Missão Militar Francesa: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Instrutores franceses em Belo Horizonte 1931.jpg|miniaturadaimagem|Instrutores franceses em exercícios militares em [[Belo Horizonte]] em 1931, com o então chefe da missão, general Charles Huntziger, como terceiro da esquerda para a direita]]
A '''Missão Militar Francesa (MMF)''' de Instrução no Brasil, chefiada pelo general [[Maurice Gamelin]], foi contratada no dia 8 de setembro de 1919 para orientar, a partir de 1920, a modernização do [[Exército Brasileiro]] (EB). Inicialmente prevista para quatro anos, teve seu contrato renovado, sucessivamente, por 20 anos, permanecendo no Brasil de 1920 a 1940. Consistia em reorganizar, em um primeiro momento, as escolas militares e, em seguida, o próprio Exército. Os termos do contrato estipulavam que oficiais franceses comandariam durante quatro anos as escolas de [[Escola de Comando e Estado-Maior do Exército|Estado-Maior]] (ECEME), de [[Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais|Aperfeiçoamento de Oficiais]] (EsAO), de [[Intendência militar|Intendência]], Veterinária, Saúde, Equitação e Educação Física.<ref name=correio>{{citar web|url=https://www.correiodoestado.com.br/opiniao/nylson-reis-boiteux-100-anos-da-missao-militar-francesa-no-brasil/349783|titulo=Nylson Reis Boiteux: "100 anos da missão militar francesa no Brasil"|editor=[[Correio do Estado]]|data=26 de março de 2019|acesso=13 de julho de 2020}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Malan|primeiro=Carlos|data=6 de agosto de 2019|título=A história da Missão Militar Francesa contratada em 1919 para modernizar o Exército brasileiro|url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2019/09/a-historia-da-missao-militar-francesa-contratada-em-1919-para-modernizar-o-exercito-brasileiro-ck08cl6lk0abl01qmvvbv4xsn.html|website=Almanaque GZH|acessodata=29 de outubro de 2022}}</ref><ref name=Rodrigo>{{citar web|url=https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/MISS%C3%83O%20MILITAR%20FRANCESA.pdf|titulo=MISSÃO MILITAR FRANCESA|autor=Rodrigo Nabuco de Araújo|acesso=13 de julho de 2020}}</ref><ref>{{citar web|url=https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/MISS%C3%83O%20MILITAR%20FRANCESA.pdf|titulo=COMEMORAÇÃO AO CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL|data=16 de setembro de 2019|acesso=13 de julho de 2020}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ebeventos.eb.mil.br/index.php/comemoracao-MMF-Brasil|titulo=Comemorações do Centenário da Missão Militar Francesa no Brasil|data=1 de janeiro de 2018|acesso=13 de julho de 2020}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/cd/article/download/563/167|titulo=O Contrato da Missão Militar Francesa de 1919:direito e história das relações internacionais - Jorge Luís Mialhe|data=1 de junho de 2010|acesso=13 de julho de 2020}}</ref>
[[Ficheiro:Maurice Gustave Gamelin.jpg|miniaturadaimagem|255x255px|Retrato do general Maurice Gamelin feito para a primeira página do jornal ''Le Pays de France'' em agosto de 1918.]]
 
== Antecedentes do Acordo <ref name=correio/>==
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O nível dos trabalhos legados pela Missão Militar Francesa ficou evidenciado quando da constituiçao e preparo da [[Força Expedicionária Brasileira]] (FEB) para combater na [[Itália]] ao lado dos Aliados na [[Segunda Guerra Mundial]]. O Exército Brasileiro, nessa ocasião, respondeu à altura ao desafio de enviar oficiais e praças para combater naquele Teatro de Operações. E tudo isso porque o Exército Brasileiro, ao longo de vinte anos, levou a sério o seu preparo profissional sob a orientação experiente da Missão Militar Francesa, contratada no momento oportuno e constituída por militares qualificados, com experiência no maior conflito bélico ocorrido até a época. Isso concorreu para uma rápida e fácil adaptação à doutrina e ao emprego do material bélico americano. A FEB voltou vencedora, demonstrando que apesar do curto período de adaptação aos equipamentos e às táticas aliadas, principalmente americanas, o preparo doutrinário das unidades do EB, executado nos moldes da MMF pôde ser considerado exitoso.
 
==Principais Resultados Obtidos pela Missão Militar Francesa<ref name=Rodrigo/>==
[[Imagem:ESAO MMF 1924.jpg|thumb|266 px|Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1924, à época da MMF.]]
Para o Brasil, o contrato representou um grande passo na direção da profissionalização e modernização de seu Exército e contribuiu para fortalecer seu poder militar. Por outro lado, a principal motivação da diplomacia francesa dava indícios de ser principalmente mercantil, vinculada à obtenção de concessões e privilégios de mercado. A presença francesa na América do Sul se fortaleceu, e a assinatura do contrato foi encarada como uma vitória sobre a rival alemã.
 
Com a chegada dos primeiros elementos da missão, refundiu-se o ensino militar de aperfeiçoamento. Sua atuação foi mais sensível na [[Escola de Comando e Estado-Maior do Exército]], na [[EsAO]] e na [[Escola de Aviação Militar]], nos cursos de Oficiais Intendentes, Saúde, Veterinária, Equitação e Educação Física. Assim, os missionários franceses encarregavam-se de reorientar a doutrina do Exército, elaborar novos regulamentos e aperfeiçoar o ensino e a instrução militar. Sua ação resultou na reformulação das missões do EME e na criação da Escola de Aviação Brasileira.
[[Imagem:Escola Av M 1937.jpg|thumb|266 px|esquerda|Vista Aérea da [[Escola de Aviação Militar]], 18 de março de 1937. Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, quase ao término da MMF.]]
A influência militar francesa concretizou-se ainda, em 1921, com a adoção de novos regulamentos destinados à Direção e Emprego das Grandes Unidades, ao Exercício e Emprego da Artilharia e ao Serviço de Estado-Maior em Campanha. Algumas realizações marcaram sua atuação: a instituição do culto ao patrono do Exército, [[Duque de Caxias]], em 1923; a entrada em função sob seu comando, em 1927, da Diretoria de Aviação Militar, da Escola de Aviação Militar e do Depósito Central de Aviação; a criação no mesmo ano do Conselho de Defesa Nacional, que embora não fosse efetivo àquela altura, transformou-se em 1938 no Conselho de Segurança Nacional, encarregado da elaboração dos planos de defesa nacional. E sem dúvida o fato mais relevante foi a reforma do EME de 1938, que o definiu como órgão de planejamento estratégico encarregado de preparar as decisões do ministro da Guerra e de elaborar as ordens e instruções concernentes à organização do Exército, à mobilização, à instrução e à preparação para a guerra. Foi instituída, pela mesma reforma, a 2ª Seção do EME, encarregada das Informações, das Missões Militares, da Cifra e Decifração de Documentos e da ligação com o Ministério das Relações Exteriores.
 
Os resultados mais visíveis da Missão Militar Francesa traduziram-se na constituição de um Estado-Maior efetivo, centralizador do comando nacional do Exército e encarregado de elaborar as grandes diretrizes a serem aplicadas à totalidade da instituição. Colocou-se em prática a ideia, então dominante, de que a finalidade principal do Exército era o preparo das forças nacionais para a guerra, e assim foi viabilizado o enquadramento do potencial militar. Ademais, a mobilização militar passou a ser encarada como uma mobilização nacional.
A
== Ver também ==
* [[Forças Armadas do Brasil]]
* [[Política externa do Brasil]]
* [[Relações entre Brasil e França]]
 
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[[Categoria:Exército Brasileiro]]
[[Categoria:Relações entre Brasil e França]]
{{Esboço-militar}}