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{{Info/Relações bilaterais
|país1 = Brasil
|país2 = Suriname
|bandeira1= Flag of Brazil.svg
|bandeira2= Flag of Suriname.svg
|preposição1= do
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|mapa = Brazil Suriname Locator.png
}}
As '''relações entre Brasil e Suriname''' referem-se a [[relações internacionais|relações interestatais]] entre a [[Suriname|República do Suriname]] e a [[Brasil|República Federativa do Brasil]]. Ambos são vizinhos no [[América do Sul|continente sul-americano]], e compartilham uma [[Fronteira Brasil-Suriname|fronteira]] de 593 [[quilômetro]]s de extensão. O Brasil é visto como parceiro prioritário pelo Suriname.<ref name="MREsuriname">{{citar web|url=http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/6479-republica-do-suriname|título=República do Suriname|publicado=Ministério das Relações Exteriores|acessodata=1 de novembro de 2017}}</ref>
 
[[File:20 01 2022 Assinatura de Atos e Declaração Imprensa (51832910156).jpg|thumb|300px|center|[[Jair Bolsonaro]] e o [[presidente do Suriname]], [[Chan Santokhi]], durante sua visita de Estado em [[Paramaribo]] em janeiro de 2022.]]
Atualmente o diplomata Raphael Azeredo serve como embaixador brasileiro em [[Paramaribo]],<ref>De Ware Tijd, [http://www.dwtonline.com/laatste-nieuws/2021/01/26/suriname-heeft-mij-geleerd-om-te-verbinden/ 'Suriname heeft mij geleerd om te verbinden'], 26-1-2021</ref> enquanto o diplomata [[Marlon Faisal Mohamed-Hoesein]] serve como o embaixador surinamês em [[Brasília]].<ref name="corpo">{{Citar web|url=http://www.itamaraty.gov.br/cerimonial/corpo-diplomatico/lista/s/suriname/|título=Lista do corpo diplomático – Suriname|publicado=Ministério das Relações Exteriores do Brasil|acessodata=7 de março de 2014|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131210220855/http://www.itamaraty.gov.br/cerimonial/corpo-diplomatico/lista/s/suriname/|arquivodata=10 de dezembro de 2013}}</ref> Apesar de ter relações diplomáticas com todos os países caribenhos, o Brasil mantém embaixadas em apenas nove Estados dos países que formam a [[Comunidade do Caribe]] (CARICOM), entre eles o Suriname.
 
== História ==
=== Período colonial e demarcação de fronteiras ===
[[Imagem:Guiana's.jpg|thumb|A fronteira entre o Brasil e a Guiana Holandesa (atual Suriname) foi demarcada em 1909]]
No [[século XVI]], o interesse dos [[neerlandeses]] pelo comércio do açúcar era bastante concentrado no [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste brasileiro]], com o estabelecimento da colônia [[Nova Holanda]], que correspondia ao território da [[Capitania de Pernambuco]]. A partir de 1640, a metrópole neerlandesa passou a dar importância também à região norte da América do Sul.<ref name="Cavlak">{{Citar periódico |ultimo=Cavlak |primeiro=Iuri |autorlink= |coautores= |ano=2013 |mes=Julho |titulo=A História do Norte da América do Sul: Brasil, Guianas e Suriname |jornal=Anais do XXVII Simpósio Nacional de História |editora=ANPUH |numero= |local=Natal |isbn= 978-85-98711-11-9|url=http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364339527_ARQUIVO_Textocompleto.pdf |acessadoem=28 de agosto de 2014}}</ref>
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Em 5 de maio de 1906, foi assinado, no Rio de Janeiro, um tratado relativo aos limites entre o Brasil e a então Guiana Holandesa (hoje Suriname), estabelecidos na [[Serra do Tumucumaque]].<ref name="MREsuriname"/>
 
=== Pós-independência ===
Embora o Brasil tenha se tornado politicamente [[Independência do Brasil|independente]] em 1822, a emancipação do Suriname dos [[Países Baixos]] só se deu em 1975. Nesta década de 1970, o governo brasileiro passou a dar mais importância à região das Guianas, baseando-se nas doutrinas [[geopolítica]]s desenvolvidas à época pela [[Escola Superior de Guerra]], que enfatizavam a proteção das fronteiras e a ocupação da [[Amazônia]]. Neste contexto, o [[governo Geisel]], favorável ao processo de [[descolonização]] pós-[[Segunda Guerra Mundial|Segunda Guerra]], prontamente reconheceu a independência surinamesa, declarada em 25 de novembro de 1975.<ref name="urt">{{Citar periódico | ultimo = Urt | primeiro = João Nackle | autorlink = | coautores = | data = | ano = 2010 | mes = | titulo = A lógica da construção de confiança: Relações Brasil-Suriname entre 1975 e 1985 | jornal = Revista Brasileira de Política Internacional | volume = 53 | numero = 2 | paginas = 70-87 | editora = | local = | issn = 0034-7329 | pmid = | doi = 10.1590/S0034-73292010000200004 | bibcode = | oclc = | id = | url = http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292011000100002&script=sci_abstract&tlng=pt | formato = | acessadoem =}}</ref>
 
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Uma visita oficial brasileira ao Suriname encabeçada pelo chanceler [[Ramiro Saraiva Guerreiro]] ocorreu em 25 de janeiro de 1982, onde o ministro criticou a [[política externa dos Estados Unidos]] e defendeu a "tese da cooperação necessária" para a [[política externa brasileira]]. Segundo esta tese, o desenvolvimento econômico seria a melhor forma de evitar o surgimento de regimes [[comunismo|comunistas]] e de garantir a [[segurança nacional]]. Saraiva Guerreiro defendia esta estratégia para as relações não apenas com o Suriname mas toda a [[América Latina]], como forma de promover uma imagem do Brasil mais positiva e cooperativa, a fim de evitar uma possível identificação do país como [[Imperialismo|imperialista]], subimperialista ou hegemônico por outros Estados na região.<ref name="urt" />
 
O presidente brasileiro [[João Figueiredo]] deu um parecer favorável quanto à proposta apresentada por Saraiva Guerreiro, mas por conta da [[crise da dívida externa latino-americana]] na década de 1980, num momento inicial o Brasil não dispunha de fundos para oferecer ajuda financeira ao Suriname. O [[golpe de Estado no Suriname em 1980]] e uma notada simpatia do novo presidente [[Dési Bouterse]] pelo [[marxismo]], entretanto, mobilizaram o governo brasileiro a montar uma ofensiva diplomática dissuasiva conhecida como Missão Venturini.<ref name="urt" /><ref name="avila">{{Citar periódico | ultimo = Avila | primeiro = Carlos Federico Domínguez | autorlink = | coautores = | data = | ano = 2011 | mes = | titulo = Guerra Fria na Região Amazônica: um estudo da Missão Venturini ao Suriname (1983) | jornal = Revista Brasileira de Política Internacional | volume = 54 | numero = 1 | paginas = 7-28 | editora = | local = | issn = 0034-7329 | pmid = | doi = 10.1590/S0034-73292011000100002 | bibcode = | oclc = | id = | url = http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292010000200004&script=sci_abstract&tlng=pt | formato = | acessadoem =}}</ref>
| doi = 10.1590/S0034-73292011000100002 | bibcode = | oclc = | id = | url = http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292010000200004&script=sci_abstract&tlng=pt | formato = | acessadoem =}}</ref>
 
=== Missão Venturini ===
[[FicheiroImagem:Guyanas.svg|thumb|300px|Mapa da região do [[Planalto das Guianas]]]]
Entre 15 e 17 de abril de 1983, o chefe do Gabinete Militar [[Danilo Venturini]], acompanhado pelo chefe da Divisão da América do [[Itamaraty]] Osmar Vladimir Chohfi, pelo conselheiro Fagundes Fernando, pelo coronel Quijano, do [[Conselho de Segurança Nacional]], e pelo coronel Carrocho, do [[Serviço Nacional de Informações]], liderou uma missão diplomática ao Suriname com o intuito de influenciar Bouterse a manter-se na esfera capitalista-ocidental. Na missão, o governo brasileiro ofereceu diversos programas de cooperação, como na área agroindustrial, além de programas de assistência civil e treinamento militar, bolsas de estudo em universidades amazônicas, fomento ao comércio bilateral, estudos para a construção de [[Usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]], aumento de transportes aéreos e marítimos entre os dois países e até mesmo a transmissão via satélite de jogos de [[futebol do Brasil]]. O governo brasileiro ofereceu ainda uma linha de crédito de 70 milhões de dólares, a ser utilizada principalmente para a importação de [[Indústria bélica do Brasil|materiais bélicos do Brasil]].<ref name="urt" /><ref name="avila" />
 
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O regime militar brasileiro passou a apoiar logisticamente o governo de Bouterse na luta contra grupos armados nacionalistas que ameaçavam o poder dos militares surinameses no poder. Durante uma [[Reconhecimento em força|missão de reconhecimento]] encabeçada por oficiais brasileiros no [[rio Litani (América do Sul)|rio Litani]] em 1986, guerrilheiros surinameses teriam atacado o helicóptero civil de origem brasileira que transportava os militares.<ref name="recon">{{Citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,suriname-fala-holandes-e-pratica-hinduismo-na-america-do-sul,487921,0.htm|título=Suriname fala holandês e pratica hinduísmo na América do Sul|publicado=O Estado de S. Paulo|data=28 de dezembro de 2009|acessodata=7 de março de 2014}}</ref>
 
=== Plano Lubbers ===
Na década de 1990, o Suriname se tornaria novamente foco de preocupação para a diplomacia brasileira. Um mês após o golpe militar surinamês de dezembro de 1991 liderado por Dési Bouterse, o governo dos [[Países Baixos]] considerou levar a cabo o chamado Plano Lubbers, um projeto que visava uma união política e monetária entre Suriname, Países Baixos,<ref name="atrito">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/11280-suriname-causou-atrito-entre-brasil-e-eua.shtml|título=Suriname causou atrito entre Brasil e EUA|publicado=Folha de S. Paulo|ultimo=Valente|primeiro=Rubens|coautores=Odilla, Fernanda|data=26 de novembro de 2011|acessodata=5 de janeiro de 2014}}</ref> [[Aruba]] e as [[Antilhas Neerlandesas]].<ref name="FPoS">{{Citar livro|ultimo=Janssen|primeiro=Roger|título=In Search of a Path|subtítulo=An Analysis of the Foreign Policy of Suriname from 1975 to 1991|idioma=inglês|editora=BRILL|ano=2011|isbn=9789004253674|página=370|colecçãocoleção=Caribbean Series}}</ref> O plano previa a criação de uma instituição espelhada na ''[[Commonwealth]]'',<ref name="segredos">{{Citar web|url=http://transparencia.folha.com.br/segredos-do-itamaraty?page=1&q=suriname&init_date=&end_date=1993&submit=Buscar|título=Segredos do Itamaraty - Suriname|publicado=Folha de S. Paulo|acessodata=5 de janeiro de 2014}}</ref> que incluiria o estabelecimento de um [[mercado comum]],<ref name="atrito" /> concessão de [[dupla nacionalidade]] para cidadãos surinameses e um controle dos Países Baixos sobre as áreas monetária, de defesa e de política exterior de sua ex-colônia. Os neerlandeses estabeleceriam ainda como pré-condição para a união uma série de reformas políticas, sociais e econômicas no Suriname.<ref name="FPoS" /><ref name="segredos" />
 
Embora publicamente não tenha se manifestado, nos bastidores o governo brasileiro criticou o plano e suas exigências, entendendo-as como tentativas de ingerência e de redução da soberania surinamesa, revertendo o país a uma condição "semicolonial". A oposição brasileira ao projeto neerlandês foi ponto de atrito entre, por um lado o Brasil, e por outro os [[Estados Unidos]], que questionaram a proximidade entre o governo brasileiro e o regime golpista de Bouterse. O Plano Lubbers, que enfrentou objeções de políticos do Suriname e dos Países Baixos, acabou não se concretizando.<ref name="atrito" />
 
=== Processo de continentalização ===
Desde o fim do século XX, observa-se uma maior aproximação da região das Guianas, incluindo o Suriname, com o restante do continente sul-americano. Projetos como a [[Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana]] (IIRSA) e a [[Organização do Tratado de Cooperação Amazônica]] (OTCA) ganharam fôlego a partir dos anos 2000, num processo denominado na literatura especializada como continentalização.<ref name="continentalização">{{Citar periódico | ultimo = Granger | primeiro = Stéphane | autorlink = | coautores = |data=maio–agosto de 2013 | ano = 2013 | mes = | titulo = As Guianas e o Brasil: da Contenção à Continentalização, ou Perigos e Vantagens de uma Interface Caribenha e Europeia | jornal = ACTA Geográfica | volume = 7 | numero = 15 | paginas = 19-38 | editora = | local = Boa Vista | issn = 1980-5772 | pmid = | doi = 10.5654/actageo2013.0715.0002 | bibcode = | oclc = | id = | url = http://revista.ufrr.br/index.php/actageo/article/view/1159/1221 |língua= <!-- *** --> | formato = pdf | acessadoem = 6 de abril de 2014 | aspas = }}</ref>
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=== Ataques em Albina ===
{{Principal|Distúrbios em Albina em 2009}}
Em dezembro de 2009, desencadeou-se uma onda de violência contra imigrantes garimpeiros, incluindo brasileiros, no município de [[Albina]], a 150 quilômetros da capital Paramaribo. Os ataques ocorreram da madrugada do dia 24 para o dia 25 contra um grupo de 80 brasileiros como resposta a um assassinato de um surinamês por um brasileiro por questões de dívida.
 
Ao menos 14 brasileiros ficaram feridos<ref name="feridos">{{Citar web|url=http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-12-26/numero-de-brasileiros-feridos-no-suriname-chega-14|título=Número de brasileiros feridos no Suriname chega a 14|publicado=Agência Brasil|data=26 de dezembro de 2009|acessodata=7 de março de 2014|ultimo=Lourenço|primeiro=Luana|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303192214/http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-12-26/numero-de-brasileiros-feridos-no-suriname-chega-14|arquivodata=3 de março de 2016}}</ref> e de 10 a 20 brasileiras foram estupradas durante os ataques.<ref name="polsoc">{{Citar web|url=http://www.valor.com.br/arquivo/643977/suriname-e-brasil-estudarao-politicas-sociais-conjuntas|título=Suriname e Brasil estudarão políticas sociais conjuntas|data=30 de dezembro de 2009|publicado=Valor Econômico|acessodata=7 de março de 2014}}</ref> Embora haja tensões entre brasileiros garimpeiros e surinameses, segundo o Itamaraty, nunca antes foi registrado um episódio semelhante.<ref name="valorintegração">{{Citar web|url=http://www.valor.com.br/arquivo/643825/brasil-quer-integracao-com-suriname|título=Brasil quer integração com Suriname|publicado=Valor Econômico|data=29 de dezembro de 2009|acessodata=7 de março de 2014}}</ref>
Ao menos 14 brasileiros ficaram feridos<ref name="feridos">{{Citar web|url=http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-12-26/numero-de-brasileiros-feridos-no-suriname-chega-14|título=Número de brasileiros feridos no Suriname chega a 14
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Após os ataques, os governos dos dois países se comprometeram a iniciar um estudo conjunto sobre a situação econômica e social da região de Albina, por meio da criação de um grupo binacional com apoio da [[Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial]].<ref name="polsoc" /> Como resposta à crise, em 2010 os dois países assinaram um pacto objetivando regular a migração transfronteiriça.<ref name="migration pact">{{Citar web|url=http://www.stabroeknews.com/2010/archives/12/01/suriname-brazil-sign-migration-pact/|título=Suriname, Brazil sign migration pact|publicado=Stabroek News|língua=inglês|data=1 de dezembro de 2010|acessodata=28 de agosto de 2014}}</ref>
 
== Cooperação ==
[[FicheiroImagem:Celso Amorim e Maria Levens.jpg|thumb|esquerda|O ministro brasileiro das Relações Exteriores, [[Celso Amorim]], ao lado da ministra surinamesa dos Assuntos Estrangeiros, Maria Levens, em 2004.]]
O Brasil e o Suriname têm 24 acordos bilaterais assinados, havendo um acordo expirado, quatro em tramitação e 19 em vigor.<ref name="MRE" /> Os dois países mantém uma próxima cooperação em diversos temas, incluindo no compartilhamento de dados gerados pelo [[Sistema de Vigilância da Amazônia]] (SIVAM),<ref name="renegociar">{{Citar web|url=http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-07-22/brasil-renegociara-divida-do-suriname|título=Brasil renegociará dívida do Suriname|publicado=Agência Brasil|data=22 de julho de 2003|acessodata=7 de março de 2013|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303165723/http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-07-22/brasil-renegociara-divida-do-suriname|arquivodata=3 de março de 2016}}</ref> investigação policial conjunta acerca do [[tráfico de pessoas]]<ref name="portal consular">{{Citar web|url=http://www.portalconsular.mre.gov.br/antes-de-viajar-1/alerta-aos-viajantes-1/suriname|título=Suriname - Portal Consular|publicado=Ministério das Relações Exteriores do Brasil|data=1 de agosto de 2012|acessodata=7 de março de 2014|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140307221041/http://www.portalconsular.mre.gov.br/antes-de-viajar-1/alerta-aos-viajantes-1/suriname|arquivodata=2014-03-07}}</ref> e apoio técnico brasileiro para a exportação agrícola surinamesa a países [[caribe]]nhos,<ref name="mercosul1">{{Citar web|url=http://www.valor.com.br/brasil/3010220/suriname-deve-se-tornar-membro-associado-do-mercosul-diz-patriota|título=Suriname deve se tornar membro associado do Mercosul, diz Patriota|publicado=Valor Econômico|ultimo=Leo|primeiro=Sergio|data=18 de fevereiro de 2013|acessodata=7 de março de 2014|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140307221347/http://www.agenciadoradio.com.br/noticia.php?codigo_noticia=PDMS060635|arquivodata=7 de março de 2014}}</ref> entre outras iniciativas. No total, o Brasil conta com 70 projetos de cooperação bilateral com o Suriname.<ref name="ABC">{{Citar web|url=http://www.abc.gov.br/projetos/pesquisa?intIdTipCooperacao=1&intIdRegiaoGeografica=5&intIdPais=297|título=Projetos com o Suriname|publicado=Agência Brasileira de Cooperação|acessodata=7 de março de 2014}} (Nota: é necessário clicar em "Pesquisar" para exibir os resultados da busca).</ref>
 
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=== Cooperação no governo Bolsonaro ===
[[FileImagem:20 01 2022 Almoço de Trabalho oferecido pelo Senhor Presidente da República do Suriname (51833005053).jpg|thumb|300px|centerminiatura|O presidente Jair Bolsonaro ao lado de [[Chan Santokhi]], presidente do Suriname.]]
 
Em 20 de janeiro de [[2022]], [[Jair Bolsonaro]] se tornou o quarto presidente do Brasil a visitar o [[Suriname]]. Ele se reuniu com o presidente [[Chan Santokhi]] no palácio presidencial em [[Paramaribo]], capital do país, em sinal de uma aproximação maior com o vizinho sul-americano.<ref>[https://www.poder360.com.br/governo/bolsonaro-chega-ao-suriname-para-discutir-acordos-de-cooperacao/]</ref>
 
No final da [[década de 2010]], o Suriname descobriu imensas reservas de [[petróleo]] e [[gás natural]] em sua costa, o que atraiu o olhar de diversos países, incluindo o Brasil. A visita presidencial em 2022 se deu por conta disso. O [[governo Bolsonaro]] optou por se aproximar do vizinho na tentativa de reforçar as relações bilaterais em diversos temas, como a exploração de petróleo, a cooperação bilateral em [[energia elétrica]], avanços na [[agricultura]], combate ao [[tráfico de drogas]] e melhora na [[Infraestrutura (economia)|infraestrutura]], tendo em vista que o Suriname é o único país que faz fronteira com o Brasil que não está interligado através de rodovias, o que torna as [[Relações entre Brasil e Suriname|relações Brasil–Suriname]] algo distante, apesar de compartilharem 593 quilômetros de fronteira.<ref name="Não_nomeado-yDCM-1">https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2022/01/presidente-jair-bolsonaro-visita-o-suriname-para-negociar-acordos-bilaterais</ref>
[[File:20 01 2022 Almoço de Trabalho oferecido pelo Senhor Presidente da República do Suriname (51833005053).jpg|thumb|300px|center|O presidente Jair Bolsonaro ao lado de [[Chan Santokhi]], presidente do Suriname.]]
 
Bolsonaro pediu ao [[Chan Santokhi|presidente Santokhi]] que priorize a petroleira brasileira, [[Petrobrás]], nas exploração petrolíferas do Suriname, na tentativa de fortalecer o bilateralismo econômico.<ref>[https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/01/20/bolsonaro-pede-prioridade-petrobras-na-explorao-de-petrleo-no-suriname.ghtml]</ref>
No final da [[década de 2010]], o Suriname descobriu imensas reservas de [[petróleo]] e [[gás natural]] em sua costa, o que atraiu o olhar de diversos países, incluindo o Brasil. A visita presidencial em 2022 se deu por conta disso. O [[governo Bolsonaro]] optou por se aproximar do vizinho na tentativa de reforçar as relações bilaterais em diversos temas, como a exploração de petróleo, a cooperação bilateral em [[energia elétrica]], avanços na [[agricultura]], combate ao [[tráfico de drogas]] e melhora na [[infraestrutura]], tendo em vista que o Suriname é o único país que faz fronteira com o Brasil que não está interligado através de rodovias, o que torna as [[Relações entre Brasil e Suriname|relações Brasil–Suriname]] algo distante, apesar de compartilharem 593 quilômetros de fronteira.<ref name="Não_nomeado-yDCM-1">https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2022/01/presidente-jair-bolsonaro-visita-o-suriname-para-negociar-acordos-bilaterais</ref>
 
== Participação internacional em comum ==
Bolsonaro pediu ao [[Chan Santokhi|presidente Santokhi]] que priorize a petroleira brasileira, [[Petrobrás]], nas exploração petrolíferas do Suriname, na tentativa de fortalecer o bilateralismo econômico.<ref>https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/01/20/bolsonaro-pede-prioridade-petrobras-na-explorao-de-petrleo-no-suriname.ghtml</ref>
Tanto o Suriname quanto o Brasil são membros de uma gama de [[organização internacional|organizações internacionais]], incluindo [[Conferência de Desarmamento]], [[Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]], [[Grupo dos 77]], [[Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento]], [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]], [[Organização da Aviação Civil Internacional]], [[Associação Internacional de Desenvolvimento]], [[Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola]], [[Organização Hidrográfica Internacional]], [[Organização Internacional do Trabalho]], [[Interpol]], [[Organização Marítima Internacional]], [[Fundo Monetário Internacional]], [[Comité Olímpico Internacional|Comitê Olímpico Internacional]], [[União Interparlamentar]], [[Organização Internacional para Padronização]], [[União Internacional de Telecomunicações]], [[Organismo Multilateral de Garantia de Inversões]], [[Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe]], [[Movimento Não Alinhado]], [[OPANALOrganismo para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe]] (OPANAL), [[Organização para a Proibição de Armas Químicas]], [[Organização dos Estados Americanos]], [[Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul|PROSUL]], [[Organização das Nações Unidas]] (e as seguintes agências: [[FAO]], [[Organização da Aviação Civil Internacional|OACI]], [[União Internacional de Telecomunicações|UIT]], [[Organização Mundial da Propriedade Intelectual|OMPI]], [[Organização Mundial de Turismo|OMT]], [[UNCTAD]], [[UNESCO]], [[UNIDO]], [[UPU]], [[Organização Mundial da Saúde|OMS]] e [[Organização Meteorológica Mundial|OMM]]), e [[Organização Mundial do Comércio]].<ref name="factbook">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2107.html|titulo=The World Factbook - International organization participation|acessdataacessodata=11/10/2013|publicado=Central Intelligence Agency|lingua=inglês|acessodata=29 de dezembro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120504230759/https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2107.html|arquivodata=2012-05-04|urlmorta=yes}}</ref>
 
== Temas econômicos ==
==Participação internacional em comum==
=== Comércio ===
Tanto o Suriname quanto o Brasil são membros de uma gama de [[organização internacional|organizações internacionais]], incluindo [[Conferência de Desarmamento]], [[Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]], [[Grupo dos 77]], [[Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento]], [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]], [[Organização da Aviação Civil Internacional]], [[Associação Internacional de Desenvolvimento]], [[Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola]], [[Organização Hidrográfica Internacional]], [[Organização Internacional do Trabalho]], [[Interpol]], [[Organização Marítima Internacional]], [[Fundo Monetário Internacional]], [[Comité Olímpico Internacional|Comitê Olímpico Internacional]], [[União Interparlamentar]], [[Organização Internacional para Padronização]], [[União Internacional de Telecomunicações]], [[Organismo Multilateral de Garantia de Inversões]], [[Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe]], [[Movimento Não Alinhado]], [[OPANAL]], [[Organização para a Proibição de Armas Químicas]], [[Organização dos Estados Americanos]], [[Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul|PROSUL]], [[Organização das Nações Unidas]] (e as seguintes agências: [[FAO]], [[Organização da Aviação Civil Internacional|OACI]], [[União Internacional de Telecomunicações|UIT]], [[Organização Mundial da Propriedade Intelectual|OMPI]], [[Organização Mundial de Turismo|OMT]], [[UNCTAD]], [[UNESCO]], [[UNIDO]], [[UPU]], [[Organização Mundial da Saúde|OMS]] e [[Organização Meteorológica Mundial|OMM]]), e [[Organização Mundial do Comércio]].<ref name="factbook">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2107.html|titulo=The World Factbook - International organization participation|acessdata=11/10/2013|publicado=Central Intelligence Agency|lingua=inglês|acessodata=29 de dezembro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120504230759/https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2107.html|arquivodata=2012-05-04|urlmorta=yes}}</ref>
[[FicheiroImagem:Winston Lackin e Antonio Patriota.jpg|thumb|Chanceleres [[Winston Lackin]] e [[Antonio Patriota]] em 2011]]
O comércio entre os dois países é pouco expressivo, entre outros motivos, devido ao isolamento econômico do Suriname em relação ao restante do continente sul-americano,<ref name="BBC$">{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1454_americadosul/page34.shtml|título=Suriname - As relações econômicas|publicado=BBC Brasil|acessodata=28 de dezembro de 2013}}</ref> à falta de infraestrutura ligando o Suriname com o Brasil e à pequena complementaridade produtiva dos dois países. Embora haja um baixo volume de comércio, há um interesse nos dois países para mudar este quadro.<ref name="visentini">{{Citar periódico | ultimo = Visentini | primeiro = Paulo Gilberto Fagundes | autorlink = | coautores = | data = | ano = 2008 | mes = | titulo = Guiana e Suriname: uma outra América do Sul | jornal = Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional | volume = | numero = 2 | paginas = 8 | editora = FUNAG | local = | issn = | pmid = | doi = | bibcode = | oclc = | id = | url = http://hdl.handle.net/10183/30421 | formato = | acessadoem = 28 de dezembro de 2013}}</ref>
 
O intercâmbio comercial, que sofreu queda de 18% no período entre 2008 e 2013, é composto sobretudo por produtos manufaturados nas pautas de importação e exportação de ambos os países.<ref name="MRE" /><ref name="INDSuriname">{{Citar web|url=http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDSuriname.pdf|titulo=Dados básicos e principais indicadores econômico-comerciais – Suriname||formato=pdf|data=agosto de 2012|publicado=Ministério das Relações Exteriores do Brasil/BrasilGlobalNet|acessodata=28/12/2013|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131230231848/http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDSuriname.pdf|arquivodata=30 de dezembro de 2013}}</ref> Em termos de valor transacionado, estima-se que 95,8% do comércio entre os dois se dê por via marítima.<ref name="funcex">{{Citar periódico | ultimo = Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX) | primeiroano = Fundação2010 Centro| mes = Dezembro | titulo = O Potencial de Comércio e Investimentos entre o Brasil e o Suriname | paginas = 74 | local = Rio de Janeiro | url= http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/Estudos/PUBEstudoPotencialComercioInvestimentoBrasilSuriname.pdf | formato = PDF | acessadoem = 7 de março de 2014|urlmorta=yes}}</ref> Em 2012, o Brasil obteve a 27ª colocação dentre os parceiros comerciais do Suriname, tendo uma participação de 0,1% nas importações de produtos surinameses. Neste mesmo ano, o Brasil foi o 5º principal fornecedor de produtos para o país, abarcando 4% de todas as importações do Suriname. Durante todo o período entre 2003 e 2013, o saldo comercial favoreceu os brasileiros.<ref name="MRE" /><ref name="INDSuriname" />
==Temas econômicos==
===Comércio===
[[Ficheiro:Winston Lackin e Antonio Patriota.jpg|thumb|Chanceleres [[Winston Lackin]] e [[Antonio Patriota]] em 2011]]
O comércio entre os dois países é pouco expressivo, entre outros motivos, devido ao isolamento econômico do Suriname em relação ao restante do continente sul-americano,<ref name="BBC$">{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1454_americadosul/page34.shtml|título=Suriname - As relações econômicas|publicado=BBC Brasil|acessodata=28 de dezembro de 2013}}</ref> à falta de infraestrutura ligando o Suriname com o Brasil e à pequena complementaridade produtiva dos dois países. Embora haja um baixo volume de comércio, há um interesse nos dois países para mudar este quadro.<ref name="visentini">{{Citar periódico | ultimo = Visentini | primeiro = Paulo Gilberto Fagundes | autorlink = | coautores = | data =
| ano = 2008 | mes = | titulo = Guiana e Suriname: uma outra América do Sul | jornal = Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional | volume = | numero = 2 | paginas = 8 | editora = FUNAG | local = | issn = | pmid = | doi = | bibcode = | oclc = | id = | url = http://hdl.handle.net/10183/30421 | formato = | acessadoem = 28 de dezembro de 2013}}</ref>
 
O intercâmbio comercial, que sofreu queda de 18% no período entre 2008 e 2013, é composto sobretudo por produtos manufaturados nas pautas de importação e exportação de ambos os países.<ref name="MRE" /><ref name="INDSuriname">{{Citar web|url=http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDSuriname.pdf|titulo=Dados básicos e principais indicadores econômico-comerciais – Suriname||formato=pdf|data=agosto de 2012|publicado=Ministério das Relações Exteriores do Brasil/BrasilGlobalNet|acessodata=28/12/2013|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131230231848/http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/INDSuriname.pdf|arquivodata=30 de dezembro de 2013}}</ref> Em termos de valor transacionado, estima-se que 95,8% do comércio entre os dois se dê por via marítima.<ref name="funcex">{{Citar periódico | ultimo = | primeiro = Fundação Centro de Estudos do
Comércio Exterior (FUNCEX) | ano = 2010 | mes = Dezembro | titulo = O Potencial de Comércio e Investimentos entre o Brasil e o Suriname | paginas = 74 | local = Rio de Janeiro | url= http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/Estudos/PUBEstudoPotencialComercioInvestimentoBrasilSuriname.pdf | formato = PDF | acessadoem = 7 de março de 2014|urlmorta=yes}}</ref> Em 2012, o Brasil obteve a 27ª colocação dentre os parceiros comerciais do Suriname, tendo uma participação de 0,1% nas importações de produtos surinameses. Neste mesmo ano, o Brasil foi o 5º principal fornecedor de produtos para o país, abarcando 4% de todas as importações do Suriname. Durante todo o período entre 2003 e 2013, o saldo comercial favoreceu os brasileiros.<ref name="MRE" /><ref name="INDSuriname" />
 
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=== Dívida ===
Em 2003, o então presidente brasileiro [[Luiz Inácio Lula da Silva]] garantiu ao presidente surinamês [[Ronald Venetiaan]] que o Brasil renegociaria a dívida de [[Dólar dos Estados Unidos|US$]] 85 milhões que o Suriname tem com o país.<ref name="renegociar" /> Em 2009, o Suriname tinha uma dívida externa com o Brasil calculada em cerca de US$ 116 milhões.<ref name="intensa">{{Citar web|url=http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-12-28/brasil-e-suriname-tem-intensa-parceria-comercial-e-politica|título=Brasil e o Suriname têm intensa parceria comercial e política|publicado=Agência Brasil|ultimo=Giraldi|primeiro=Renata|data=28 de dezembro de 2009|acessodata=7 de março de 2014|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160416140305/http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-12-28/brasil-e-suriname-tem-intensa-parceria-comercial-e-politica|arquivodata=16 de abril de 2016}}</ref> No mesmo ano, os surinameses terminaram de pagar US$76 milhões em dívidas ao Brasil.<ref name="paraibaparadise">{{Citar web|url=http://paraibaparadise.com/index.php/Joao-Pessoa/2009/09/14/suriname-brazil-sign-cooperation-agreements/|título=Suriname-Brazil sign cooperation agreements|publicado=Paraíba Paradise|ultimo=Cairo|primeiro=Ivan|lingua=inglês|data=14 de setembro de 2009|acessodata=28 de agosto de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303230846/http://paraibaparadise.com/index.php/Joao-Pessoa/2009/09/14/suriname-brazil-sign-cooperation-agreements/|arquivodata=2016-03-03|urlmorta=yes}}</ref>
 
== Intercâmbio populacional ==
O Suriname é o único país fronteiriço com o qual o Brasil não é ligado por meio de estradas. Há apenas dois voos entre [[Paramaribo]] e cidades brasileiras,<ref name="bbc">{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1454_americadosul/page32.shtml|título=O Brasil sob os olhos da América do Sul|publicado=BBC Brasil|acessodata=29 de dezembro de 2013}}</ref> e em 2012 foi anunciada a criação de uma linha marítima entre os portos de Paramaribo, [[Porto do Itaqui|Itaqui]] e [[Porto de Santana|Santana]].<ref name="linhamar">{{Citar web|url=http://brazilplanet.com.br/criacao-de-linha-maritima-direta-entre-o-brasil-e-o-suriname/|título=Criação de linha marítima direta entre o Brasil e o Suriname|publicado=Brazil Planet|data=23 de agosto de 2012|acessodata=29 de dezembro de 2013|urlmorta=yes|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131230232059/http://brazilplanet.com.br/criacao-de-linha-maritima-direta-entre-o-brasil-e-o-suriname/|arquivodata=30 de dezembro de 2013}}</ref>
 
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Um estudo de 2007 do instituto de pesquisa IDOS-peilingen apontou que 69% dos eleitores surinameses tinham uma imagem negativa dos brasileiros. O governo por vezes realiza operações de regularização da situação dos garimpeiros brasileiros, que frequentemente não têm documentos.<ref name="cartilha" /> Não há exigências de visto para brasileiros que desejem entrar ou permanecer no Suriname, nem requisitos especiais para a permanência de até um mês.<ref name="portal consular" />
 
== Educação ==
Em 2003, foi anunciado pelo então Ministro da Educação [[Cristovam Buarque]] que estudantes surinameses poderiam ter acesso às universidades brasileiras.<ref name="ed">{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/ult105u2795.jhtm|título=Surinameses terão lugar em universidades brasileiras|publicado=UOL|data=22 de julho de 2003|acessodata=7 de março de 2014}}</ref> O governo brasileiro ainda expressou a intenção de criar escolas de ensino fundamental para filhos de brasileiros dentro do Suriname.<ref name="ed2">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17034.shtml|título=Brasil planeja criar escola para filhos de brasileiros no Suriname|publicado=Folha de S. Paulo|data=16 de fevereiro de 2005|acessodata=7 de março de 2014}}</ref>
 
== Visitas presidenciais ==
[[FileImagem:20 01 2022 Assinatura de Atos e Declaração Imprensa (51832910156).jpg|thumb|300px|centerminiatura|[[Jair Bolsonaro]] e o [[presidente do Suriname]], [[Chan Santokhi]], durante sua visita de Estado em [[Paramaribo]] em janeiro de 2022.]]
'''Presidentes surinameses que visitaram o Brasil'''
1– {{SURb}}# [[Ronald Venetiaan]]: (1996), (2000), (2003), (2007), (2008 - ''(duas vezes'')<ref name="Não_nomeado-yDCM-2">https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/relacoes-bilaterais/todos-os-paises/republica-do-suriname</ref>
2– {{SURb}}# [[Jules Wijdenbosch]]: (1997)<ref name="Não_nomeado-yDCM-2"/>
1– {{SURb}} [[Ronald Venetiaan]] (1996) (2000) (2003) (2007) (2008 - ''duas vezes'')<ref name="Não_nomeado-yDCM-2">https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/relacoes-bilaterais/todos-os-paises/republica-do-suriname</ref>
3– {{SURb}}# [[Desi Bouterse]]: (2010), (2011), (2013), (2014 - ''(duas vezes''), (2018)<ref name="Não_nomeado-yDCM-2"/>
 
2– {{SURb}} [[Jules Wijdenbosch]] (1997)<ref name="Não_nomeado-yDCM-2"/>
3– {{SURb}} [[Desi Bouterse]] (2010) (2011) (2013) (2014 - ''duas vezes'') (2018)<ref name="Não_nomeado-yDCM-2"/>
'''Presidentes brasileiros que visitaram o Suriname'''
1– {{BRAb}}# [[José Sarney]]: (1989)<ref>[http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/jose-sarney/discursos/1989/15.pdf/view]</ref>
2– {{BRAb}}# [[Lula da Silva]]: (2005)<ref>[https://tribunapr.uol.com.br/noticias/lula-visita-neste-mes-venezuela-guiana-e-suriname/]</ref>
1– {{BRAb}} [[José Sarney]] (1989)<ref>http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/jose-sarney/discursos/1989/15.pdf/view</ref>
3– {{BRAb}}# [[Dilma Rousseff]]: (2013)<ref>[http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/08/dilma-chega-ao-suriname-e-deve-discutir-caso-de-boliviano-com-evo.html]</ref>
4– {{BRAb}}# [[Jair Bolsonaro]]: (2022)<ref name="Não_nomeado-yDCM-1"/>
2– {{BRAb}} [[Lula da Silva]] (2005)<ref>https://tribunapr.uol.com.br/noticias/lula-visita-neste-mes-venezuela-guiana-e-suriname/</ref>
3– {{BRAb}} [[Dilma Rousseff]] (2013)<ref>http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/08/dilma-chega-ao-suriname-e-deve-discutir-caso-de-boliviano-com-evo.html</ref>
4– {{BRAb}} [[Jair Bolsonaro]] (2022)<ref name="Não_nomeado-yDCM-1"/>
 
{{Referências|col=2}}