Acre: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 61369867 de Luiz F. Fritz Fontes fornecidas* Etiqueta: Revertida |
m Foram revertidas as edições de TOPITIT para a última revisão de Luiz F. Fritz, de 21h34min de 11 de junho de 2021 (UTC) Etiqueta: Reversão |
||
Linha 70:
Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes que, oriundos do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste do Brasil]], mais precisamente do [[Ceará]], colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava na [[Floresta Amazônica]].<ref group="nota">No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos, principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração do látex.</ref> Nas últimas décadas do [[século XIX]], moravam cinquenta mil [[brasileiros]] na região.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 52"/> Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder da [[Revolução Acriana]], o [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], foram os autores da proclamação do [[Estado Independente do Acre]].<ref name="Revolução Acriana">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/revolucao-acreana-bolivia-e-brasil-disputam-o-acre.htm|título=Revolução Acriana: Bolívia e Brasil disputam o Acre|autor=Rodrigo Gurgel|data=2011|publicado=UOL Educação|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Então, a região foi ocupada militarmente pelo [[governo brasileiro]] e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.<ref name="Revolução Acriana"/> Em consequência, o Brasil assumiria o controle do Acre.<ref name="Revolução Acriana"/>
O governo brasileiro decidiu criar o [[Território Federal do Acre]] em 1904.<ref>{{citar web|URL=http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-5206-30-abril-1904-523162-publicacaooriginal-1-pe.html|título=Decreto n.º 5.206|autor=Francisco de Paula Rodrigues Alves|data=30 de abril de 1904|publicado=Câmara dos Deputados do Brasil|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Por força da lei federal n.º 4 070, o [[presidente do Brasil]] [[João Goulart]] elevou o Território Federal do Acre à categoria de [[Estado (subdivisão)|Estado]] em 1962.<ref>{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9064&Itemid=26|título=Acre comemora elevação à Estado nesta segunda-feira|autor=Agência de Notícias do Acre|data=|publicado=Agência de Notícias do Acre|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Foi promovido pela [[borracha]] produzida que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.<ref>{{citar web|url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=807|título=A Borracha no Acre|autor=Eduardo Carneiro|data=|publicado=Historianet|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).<ref>{{citar web|url=http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1613&z=p&o=24|data=2010|publicado=Sistema IBGE de Recuperação Automática|ultimo=|primeiro=|autor=Pesquisa Agrícola Municipal|título=Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção da lavoura permanente}}</ref>
A [[altitude]] média de 200 metros, sendo uma [[forma de relevo]] com definição de [[Planalto (geografia)|planalto]] é o relevo dominante da maioria do território acriano.<ref name="Aspectos naturais do Acre">{{citar web|url=http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-naturais-acre.htm|data=|publicado=Brasil Escola|ultimo=|primeiro=|autor=Eduardo de Freitas|título=Aspectos naturais do Acre}}</ref> [[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Purus|Purus]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[Rio Muru|Muru]], [[Rio Envira|Envira]] e [[Rio Xapuri|Xapuri]] são os rios de maior importância do estado.<ref name="Aspectos naturais do Acre" /> As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e [[Castanha-do-pará|castanha]], a [[pecuária]] e a [[agricultura]].<ref>{{citar web|URL=http://www.brasilescola.com/brasil/economia-acre.htm|título=Economia do Acre|autor=Wagner de Cerqueira e Francisco|data=|publicado=Brasil Escola|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Com duas horas anteriores ao [[fuso horário]] de [[Brasília]] ([[Distrito Federal (Brasil)|DF]]), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, na [[Serra da Contamana|serra da Moa]], na [[fronteira]] com a República do Peru. A intensidade do [[extrativismo vegetal]], que tem atingido o ponto mais alto no [[século XX]], constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições vindas da [[Região Sul do Brasil]], de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], da [[Região Nordeste do Brasil]] e dos [[povos indígenas do Brasil|grupos étnicos indígenas]], deu-se o surgimento de uma [[culinária]] com muitas diversidades, que põe junto a [[carne-de-sol]] com o [[pirarucu]], peixe característico da região, pratos que acompanham-se com [[tucupi]], molho cujo ingrediente é a [[mandioca]]. O [[transporte]] [[rio|fluvial]], que se concentra nos rios Juruá e [[rio Moa|Moa]], no [[oeste]] do estado, e Tarauacá e Envira, no [[noroeste]], é um dos mais importantes meios de transporte, junto à [[BR-364]], ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.<ref>{{citar web|url=http://www.encontraac.com.br/|título=Guia do estado do Acre|autor=|data=|publicado=Encontraac.com,br|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref>
== Etimologia ==
Linha 88:
{{Artigo principal|História do Acre}}
Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros [[
▲ | caption1 = [[Geoglifo]]s em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no [[Brasil]].
▲Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros [[geoglifo]]s (estruturas feitas no solo) com idade variável em até 2 100 anos. Pela complexidade, remetem às [[Era pré-colombiana|civilizações pré-colombianas]], demonstrando elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta importante em [[Xapuri]]: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança.<ref>Agência de Notícias do Acre - http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?Itemid=26&id=9715&option=com_content&task=view</ref>
=== Povoamento inicial ===
Linha 106 ⟶ 96:
As [[seca]]s [[Região Nordeste do Brasil|nordestinas]] e o apelo econômico da [[borracha]] — produto que, no fim do [[século XIX]], começava sua trajetória de preços altos nos [[Comércio internacional|mercados internacionais]] — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do [[Eldorado]] acriano.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> As penetrações [[Portugal|portuguesas]] do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no [[Brasil]] durante o [[século XVIII]].<ref>{{citar web|url=http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/expansao-territorial-do-brasil|título=Expansão Territorial do Brasil|autor=Cola da Web|data=2011|publicado=Cola da Web|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse [[Espanha|espanhola]], fato que se tornou matéria dos tratados de [[Tratado de Madrid (1750)|Madri]] (1750)<ref>{{citar web|url=http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|título=Tratado de Madrid|autor=Antonio Gasparetto Junior|data=4 de dezembro de 2010|publicado=História Brasileira|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121212233639/http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|arquivodata=12 de dezembro de 2012|urlmorta=sim}}</ref> e de [[Tratado de Santo Ildefonso (1777)|Santo Ildefonso]] (1777).<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/tratado-de-santo-ildefonso/|título=Tratado de Santo Ildefonso|autor=Giulianna Oliveira Santos|data=4 de janeiro de 2010|publicado=Info Escola|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas [[Bacia hidrográfica|bacias]] do [[Rio Guaporé|Guaporé]] e do [[Rio Madeira|Madeira]], estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do [[Rio Mamoré|Mamoré]] e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=57|edição=volume 11 |id=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/11.pdf|título=A viagem de José Gonçalves da Fonseca e a cartografia do rio Madeira (1749‑1752)|autor=André Ferrand de Almeida|data=2009|publicado=The Scientific Electronic Library Online|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rondoniagora.com/noticias/a-formacao-do-territorio-de-rondonia.htm|título=A formação do Território de Rondônia|autor=Rondônia Agora|data=13 de novembro de 2009|publicado=Rondônia Agora|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova [[Capitania de Mato Grosso|capitania real de Mato Grosso]] (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: [[Vila Bela da Santíssima Trindade|Vila Bela]] (1752),<ref>{{citar web|url=http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|titulo=História da Vila Bela da Santíssima Trindade|autor=FERREIRA, João Carlos Vicente|data=|publicado=Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100822032557/http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|arquivodata=22 de Agosto de 2010|urlmorta=yes}}</ref> às margens do Guaporé, [[Cáceres (Mato Grosso)|Vila Maria]] (1778),<ref>{{citar web|url=http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|titulo=Cáceres|autor=|data=|publicado=BrasilViagem.com|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110708091354/http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|arquivodata=2011-07-08|urlmorta=yes}}</ref> no [[rio Paraguai]], e [[Presídio de Casalvasco|Casalvasco]] (1783).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Até meados do [[século XIX]] não se pensou em povoamento sistemático da área.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se
A [[política econômica]] do [[Império do Brasil|império]], orientada para a atividade agrário-exportadora com base no [[café]],<ref>{{citar web|url=http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|título=O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)|autor=LCC Publicações Eletrônicas|data=2011|publicado=Cultura Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111224231520/http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|arquivodata=24 de Dezembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> não comportava o aproveitamento e a incorporação dos [[território]]s do extremo ocidental. Desse descaso, resultou que, no ''Atlas do Império do Brasil'' (1868), de [[Cândido Mendes de Almeida]], modelar em seu tempo, não figurassem o [[Rio Acre]] e seus principais [[Afluente|tributários]], completamente desconhecidos dos [[geógrafo]]s.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/179473/1/000018080.pdf|título=Atlas do Imperio do Brazil|autor=Cândido Mendes de Almeida|data=1868|publicado=Senado Federal do Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
Apesar de tal política, alguns [[sertanista]]s [[brasileiro]]s exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao [[Brasil]], ao [[Peru]] ou à [[Bolívia]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|titulo=O Acre, o Nordeste e os nordestinos|autor=Pertiñez, Dom Joaquín|data=|publicado=Site Oficial da Diocese de Rio Branco|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706152145/http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29&Itemid=55|título=Seringueiros e Ribeirinhos|autor=Governo do Acre|data=2011|publicado=Biblioteca da Floresta|acessodata=14 de novembro de 2011}}{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}}</ref> Assim, ainda em meados do [[século XIX]], no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no [[mercado internacional]], várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do [[rio Purus]];<ref name="www.roraimaemfoco.com">{{citar web|url=http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|titulo=João Rodrigues Cametá|autor=SILVA, Hiram Reis e|data=7 de julho de 2009|publicado=Roraima em Foco|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110715202838/http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|arquivodata=15 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> [[Manuel Urbano da Encarnação]], índio [[Muras|mura]] grande conhecedor da região, atingiu o [[Rio Acre]], subindo-o até as proximidades do [[Rio Xapuri|Xapuri]];<ref name="www.roraimaemfoco.com"/> e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto [[Rio Tarauacá|Tarauacá]].<ref>{{citar web|url=http://rosauramourao.blogspot.com/2011/04/tarauaca-ontem-hoje-e-amanha.html|título=TARAUACÁ: Ontem, hoje e amanhã|autor=Escola Rosaura Maranhão|data=23 de abril de 2011|publicado=Blog da Escola|acessodata=14
As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de [[borracha]] e a penetração de colonos [[brasileiros]] na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou
=== A questão do Acre ===
[[Imagem:Bolivia antes de la guerra del Acre.png|miniatura|esquerda|Mapa do final do [[século XIX]], em que o Acre aparece como parte da [[Bolívia]].]]
Mas em 1903, o exagero do extrativismo descontrolado no Brasil quase provocaria um conflito internacional,<ref name="saofrancisco" /> devido os trabalhadores brasileiros adentrarem nas florestas [[Bolívia|bolivianas]],<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09
A nova [[República Velha|república brasileira]] tirava o máximo proveito das riquezas com a venda da borracha, mas a Questão do Acre preocupava.<ref name="saofrancisco" /> Então houve a intervenção do diplomata [[Barão do Rio Branco]] e do embaixador [[Joaquim Francisco de Assis Brasil|Assis Brasil]],<ref name="saofrancisco" /> em parte financiados pelos Barões da borracha e pelo governo dos Estados Unidos, que culminou na assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903,<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09
A disputa pelo Acre não
Assim, o Acre representou uma das principais
=== Ocupação nordestina ===
Linha 135 ⟶ 125:
Planta nativa, a [[seringueira]] escondia-se no emaranhado de outras [[árvore]]s, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da [[borracha]] a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em [[ziguezague]] na selva.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> Do seringal surgiu a figura humana do [[seringueiro]], associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.<ref name="seringal seringueiro seringalista"/> Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na [[barraca]], de construção tosca, no meio da selva.<ref name="seringal seringueiro seringalista">{{citar web|url=http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|título=Seringal, Seringalista e Seringueiro|autor=Jorgemar Monteiro|data=4 de agosto de 2006|publicado=Portal Amazônia|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131004224410/http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|arquivodata=4 de Outubro de 2013|urlmorta=yes}}</ref> (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=58|edição=volume 11 |id=}}</ref>
Completara-se, assim, antes de findar o [[século XIX]], a ocupação [[brasil]]eira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três [[vale]]s [[Hidrografia|hidrográficos]], uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir [[borracha]].<ref>{{citar web|url=http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|acessodata=14 de novembro de 2011|publicado=Universidade Estadual de Campinas|ultimo=|primeiro=|autor=Ligia Osório Silva|título=O Acre em dois tempos: a luta pela terra na fronteira Ocidental|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130729152024/http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|arquivodata=29 de Julho de 2013|urlmorta=yes}}</ref> Todo esse labor, porém, se operava no [[solo]] da [[Bolívia]], país que, por fatalidade da [[geografia]], não pudera completar a integração [[Sociedade|social]] e [[Economia|econômica]], e mesmo [[política]] e geográfica, dos extensos vales do [[Rio Acre|Acre]], do alto [[rio Purus|Purus]] e do alto [[Rio Juruá|Juruá]] na comunidade nacional.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
Com efeito, o artigo 2.º do [[Tratado de Ayacucho]], concluído pelo [[Brasil]] e pela [[Bolívia]] em 1867, mandara que a linha de [[fronteira]] fosse uma paralela tirada da foz do [[rio Beni]] com o [[Rio Mamoré|Mamoré]] (10º20'), até encontrar a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Tratado de Ayacucho Documento">{{citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho|titulo=Tratado de Ayacucho|autor=|data=27 de março de 1867|publicado=Wikisource em português|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari''.<ref name="Tratado de Ayacucho Documento"/> ''
Linha 154 ⟶ 144:
[[Imagem:Acre rio Branco (133).jpg|miniatura|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], sede do governo, e obelisco em homenagem aos [[herói]]s da [[Revolução Acriana]].]]
Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois
Gálvez proclamou ali a [[República do Acre]], tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas.{{Carece de fontes}} O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao [[Brasil]], a exemplo do que fizera o [[Texas]], na [[América do Norte]]. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidente [[Campos Sales]] extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação).<ref name="educacao.uol.com.br"/> Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a [[Europa]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
Linha 163 ⟶ 153:
Por fim, comerciantes e proprietários no [[Rio Acre]] resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da [[Escola Militar de Porto Alegre]], [[José Plácido de Castro]], [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] de [[São Gabriel (Rio Grande do Sul)|São Gabriel]], que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de [[Xapuri]], no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=59|edição=volume 11 |id=}}</ref> Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou [[Puerto Alonso]], logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).<ref name="educacao.uol.com.br"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/>
Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a [[Bolívia]]
[[Imagem:Barao do rio branco 00.jpg|esquerda|thumb|upright|Ministro [[Barão do Rio Branco]].]]
Aclamado governador do [[Estado Independente do Acre]], Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O [[Barão do Rio Branco]] assumira o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério do Exterior]] e seu primeiro ato foi afastar o ''Bolivian Syndicate''. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em ''Nova
Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a [[Bolívia]] um ''[[modus vivendi]]'' que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos do [[Exército Brasileiro]], na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], sediada em [[Xapuri]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
Linha 177 ⟶ 167:
Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um ''[[modus vivendi]]'' para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do [[Peru]] o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.<ref name="História da Polícia Militar">{{citar web|url=http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|título=História da PMAC|autor=PMAC|data=2011|publicado=Polícia Militar do Acre|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110930055604/http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|arquivodata=30 de Setembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> Com esse ato completou-se a integração [[política|político]]-[[Direito|jurídica]] do território na comunidade brasileira.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="História da Polícia Militar"/>
=== Movimento autonomista ===
[[Imagem:MemorialdosAutonomistas.jpg|miniatura|Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco.]]
Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao governo federal.<ref>{{citar web|url=http://www.achetudoeregiao.com.br/ac/historia_do_acre.htm|título=
A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do [[Brasil]], acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou
Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em [[Sena Madureira]], por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em [[Rio Branco]], que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.
▲ | image1 = Cruzeiro do Sul (Acre), Fundo Correio da Manhã - 3.tif
▲ | image2 = Rio Branco (AC) - Ao fundo os Campos de Criação de Gado de Mais & Cia.jpg
A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco. Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a [[Revolução de 1930]] alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
Linha 208 ⟶ 186:
Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939-1945), os seringais da [[Malásia]] foram ocupados pelos japoneses e, a [[Tailândia]] um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do [[Potências do Eixo|Eixo]]. Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] durante a guerra.<ref name="ufgciencia3">{{citar web|título=Os “Acordos de Washington” de 1942, a organização da Companhia Vale do Rio Doce e as dinâmicas nacional e internacional |url=http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/resources/anais/42/1466979308_ARQUIVO_MariaLeticiaCorrea_AnpuhRio2016.pdf |obra=XVII Encontro de História da Anapuh Rio |publicado=Universidade Federal de Goiás |acessodata=09
Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de
Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo [[João Goulart]], foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos.<ref>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4070.htm#:~:text=LEI%20No%204.070%2C%20DE%2015%20DE%20JUNHO%20DE%201962.&text=Eleva%20o%20Territ%C3%B3rio%20do%20Acre,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=1.%C2%BA%20O%20Territ%C3%B3rio%20%C3%A0,erigido%20em%20Estado%20do%20Acre.</ref> Por uma ironia política, o presidente João Goulart era do [[Partido Trabalhista Brasileiro]], o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.
Linha 218 ⟶ 196:
Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia ([[SUDAM]],1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da [[Transamazônica]], que ligaram Rio Branco e [[Brasileia]], no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do [[Juruá]], cortando os vales do [[Purus]] e do [[Tarauacá]]. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.
Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes.<ref name="vestuol">{{citar web|url=https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/mudanca-geografica-2-decisao-do-stf-determina-limite-entre-acre-e-amazonas.htm |título=Mudança geografica (2): Decisão do STF determina limite entre Acre e Amazonas |data=10
=== História recente ===
Linha 227 ⟶ 205:
A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do [[Exército Brasileiro|Exército]] na fronteira do Acre com o [[Departamentos da Bolívia|departamento boliviano]] de [[Pando]].<ref>{{citar web|url=http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|título=Exército brasileiro ocupa pontes na fronteira após massacre na Bolívia|autor=Altino Machado|data=19 de setembro de 2008|publicado=Blog da Amazônia|acessodata=15 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120121063530/http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|arquivodata=21 de Janeiro de 2012|urlmorta=yes}}</ref> Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,<ref>{{citar web|url=http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=40625&id_secao=7|título = Governador boliviano acusado de chacinar 30 camponeses |autor = PCdoB |data = 14 de setembro de 2008 |publicado = Partido Comunista do Brasil |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/atualidades/referendo-na-bolivia.jhtm|título=Referendo na Bolívia: Nova Constituição é aprovada, mas nação segue dividida|autor=José Renato Salatiel|data=28 de janeiro de 2009|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de novembro de 2011}}</ref>
Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do [[Amazonas]] em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,<ref name="vestuol" /><ref>{{citar web|url=https://tj-ac.jusbrasil.com.br/noticias/1594981/tjs-do-acre-e-amazonas-discutem-a-nova-divisao-territorial-entre-os-dois-estados |título=TJs do Acre e Amazonas discutem a nova divisão territorial entre os dois estados
|autor=ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL TJAC |publicado=Poder Judiciário do Estado do Acre |acessodata=20 Em outubro de 2014, [[Tião Viana]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]) foi reeleito governador, com 51,29% dos votos válidos contra o seu adversário, o candidato [[Marcio Bittar]] ([[Partido da Social Democracia Brasileira|PSDB]]).<ref>{{citar web|url = http://g1.globo.com/ac/acre/eleicoes/2014/noticia/2014/10/tiao-viana-do-pt-e-reeleito-governador-do-acre.html |título = Tião Viana, do PT, é reeleito governador do Acre |autor= G1 Acre |data = 26 de outubro de 2014 |publicado = Globo News |acessodata = 23 de maio de 2015 }}</ref>
Linha 233 ⟶ 212:
== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia do Acre}}
[[Ficheiro:Clima do Acre (Köppen).svg|miniaturadaimagem|Mapa climático do Acre.]]
O estado do Acre ocupa uma área de {{Fmtn|152581}} km², localizado no extremo [[oeste]] do [[Brasil]], localiza-se a 70º00'00" de [[longitude]] oeste do [[Meridiano de Greenwich]] e a 09º00'00" de [[latitude]] sul da [[Linha do Equador]] e com fuso horário -5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da [[Região Norte do Brasil|região Norte]], fazendo divisa com os estados do [[Amazonas]] e [[Rondônia]] e fronteira com dois países: [[Peru]] e [[Bolívia]].
Praticamente todo o [[Relevo (geografia)|relevo]] do [[Estado (subdivisão)|estado]] do Acre se integra no baixo [[planalto|platô]] [[arenito|arenítico]], ou [[terra firme]], unidade [[geomorfologia|morfológica]] que domina a maior parte da [[Amazônia]] brasileira. Esses [[terreno]]s se inclinam, no Acre, de [[sudoeste]] para [[nordeste]], com [[topografia]], em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a [[Serra da Contamana]] ou
O [[clima]] é [[calor|quente]] e muito [[umidade|úmido]], do tipo ''Am'' de [[classificação climática de Köppen-Geiger|Köppen]], e as [[temperatura]]s médias [[mês|mensais]] variam entre 24 °C e 27 °C, sendo a menor média da Região Norte. As [[chuva]]s atingem o total anual de {{Fmtn|2100}} mm, com uma nítida [[estação do ano|estação]] [[seca]] nos meses de junho, julho e agosto. A [[Floresta Amazônica]] recobre todo o [[território]] estadual. Muito rica em [[seringueira]]s da espécie mais valiosa (''Hevea brasiliensis'') e Castanheiras (''Bertholletia excelsa''), a [[floresta]] garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de [[borracha]] e [[Castanha-do-pará|castanha]]. Os principais [[rio]]s do Acre, navegáveis principalmente nas cheias ([[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[rio Envira|Envira]], [[rio Purus|Purus]], [[rio Iaco|Iaco]] e [[Rio Acre|Acre]]), atravessam o estado com cursos quase [[paralelo]]s e que só vão confluir fora de seu território.
Linha 281 ⟶ 260:
{| class="wikitable"
|- style="background:#87CEFA; color:white"
| '''Cor/Raça''' (IBGE 2006)<ref>{{Citar web|url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2007|língua=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150319223145/http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|arquivodata=19 de Março de 2015|urlmorta=yes}}</ref>
| '''Porcentagem'''
|- align="center"
Linha 298 ⟶ 277:
<small>Fonte: [[PNAD]] (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).</small>
Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12 mil índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: ([[Yaminawa]], [[Manchineri]], [[Kaxinawá]], [[Ashaninka]], [[Shanenawa]], [[Katukina]], [[Arara]], [[Nukini]], [[Poyanawa]], [[Nawa]], [[Jaminawa-Arara]] e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da
== Política ==
[[Imagem:PRioBranco.jpg|miniatura|esquerda|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], primeira sede do governo do Acre. Em 1962, o antigo Território do Acre se tornou estado.]]
O Acre é um estado da [[Unidades federativas do Brasil|federação]], sendo governado por três poderes, o [[Poder executivo|executivo]], o [[Poder legislativo|legislativo]] e o [[Poder judiciário|judiciário]]. Por meio de [[referendo]]s e [[plebiscito]]s, é permitida a participação popular nas decisões de governo.<ref name="Política do Tocantins 1">{{citar web|url = http://www.stf.jus.br/portal/legislacaoAnotadaAdiAdcAdpf/verLegislacao.asp?lei=259 |titulo=Lei n.º 9.868 de 10 de novembro de 1999 |autor = Supremo Tribunal Federal (STF) |data = 10 de novembro de 1999 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref> A atual constituição do Acre foi promulgada em 1989,<ref name="Constituição do Acre">{{Citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_do_estado_do_Acre/VII|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=Constituição do estado do Acre|língua=}}</ref> acrescida das alterações resultantes de posteriores [[Emenda Constitucional|Emendas Constitucionais]]. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em [[sufrágio universal]] e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o ''[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]]'', que desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado é [[unicameral]], constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no [[Centro (Rio Branco)|centro]] de Rio Branco. Ela é constituída por 24 [[deputado estadual|deputados]], que são eleitos a cada 4 anos. No [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é o [[Tribunal de Justiça do Estado do Acre]], localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os [[desembargador]]es e os [[Juiz|juízes de direito]].
Com {{formatnum|241196}} eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil.<ref name="Eleitores do Acre">{{citar web |url = http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/quantitativo-do-eleitorado/consulta-quantitativo |publicado= Tribunal Superior Eleitoral (TSE) |autor = JUS Eleitoral |titulo = Consulta Quantitativo - Acre (AC) |data = setembro de 2016 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref>
Linha 310 ⟶ 289:
== Subdivisões ==
{{anexo|Lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas do Brasil|Lista de municípios do Acre}}
[[Ficheiro:Regiões Geográficas do Estado do Acre.svg|miniaturadaimagem|300px|esquerda|Divisão das regiões intermediárias (vermelho) e imediatas (cinza).]]
Região geográfica intermediária é, no [[Brasil]], um agrupamento de [[Região geográfica imediata|regiões geográficas imediatas]] que são articuladas através da influência de uma ou mais [[metrópole]]s, [[Capital regional|capitais regionais]] e/ou [[Centro urbano|centros urbanos]] representativos dentro do conjunto, mediante a análise do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE).<ref name="IBGE_Divisão">{{citar web|URL=http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_div_int.shtm |título=Divisão Regional do Brasil |autor=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |data=2017 |acessodata=17 de agosto de 2017 |wayb=20170817193241}}</ref>
Linha 321 ⟶ 300:
== Economia ==
[[Imagem:
O Acre é um dos estados mais isolados do país, não possuindo ligação rodoviária direta com o resto do Brasil, visto que não existem pontes sobre alguns rios, que separam o Acre de cidades como Manaus ou Porto Velho: para se atravessar de um lado a outro, é preciso usar balsas. O estado também não possui nenhuma excepcionalidade econômica que impulsione seu desenvolvimento, como a Zona Franca de Manaus. Com isso, a economia do Estado é estagnada ao seu território. Porém, vem sendo construída uma ponte sobre o Rio Madeira, na região da Ponta do Abunã, em Porto Velho, que deve ser concluída em março de 2021. Com sua conclusão, o Acre sairá do isolamento rodoviário com o resto do país.<ref>[https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2021/01/27/obra-da-ponte-entre-rondonia-e-acre-deve-ficar-pronta-em-marco-de-2021-diz-dnit.ghtml Obra da ponte entre Rondônia e Acre deve ficar pronta em março de 2021, diz Dnit]</ref>
[[Imagem:Tree Map-Exportacoes do Acre (2012).png|miniatura|Exportações do Acre - (2012)<ref name="dataviva.info">{{citar web | titulo=Exportações do Acre (2012) | obra=Plataforma DataViva | url=http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | acessodata=13 de janeiro de 2014 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116102750/http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | arquivodata=16 de Janeiro de 2014 | urlmorta=yes }}</ref>]]
O Acre possui o [[Lista de unidades federativas do Brasil por PIB|25.º maior]] [[Produto Interno Bruto]] (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de {{Fmtn|13459000}} bilhões, enquanto o [[PIB per capita]] era de {{Fmtn|17034}} reais.<ref name="Economia IBGE">{{citar web |url= http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3315 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |titulo= Contas Regionais 2014: cinco estados responderam por quase dois terços do PIB do país |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref> Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.<ref name="Economia do Acre 1">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/28/%E2%80%8Bibge-aponta-acre-sendo-um-dos-estados-com-maior-crescimento-do-pib/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = IBGE aponta Acre sendo um dos com maior crescimento do PIB |data = 28 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 2">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/30/economia-do-acre-esta-entre-as-tres-piores-do-pais-diz-ibge/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = Economia do Acre está entre as três piores do pais, diz IBGE |data = 30 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 3">{{citar web |url= http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/12/rio-branco-e-capital-brasileira-com-menor-pib-capita-diz-ibge.html |publicado= Acre 24 horas |titulo = Rio Branco é a capital brasileira com menor PIB per capita, diz IBGE: Dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (17). No país, 55 municípios concentram cerca de 50% do PIB brasileiro |data = 18 de novembro de 2013 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref>
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no [[extrativismo]], com destaque para extração de madeira por meio de [[manejo florestal]], o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
O [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]] - [[BID]] - financia um projeto de [[US$]] 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de [[desenvolvimento sustentável]].
Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).
A [[economia]]
A [[agricultura]] reduz-se a pequenas culturas de [[mandioca]], [[feijão]], [[cana-de-açúcar]] e [[arroz]]. A [[indústria de transformação]] compreende pouco mais que algumas [[serraria]]s e pequenas [[fábrica]]s de [[rapadura]] e de [[farinha de mandioca]].
Linha 340 ⟶ 319:
A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%), madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%).<ref name="dataviva.info"/>
Como os rios mantêm no [[Estado (subdivisão)|estado]] cursos aproximadamente paralelos, as [[comunicações]] entre os diversos [[vale]]s se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão
=== Agricultura ===
[[Imagem:Latex dripping.JPG|miniatura|esquerda|[[extrativismo vegetal|Extração]] de [[látex]] da [[seringueira]].]]
Um dos principais produtores de [[borracha]] (''[[Hevea brasiliensis]]'') no [[país]], o Acre apresentou em [[2008]] a produção de 845 [[toneladas|t]],<ref name="Extração vegetal e silvicultura 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=extracaovegetal2008|titulo=Extração vegetal e silvicultura 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de [[rio Abunã|Abunã]], um [[seringueiro]] chega a produzir 1,5 t de [[borracha]] por safra. Os tipos produzidos são "[[caucho]]", "[[cernambi]] caucho", "cernambi [[rama]]" e "cernambi [[seringa]]". A [[coagulação]] ainda é feita pelo processo da [[defumação]]. A [[produtividade]] média é de dois quilos de [[látex]] por hévea.
[[Imagem:RioBrancoMontagem.jpg
A coleta de [[Castanha-do-pará|
=== Pecuária, pesca e mineração ===
A [[pecuária]] começou a ser desenvolvida só a partir da [[década de 1970]]. O [[solo]] utilizado nos [[plantation|plantios]] desgasta-se pelas [[desflorestamento|derrubadas]] e [[queimada]]s e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na [[floresta|mata]], se ainda não esgotados pela [[lavoura]], são facilmente invadidos pela capoeira. Em [[2008]], contava o Acre com {{Fmtn|155861}} [[porco|suínos]],<ref name="Pecuária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pecuaria2008|titulo=Pecuária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de [[2010]]}}</ref> {{Fmtn|2425687}}[[boi|bovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|77623}} [[Ovelha|ovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|7201}} [[burro|muares]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|60668}} [[cavalo|equinos]]<ref name="Pecuária 2008" /> e {{Fmtn|15433}} [[Capra aegagrus hircus|caprinos]].<ref name="Pecuária 2008" />
A [[pesca]] é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em [[2005]], foram produzidas {{Fmtn|3510}} t de [[pescado]],<ref>{{citar web|url=http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|titulo=Produção total de pescado estimada, por ano, segundo as regiões e unidades da Federação|autor=|data=|publicado=Ministério da Pesca e Aquicultura|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706155815/http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> a antepenúltima [[produção]] do [[país]]. A [[mineração]] é escassa e caracterizada pela [[garimpo|garimpagem]] mais primitiva — feita através de [[bateia]]s —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.
=== Indústria ===
O Acre tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 1,1 bilhão, equivalente a 0,1% da indústria nacional e empregando 13.025 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (47,6%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (24,6%), Alimentos (18,8%), Minerais não metálicos (2,0%) e Madeira (1,5%). Estes 5 setores concentram 94,5% da indústria do estado. <ref>[http://perfildaindustria.portaldaindustria.com.br/estado/ac Perfil da Indústria do Acre]</ref>
A [[indústria]] do [[Estado (subdivisão)|estado]], em [[2009]], ocupava 13 mil pessoas<ref name="Indústria Acriana">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11206&Itemid=26|titulo=Indústria acriana em pleno vapor|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> em 1416 [[Empresa|estabelecimentos]] e unidades,<ref name="Acre em números 2009">{{citar web|url=http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|titulo=Acre em números 2009|autor=|data=|publicado=[[Governo do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101202021745/http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|arquivodata=2 de Dezembro de 2010|urlmorta=yes}}</ref> que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A [[indústria]] ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos [[agricultura|agrícolas]], como a [[farinha de mandioca]] e o [[açúcar]] bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira, móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas [[Colônia (comunidade)|colônias]] mais importantes do Alto [[Rio Juruá|Juruá]] e do Alto [[rio Purus|Purus]], ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao [[governo]]. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o [[milho]], descorticar o [[arroz]], ralar, prensar e cozer a [[mandioca]], além de moendas e [[tocha]]s para o fabrico de [[cana-de-açúcar|açúcar de cana]]. A [[potência]] instalada das usinas geradoras em [[2004]] é de 331 [[gigawatts|GWh]], com um [[consumo]] mínimo de 405 GWh.<ref>{{citar web|url=http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|titulo=Brasil - Acre|autor=TOSCANO, Fernando|data=|publicado=Portal Brasil|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090708141237/http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|arquivodata=8 de Julho de 2009|urlmorta=yes}}</ref> Atualmente o estado possui 2 Distritos Industriais: 1 na capital [[Rio Branco]] e outro no município de [[Acrelândia]].
Linha 415 ⟶ 394:
=== Saúde ===
Em [[2005]], havia no [[Estado (subdivisão)|estado]] 337 [[hospital|estabelecimentos hospitalares]], sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 [[cama|leitos]]. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 [[município]]s existentes em 1970, apenas [[Rio Branco]] possuía abastecimento de [[água]] encanada, embora não possuía serviço de [[esgoto]], o que impede o controle de [[disenteria amébica|disenteria amebiana endêmica]]. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em [[2006]], a [[mortalidade infantil]] era de 20,7 por {{Fmtn|1000}} nascidos vivos, sendo a [[malária]] a principal causa de [[morte]]. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na [[floresta]], e que por vezes, no período das [[chuva]]s, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da [[saúde pública]]
▲Em [[2005]], havia no [[Estado (subdivisão)|estado]] 337 [[hospital|estabelecimentos hospitalares]], sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 [[cama|leitos]]. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 [[município]]s existentes em 1970, apenas [[Rio Branco]] possuía abastecimento de [[água]] encanada, embora não possuía serviço de [[esgoto]], o que impede o controle de [[disenteria amébica|disenteria amebiana endêmica]]. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em [[2006]], a [[mortalidade infantil]] era de 20,7 por {{Fmtn|1000}} nascidos vivos, sendo a [[malária]] a principal causa de [[morte]]. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na [[floresta]], e que por vezes, no período das [[chuva]]s, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da [[saúde pública]]. Há unidades da [[Unidade de Pronto Atendimento|UPA]] em Rio Branco.
Uma pesquisa promovida pelo [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística|IBGE]] em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia sua [[saúde]] como boa ou muito boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam o [[dentista]] regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008">{{citar web|url= http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pnad_saude_2008 |titulo= Acesso e Utilização dos Serviços, Condições de Saúde e Fatores de Risco e Proteção à Saúde 2008 |autor= PNAD |data= 2008 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)| acessodata= 24 de novembro de 2012}}</ref> Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter alguma [[doença crônica]] e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008" />
Linha 448 ⟶ 414:
=== Transportes ===
[[Imagem:Trevo da BR-364.jpg|200px|esquerda|miniatura|Acesso a Senador Guiomard pela [[rodovia]] estadual [[AC-040]].]]
As principais [[rodovia]]s do Acre são:
* [[BR-364]] - Juntamente com a BR-317
* [[BR-317]] - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de [[Senador Guiomard]], [[Capixaba (Acre)|Capixaba]], [[Brasileia]] na fronteira com a [[Bolívia|República da Bolívia]], a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110 km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na
* [[AC-040]] - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de [[Plácido de Castro (Acre)|Plácido de Castro]] também fazendo fronteira com a [[Bolívia]].
* [[AC-401]] - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de [[Acrelândia]], já próxima da BR-364.
Linha 472 ⟶ 423:
=== Comunicações ===
Os principais jornais do estado são os diários [[A Gazeta (Acre)|A Gazeta]], [[O Rio Branco]], A Tribuna, Jornal Opinião, Jornal Página 20 e o semanal O Estado. Entre as principais estações de televisão do estado se destacam a [[TV Rio Branco]], a [[Rede Amazônica Rio Branco|Rede Amazônica]], a [[TV5]] e a [[TV Gazeta (Rio Branco)|TV Gazeta]],<ref>{{citar web|url=https://www.portalbsd.com.br/terrestres_channels.php?cidade=112 |título=Rio Branco-AC|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2020|publicado=Portal BSD}}</ref> e entre as rádios se destacam a Gazeta FM, a [[CBN Amazônia Rio Branco|Rádio CBN]] e a Rádio Cidade FM.<ref>{{citar web|url=
https://tudoradio.com/dials/cidade/212-rio-branco |título=Guia de Rádios AM / FM Rio Branco|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2021|publicado=Tudo Rádio}}</ref> == Cultura ==
Linha 480 ⟶ 432:
O Acre já foi retratado como [[História do Acre|cenário histórico]] no [[cinema]] e na [[televisão]], interpretado por um numeroso elenco de [[ator]]es consagrados na [[minissérie]] ''[[Amazônia, de Galvez a Chico Mendes]]'' (2007), da mesma autora das [[telenovela]]s ''[[América (telenovela)|América]]'' (2005) e ''[[Caminho das Índias]]'' (2009), a acriana [[Glória Perez]].
=== Culinária ===
A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos [[Indígenas|índios]], e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do [[látex]], já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor [[qualidade de vida]].
=== Artesanato ===
[[Imagem:UsinadeArteJoãoDonato.jpg|miniatura|esquerda|Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural.]]
No [[artesanato]] os artigos são confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do [[seringal]] surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu [[Chico Mendes]], que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da [[ONU]], o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.
|