Caso Araceli: diferenças entre revisões

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==O crime==
Araceli era a segunda filha do [[eletricista]] [[espanhóis|espanhol]] Gabriel Crespo e da boliviana[[dona radicadade nocasa]] [[Brasilbolivianos|boliviana]] Lola Cabrera Sánchez. Nascida na capital[[São paulistaPaulo|Capital Paulista]], chegoumudou-se aainda morarbebê com os pais e oseu único irmão, Carlos, que era cinco anos mais velho, napara a cidade [[Estado de São Paulo|paulista]] de [[Cubatão]], no mesmo estado. Como Araceli, aindasofria bebê,de sofria[[bronquite]] compor acausa da grande poluição dadessa cidade, a família, decidiuorientada pelo pediatra a mudarem-se para uma cidade menos poluída e com mais natureza, decidiram, poucos meses depois, mudar-se para o estado[[Espírito doSanto (estado)|Espírito Santo]], onde o pai de Araceli tinha conseguido um emprego no [[Porto de Tubarão]]. <ref>{{citar web|URL = http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/05/araceli-vive-na-memoria-de-irmao-todos-os-dias-da-vida-lembro-dela.html
|título = Araceli vive na memória de irmão: "Todos os dias da vida, lembro dela"|data =18-05-2016|acessadoem = 05-02-2019|autor = Viviane Machado |publicado = [[G1]]}}</ref> ViviamAo numachegarem no Espírito Santo, alugaram uma casa em [[Vila Velha]], no bairro de Jaburuna. Nesta cidade, Carlos e Araceli, já em idade escolar, foram matriculados para estudarem juntos no Colégio Marista. Alguns anos depois, o pai de Carlos e Araceli conseguiu comprar uma casa modesta no [[bairro]] de Fátima, na rua São Paulo (hojeatualmente rua Araceli Cabrera Crespo), no bairro de Fátima, na cidade de [[Serra (Espírito Santo)|Serra]], vizinha a [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]]. A mudança para a cidade de Serra aconteceu poucos meses antes do desaparecimento e morte de Araceli. <ref name="diariodeumtcc.zip.net">http://diariodeumtcc.zip.net/</ref><ref>http://tremvitoriabh.wordpress.com/2010/11/16/visita-a-casa-e-tumulo-de-araceli-cabrera-sanchez-crespo/</ref> Carlos foi matriculado para estudar no Colégio Salesiano, em Vitória, mas Araceli não pôde estudar lá, já que não aceitavam meninas. Os pais, então, matricularam-na no Colégio São Pedro, também localizado em Vitória, por ter uma vizinha, amiguinha de Araceli, que também estudava lá. Em 18 de maio de 1973, a ausência de Araceli foi notada pelopelos paipais quando a menina não voltou para casa depois da escola, oonde Colégiosuas Sãoaulas Pedro,aconteciam emno Vitóriaturno da tarde. <ref name="Ana">Amorim, Ana Paula. [http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=8524 "1973 - Araceli, vítima da crueldade"]. ''[[Jornal do Brasil]]''. 18 de maio de 2008.</ref> Pensando se tratar de um sequestro, distribuiu fotografias da filha aos jornais locais.<ref name="Ana" />
 
O corpo da menina Araceli foi encontrado 6seis dias depois, nos fundos do Hospital Infantil de Vitória, conhecido como (Hospital Jesus Menino).<ref name="Caros" /> Uma das hipóteses foi de que a menina teria sido mandada pela mãe para entregar um envelope a Jorge Michelini, tio de Dantinho, um dos suspeitos de sua morte, embora as famílias tenham afirmado que não se conheciam.<ref name="Caros" /> Chegando lá, os acusados a teriam drogado, estuprado e assassinado num apartamento do Edifício Apolo, no centro de Vitória.<ref name="Caros" /> Porém, de acordo com a promotoria (e depoimento de Marislei Fernandes Muniz), Araceli, que sempre ia e voltava sozinha pera a escola, esperava o ônibus depoispara voltar para casa, após o término da escolaaula, quando Paulo Helal, que estava em seu [[Ford Mustang]] branco, pediu para Marislei dizer à menina que "Tio Paulinho" a chamava para levá-la para casa.
 
Foi comprovado que a menina foi mantida em cárcere privado por 2dois dias, no porão e no terraço do Bar Franciscano, que pertencia à família Michelini. Tudoe ficava localizado em frente a escola de Araceli, onde tudo sendoseria do conhecimento de Dante Michelini, pai de um dos acusados. Os rapazes, sob efeito de [[barbitúricos]]cocaína, teriamapós laceradoestuprar a menina, laceraram a dentadas os seios, parte da barriga e ada vagina da menina.<ref name="Caros" /> A meninacriança foi levada agonizante ao Hospital Infantil, mas não resistiu. Os acusados ainda permaneceram com o corpo; mantiveram-no sob refrigeração e jogaram-lhe um ácido corrosivo para dificultar a identificação do cadáver.<ref name="Caros" /> Em seguida, jogaram os restos mortais da menina num terreno baldio próximo ao mesmo Hospital Infantil.
 
Os suspeitos do crime pertenciam a duas famílias influentes do Espírito Santo. Os nomes dos envolvidos no caso eram Paulo Constanteen Helal, conhecido como Paulinho, e Dante Michelini Júnior, conhecido como Dantinho. Este último era filho do latifundiário Dante Michelini, influente junto ao [[Regime militar no Brasil|regime militar]],<ref name="Caros">''Coleção Caros Amigos - A ditadura militar no Brasil''. 1 ed. São Paulo: Caros Amigos Editora, 2007. pp. 232, vol. 8. ISBN 978-85-86821-83-7.</ref> enquanto Paulinho era filho de Constanteen Helal, de família igualmente poderosa. Eles eram conhecidos na cidade como usuários de drogas que [[estupro|violentavam]] garotas menores de idade. O bando teria sido responsável também pela morte de um guarda de trânsito que os havia parado.<ref name="Caros" /> Ambos foram citados nos artigos 235 e 249 do [[Código Penal]].<ref>http://homemculto.wordpress.com/2010/03/26/caso-isabela-caso-aracelli-semelhancas-diferencas/</ref> Também foi apontada como suspeita a própria mãe de Araceli, Lola Sánchez, que teria usado a própria filha como "[[Mula (tráfico)|mula]]" para entregar drogas a Jorge Michelini.<ref name="Ana" /> Lola seria um contato importante na rota Brasil–Bolívia do [[Narcotráfico|tráfico]] de [[cocaína]]. Ela também foi apontada como sendo amante de Jorge, e tendo com ele uma grande dívida de drogas. Entretanto, Lola desapareceu de Vitória em 1981, quando as investigações do crime avançaram. <ref name="Ana" /> residindoLola, atualmenteapós emcomunicar a Gabriel que queria se separar, fugiu, deixando seu paísfilho Carlos para ser criado pelo pai, e voltou a viver na [[Bolívia]], não mantendo mais contato com eles. A polícia nunca achou uma prova concreta para ligá-la, de origemfato, ao crime. O pai de Araceli, Gabriel Crespo, não voltou para a [[Espanha]], tendo criado sozinho o filho no [[Brasil]]. Ele faleceu em [[2004]], no Espírito Santo. Atualmente Carlos mora no [[Canadá]] e concedeu entrevistas revelando que pensa na irmã todos os dias, lamentando que seu falecimento não tenha tido justiça. <ref name="diariodeumtcc.zip.net" />
 
Apesar de Paulo e Dantinho serem os principais suspeitos, e de haver testemunhas contra eles, jamais foram condenados pela morte da Araceli. De acordo com o relato de [[José Louzeiro]], autor do livro ''Araceli[[Aracelli, Meu Amor]]'', o caso produziu 14 mortes, desde possíveis testemunhas, até pessoas interessadas em desvendar o crime.<ref name="Caros" /> Ele próprio, enquanto investigava o crime em Vitória para produzir seu [[livro-reportagem]], teria sido alvo de uma tentativa de "queima de arquivo". De acordo com ele, um funcionário do hotel onde o escritor estava hospedado, pertencente à família Helal, o teria alertado de estar correndo risco de morte.<ref name="Caros" /> A partir de então, Louzeiro passou a preencher ficha num hotel e se hospedar em outro.<ref name="Caros" />
 
Araceli foi sepultada 3três anos depois no Cemitério Municipal de Serra/Sede, no túmulo de número 1213.<ref>http://tremvitoriabh.wordpress.com/2010/11/22/visita-ao-tumulo-de-araceli-cabrera-sanchez-crespo/</ref>
 
== Impacto ==