Livro de Jeremias: diferenças entre revisões

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=== Segundo período: durante o reinado de [[JoaquimJeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]] (609 a 598 AC) ===
 
Com a decadência da [[Assíria]] (queda de [[Nínive]] em 612 AC<ref name = Jerusalem1>[[Bíblia de Jerusalém]], cit., p 1.240</ref>), outros povos entram no cenário: [[citas]], [[medos]], [[Babilônia|babilônios]] e também os [[Egito Antigo|egípcios]] que tentam ressurgir depois de um período decadente. Com isso, a [[Palestina (região)|Palestina]] volta a ser palco de disputas políticas e militares. [[Josias]] morre em [[MeguidoMegido]]<ref name = Jerusalem1/>, em 609 AC (2Rs 23:29), quando tenta impedir a incursão do [[Faraó]] [[NecaoNeco]], que procura deter o avanço da [[Babilônia]].
 
[[NecaoNeco]] depõe [[JoacazJeoacaz de Judá|JoacazJeoacaz]], que sucedera [[Josias]], e coloca no trono de [[Reino de Judá|Judá]] o despótico [[JoaquimEliaquim, também chamado Jeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]]. O povo detestava JoaquimJeoaquim, e [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] critica violentamente esse rei (Jr 22,13-19). É dessa época o famoso '''Discurso sobre o Templo''' (Jr 7,1-15; cf. cap. 26), que quase custou a vida do profeta<ref name = pastoral/>.
 
:O Discurso contra o Templo, que foi conservado em duas versões: 7,1-15 e 26,1-24. O primeiro destaca o conteúdo, o segundo as circunstâncias do discurso. Ocorreu entre setembro de 609 e abril de 608 AC, quando [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] colocou-se no pátio do Templo e denuncia a confiança da população judaíta no Templo de [[Jeová]] como falsa e previu a destruição do santuário, tal qual outrora acontecera com [[Templo de Silo|Silo]].
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:Na opinião dos sacerdotes do Templo, [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] cometera uma dupla blasfêmia: falara em nome de [[Jeová]] e falara contra a casa de [[Jeová]]. Jeremias confirmou suas palavras perante o tribunal e só não morreu porque alguém se lembrou do profeta [[Miqueias]], que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e para a cidade e nada sofrera.
 
No começo de seu governo, [[JoaquimJeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]] preocupa-se em construir um novo palácio, exatamente no momento em que a crise econômica se agravava, pois [[Reino de Judá|Judá]] estava obrigado a pagar tributos ao [[Egito Antigo|Egito]]. [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] denuncia o governo de JoaquimJeoaquim como ganancioso, assassino e violento (22:13-19), pois não cumpre sua função real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos, e vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de [[Jerusalém]], pois, ao contrário de seu pai, JoaquimJeoaquim "não conhece Jeová".
 
A [[Babilônia]] surge como grande potência, sob o reinado de [[Nabucodonosor]]. [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] adverte os israelitas que os babilônios, em breve, invadirão o país (4:5-6:30; 5:15-17; 8:13-17). Possivelmente por volta de 605 AC, quando [[Nabucodonosor]] venceu o [[Faraó]] [[NecaoNeco II]] e ameaçou [[Reino de Judá|Judá]], o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de [[Jerusalém]] (19:14-20,6), e, por isso, foi preso por [[Fassur]], chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida (36,5), a entrada no Templo<ref name = airton/>.
[[File:Evangelische Kirche Freren JeremiaJeremias.jpg|thumb|Placa com a inscrição de Jeremias 22:29, na torre da Igreja Evangélica de [[Freren]], no distrito de [[Emsland (distrito)|Emsland]], [[Baixa Saxônia]], [[Alemanha]]. Texto em [[alemão]]. Em [[português]]: ''"Terra, terra, terra, ouça a palavra do Senhor!"''.]]
Assim mesmo, [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] continua denunciando o povo que se esqueceu de Deus, por falsear o culto, pela falsa segurança, pelas idolatrias e pelas injustiças sociais. E aponta os principais responsáveis: são as pessoas importantes que detêm o poder em [[Jerusalém]] (rei, ministros, falsos profetas, sacerdotes)<ref name = pastoral/>, para isso convoca o escriba [[Baruc]] e dita-lhe as profecias de julgamento contra a nação (36:1-32), no quarto ano do governo de [[JoaquimJeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]], em 605 AC.
 
Em dezembro de 604 AC [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] manda [[Baruc]] ler o livro, em um momento em que [[Nabucodonosor]] atacava a cidade filistéia de [[Ascalão]], vizinha de [[Reino de Judá|Judá]], é o momento em que o profeta alerta: O "inimigo do norte" está às portas, ou a conversão ou a destruição.
 
[[JoaquimJeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]] mandou queimar o escrito e prender [[Jeremias (profeta)|Jeremias]] e [[Baruc]] (36:21-26), que se esconderam e não foram achados. Posteriormente, Jeremias manda que Baruc escrever tudo de novo e ainda acrescenta ao livro outras palavras (36,27-32).
 
[[Jeremias (profeta)|Jeremias]] também luta para desmascarar os falsos profetas (14:13-16; 23:13-40) que, segundo o profeta: falam em seu próprio interesse, fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade, seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de Iahweh<ref name = airton/>.
 
O [[Jeremias (profeta)|profeta]] estava com a razão, e sua visão realista se confirmou: em 598 AC, o exército [[Babilônia|babilônio]] estava às portas de [[Jerusalém]]. Nessa época, o rei [[JoaquimJeoaquim (rei de Judá)|JoaquimJeoaquim]] morreu, provavelmente assassinado. Seu filho e substituto [[Jeconias, também chamado Joaquim,]], não teve tempo para nada: após três meses Jerusalém era invadida. Então o profeta, juntamente com parte da elite judaica, foi levado para o [[Exílio na Babilônia]] em 597 AC. [[Zedequias|Sedeciasanteriormente chamado Metanias]], tio de Jeconias, foi instalado por [[Nabucodonosor]], para reinar em Jerusalém<ref name = pastoral/>.
 
[[Jeremias (profeta)|Jeremias]] apregoara que este castigo seria decorrente ruptura da aliança. Em [[Reino de Judá|Judá]], Jeremias só via rebeldia contra Jeová, levando o povo a maldades e crimes sem conta. Não havia o mínimo "conhecimento de Deus", que só é possível através da prática do direito, da justiça, da solidariedade. Os poderosos tramam sistematicamente contra o povo, todos buscam desesperadamente a riqueza e não há paz. A mentira domina, desde o ensinamento dos profetas à lei dos sacerdotes, levando o país ao caos. Todos se tornam inimigos de todos. Impera a idolatria. O fim será trágico, segundo os capítulos 8 e 9 de Jeremias.