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|dinastia = [[Dinastia abássida|abássida]]
|data de nascimento = {{dni||12|909|si}}
|local de nascimento= [[BagdadeBaguedade]]
|data da morte = {{morte|23|12|940|si}}
|local da morte = [[BagdadeBaguedade]]
|religião = [[Islamismo]] [[sunismo|sunita]]
|pai = [[Almoctadir (califa)|Almoctadir]]
|mãe = Zalum
}}
'''Abu Abas''',{{sfn|Franca|1994|p=191}} '''Abul Abas''',{{sfn|Dicionário Formar|1967|p=83}} '''Abul-Abás'''{{sfn|Domingues|1997|p=213}} ou '''Abulabás{{sfn|Lobo|1929|p=37}} Amade (Maomé) ibne Jafar Almoctadir''' ({{langx|ar|أبو العباس أحمد (محمد) بن جعفر المقتدر‎||''Abū al-ʿAbbās Aḥmad (Muḥammad) ibn al-Muqtadir''}}; dezembro de 909, [[BagdadeBaguedade]] - 23 de dezembro de 940), geralmente só pelo título califal de '''Arradi''' ou '''Arade Bilá'''{{sfn|Alves|2014|p=226}} ({{langx|ar|الراضي بالله‎||''ar-Rāḍī bi'llāh''|lit. "Contente com Deus"}}{{sfn|Bowen|1928|p=336}}), foi o 20º [[califa abássida|califa]] do [[Califado Abássida]], reinando de 934 até sua morte. Morreu em 23 de dezembro de 940, aos 31 anos. Seu reinado foi marcado pelo fim do poder político do califa e a ascensão de poderosos chefes de guerra, que competiram pelo título de [[emir de emires]].
 
== Vida ==
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Arradi nasceu em dezembro de 909, filho do [[califa abássida|califa]] [[Almoctadir (califa)|Almoctadir]] {{nwrap|r.|908|932}} e a concubina escrava Zalum. Quando seu pai foi morto em 932, foi proposto como sucessor, mas no fim seu tio [[Alcair]] {{nwrap|r.|932|934}} foi escolhido. Alcair o prendeu e ele permaneceu confinado até a deposição do califa em abril de 934, quando ascendeu.{{sfn|name=Ze368|Zetterstéen|1995|p=368}} [[Hugh N. Kennedy]] descreve-o como "silencioso e afável, dado à companhia de estudiosos".{{sfn|name=Ke194|Kennedy|2004|p=194}} Ao contrário de Alcair, rapidamente se tornou um títere, enquanto homens ambiciosos conquistaram a autoridade no Estado.<ref name=Ze368 />
 
Depois que o ilustre ex-[[vizir]] [[Ali ibne Issa Aljarrá]] se recusou a ser reconduzido ao cargo por causa de sua idade avançada, [[ibne Mucla]], que liderou o complô contra Alcair, recebeu o cargo.<ref name=Ke194 /> Nos primeiros meses do califado de Arradi, [[Maomé ibne Iacute]] continuou sendo o membro mais poderoso da corte até sua queda em abril de 935; só então ibne Mucla ganhou o controle da administração. Em 935, o governo foi forçado a tomar medidas para conter a turbulência em [[BagdadeBaguedade]] devido o comportamento agressivo de fanáticos [[hambalismo|hambalitas]]. Apoiados pelo sentimento popular, abordaram pessoas nas ruas, forçaram seu caminho a residências particulares, esvaziaram vasos de vinho onde quer que fossem encontrados, quebraram instrumentos musicais e maltrataram cantoras, investigaram os detalhes do comércio, espancaram seus rivais [[xafeísmo|xafeístas]] e agiam de maneira arbitrária contra qualquer um que ultrapassasse a estrita interpretação da lei e dos costumes islâmicos.<ref name=Ze368 />
 
Naquela época, a maior ameaça enfrentada pelo califado era a crescente independência dos governadores regionais, que haviam se aproveitado de brigas internas na corte para fortalecer seu controle sobre suas províncias e reter impostos devidos a BagdadeBaguedade, deixando o governo aleijado.<ref name=Ke194 /> Ibne Mucla resolveu reafirmar o controle sobre províncias vizinhas pela força militar e escolheu a [[Mesopotâmia Superior]] (Jazira), controlada pelos [[hamadânidas]], como primeiro alvo: em 935, lançou campanha que tomou a [[Emirado de Moçul|capital hamadânida]] de [[Moçul]], mas foi forçado a voltar a BagdadeBaguedade. Outra tentativa em 936 de atacar o governador rebelde de [[Uacite]], [[Maomé ibne Raique]], nem sequer foi feita. Por seu fracasso em combater a crescente crise financeira, esse último desastre levou à queda de ibne Mucla.{{sfn|Kennedy|2004|p=194–195}} Em abril de 936, ibne Mucla foi preso pelo irmão de Maomé ibne Iacute, Almuzafar, que forçou Arradi a demiti-lo.<ref name=Ze368 />
 
A demissão de ibne Mucla marcou o fim da independência dos califas, pois logo depois Arradi nomeou ibne Raique ao novo cargo de [[emir de emires]], um ofício militar que se tornou o governante de fato do que restava do califado e privou o califado de toda autoridade real. O califa mantinha só o controle de BagdadeBaguedade e seus arredores imediatos, enquanto os assuntos do governo passavam às mãos de ibne Raique e sua secretária.{{sfn|name=Ke195|Kennedy|2004|p=195ff}} O nome do emir de emires foi até comemorado no [[cutba]] da [[oração de sexta-feira]] com o califa.<ref name=Ze368 /> Em 938, [[Bajecã]] removeu ibne Raique da posição, a qual se apossou, e enviou-o para governar a província de [[Diar Modar]].<ref name=Ke195 />{{sfn|Sourdel|1986|p=902}} Apesar do papel basicamente cerimonial de Arradi, a relação entre o califa e Bajecã foi forte, com Arradi louvou-o por sua disciplina rigorosa e referindo-se a ele como seu "protegido". Apreciava o respeito de Bajecã por sua posição como califa e prometeu seu apoio.{{sfn|Mottahedeh|2001|p=92}}
 
Em outubro ou novembro de 938, Bajecã e o califa fizeram campanha contra a influência do emir hamadânida de Moçul, [[Nácer Adaulá|Haçane ibne Abdalá]] {{nwrap|r.|935|967}}, que retinha as receitas de sua província. Embora o exército tomou Moçul, Haçane fugiu aos cantos mais remotos de seu domínio, onde os invasores perseguiram-o em vão. No interim, a população ressentiu a presença califal guerrilhou contra suas tropas, enquanto ibne Raique tomou controle de BagdadeBaguedade como chefe da [[carmatas|força carmata]]. Estes eventos forçaram Bajecã a negociar com seus rivais: os hamadânidas retomaram sua província em troca do pagamento de tributos atrasados, e ibne Raique foi contido como governador das províncias de {{ilc|Tárique Alfurate||Tariq al-Furat}}, Diar Modar, [[Junde de Quinacerim]] e [[Alauacim]], que também foram reivindicadas pelos [[iquíxidas]] do Egito. Esse acordo permitiu que ele e o califa retornarem para BagdadeBaguedade em fevereiro de 939.{{sfn|name=Can867|Canard|1986|p=866–867}}{{sfn|Muir|1924|p=569–570}}
 
[[Imagem:Dirham of al-Muttaqi.jpg|thumb|esquerda|upright=1.05|[[dirrã (moeda)|Dirrã]] de [[Almutaqui]] {{nwrap|r.|940|944}}]]
 
Bajecã, ao consolidar seu controle sobre BagdadeBaguedade, virou-se para enfrentar a ameaça imposta pelos [[buídas]]. Para este fim, fortaleceu seus laços com os [[Albarides]] de [[Baçorá]], entregando Uacite, como previamente acordado, nomeando [[Abu Abdalá Albaridi]] como vizir da corte (embora o último permaneceu em Uacite e não visitou a capital), e, finalmente, pelo seu casamento com uma das filhas de Albaridi. O sucesso de Bajecã contra os buídas foi misto: Uacite foi salva do ataque buída, e os Albarides lideraram uma campanha bem-sucedida em [[Susiana]], mas uma expedição em [[Jibal]] foi esmagada pelo buída {{ilc|Haçane|Ruquém Adaulá|Rukn al-Daula}} {{nwrap|r.|935|976}}. A aliança com os Albarides rapidamente azedou, com Albaridi ainda mantendo sua ambição de substituí-lo, e Bajecã estava consciente disso. No fim de agosto de 940, Bajecã removeu Albaridi de seu vizirato e lançou um ataque em Uacite, que os Albarides abandonaram sem resistência.<ref name=Can867 /> Ao mesmo tempo, BagdadeBaguedade estava em tumulto com a violência religiosa recorrente.{{sfn|Muir|1924|p=570–571}} Em dezembro de 940, Arradi morreu.<ref name=Can867 /> Bajecã ficou em Uacite, mas enviou seu secretário a BagdadeBaguedade para convocar concílio dos aristocratas abássidas, que selecionaram [[Almutaqui]] {{nwrap|r.|940|944}}, irmão de Arradi, como califa.{{sfn|Muir|1924|p=572}}
 
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{{Califas abássidas}}
 
[[Categoria:Califas abássidas em BagdáBaguedade]]
[[Categoria:Califas do século X]]