Miróbriga: diferenças entre revisões

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{{Mais notas|data=junho de 2022}}
{{Info/Sítio arqueológico
|nome = MirobrigaMiróbriga
|nome_nativo = {{lang|la|''Mirobriga/Mirobriga Celticorum''}}
|imagens_tamanho = 250px
|imagem = Forum Filomena Barata.JPG
|legenda =FotografiaVista aéreadas da colinaruínas do Casteloforum Velhoda ecidade dasde ruínas do forumMiróbriga (cortesia Filomena Barata)
|mapa_alfinete =Portugal Continental
|mapa_alfinete_legenda =Localização de Miróbriga em Portugal Continental
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|nome_alt =Castelo Velho de Santiago do Cacém
|período=[[Idade do Ferro]] [[Romano]] [[Antiguidade Tardia]]}}
Apesar'''Miróbriga''', de'''Cidade algumasromana incertezas<refde name=":1" />Miróbriga''', tem'''Ruínas sidode associada,Miróbriga''' desde o século XVI ao sítio arqueológico doou '''Castelo Velho de Santiago do Cacém'''<ref, name=":2"é />,um sítio arqueológico romano situado perto da vila de [[Santiago do Cacém]], no [[município]] homónimo, no sudoeste de Portugal. O sítio é também conhecido como '''Cidade romana de Miróbriga''' ou '''Ruínas de Miróbriga'''<ref name="Sipa">[http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4076 Ficha na base de dados SIPA]</ref>
'''''Mirobriga''''' ou '''''Mirobriga'' dos Célticos''' (''Mirobrigensis qui celtici cognominantur -'' Plin. Nat IV 118) foi uma localidade, provávelmente uma cidade, da [[Antiguidade Clássica|Antiguidade]] localizada no extremo ocidental da provícia da [[Lusitânia|Lusitania]], no território dos [[Celtas|povos célticos]] e foi mencionada por [[Plínio, o Velho]], e por [[Ptolemeu|Ptolomeu]]<ref name=":0" />.
 
Apesar de algumas incertezas<ref name=":1" />, tem sido associada, desde o século XVI ao sítio arqueológico do '''Castelo Velho de Santiago do Cacém'''<ref name=":2" />, situado perto da vila de [[Santiago do Cacém]], no [[município]] homónimo, no sudoeste de Portugal. O sítio é também conhecido como '''Cidade romana de Miróbriga''' ou '''Ruínas de Miróbriga'''<ref name="Sipa">[http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4076 Ficha na base de dados SIPA]</ref>
 
Apesar de ser mais conhecido por ter sido uma cidade no Período [[Romanização|Romano]], teve a sua origem ainda na [[Idade do Ferro]] e a sua ocupação prolongou-se até à [[Antiguidade Tardia]].
 
RepresentaMiróbriga representa um dos mais bem preservados e conhecidos sítios do período [[Roma Antiga|Romano]] no Sudoeste de Portugal, com vestígios de diversos edifícios e arruamentos, na sua maioria em bom estado de conservação, sendo especialmente conhecida pelos seus dois [[Termas romanas|edifícios termais]].
OMiróbriga sitioencontra-se arqueológico foi classificadoclassificada como [[Imóvel de Interesse Público]] em 1940, sendo a protecção confirmada emdesde 1943.<ref name=Sipa/>
 
O sítio está aberto ao público e forma parte dos Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve<ref>{{Citar web|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/itinerarios/alentejo-algarve/|titulo=DGPC {{!}} Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve|acessodata=2022-06-15|website=www.patrimoniocultural.gov.pt}}</ref>, tendo, em 2017, recebido uma distinção na XVI Gala «Óscares do Alentejo», promovida pela ''Revista Mais Alentejo'', na categoria «Mais Património»<ref>{{Citar web|url=https://www.cm-santiagocacem.pt/atualidade/noticias/premios-mais-alentejo-2017-mirobriga-vence-na-categoria-mais-patrimonio/|titulo=Prémios “Mais Alentejo” 2017: Miróbriga vence na categoria “Mais Património” – Câmara Municipal de Santiago do Cacém|acessodata=2022-06-15|website=www.cm-santiagocacem.pt}}</ref>
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== Descoberta ==
O sítio está localizado nos terrenos da Herdade dos Chãos Salgados. Uma vez que se trata de uma área agricultada, é possível que o sítio sempre tenha sido conhecido. A referência mais antiga que se conhece é, contudo, data já do século XVI, quando [[André de Resende]] o menciona na sua obra ''De Antiquitatibus Lusitaniae''<ref name=":2">{{citar livro|url=https://purl.pt/15210/4/res-3068-v_PDF/res-3068-v_PDF_24-C-R0150/res-3068-v_0000_Obra%20Completa_t24-C-R0150.pdf|título=Libri quatuor De antiquitatibus Lusitaniae|ultimo=de Resende|primeiro=André|ano=1593|local=Évora}}</ref>'','' de 1593.
 
A ele se deve a associação deste sítio ao nome Miróbriga (dos Célticos) ({{langx|la|''Mirobriga/Mirobriga Celticorum''}}''),'' uma das localidades mencionadas por [[Plínio, o Velho]], na sua descrição do litoral da [[Lusitânia|Lusitania]] (Nat. IV. 35. 118), em [[História Natural (Plínio)|Naturalis Historiae]]. Existe, ainda, algum debate relativamente a esta associação, pois não se conhecem provas absolutas<ref name=":1">{{citar periódico |url=https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/45445/5/Problemas_em_aberto_na_epigrafia_mirobrigense.pdf2.png |titulo=Problemas em aberto na epigrafia mirobriguense |data=1996 |jornal=Conimbriga |publicado=Universidade de Coimbra |número=35 |ultimo=d'Encarnação |primeiro=José |paginas=129-146 |issn=0084-9189}}</ref>, mas esta é, de forma de genérica, aceite pela comunidade científica e é este o nome normalmente utilizado pelo público geral para designar o sítio.
 
[[Ficheiro:Retrato de D. Fr. Manuel do Cenáculo Vilas-Boas, Biblioteca Pública de Évora.png|miniaturadaimagem|Retrato de Dom Manuel do Cenáculo]]
A actividade agrícola no sítio levou à descoberta ocasional de alguns vestígios, nomeadamente [[Epígrafe|epígrafes]]. Em 1720, o [[Rodrigo Anes de Sá Almeida e Meneses, 1.º Marquês de Abrantes|1º Marquês de Abrantes]], um dos fundadores da [[Academia Real da História Portuguesa]], visitou Santiago do Cacém para fazer um levantamento das inscrições conhecidas<ref name=":0">{{citar livro|título=Miróbriga - O Tempo ao longo do Tempo|ultimo=Barata|primeiro=Maria Filomena|ultimo2=do Vale|primeiro2=Fernanda|editora=Câmara Municipal da Santiago do Cacém|ano=2010|isbn=978-972-99051-7-9}}</ref>.
 
As primeiras escavações que se conhece remontam ao início do século XIX e foram feitas por iniciativa do pároco de Santiago do Cacém, Bonifácio Gomes de Carvalho, patrocinado por Dom [[Manuel do Cenáculo|Manuel de Cenáculo Villas-Boas]], à data [[Diocese de Beja|Bispo de Beja]]<ref>{{citar livro|título=Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém)|ultimo=de Almeida|primeiro=Fernando|editora=Junta Distrital de Setúbal|ano=1964|página=6}}</ref>. Destas primeiras escavações, anteriores ao desenvolvimento da [[Arqueologia]], não restam mais do que pequenas notícias e cartas escritas pelo padre a dar conta de alguns achados, que enviava para Dom Manuel do Cenáculo. O Bispo, conhecido entusiasta da [[Antiguidade Clássica|Antiguidade]], recolheu e recebeu espólio arqueológico de diversos pontos do Alentejo, acabando por fundar um museu na [[Biblioteca Pública de Évora]] em 1805. Infelizmente, a origem de muitos dos objectos perdeu-se, não sendo possível determinar quais os provenientes de Miróbriga. Actualmente, o único objecto do museu que foi possível atríbuir a este sítio consiste numa pequena estatueta de bronze de um [[Hércules]] juvenil, que foi possível rastrear devido a um esboço, datado de 1798, da autoria de [[José Cornide Saavedra]], que identifica a sua origem<ref>{{citar livro|título=«Quando o objecto desafia a curiosidade»: A actividade arqueológica de cenáculo e seus colaboradores em Santiago do Cacém|ultimo=de Deus|primeiro=Manuela|obra=Dom Frei Manuel do Cenáculo. Itinerários por Santiago do Cacém. Catálogo da exposição no Museu Municipal de Santigo do Cacém|editora=Junta de Freguesia da União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra|ano=2016|isbn=978-989-99049-1-0}}</ref>.