Campanha presidencial de Silvio Santos em 1989: diferenças entre revisões
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{{quote box |quote=Por diversas vezes, a Presidência chegou às minhas mãos, e eu sempre disse não, preferindo continuar na minha profissão. [...] Eu nunca disse que não aceitava. Agora, alguma coisa faz com que eu participe da política. |source=—Silvio Santos em entrevista na televisão, 22 de outubro de 1989.<ref name="pfl">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_10&pasta=ano%201989&pesq=%22silvio%20santos%22&pagfis=202501 |título=Aureliano em dois minutos reafirma que não renuncia |jornal=[[Jornal do Brasil]] |data=23 de outubro de 1989 |acessodata=2021-06-27 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref> |align=left |width=22em}}
Gadelha foi convidado pelo senador [[Edison Lobão]], do [[Democratas (Brasil)|Partido da Frente Liberal]] (PFL), em meados de outubro de 1989, a comparecer em seu gabinete. Lá, também estava presente [[Hugo Napoleão do Rego Neto|Hugo Napoleão]], presidente do partido. Eles comentaram que [[Aureliano Chaves]], candidato à presidência pelo partido, estava com números muito baixos nas pesquisas eleitorais, cogitando-se então a troca do mesmo por Silvio.{{sfn|Gadelha|2020|p=33—35}} Aureliano recebeu a informação no dia 18, inicialmente sem afastar essa hipótese.<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_10&pasta=ano%201989&pesq=%22silvio%20santos%22&pagfis=202086 |título=Aureliano renunciaria para o PFL disputar com Sílvio Santos |jornal=[[Jornal do Brasil]] |data=20 de outubro de 1989 |acessodata=2021-06-27 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref> No dia 22 de outubro de 1989, o apresentador discursou por uma hora no [[
Silvio também tentou se candidatar pelo [[Partido Liberal (1985)|Partido Liberal]] (PL), substituindo [[Guilherme Afif Domingos]], mas este declarou que aceitaria Silvio apenas como vice.<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_10&pasta=ano%201989&pesq=%22silvio%20santos%22&pagfis=202682 |título=Sílvio Santos tenta tomar lugar de Afif |jornal=[[Jornal do Brasil]] |data=26 de outubro de 1989 |acessodata=2021-06-27 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref> Mesmo assim, Silvio continuou a afirmar que disputaria a eleição. Ao ''[[Jornal do Brasil]]'', em 29 de outubro, sobre o pouco tempo restante para o primeiro turno (17 dias; ocorreria em 15 de novembro), ele disse: "Um nome como o meu não necessita de apoio ou tempo par ganhar eleição. O público me conhece".<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_10&pasta=ano%201989&pesq=%22silvio%20santos%22&pagfis=202860 |título=Sílvio reafirma que vai disputar eleição |jornal=[[Jornal do Brasil]] |data=29 de outubro de 1989 |acessodata=2021-06-27 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil|Biblioteca Nacional]]}}</ref>
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No dia 4 de novembro, foi feito o pedido do registro da candidatura de Silvio Santos e, à tarde, marcada uma visita dos candidatos ao ministro [[Francisco Rezek]], presidente do TSE.{{sfn|Gadelha|2020|p=91}} No entanto, com o surgimento de pedidos de impugnação, foi chamado para a defesa [[Oscar Dias Correia|Oscar Dias Corrêa]], por indicação do filho do mesmo.{{sfn|Gadelha|2020|p=91—92}}<ref>{{citar periódico |url=https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891107-35190-nac-0004-999-4-not |título=Ações na Justiça tentam barrar Sílvio |jornal=[[O Estado de S. Paulo]] |data=7 de novembro de 1989 |acessodata=2021-06-29 |publicado=Acervo Estadão}}</ref> O ministro, inicialmente, aceitou a ideia, mas disse que era um "advogado caro". No entanto, após conseguirem o dinheiro, Oscar acabou não aceitando o caso, mas sugeriu Pedro Gordilho. Gordilho também rejeitou e sugeriu a procura de Xavier de Albuquerque, que também declinou. Este, por sua vez, sugeriu Rafael Mayer, que acabou dizendo a mesma coisa.{{sfn|Gadelha|2020|p=93—99}}
Vários fatores consideraram a candidatura ou o partido como inválidos. [[Aristides Junqueira]], da Procuradoria-Geral Eleitoral, embasou seu parecer na Lei Complementar nº 5/70, que considerava inelegíveis os candidatos a presidente e vice-presidente da República que tivessem exercido, nos seis meses anteriores ao pleito, cargo ou função de direção, administração ou representação em empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público ou sujeitas a seu controle.<ref name=fgv>{{Citar web |url=http://fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/senor-abravanel |titulo=Senor Abravanel |acessodata=2021-06-29 |website=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]]}}</ref><ref name=tse>{{Citar web |url=https://www.tse.jus.br/jurisprudencia/julgados-historicos/silvio-santos |titulo=Silvio Santos |acessodata=2021-06-29 |website=[[Tribunal Superior Eleitoral]]}}</ref> Segundo Gadelha, isso não era verdadeiro, pois Silvio não participava de cargos administrativos do
== Legado ==
Pesquisas da época mostravam cerca de 30% de aprovação a Silvio. No entanto, com o indeferimento do pedido de registro dos candidatos do PMB, a disputa retornou ao patamar anterior, com a liderança de Fernando Collor, também com 30%, seguido por Lula e Brizola, ambos com cerca de 15%.<ref name=tse /> O ganhador do primeiro turno foi Collor, com 30,47% dos votos, seguido por Lula, com 17,18%. Corrêa teve 0,01% dos votos. Collor ganhou o segundo turno com 53,03%, e Lula teve 46,97%.{{sfn|Gadelha|2020|p=154}}
Gadelha escreveu sobre a candidatura no livro ''Sonho sequestrado: Silvio Santos e a campanha presidencial de 1989'', publicado em 24 de setembro de 2020. Nele, o autor defende que a cassação do PMB foi uma conspiração política, pois temia-se que Silvio poderia ser eleito logo no primeiro turno.<ref name=ah>{{Citar web |ultimo=Gearini |primeiro=Victória |url=https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/sonho-sequestrado-o-livro-que-detalhou-campanha-presidencial-de-silvio-santos.phtml |titulo=Sonho sequestrado: o livro que detalhou a campanha presidencial de Silvio Santos |data=2021-02-28 |acessodata=2021-06-30 |website=Aventuras na História}}</ref> Ele declarou que o apresentador poderia "salvar o Brasil" da crise política instaurada com a vitória de Collor: "Ele teria sido revolucionário no governo". Após a candidatura falhada, Silvio se candidatou à prefeitura de São Paulo em 1992, mas o partido também foi considerado ilegal. Gadelha declarou que, em 2005, procurou o apresentador para tentar fazê-lo se candidatar à presidência novamente, mas Silvio negou, respondendo: "Venha ao meu hotel no Guarujá. Falamos de tudo no mundo. Mas política nunca mais".<ref name="splash">{{Citar web |url=https://www.uol.com.br/splash/noticias/2020/10/30/teria-sido-revolucionario-diz-autor-sobre-silvio-santos-como-presidente.htm |titulo=Silvio Santos presidente 'teria sido revolucionário', diz autor |acessodata=2021-06-30 |website=UOL}}</ref>
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