuiu para a vitória, sobretudo depois da [[batalha de Paleagonzalo]] (1476). Com seu casamento uniram-se em suas pessoas os dois reinos, governados doravante como um único país, embora oficialmente separados. Tornou-se também em 1504 Fernando III de Nápoles.<ref>R. Loyn, Henry. ''Dicionário da Idade Média''. Trad: Álvaro Cabral. Zahar, 1990. pp. 145. ISBN 8571101515</ref>
Entre 1476-1477 foi administrador da [[Ordem de Santiago]].
A guerra acabou com a derrota de Joana. Pelo [[Tratado de Alcáçovas]] (1479), Joana renunciaria ao trono em favor de Isabel e, como acordado, entrou para um convento em Coimbra. Em 1479 mesmo Fernando herdou do pai o trono de Aragão. 1479 é assim a data que se fixa para a união das duas Coroas.
Segundo a ''Concordia de Segovia'', Fernando colaborou com Isabel no governo de Castela, encarregando-se em pessoa da política externa, sem deixar de tratar dos assuntos da Coroa de Aragão. Primeiras medidas internas: em 1480 se institucionalizou a figura do ''corregidor''; em 1481 foi criada a [[Inquisição]]; sancionaram-se nobres rebeldes e reorganizou-se a fazenda real.
Os reis iniciaram a seguir em 1481 a conquista do
Em Aragão, Fernando não mudou o sistema político tradicional, que dificultava a concentração de poder nas mãos do rei, e deu fim em seus Estados ao problema dos ''remensas'' catalães, com a abolição dos maus usos e a consolidação dos contratos de [[enfiteuse]]. Introduziu em Castela algumas instituições aragonesas como os consulados - o ''[[Consulado do Mar]]'', de [[Burgos (Espanha)|Burgos]]
No aspecto religioso, Fernando aderiu completamente ao programa da esposa, que assentou as bases ideológicas da Espanha moderna, aceitando o espírito de cruzada e a uniformidade religiosa (decreto de [[Decreto de Alhambra|expulsão dos judeus]] em 1492 e conversão forçada dos chamados mouriscos ou ''moriscos'' de Granada em 1503, os quais tinham visto garantidos em seus direitos de liberdade religiosa após a capitulação do reino de Granada. Por isso o papa espanhol [[Alexandre VI]], lhes concedeu o título de ''[[Reis Católicos]]''.<ref>Cardoso, Jerónimo. ''Obra Literária. Tomo II. Poesia Latina''. Imprensa da Univ. de Coimbra, 2009. pp. 463. ISBN 9898074922</ref>
=== Expansão aragonesa ===
A partir de 1492, Fernando centralizou as suas atividades na antiga expansão de Aragão rumo ao Oriente, sobretudo à [[península Itálica]] e ao [[norte da África]]. Pelo [[
Ainda contra a França, executou uma sábia política de alianças matrimoniais, conseguindo integrar a Castela na Europa pelo casamento de suas filhas Isabel e posteriormente Maria com [[Manuel I de Portugal]]; de seu filho João com Margarida de Áustria; de Joana ([[Joana I de Castela]]) com o arquiduque [[Filipe, o Formoso]]; e de Catarina de Aragão com [[Henrique VIII da Inglaterra]]. Isolava assim a França, que fracassou em suas intervenções na Itália.
Linha 62:
Enquanto isso, o [[História da colonização da América|descobrimento da América]] por [[Cristóvão Colombo]] e a rápida ocupação e explotação do continente fortalecia a posição internacional dos Reis Católicos.
Morrendo Isabel em 1504, foi nomeado regente de Castela,<ref>[[Domingos Maurício Gomes dos Santos|Gomes dos Santos, Domingos Maurício]]. ''Brotéria''. Brotéria, 1964. pp. 153.</ref> mas grande parte da nobreza castelhana se aglutinou ao redor de Filipe, o Formoso, marido de sua filha Joana, fazendo com que renunciasse ao poder para evitar confronto armado. Pelo tratado intitulado [[
Esperando ainda ter um herdeiro varão para herdar a coroa aragonesa, Fernando se casou em 1505 com [[Germaine de Foix|Germana de Foix]], descendente dos [[conde de Foix|condes de Foix]] (1490-1538) e neta da [[Leonor de Navarra|rainha Leonor de Navarra]]. Os esforços para agradar à esposa, muitos anos mais jovem, teriam estado na origem das causas que provocariam sua morte. A morte inesperada do genro Filipe ''o Formoso'', e a incapacidade da filha (que seria chamada [[Joana I]] ''a Louca'') obrigaram-no a aceitar a regência castelhana em nome do neto, o futuro [[Carlos I de Espanha]]. Desta vez, entregou-se mais aos assuntos da Itália, tomando parte na [[Liga de Cambrai]] contra [[Veneza]] em 1511) e deixando entregue o governo de Castela ao Cardeal Cisneros. Em Novembro de 1511, Fernando e [[Henrique VIII de Inglaterra]] assinaram o [[Tratado de Westminster]]. No início desse ano, Fernando conquistou a metade meridional do [[Reino de Navarra]] anexada à [[Espanha]].
No testamento, deixou todas as suas possessões ao neto, Carlos de Gand, futuro [[Carlos I de Espanha]] ou imperador Carlos V do Sacro
Alguns autores defendem que Fernando serviu de inspiração à
== Posteridade ==
Linha 75:
1- [[Isabel de Aragão (1470)|Isabel de Aragão]] (Duenas 1 ou 2 de Outubro de 1470—23 de Agosto de 1498 Saragoça, sepultada em Santa. Isabel, Toledo ). Casou em Sevilha em 18 de abril de 1490 com o príncipe [[Afonso de Portugal (1475)|Afonso de Portugal]] (1475-1491) infante de Portugal, filho do rei [[D. João II]]. Enviuvando, casou em 1497 em Valência de Alcântara com [[Manuel I de Portugal]] (1469-1521) ''o Venturoso''.
2 - [[João de Aragão]] (Sevilha 28 ou 30 de Junho de 1478—4 de Outubro de 1497 Salamanca) Príncipe das Astúrias, Príncipe de Gerona. Casou em [[3 de abril]] de 1497 em Burgos com [[Margarida de Áustria]] ou de Habsburgo (Bruxelas 10 de janeiro de 1480-30 de novembro de 1530 Malines ou Mecheln), condessa da Borgonha, de Artois e do Charolais, futura Regente dos Países Baixos, filha de [[Maximiliano I]], Imperador do Sacro Império, e Maria da Borgonha. Morreu seis meses depois do casamento, aos 19 anos. Segundo alguns cronistas « debido al exceso de fogosidad de su mujer austríaca». Margarida se casaria em 1501 com Filiberto II ''o Belo'', Duque de Savóia.
3 - [[Joana I de Castela]] (Toledo 6 de novembro de 1479-12 de abril de 1555 Tordesilhas, hoje sepultada na Capela Real da
4- [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria]] ([[Córdoba]], [[29 de junho]] de 1482 — [[7 de março]] de 1517 [[Lisboa]], sepultada em [[Santa Maria de Belém|Belém]]). Casou em [[30 de outubro]] de 1500 em [[Alcácer do Sal]] com [[D. Manuel I]] (1469-1521) ''o Venturoso'' [[Lista de reis de Portugal|Rei de Portugal]].
5 - [[Catarina de Aragão]] ([[Alcalá de Henares]], arredores de [[Madrid]], 1485 — 1536 [[Kimbolton Castle]], [[Hunts]], sepultada na [[catedral de Peterborough]]). Rainha da Inglaterra e Irlanda. Casada em 1501 na catedral de São Paulo, Londres com [[Artur, Príncipe de Gales|Artur Tudor]], [[Príncipe de Gales]], e após a sua morte em 1502, casou em 1509 com o seu irmão, também feito Príncipe de Gales, depois [[Henrique VIII de Inglaterra]](1491-1547).
|