Irã: diferenças entre revisões

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{{PBPE|Irã|Irão}} ({{lang-fa|ايران}}, [[transcrição fonética|transcr]].: ''Iran'', {{IPA-tudo|ʔiːˈɾɑn|pronunciado:|Fa-Iran (2).oga}}), oficialmente '''República Islâmica do Irã/Irão''' e anteriormente conhecido como '''[[Pérsia]]''',<ref name=irnc1>{{Citar Iranica|último=Mackenzie|primeiro=David Niel|ano=1998|título={{lang|fa|Ērān, Ērānšahr}}|artigo=eran-eransah|acessodata=8-8-2012|volume=VIII|fasc=5|páginas=534}}</ref> é um país localizado na [[Ásia Ocidental]].<ref name="BBC">{{Citar web|título=Iran Country Profile|publicado=BBC NEWS|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-14541327|acessodata=08-08-2012}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://cesww.fas.harvard.edu/ces_definition.html|título="CESWW" – Definition of Central Eurasia|publicado=Cesww.fas.harvard.edu|acessodata=01-08-2010|wayb=20081225145145|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|autor=USA|url=https://www.nationalgeographic.com/travel/destination/iran|título=Iran Guide|publicado=National Geographic|data=14-6-2013|acessodata=21-6-2013}}</ref> Tem [[fronteira]]s a norte com [[Arménia]], [[Azerbaijão]] e [[Turquemenistão]] e com o [[Cazaquistão]] e a [[Rússia]] através do [[Mar Cáspio]]; a leste com [[Afeganistão]] e [[Paquistão]]; ao sul com o [[Golfo Pérsico]] e o [[Golfo de Omã]]; a oeste com o [[Iraque]]; e a noroeste com a [[Turquia]]. Composto por uma área de {{formatnum:1648195}} quilômetros quadrados, é a segunda maior nação do [[Oriente Médio]] e a [[Lista de países e territórios por área|18.ª maior do mundo]]. Com mais de 77 milhões de habitantes, o Irã/Irão é o [[Lista de países por população|17.º país mais populoso do mundo]].<ref name="BBC"/><ref name="britannica1">{{Citar web|título=Iran|obra=Encyclopædia Britannica|publicado=Encyclopædia Britannica|ano=2012|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/293359/Iran|acessodata=08-08-2012}}</ref>
 
O país é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo,<ref>{{citar livro|autor=Lowell Barrington|título=Comparative Politics: Structures and Choices, 2nd ed.tr: Structures and Choices|url=http://books.google.com/books?id=yLLuWYL8gTsC&pg=PA121|acessodata=21-6-2013|citação=Like China, Iran is home to one of the world's oldest civilizations|data=01-2012|publicadopor=Cengage Learning|local=Boston|isbn=978-1-111-34193-0|página=121}}</ref> que começa com a formação do reino de [[Elam]] em {{AC|2800|x}} Os [[povos iranianos]] [[medos]] unificaram o país no primeiro de muitos impérios que se iriam seguir em {{AC|625|x}}, após a [[nação]] se tornar no principal poder cultural e político dominante na região.<ref name="Encyclopædia Britannica Encyclopedia Article: Media ancient region, Iran">{{Citar web|autor=Encyclopædia Britannica|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/372125/Media|título=Encyclopædia Britannica Encyclopedia Article: Media ancient region, Iran|publicado=Britannica.com|acessodata=25-08-2010}}</ref> O Irã/Irão atingiu o auge de seu poder durante o [[Império Aquemênida]]/Aqueménida, fundado por [[Ciro, o Grande]] em {{AC|550|x}} e que, na sua maior extensão, compunha grandes porções do [[mundo antigo]], que se estendiam do [[vale do Indo]], no leste, à [[Trácia]] e [[Macedônia (região)|Macedônia]]/Macedónia, na fronteira nordeste da [[Grécia Antiga|Grécia]], tornando-se num dos maiores impérios que o mundo já vira.<ref name=book>{{citar livro|autor=David Sacks, Oswyn Murray, Lisa R. Brody|coautor=Oswyn Murray, Lisa R. Brody|título=Encyclopedia of the ancient Greek world|url=http://books.google.com/?id=gsGmuQAACAAJ|ano=2005|publicadopor=Infobase Publishing|local=Nova Iorque|isbn=978-0-8160-5722-1|páginas=256 (at the right portion of the page)}}</ref> Os aquemênidas/aqueménidas entraram em colapso em {{AC|330|x}} após as conquistas de [[Alexandre, o Grande]], mas o país alcançou uma nova era de prosperidade após o estabelecimento do [[Império Sassânida]] em {{DC|224|x}}, sob o qual o Irã/Irão se tornou uma das principais potências da [[Europa Oriental]] e da Ásia Central nos quatro séculos seguintes.
 
Em 633, [[Conquista islâmica da Pérsia|árabes muçulmanos invadiram o Irã]]/Irão e conquistaram-no por volta de 651.<ref name="Levy2009">{{citar livro|autor=Janey Levy|título=Iran and the Shia|url=http://books.google.com/books?id=2s3cDwzE_bMC&pg=PA13|acessodata=23-6-2013|data=15-08-2009|publicadopor=The Rosen Publishing Group|local=Nova Iorque|isbn=978-1-4358-5282-2|página=13}}</ref> Posteriormente, o Irã/Irão desempenhou um papel vital durante a subsequente [[Idade de Ouro Islâmica]], produzindo diversos cientistas, acadêmicos/académicos, artistas e pensadores influentes. O surgimento em 1501 do [[Império Safávida]] promoveu o [[xiismo duodecimano]] [[Islamismo|islâmico]] como a [[religião oficial]] e marcou um dos divisores de águas mais importantes da [[História do Irão|história iraniana]] e [[História do Islão|muçulmana]].<ref name="Andrew J. Newman 2006">{{citar livro|autor=Andrew J. Newman|título=Safavid Iran: Rebirth of a Persian Empire|url=http://books.google.com/books?id=afsYCq1XOewC|acessodata=2013-06-21|data=2006-04-21|publicadopor=I.B.Tauris|local=Londres|isbn=978-1-86064-667-6}}</ref><ref name="savoryeiref">R.M. Savory, ''Safavids'', [[Encyclopaedia of Islam]], 2ª edição</ref> A [[Revolução Constitucional Persa]] de 1906 estabeleceu o [[Parlamento do Irã|primeiro parlamento]] da nação, que operava dentro do [[sistema político]] de [[monarquia constitucional]]. Após um [[Operação Ajax|golpe de Estado apoiado por Reino Unido e Estados Unidos]] em 1953, o Irã/Irão tornou-se gradualmente [[Autocracia|autocrático]]. A crescente oposição contra a [[Ocidentalização|influência estrangeira]] e a [[repressão política]] culminou com a [[Revolução Iraniana]], que acabou por criar uma [[república islâmica]] em 1.º de abril de 1979.
 
Um país geograficamente diverso, mas principalmente montanhoso, o Irã/Irão sempre teve uma importância [[geopolítica]] significativa devido à sua localização, no cruzamento entre o [[Sul da Ásia|Sul]], o [[Ásia Central|Centro]] e o [[Ásia Ocidental|Ocidente]] da [[Ásia]]. [[Teerã]]o é a sua capital e a maior cidade, servindo como o centro cultural, financeiro e industrial da nação. O Irã/Irão é uma [[potência média]] e regional<ref name="parliament">{{Citar web|autor=The Committee Office, House of Commons|url=http://www.publications.parliament.uk/pa/cm200607/cmselect/cmfaff/363/36310.htm|título=Select Committee on Foreign Affairs, Eighth Report, Iran|publicado=Publications.parliament.uk|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref name="petro-hunt">{{Citar web|wayb=20100103021931|url=http://www.petro-hunt.com/lectures/LectureOpen.htm|título=Iran @ 2000 and Beyond lecture series, opening address, W. Herbert Hunt, 18 de maio de 2000|publicado=www.petro-hunt.com|urlmorta=sim}}</ref> e exerce uma grande influência na segurança energética internacional e na economia mundial através das suas grandes reservas de [[combustíveis fósseis]], que incluem a maior oferta de [[gás natural]] no mundo e a quarta maior reserva comprovada de petróleo.<ref name=wsjgas2>{{citar jornal|título=BP Cuts Russia, Turkmenistan Natural Gas Reserves Estimates|url=http://online.wsj.com/article/BT-CO-20130612-706046.html|acessodata=24-6-2013|jornal=WSJ.com|data=12-6-2013|wayb=20130706121859|urlmorta=sim}}</ref><ref name="CIA">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ir.html|título=Iran|autor=CIA World Factbook|acessodata=07-08-2012|wayb=20120802225040|urlmorta=sim}}</ref> O Irã/Irão é um dos membros fundadores da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), do [[Movimento Não Alinhado]], da [[Organização da Conferência Islâmica]] (OCI) e da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP). SeuO seu [[Política do Irão|sistema político único]], baseado na constituição de 1979, combina elementos de uma [[democracia parlamentar]] com os de uma [[teocracia]] religiosa dirigida por [[clérigo]]s nacionais, na qual a mais alta autoridade governamental é o [[Líder da Revolução|Líder Supremo]]. Apesar de ser uma [[Multiculturalismo|nação multicultural]] que inclui [[Demografia do Irão|vários grupos étnicos e linguísticos]], o [[islamismo]] [[xiita]] e o [[Língua persa|persa]] são os únicos classificados como a [[Estado confessional|religião]] e o [[língua oficial|idioma]] oficiais do país, respectivamente.<ref>{{Citar web|título=قانون اساسی جمهوری اسلامی ایران|url=http://fa.wikisource.org/wiki/قانون_اساسی_جمهوری_اسلامی_ایران|língua=fa|acessodata=23-01-2008|titulo-translit=qanwn asasa jmhwra aslama aaran|titulotrad=Constituição da República Islâmica do Irão|obra=Wikisource}}</ref>
 
== Etimologia ==
O nome {{PBPE2|Irã|Irão}} ({{lang-fa|ایران}}) do [[Língua persa|persa moderno]] deriva do termo proto-iraniano "Ariana" (''Aryānā''), que significa "terra dos [[arianos]]", palavra registada pela primeira vez no ''[[Avestá]]'' da tradição do [[zoroastrismo]].<ref name="hinduwebsite">{{Citar web|autor=V.Jayaram|url=http://www.hinduwebsite.com/hinduism/concepts/arya.asp|título=The Concepts of Hinduism – Arya|publicado=Hinduwebsite.com|data=09-01-2007|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref name="wiscper">{{Citar web|wayb=20060221034145|url=http://imp.lss.wisc.edu/~aoliai/languagepage/iranianlanguages.htm|título=Iranian Languages|paginas=26–7|publicado=LSS.wis.edu|data=21-02-2006|acessodata=21-6-2013|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar enciclopédia|último=Bailey|primeiro=Harold Walter|autorlink=Harold Walter Bailey|título=Arya|páginas=681–683|ano=1987|volume=2|enciclopédia=Encyclopaedia Iranica|local=Nova Iorque|publicado=Routledge & Kegan Paul|url=http://www.iranicaonline.org/articles/arya-an-ethnic-epithet}}</ref> O termo "Erã" (''Ērān'') foi encontrado em referência ao Irã, numa inscrição [[persa médio|persa]] do {{séc|III}} e numa inscrição [[Língua parta|parta]] onde o termo "árias" (''aryān'') é usado em referência aos [[Demografia do Irão|iranianos]].<ref name=irnc1/>
 
Historicamente o Irã/Irão tem sido referido como ''[[Pérsia]]'', ou algum outro termo similar (''La Perse'', ''Persien'', ''Perzië'', etc), pelo [[mundo ocidental]], principalmente devido aos escritos de historiadores [[Grécia Antiga|gregos]] que chamavam o Irã/Irão de [[Pérsis]] {{langp|el|Περσίς}} ("terra dos [[persas]]"). Em 1935, o [[xá]] [[Reza Xá|Reza Xá Pálavi]] pediu que a comunidade internacional se referisse ao país como Irão/Irã. A oposição à mudança de nome levou à reversão da decisão e, em 1959, ambos os nomes eram usados indistintamente.<ref>{{Citar web|título=Renaming Persia|obra=persiansarenotarabs.com|ano=2007|url=http://www.persiansarenotarabs.com/renaming-persia/|acessodata=26-04-2011|wayb=20110412044931|urlmorta=sim}}</ref> Atualmente, os termos ''Pérsia'' e ''Irão/Irã''' são usados alternadamente em contextos culturais; no entanto, este último é o nome mais usado oficialmente em contextos políticos.<ref name="artarena">{{Citar web|url=http://www.art-arena.com/history.html|título=Persia or Iran, a brief history|publicado=Art-arena.com|acessodata=21-6-2013}}</ref>
 
O uso histórico e cultural mais amplo do termo ''Irão/Irã'' não está restrito ao [[Estado]] moderno homônimo(homónimo.<ref>{{citar vídeo|pessoas=Richard N. Frye|título=interview by Asieh Namdar|url=http://azadegan.info/files/Dr.Frye-discusses-greater-Iran-on-CNN.mp4|data=20-10-2007|tempo=3:17|publicadopor=CNN|wayb=20121116184829|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Christoph Marcinkowski|título=Shi'ite Identities: Community and Culture in Changing Social Contexts|url=http://books.google.com/books?id=F9khRsDDuX8C&pg=PA83|acessodata=21-6-2013|citação=The 'historical lands of Iran' – 'Greater Iran' – were always known in the Persian language as Irānshahr or Irānzamīn.|ano=2010|publicadopor=LIT Verlag Münster|local=Münster|isbn=978-3-643-80049-7|página=83}}</ref><ref>{{citar periódico|último=Frye|primeiro=Richard Nelson|periódico=The Harvard Theological Review|data=outubro de 1962|volume=55|número=4|páginas=261–268|título=Reitzenstein and Qumrân Revisited by an Iranian|jstor=1508723|doi=10.1017/S0017816000007926}}</ref> ''Irānshahr'' ou ''Irānzamīn'' ([[mundo iraniano]]) são termos que correspondem a territórios de zonas culturais ou linguísticas iranianas. Além do território do Irã/Irão moderno, a nação também incluía partes do [[Cáucaso]], da [[Mesopotâmia]], do [[subcontinente indiano]] e da [[Ásia Central]].<ref>{{citar livro|autor=Richard Frye|título=Persia (RLE Iran A)|url=http://books.google.com/books?id=9QOfAvCP1jkC&pg=PA13|acessodata=21-6-2013|data=23-05-2012|publicadopor=Routledge|local=Abingdon-on-Thames|isbn=978-1-136-84154-5|página=13}}</ref>
 
== História ==
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[[Imagem:Cave painting in Doushe cave, Lorstan, Iran, 8th millennium BC.JPG|thumb|esquerda|[[Pintura rupestre]] na caverna Doushe, no [[Lorestão]], do oitavo {{AC|milênio|n}}<ref>{{citar web|url=https://www.realmofhistory.com/2016/03/14/7000-year-old-cemetery-khuzestan-iran/|título=Researchers Discover 7,000-Year-Old Cemetery in Khuzestan, Iran|último=M.|primeiro=Dattatreya|último2=al|data=14-3-2016|website=Realm of History|língua=en-US|acessodata=2-6-2019|wayb=20160322073954|urlmorta=sim}}</ref>]]
 
Os primeiros artefatos arqueológicos atestados no Irã/Irão, como aqueles escavados em [[Kashafrud]] e [[Ganj Par]] no norte do Irã/Irão, confirmam a presença humana no Irã/Irão desde o [[Paleolítico Inferior]].<ref>{{citar web|último=Biglari|primeiro=Fereidoun|autor2=Saman Heydari|autor3=Sonia Shidrang|título=Ganj Par: The first evidence for Lower Paleolithic occupation in the Southern Caspian Basin, Iran|publicado=Antiquity|url=http://www.antiquity.ac.uk/projgall/biglari302/|acessodata=27-04-2011}}</ref> Artefatos [[neandertais]] do Paleolítico Médio foram encontrados principalmente na região de [[Zagros]], em locais como [[Warwasi]] e [[Yafteh]].<ref name=Museum>{{citar web|url=http://www.pbase.com/k_amj/tehran_museum|título=National Museum of Iran|publicado=Pbase.com|acessodata=21-6-2013|wayb=20130726032154|autor1=J. D. Vigne|autor2=J. Peters|autor3=D. Helmer|título=First Steps of Animal Domestication, Proceedings of the 9th Conference of the International Council of Archaeozoology|ano=2002|publicado=Oxbow Books, Limited|isbn=978-1-84217-121-9}}</ref> Do décimo ao sétimo milénio/{{AC|milênio|n}}, as [[História da agricultura|primeiras comunidades agrícola]] começaram a florescer em e ao redor da região de Zagros no oeste do Irã/Irão, incluindo [[Chogha Golan]],<ref>{{citar web|url=http://www.nbcnews.com/science/science-news/early-humans-iran-were-growing-wheat-12-000-years-ago-f6C10536898|título=Early humans in Iran were growing wheat 12,000 years ago|autor=Nidhi Subbaraman|obra=NBC News|acessodata=26-08-2015}}</ref> [[Chogha Bonut]]<ref>{{citar web|url=http://oi.uchicago.edu/research/pubs/nn/spr97_alizadeh.html|título=Excavations at Chogha Bonut: The earliest village in Susiana|publicado=Oi.uchicago.edu|acessodata=21-6-2013|wayb=20130725195537|urlmorta=sim}}</ref> e [[Chogha Mish]].<ref>{{Citar web|título=Chogha Mish (Iran)|língua=en|primeiro=K. Kris|último=Hirst|publicado=archaeology.about.com<!--
*** bloqueado pelo filtro de spam:
|url=http://archaeology.about.com/od/cterms/g/choghamish.htm|acessodata=18-12-2013|wayb=20131106002737
-->}}</ref>
 
A ocupação de aldeias agrupadas na área de [[Susã]], conforme determinado por [[datação por radiocarbono]], varia de {{AC|4395–3955|x}} a {{AC|3680–3490|x}}<ref>{{citar livro|autor=D. T. Potts|título=The Archaeology of Elam: Formation and Transformation of an Ancient Iranian State|url=https://books.google.com/books?id=mc4cfzkRVj4C&pg=PA45|acessodata=21-6-2013|ano=1999|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=978-0-521-56496-0|páginas=45–46}}</ref> Existem dezenas de sítios pré-históricos em todo o [[planalto iraniano]], apontando para a existência de culturas antigas e assentamentos urbanos no quarto milénio/{{AC|milênio|n}}.<ref name="iranian.ws">{{Citar web|url=http://www.iranian.ws/iran_news/publish/article_22427.shtml|publicado=Iranian.ws|título=Archaeologists: Modern civilization began in Iran based on new evidence|data=12-08-2007|acessodata=01-10-2007|wayb=20150626145102|urlmorta=sim}}</ref> Durante a [[Idade do Bronze]], o território do atual Irã/Irão foi o lar de várias civilizações, incluindo [[Elão]], [[Jiroft]] e [[Zayanderud]]. Elão, a mais proeminente dessas civilizações, desenvolveu-se no sudoeste ao lado das da [[Mesopotâmia]] e continuou sua existência até o surgimento dos [[Império Aquemênida|impérios iranianos]]. O [[História da escrita|advento da escrita]] em Elão foi paralelo à [[Suméria]] e a [[escrita cuneiforme]] elamita foi desenvolvida ao longo do terceiro milénio/{{AC|milênio|n}}<ref>{{citar web|título=Ancient Scripts:Elamite|ano=1996|url=http://www.ancientscripts.com/elamite.html|acessodata=28-04-2011|wayb=20110513235032|urlmorta=sim}}</ref>
 
Do século XXXIV ao {{-séc|XX}}, o noroeste do território iraniano fez parte da [[cultura Kura-Araxes]], que se estendeu até o [[Cáucaso]] e a [[Anatólia]]. Desde o primeiro segundo milénio/{{AC|milênio|n}}, os [[assírios]] se estabeleceram em áreas do oeste do Irã e incorporaram a região a seus territórios.<ref name=Edens>{{citar periódico|último=Edens|primeiro=Christoper|título=Transcaucasia at the End of the Early Bronze Age|periódico=Bulletin of the American Schools of Oriental Research|data=11-1995|volume=299/300|número=The Archaeology of Empire in Ancient Anatolia|páginas=53, pp. 53–64 [56]|jstor=1357345|publicado=The American Schools of Oriental Research|doi=10.2307/1357345}}</ref>
 
=== Antiguidade ===
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[[Imagem:Pasargad Tomb Cyrus3.jpg|thumb|Tumba de [[Ciro, o Grande]], fundador do Império Aquemênida, em [[Pasárgada]]]]
 
No segundo milénio/{{AC|milênio|n}}, os antigos [[povos iranianos]] chegaram ao que hoje é o Irã/Irão vindos das [[estepes da Eurásia]],<ref>{{citar web|último=Basu|primeiro=Dipak|título=Death of the Aryan Invasion Theory|url=http://www.ivarta.com/columns/OL_051212.htm|publicado=iVarta.com|acessodata=06-05-2013|wayb=20121029171420|urlmorta=sim}}</ref> rivalizando com os colonos nativos da região.<ref name="Panshin">{{citar web|autor=Cory Panshin|url=http://www.panshin.com/trogholm/wonder/indoeuropean/indoeuropean3.html|título=The Palaeolithic Indo-Europeans|publicado=Panshin.com|acessodata=21-6-2013|wayb=20130629140035}}</ref> À medida que os iranianos se dispersaram na área mais ampla do [[Grande Irã]] e além, as fronteiras do território iraniano atual foram dominadas pelas tribos dos medos, persas e partas.<ref>{{citar enciclopédia|último=Afary|primeiro=Janet|autor2=Peter William Avery|autor3=Khosrow Mostofi|título=Iran (Ethnic Groups)|enciclopédia=Encyclopædia Britannica|url=https://www.britannica.com/place/Iran|acessodata=28-04-2011}}</ref>
 
Do final do século X ao final do {{-séc|VII}}, os povos iranianos, juntamente com os reinos "pré-iranianos", caíram sob o domínio do [[Império Assírio]], baseado no norte da [[Mesopotâmia]]. Sob o rei [[Ciaxares]], os medos e persas fizeram uma aliança com o governante [[Civilização babilônica|babilônico]] [[Nabopolassar]], bem como com os [[citas]] e [[cimérios]] iranianos, e juntos atacaram o Império Assírio. A guerra civil devastou o Império Assírio entre 616 e {{AC|605|x}}, libertando assim seus respectivos povos de três séculos de domínio assírio.<ref name=roux>{{citar livro|autor=Roux, Georges|título=Ancient Iraq|ano=1992|publicado=Penguin Adult|local=Londres|isbn=978-0-14-193825-7}}</ref> A unificação das tribos medas sob o rei [[Deioces]] em {{AC|728|x}} levou à fundação do Império Medo que, por volta de {{AC|612|x}}, controlava quase todo o território do atual Irã/Irão e da [[Anatólia]] oriental.<ref>{{citar web|título=Median Empire|publicado=Iran Chamber Society|ano=2001|url=http://www.iranchamber.com/history/median/median.php|acessodata=29-04-2011|wayb=20110514024224}}</ref> Isso também marcou o fim do reino de [[Urartu]], que foi posteriormente conquistado e dissolvido.<ref name="Sagona2006">{{citar livro|autor=A. G. Sagona|título=The Heritage of Eastern Turkey: From Earliest Settlements to Islam|url=https://books.google.com/books?id=bW06PE0GRXEC&pg=PA91|ano=2006|publicado=Macmillan Education AU|local=Melbourne|isbn=978-1-876832-05-6|página=91}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.allaboutturkey.com/urartu.htm|título=Urartu civilization|obra=allaboutturkey.com|acessodata=26-08-2015|wayb=20150701005402}}</ref>
 
Em {{AC|550|x}}, [[Ciro, o Grande]], filho de [[Mandane]] e de {{lknb|Cambises|I}}, assumiu o domínio do Império Medo e fundou o [[Império Aquemênida]]/Aqueménida unificando outras cidades-Estado. Em sua maior extensão, o Império Aquemênida/Aqueménida incluía territórios dos atuais Irã/Irão, [[Azerbaijão]] ([[Arrã]] e [[Shirvan]]), [[Armênia]], [[Geórgia]], [[Turquia]] ([[Anatólia]]), grande parte das regiões costeiras do [[mar Negro]], nordeste da [[Grécia]] e sul da [[Bulgária]] ([[Trácia]]), norte da Grécia, Macedónia/[[Macedónia do Norte|Macedônia do Norte]], [[Iraque]], [[Síria]], [[Líbano]], [[Jordânia]], [[Israel]] e os [[territórios palestinos]], todos os centros populacionais significativos do [[Antigo Egito]], extremo oeste da [[Líbia]], [[Kuwait]], norte da [[Arábia Saudita]], partes de [[Emirados Árabes Unidos]] e [[Omã]], [[Paquistão]], [[Afeganistão]] e grande parte da [[Ásia Central]], tornando-o o maior império que o mundo já viu.<ref name="book"/>
 
Estima-se que em {{AC|480|x}}, 50 milhões de pessoas viviam no Império Aquemênida/Aqueménida.<ref name="1996, p. 47">{{citar livro|autor=Ehsan Yarshater|url=https://books.google.com/books?id=WBAZAQAAIAAJ&q=%28Meyer+p.85%29|título=Encyclopaedia Iranica|data=1996|página=47|publicado=[[Routledge|Routledge & Kegan Paul]]|local=Nova Iorque|isbn=978-1-56859-028-8}}</ref> O império em seu auge governou mais de 44% da população mundial, o número mais alto desse tipo do que qualquer outro império na história.<ref>{{citar web|título=Largest empire by percentage of world population|url=http://www.guinnessworldrecords.com/world-records/largest-empire-by-percentage-of-world-population/|publicado=Guinness World Records|acessodata=11-3-2015}}</ref>
 
O Império Aquemênida/Aqueménida é conhecido pela libertação dos [[Cativeiro Babilónico|exilados judeus na Babilônia]]/Babilónia,<ref>{{citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/biography/Cyrus-the-Great|título=Cyrus the Great|enciclopédia=Encyclopædia Britannica|acessodata=02-11-2018|língua=en}}</ref> construindo infraestruturas como a [[Estrada Real Persa]] e o [[Chapar Khaneh]] (serviço postal), e o uso de uma [[língua oficial]], o [[aramaico]] imperial, em todos os seus territórios.<ref name=book/> O império tinha uma administração [[Burocracia|burocrática]] centralizada sob o imperador, um grande exército profissional e serviços civis, inspirando desenvolvimentos semelhantes em impérios posteriores.<ref>{{Citar Iranica|último=Schmitt|primeiro=Rüdiger|ano=2011|título=Achaemenid Dynasty|artigo=achaemenid-dynasty|volume=I|fasc=4|páginas=414–426|nlks}}</ref>
 
O conflito nas fronteiras ocidentais começou com a [[Revolta Jônica]]/Jónica, que irrompeu nas [[Guerras Greco-Persas]] e continuou durante a primeira metade do {{-séc|V}}, e terminou com a retirada dos aquemênidas/aqueménidas de todos os territórios dos [[Bálcãs]]Balcãs e da [[Europa Oriental]] propriamente dita.{{sfn|Roisman|Worthington|2011|pp=135–138, 342–345}}
 
Em {{AC|334|x}}, [[Alexandre, o Grande]] invadiu o Império Aquemênida/Aqueménida, derrotando o último imperador aquemênida,/aqueménida [[Dario III]], na [[Batalha de Issus]]. Após a morte prematura de Alexandre, o Irã/Irão ficou sob o controle do [[Período helenístico|helenístico]] [[Império Selêucida]]. Em meados do {{-séc|II}}, o [[Império Parta]] cresceu e a arquirrivalidade geopolítica de um século entre os [[Roma Antiga|romanos]] e os partas começou, culminando nas [[Guerras Romano-Partas]]. O Império Parta continuou como uma [[monarquia]] [[Feudalismo|feudal]] por quase cinco séculos, até {{AC|224|x}}, quando foi sucedido pelo [[Império Sassânida]].<ref>{{citar web|último=Jakobsson|primeiro=Jens|título=Seleucid Empire|publicado=Iran Chamber Society|ano=2004|url=http://www.iranchamber.com/history/seleucids/seleucids.php|acessodata=29-04-2011|wayb=20110605054515}}</ref> Junto com seu arquirrival vizinho, os [[Império Bizantino|romano-bizantinos]], eles constituíram as duas potências dominantes do mundo na época por mais de quatro séculos.<ref name="Norman A. Stillman p. 22">{{citar livro|autor=Stillman, Norman A.|título=The Jews of Arab Lands|url=https://archive.org/details/jewsofarablands00stil|página=[https://archive.org/details/jewsofarablands00stil/page/22 22]|publicado=Jewish Publication Society|local=Filadélfia|ano=1979|isbn=978-0-8276-1155-9}}</ref><ref name="Byzantine Studies 2006, p. 29">{{citar livro|autor1=Jeffreys, Elizabeth|autor2=Haarer, Fiona K.|título=Proceedings of the 21st International Congress of Byzantine Studies: London, 21–26 August, 2006|volume=1|página=29|publicado=Ashgate Publishing|local=Farnham|ano=2006|isbn=978-0-7546-5740-8}}</ref>
 
Os sassânidas estabeleceram um império dentro das fronteiras alcançadas pelos aquemênidas/aqueménidas, com capital em [[Ctesifonte]]. A [[Antiguidade Tardia]] é considerada um dos períodos mais influentes do Irã/Irão, pois sob os sassânidas sua influência alcançou a cultura da [[Roma antiga]] (e, através dela, até a [[Europa Ocidental]]),<ref name="J. B. Bury, p. 109">{{citar livro|autor=Bury, J.B.|título=History of the Later Roman Empire from the Death of Theodosius I. to the Death of Justinian, Part 1|ano=1958|publicado=[[Dover Publications|Courier Corporation]]|local=Mineola|páginas=90–92|autorlink=J. B. Bury}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Durant, Will|título=The Age of Faith: The Story of Civilization|publicado=[[Simon & Schuster]]|local=Nova Iorque|ano=2011|url=https://books.google.com/books?id=cusRoE1OJvEC&q=Repaying+its+debt|citação=Repaying its debt, Sasanian art exported its forms and motives eastward into India, Turkestan, and China, westward into Syria, Asia Minor, Constantinople, the Balkans, Egypt, and Spain.|isbn=978-1-4516-4761-7}}</ref> [[África]],<ref>{{citar web|url=http://www.transoxiana.com.ar/0104/sasanians.html|título=Transoxiana 04: Sasanians in Africa|publicado=Transoxiana.com.ar|acessodata=16-12-2013}}</ref> [[China]] e [[Índia]], e desempenhou um papel proeminente na formação da [[arte medieval]] da Europa e da [[Ásia]].<ref name="Iransaga: The art of Sassanians">{{citar web|url=http://www.artarena.force9.co.uk/sass2.htm|título=Iransaga: The art of Sassanians|publicado=Artarena.force9.co.uk|acessodata=16-12-2013}}</ref>
 
=== Idade Média ===
{{AP|Conquista muçulmana da Pérsia}}
[[Imagem:Map_of_expansion_of_Caliphate.svg|miniaturadaimagem|Era dos Califas:{{Legenda|#a1584e|Expansão durante a época de [[Maomé]], 622-632}} {{Legenda|#ef9070|Expansão durante o [[Califado Ortodoxo]], 632-661}} {{Legenda|#fad07d|Expansão durante o [[Califado Omíada]], 661-750}}]]
As prolongadas [[Guerras bizantino-sassânidas|Guerras Bizantino-Sassânidas]], principalmente a [[Guerra bizantino-sassânida de 602–628|guerra de 602–628]], bem como o conflito social dentro do Império Sassânida, abriram caminho para uma [[Conquista muçulmana da Pérsia|invasão árabe do Irã]]/Irão no {{séc|VII}}.<ref>{{citar livro|autor=George Liska|título=Expanding Realism: The Historical Dimension of World Politics|ano=1998|publicado=Rowman & Littlefield Pub Incorporated|local=Lanham|isbn=978-0-8476-8680-3|página=170}}</ref><ref>{{citar web|url=https://docs.google.com/presentation/d/1Pf_SaxcKAt6VmIl7aNOi_cDPZoGyiAxOSWsOz0EtSSE/embed?size=l&slide=id.g47e99d68c_052|título=The Rise and Spread of Islam, The Arab Empire of the Umayyads – Weakness of the Adversary Empires|publicado=Occawlonline.pearsoned.com|acessodata=30-11-2015}}</ref> O império foi inicialmente derrotado pelo [[Califado Ortodoxo]], que foi sucedido pelo [[Califado Omíada]], seguido pelo [[Califado Abássida]]. Seguiu-se um processo prolongado e gradual de [[islamização]] imposta pelo Estado, que teve como alvo a então maioria [[Zoroastrismo|zoroastriana]] do Irã/Irão e incluiu [[perseguição religiosa]],<ref>{{citar periódico|doi=10.1353/pew.2002.0030|último=Stepaniants|primeiro=Marietta|título=The Encounter of Zoroastrianism with Islam|periódico=Philosophy East and West|volume=52|número=2|páginas=159–172|publicado=University of Hawai'i Press|ano=2002|issn=0031-8221|jstor=1399963}}</ref><ref>{{citar livro|último=Boyce|primeiro=Mary|ano=2001|título=Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices|url=https://books.google.com/books?id=a6gbxVfjtUEC|edição=2|local=Nova Iorque|página=252|publicado=Routledge & Kegan Paul|isbn=978-0-415-23902-8}}</ref><ref>{{citar livro|último1=Meri|primeiro1=Josef W.|último2=Bacharach|primeiro2=Jere L.|título=Medieval Islamic Civilization: L-Z, index|series=Medieval Islamic Civilization: An Encyclopedia|publicado=Taylor & Francis|local=Abingdon-on-Thames|ano=2006|edição=illustrated|volume=II|página=878|url=https://books.google.com/books?id=LaV-IGZ8VKIC&pg=PP1|isbn=978-0-415-96692-4}}</ref> destruição de bibliotecas<ref name="bbc">{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/zoroastrian/history/persia_1.shtml#h4|título=Under Persian rule|publicado=BBC|acessodata=16-12-2009}}</ref> e templos,<ref name="khan29">{{citar livro|último=Khanbaghi|primeiro=Aptin|título=The Fire, the Star and the Cross: Minority Religions in Medieval and Early Modern Iran|url=https://books.google.com/books?id=7iAbUEaXnfEC|página=268|ano=2006|edição=reprint|publicado=I.B. Tauris|local=Londres|isbn=978-1-84511-056-7}}</ref> uma penalidade fiscal especial (''[[jizya]]'')<ref name="Hashemi2008">{{citar livro|autor=Kamran Hashemi|título=Religious Legal Traditions, International Human Rights Law and Muslim States|url=https://books.google.com/books?id=yj-MrJ_tOk4C&pg=PA142|ano=2008|publicado=Brill|local=Leiden|isbn=978-90-04-16555-7|página=142}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Suha Rassam|título=Iraq: Its Origins and Development to the Present Day|url=https://books.google.com/books?id=GYC93sfHXAEC&pg=PA77|ano=2005|publicado=Gracewing Publishing|local=Leominster|isbn=978-0-85244-633-1|página=77}}</ref> e a mudança do idioma oficial.<ref>{{citar livro|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|editor=Frye, Richard N.|editor-link=Richard N. Frye|autorlink=Abdolhossein Zarrinkoob|autor=Zarrinkub,'Abd Al-Husain|título=Cambridge History of Iran|capítulo=The Arab Conquest of Iran and Its Aftermath|volume=4|data=1975|local=London|página=46|isbn=978-0-521-20093-6}}</ref><ref>{{citar livro|último=Spuler|primeiro=Bertold|título=A History of the Muslim World: The age of the caliphs|url=https://books.google.com/books?id=bGqTkLUslDEC&pg=PP1|páginas=138|ano=1994|edição=Illustrated|publicado=Markus Wiener Publishers|local=Princeton|isbn=978-1-55876-095-0}}</ref>
 
Em 750, os abássidas derrubaram os omíadas.<ref>{{citar web|título=Islamic History: The Abbasid Dynasty|publicado=Religion Facts|url=http://www.religionfacts.com/abbasid-caliphate|acessodata=30-04-2011|wayb=20150907175311|urlmorta=sim}}</ref> [[Árabes]] [[muçulmanos]] e persas de todos os estratos constituíram o exército rebelde, que foi unido pelo convertido muçulmano persa, [[Abu Muslim]].<ref name=wsu>{{citar web|último=Hooker|primeiro=Richard|título=The Abbasid Dynasty|publicado=Washington State University|ano=1996|url=http://public.wsu.edu/~dee/ISLAM/ABASSID.HTM|wayb=20110629114400|urlmorta=sim|acessodata=17-6-2011}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Joel Carmichael|título=The Shaping of the Arabs|url=https://archive.org/details/shapingofarabs0000carm|acessodata=21-6-2013|citação=Abu Muslim, the Persian general and popular leader|ano=1967|página=[https://archive.org/details/shapingofarabs0000carm/page/235 235]}}</ref> EmNa sua luta pelo poder, a sociedade em sua época gradualmente se tornou [[cosmopolita]] e a velha simplicidade e dignidade aristocrática árabe foram perdidas. Persas e [[Povos turcos|turcos]] começaram a substituir os [[árabes]] na maioria dos campos. A fusão da nobreza árabe com os povos subjugados, representada pela prática da [[poligamia]] e do [[concubinato]], criou um amálgama social em que as lealdades se tornaram incertas e uma hierarquia de funcionários emergiu, uma burocracia primeiro persa e depois turca que diminuiu o prestígio e poder dos abássidas para sempre.<ref name="Mahmud1988">{{citar livro|autor=Sayyid Fayyaz Mahmud|título=A Short History of Islam|publicado=Oxford University Press|local=Oxford|ano=1988|isbn=978-0-19-577384-2|página=125}}</ref>
 
A florescente [[Literatura persa|literatura]], [[Filosofia iraniana|filosofia]], [[matemática]], [[medicina]], [[astronomia]] e [[Arte persa|arte]] se tornaram os principais elementos na formação de uma nova era para a civilização iraniana, durante um período conhecido como [[Idade de Ouro Islâmica]],<ref>{{citar livro|autor1=Richard G. Hovannisian|autor2=Georges Sabagh|título=The Persian Presence in the Islamic World|url=https://books.google.com/books?id=39XZDnOWUXsC&pg=PA7|ano=1998|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=978-0-521-59185-0|página=7}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Bernard Lewis|título=From Babel to Dragomans: Interpreting the Middle East: Interpreting the Middle East|url=https://archive.org/details/frombabeltodrago00lewi|acessodata=21-6-2013|ano=2004|publicado=Oxford University Press|local=Oxford|isbn=978-0-19-803863-4|página=[https://archive.org/details/frombabeltodrago00lewi/page/44 44]}}</ref> que atingiu seu auge nos séculos X e XI, durante a qual o Irã/Irão foi o principal teatro de atividades científicas.<ref name="rnfrye">{{citar livro|autor=Richard Nelson Frye|título=The Cambridge History of Iran|url=https://books.google.com/books?id=hvx9jq_2L3EC&pg=PA396|acessodata=21-6-2013|volume=4|ano=1975|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=978-0-521-20093-6|página=396}}</ref>
[[Imagem:Hafez 880714 095.jpg|thumb|[[Tumba de Hafez]], o [[Literatura persa|poeta persa]] cujas obras deixaram uma marca considerável em escritores ocidentais posteriores, principalmente [[Goethe]], [[Thoreau]] e [[Ralph Waldo Emerson|Emerson]]<ref name="Paul Kane">{{citar periódico|autor=Paul Kane|título=Emerson and Hafiz: The Figure of the Religious Poet|periódico=Religion & Literature|volume=41|número=1|páginas=111–139|jstor=25676860|ano=2009}}</ref><ref name="Shafiq Shamel">{{citar livro|autor=Shafiq Shamel|título=Goethe and Hafiz: Poetry and History in the West-östlicher Diwan}}</ref><ref name=adzad>{{citar periódico|autor1=Adineh Khojasteh Pour|autor2=Behnam Mirza Baba Zadeh|título=Socrates: Issue – March – Section 07. The Reception of Classical Persian Poetry in Anglophone World: Problems and Solutions|url=https://books.google.com/books?id=Ivk_CwAAQBAJ|acessodata=26-10-2015|data=28-3-2014|volume=1|número=1}}</ref>]]
 
O {{séc|X}} viu uma migração em massa de [[tribos turcas]] da [[Ásia Central]] para o planalto iraniano.<ref name=thePersians>{{citar livro|autor=Gene R. Garthwaite|título=The Persians|ano=2008|publicado=Wiley|local=Hoboken|isbn=978-1-4051-4400-1}}</ref> Essa tribos foram usados pela primeira vez no exército abássida como [[mamelucos]] (guerreiros escravos), substituindo elementos iranianos e árabes dentro do exército. [99] Como resultado, os mamelucos ganharam um poder político significativo. Em 999, grandes porções do Irã/Irão ficaram brevemente sob o domínio do [[Império Gasnévida]], cujos governantes eram de origem turca mameluca e, posteriormente, sob os impérios [[Império Seljúcida|Seljúcida]] e [[Império Corásmio|Corásmio]].<ref name=thePersians/> Os seljúcidas posteriormente deram origem ao [[Sultanato de Rum]] na Anatólia, enquanto levavam consigo sua identidade completamente persianizada. O resultado da adoção e patrocínio da cultura persa pelos governantes turcos foi o desenvolvimento de uma tradição turco-persa distinta.<ref>Sigfried J. de Laet. [https://books.google.com/books?id=PvlthkbFU1UC&pg=PA734 ''History of Humanity: From the seventh to the sixteenth century''] UNESCO, 1994. {{ISBN|92-3-102813-8}} p. 734</ref><ref>Ga ́bor A ́goston, Bruce Alan Masters. [https://books.google.com/books?id=QjzYdCxumFcC&pg=PA322 ''Encyclopedia of the Ottoman Empire''] Infobase Publishing, 2009 {{ISBN|1-4381-1025-1}} p. 322</ref>
 
De 1219 a 1221, sob o Império Corásmio, o Irã/Irão sofreu uma [[Conquista mongol do Império Corásmio|invasão devastadora]] pelo exército do [[Império Mongol]], liderado por [[Gengis Cã]]. De acordo com Steven R. Ward, "a [[Conquistas e invasões mongóis|violência e depredações mongóis]] mataram até três quartos da população do planalto iraniano, possivelmente 10 a 15 milhões de pessoas. Alguns historiadores estimam que a população iraniana não atingiu novamente seus níveis pré-mongóis até meados do {{séc|XX}}.<ref name=Immortal>{{citar livro|autor=Steven R. Ward|título=Immortal: A Military History of Iran and Its Armed Forces|url=https://books.google.com/books?id=8eUTLaaVOOQC&pg=PA39|ano=2009|publicado=Georgetown University Press|local=Washington, D.C.|isbn=978-1-58901-587-6|página=39}}</ref>
 
Após a fratura do Império Mongol em 1256, [[Hulagu Cã]], neto de Gengis Cã, estabeleceu o [[Ilcanato]]. Em 1370, outro conquistador, [[Timur]], seguiu o exemplo de Hulagu, estabelecendo o [[Império Timúrida]] que durou mais 156 anos. Em 1387, Timur ordenou o massacre completo da cidade de [[Isfahan]], supostamente matando 70 mil cidadãos.<ref>{{citar web|url=http://www.smithsonianmag.com/people-places/Irans-Hidden-Jewel.html?c=y&page=2|wayb=20100717113459|urlmorta=sim|título=Isfahan: Iran's Hidden Jewel|publicado=Smithsonianmag.com|acessodata=21-6-2013}}</ref> Os ilcanatos e os timúridas logo passaram a adotar os modos e costumes dos iranianos, cercando-se de uma cultura que era distintamente iraniana.<ref>{{citar livro|último=Spuler|primeiro=Bertold|título=The Muslim World. The Age of the Caliphs|volume=I|ano=1960|publicado=E.J. Brill|local=Leiden|isbn=978-0-685-23328-3|página=29}}</ref>
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Em 1722, a Pérsia foi invadida por tribos afegãs, que tomaram Isfaã. Em 1736, depois de ter expulsado os afegãos, o líder turcomano [[Nader Xá]], um dos chefes dos [[afexares]], funda a dinastia dos [[Afexáridas]]. Nader Xá alargou o seu domínio para leste, tendo invadido a Índia em 1738, de onde trouxe muitos tesouros para o Irã. Foi assassinado em 1747.<ref name="História"/>
 
A dinastia dos Afexaridas foi seguida pela [[dinastia Zande]] (1750–1794), fundada por [[Carim Cã]], um chefe da região de [[Pérsis]], que estabeleceu sua capital em Xiraz. Carim Cã, governou até 1779 num clima de relativa paz e prosperidade, mas quando faleceu a dinastia Zande não conseguiu se impor. Logo depois o país conheceria um novo período conturbado, que durou até 1794, quando Aga Maomé Cã, chefe de uma tribo turca, funda a [[dinastia Cajar]]. Esta permanecerá no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências — a Rússia imperial e o império britânico — exerceriam grande influência política sobre os reis cajares. O Irã/Irão entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado.<ref name="História"/>
 
Durante o reinado de [[Fate Ali Xá]] o Irã/Irão foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da [[Geórgia]], do [[Daguestão]], de [[Bacu]] e da [[Arménia]] caucasiana. A modernização do Irã/Irão iniciou-se no reinado de Naceradim Xá, durante o qual se procura lutar contra a corrupção na administração, assistindo-se à fundação de escolas, abertura de estradas e à introdução do [[telégrafo]] e do sistema postal. A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905–1921 e à derrubada da dinastia Cajar, subindo ao poder [[Reza Xá|Reza Xá Pahlavi]]. Este pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Irã e não mais Pérsia.<ref name="História"/>
 
Em 1941, durante a [[Segunda Guerra Mundial]], o [[Reino Unido]] e a [[União Soviética]] invadiram o Irã/Irão, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos. Os [[Aliados]] forçaram o [[xá]] a abdicar em favor de seu filho, [[Mohammad Reza Pahlavi]], em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Em 1953, após a [[nacionalização]] da ''Anglo-American Oil Company'', um conflito entre o xá e o [[primeiro-ministro]] [[Mohammed Mossadegh]] levou à deposição e prisão deste último. O reinado do xá tornou-se progressivamente [[ditadura|ditatorial]], especialmente no final dos anos 1970. Com apoio estadunidense e britânico, Reza Pahlavi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do [[clero]] [[xiita]] e dos defensores da [[democracia]].<ref name="História"/>
 
=== República Islâmica ===
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Os levantes nacionais imediatos contra o novo governo começaram com a [[Rebelião curda no Irã em 1979|rebelião curda de 1979]] e os [[Revolta no Cuzistão em 1979|levantes do Cuzistão]], junto com os levantes no [[Sistão-Baluchistão]] e outras áreas. Nos anos seguintes, essas revoltas foram subjugadas de maneira violenta pelo novo governo islâmico. O novo governo começou a [[Consolidação da Revolução Iraniana|expurgar oposição política não islâmica]], bem como daqueles islâmicos que não eram considerados [[Fundamentalismo islâmico|radicais]] o suficiente. Embora tanto [[nacionalistas]] quanto [[marxistas]] tenham inicialmente se unido aos islâmicos para derrubar o xá, dezenas de milhares foram executados pelo novo regime depois disso. Muitos ex-ministros e funcionários do governo do xá, incluindo o ex-primeiro-ministro [[Amir-Abbas Hoveyda]], foram executados após a ordem de Khomeini de purgar o novo governo de todos os funcionários remanescentes ainda leais ao exilado xá.<ref name="Benard">{{citar livro|autor=Cheryl Benard|título="The Government of God": Iran's Islamic Republic|url=https://books.google.com/books?id=sKLCQgAACAAJ|ano=1984|publicado=Columbia University Press|local=Nova Iorque|isbn=978-0-231-05376-1|página=18}}</ref>
 
Em 4 de novembro de 1979, um grupo de estudantes muçulmanos tomou a [[Crise dos reféns americanos no Irã|embaixada estadunidense com 52 reféns]],<ref name="carterpbs">{{citar web|url=https://www.pbs.org/wgbh/amex/carter/sfeature/sf_hostage.html|título=American Experience, Jimmy Carter, "444 Days: America Reacts"|publicado=PBS|acessodata=18-6-2011|wayb=20021018051209|urlmorta=sim}}</ref> depois que os [[Estados Unidos]] se recusaram a extraditar [[Mohammad Reza Pahlavi]] para o Irã, onde sua execução estava quase garantida. As tentativas do governo de [[Jimmy Carter]] de negociar a libertação dos reféns e uma [[Operação Eagle Claw|tentativa de resgate fracassada]] ajudaram a forçar Carter a deixar o cargo e a levar [[Ronald Reagan]] ao poder. No último dia de Jimmy Carter no cargo, os últimos reféns foram finalmente libertados como resultado dos [[Acordos de Argel (1981)|Acordos de Argel]]. Mohammad Reza Pahlavi deixou os Estados Unidos e foi para o [[Egito]], onde morreu de complicações de câncercancro poucos meses depois, em 27 de julho de 1980. A [[Revolução Cultural Iraniana]] teve início em 1980, com o fechamento inicial das [[universidade]]s por três anos, a fim de realizar uma fiscalização e "saneamento" na política cultural do sistema de ensino e formação.<ref name=autogenerated1>[http://www.globalsecurity.org/military/world/iran/scrc.htm Supreme Cultural Revolution Council] ''GlobalSecurity.org''</ref>
[[Imagem:Chemical_weapon1.jpg|thumb|Um soldado iraniano usando uma [[máscara de gás]] na linha de frente durante a [[Guerra Irã-Iraque]]]]
 
Em 22 de setembro de 1980, o [[exército iraquiano]] invadiu a província iraniana do [[Cuzistão]], no oeste, iniciando a [[Guerra Irã-Iraque|Guerra Irã/Irão-Iraque]]. Embora as forças de [[Saddam Hussein]] tenham feito vários avanços iniciais, em meados de 1982, as forças iranianas conseguiram levar o exército iraquiano de volta ao seu país de origem. Em julho de 1982, com o [[Iraque]] colocado na defensiva, o regime do Irã/Irão tomou a decisão de invadir o território iraquiano e conduziu inúmeras ofensivas na tentativa de conquistar e capturar cidades, como [[Basra]]. A guerra continuou até 1988, quando o exército iraquiano derrotou as forças iranianas dentro do Iraque e empurrou as tropas iranianas restantes de volta para a fronteira. Posteriormente, Khomeini aceitou uma trégua mediada pelas [[Nações Unidas]]. O total de vítimas iranianas na guerra foi estimado em 123 220–160 000 [[Morto em combate|mortos em combate]], 60 711 desaparecidos e 11 000–16 000 civis mortos.<ref>{{citar livro|último=Hiro|primeiro=Dilip|autorlink=Dilip Hiro|título=The Longest War: The Iran-Iraq Military Conflict|publicado=Routledge|local=Nova Iorque|ano=1991|página=[https://archive.org/details/longestwariranir00hiro/page/205 205]|isbn=978-0-415-90406-3|oclc=22347651|url=https://archive.org/details/longestwariranir00hiro/page/205}}</ref><ref>{{citar livro|último=Abrahamian|primeiro=Ervand|autorlink=Ervand Abrahamian|título=A History of Modern Iran|url=https://archive.org/details/historymodernira00abra|publicado=[[Cambridge University Press]]|local=Cambridge, UK; Nova Iorque|ano=2008|páginas=[https://archive.org/details/historymodernira00abra/page/n202 171]–175, 212|isbn=978-0-521-52891-7|oclc=171111098}}</ref>
 
Após a Guerra Irã/Irão-Iraque, em 1989, [[Akbar Hashemi Rafsanjani]] e seu governo se concentraram em uma política pragmática pró-negócios de reconstruir e fortalecer a economia sem fazer qualquer ruptura dramática com a ideologia da revolução. Em 1997, Rafsanjani foi sucedido pelo reformista moderado [[Mohammad Khatami]], cujo governo tentou, sem sucesso, tornar o país mais livre e democrático.<ref name="autogenerated3">{{citar jornal|autor=Dan De Luce in Tehran|url=https://www.theguardian.com/world/2004/may/04/iran|título=Khatami blames clerics for failure|obra=The Guardian|data=04-05-2004|acessodata=25-08-2010|local=Londres}}</ref>
[[Imagem:3rd_Day_-_The_Green_Protest_Rally.jpg|esquerda|thumb|A ''Manifestação Silenciosa'' do [[Movimento Verde Iraniano|Movimento Verde]] durante os [[Protestos eleitorais no Irã em 2009|protestos eleitorais de 2009–2010]]]]
 
A [[Eleição presidencial do Irã em 2005|eleição presidencial de 2005]] trouxe o candidato [[populista]] [[conservador]], [[Mahmoud Ahmadinejad]], ao poder.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/4740441.stm|título=Iran hardliner becomes president|acessodata=06-12-2006|data=03-08-2005|publicado=BBC}}</ref> Na época da [[Eleição presidencial do Irã em 2009|eleição presidencial de 2009]], o Ministério do Interior anunciou que o presidente em exercício Ahmadinejad tinha ganho 62,63% dos votos, enquanto [[Mir-Hossein Mousavi]] ficou em segundo lugar com 33,75%.<ref>{{citar web|url=http://moi.ir/Portal/Home/ShowPage.aspx?Object=News&CategoryID=832a711b-95fe-4505-8aa3-38f5e17309c9&LayoutID=dd8faff4-f71b-4c65-9aef-a1b6d0160be3&ID=5e30ab89-e376-434b-813f-8c22255158e1|título=fa:نتایج نهایی دهمین دورهٔ انتخابات ریاست جمهوری|publicado=Ministério do Interior do Irã|língua=fa|data=13-6-2009|acessodata=27-6-2009|wayb=20090618051204|urlmorta=sim}}</ref><ref name="The_Guardian_November_29_2015c">{{citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2009/jun/13/iran-election-ahmadinejad-wins-president|título=Ahmadinejad wins surprise Iran landslide victory|jornal=The Guardian|autor=Ian Black|acessodata=29-11-2015}}</ref> Os resultados das eleições foram amplamente contestados<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/8134904.stm|título=Iran clerics defy election ruling|obra=BBC News|data=05-07-2009|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/persian/iran/2009/07/090704_op_brief_majma_qom.shtml|título=Is this government legitimate?|obra=BBC|data=07-09-2009|acessodata=18-6-2011}}</ref> e resultaram em [[Protestos eleitorais no Irã em 2009|protestos generalizados dentro e fora do país]] e na criação do [[Movimento Verde Iraniano]].<ref>{{citar web|último=Landry|primeiro=Carole|url=https://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jSWPwBGmOByDmvG6OPfqesxJ2O7Q|título=G8 calls on Iran to halt election violence|data=25-6-2009|acessodata=18-6-2011|wayb=20110312135716|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/2009/jun/17/iran-protests-day-five|local=Londres|obra=The Guardian|primeiro=Robert|último=Tait|primeiro2=Ian|último2=Black|primeiro3=Mark|último3=Tran|título=Iran protests: Fifth day of unrest as regime cracks down on critics|data=17-6-2009}}</ref>
 
[[Hassan Rouhani]] foi eleito presidente em 15 de junho de 2013, derrotando [[Mohammad Bagher Ghalibaf]] e quatro outros candidatos.<ref name="BBCannouncedwinner">{{citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-22916174|título=Hassan Rouhani wins Iran presidential election|data=15-6-2013|acessodata=15-6-2013|obra=BBC News}}</ref><ref name="WSJannouncedwinner">{{citar jornal|url=https://www.wsj.com/articles/SB10001424127887323734304578544912995560792|título=Moderate Candidate Wins Iran's Presidential Vote|data=15-6-2013|acessodata=16-6-2013|jornal=[[The Wall Street Journal]]|primeiro=Farnaz|último=Fassihi}}</ref> A vitória eleitoral de Rouhani melhorou relativamente as relações do Irã/Irão com outros países.<ref>{{citar periódico|título=Strategic Asia 2013–14: Asia in the Second Nuclear Age|página=229|autor=Denmark, Abraham M.|autor2=Tanner, Travis|ano=2013}}</ref> Mesmo assim, os [[Protestos no Irã em 2017–2018|protestos de 2017–18]] varreram o país contra o governo e seu líder supremo de longa data em resposta à situação econômica/económica e política.<ref>[https://www.nytimes.com/2018/08/04/world/middleeast/iran-protests.html] Protests Pop Up Across Iran, Fueled by Daily Dissatisfaction</ref> A escala de protestos em todo o país e o número de pessoas participantes foram significativos,<ref>[https://www.criticalthreats.org/analysis/more-chants-more-protests-the-dey-iranian-anti-regime-protests] More Chants, More Protests: The Dey Iranian Anti-Regime Protests</ref> e foi formalmente confirmado que milhares de manifestantes foram presos.<ref>[https://www.bbc.com/news/world-middle-east-46984649] Iran arrested 7,000 in the crackdown on dissent during 2018 - Amnesty</ref> Os protestos começaram em 15 de novembro em [[Ahvaz]], espalhando-se por todo o país em poucas horas, depois que o governo anunciou aumentos de até 300% no preço dos combustíveis.<ref>{{citar jornal|título=In Pictures: Iranians protest against the increase in fuel prices|url=https://www.aljazeera.com/indepth/inpictures/pictures-iranians-protest-increase-fuel-prices-191117091345643.html|obra=Al-Jazeera|data=17 de novembro de 2019}}</ref> Um desligamento total da [[Internet]] de uma semana em todo o país marcou um dos blecautes/blackout digitais mais graves em qualquer país, e na repressão governamental mais sangrenta dos manifestantes na história da república islâmica, sendo que dezenas de milhares foram presos e centenas foram mortos dentro de alguns dias, de acordo com vários observadores internacionais, incluindo a [[Amnistia Internacional]].<ref>{{citar jornal|título=Special Report: Iran's leader ordered crackdown on unrest - 'Do whatever it takes to end it'|url=https://www.reuters.com/article/us-iran-protests-specialreport/special-report-irans-leader-ordered-crackdown-on-unrest-do-whatever-it-takes-to-end-it-idUSKBN1YR0QR|obra=Reuters|acessodata=23-12-2019|wayb=20191223095916}}</ref>
 
Em 3 de janeiro de 2020, o general da guarda revolucionária, [[Qasem Soleimani]], foi [[Ataque no Aeroporto Internacional de Bagdá em 2020|assassinado pelo governo dos Estados Unidos no Iraque]], o que aumentou consideravelmente as [[Relações entre Estados Unidos e Irã|tensões existentes entre os dois países]]. Três dias depois, o [[Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica]] lançou um [[Operação Mártir Soleimani|ataque de retaliação contra as forças estadunidenses no Iraque]] e abateu o [[Voo Ukraine International Airlines 752]], matando 176 civis, o que levou a protestos em todo o país. Após três dias negando responsabilidade, uma investigação internacional levou o governo iraniano a admitir o abate do avião por um [[míssil terra-ar]] foi um "[[erro humano]]".<ref>{{citar jornal|url=https://www.reuters.com/article/us-iran-crash/ukrainian-airplane-with-180-aboard-crashes-in-iran-fars-idUSKBN1Z70EL|título=Ukrainian airplane with 180 aboard crashes in Iran: Fars|data=08-01-2020|obra=Reuters|wayb=20200108035747|acessodata=08-01-2020}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-51077788|obra=BBC|título=Demands for justice after Iran's plane admission|data=11-01-2020|acessodata=11-01-2020}}</ref>
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[[Imagem:Iran BMNG.png|thumb|[[Imagem de satélite]] do Irã]]
 
Localizado no sudoeste asiático, entre o [[Iraque]], a oeste, e o [[Afeganistão]] e o [[Paquistão]], a leste, o Irã/Irão é banhado pelo [[Golfo de Omã]], pelo [[Golfo Pérsico]] e pelo [[Mar Cáspio]]. Com uma área de {{fmtn|1648000}} quilômetros/quilómetros quadrados, o Irã/Irão é o décimo- sexto maior país do mundo em território, o que equivale aproximadamente à área do estado do [[Amazonas]], no [[Brasil]], ou um pouco maior do que as áreas de [[Angola]] e [[Portugal]] somadas. O [[país]] é muito vulnerável a [[terremotos]], principalmente no sul.<ref name="Geografia">{{citar web|url=https://www.britannica.com/place/Iran#ref32198|titulo=Iran-Land|editor=[[Enciclopédia Britânica]]|acessodata=6-3-2021}}</ref>
 
=== Topografia e hidrografia ===
[[Imagem:981012-Damavand-South-IMG_9861-2.jpg|thumb|[[Monte Damavand]], o mais alto do país]]
A maior parte do território do Irã/Irão corresponde a um [[planalto Iraniano|planalto]] cercado por cadeias montanhosas. Na região centro-leste encontram-se dois desertos, o Dasht-e-Kavir e o Dasht-e-Lut. No primeiro formam-se alguns [[pântano]]s durante o Inverno e a Primavera, mas ambos são inóspitos e despovoados. No norte, em paralelo com o [[Mar Cáspio]], estão as montanhas Elburz, que possuem vários vulcões activos. A montanha mais elevada desta cordilheira, que é igualmente o ponto mais alto do Irã, é o Monte Demavend (5671 metros). Os Montes Zagros estendem-se desde o noroeste do país, perto da fronteira com a Arménia, até ao sudeste, atingindo o [[Estreito de Ormuz]].<ref name="Geografia"/>
 
Os três grandes rios do Irã são o Karun, o Atrak e o Safid. O Karun é o principal rio navegável do país e nasce nos Montes Zagros, correndo para sul até a localidade de Khorramshahr, onde se une ao rio Shatt Al-Arab (Arvandrud). O Irã/irão possui poucos grandes [[lago]]s, sendo a maior parte deles de água salgada. O maior lago iraniano é o [[Lago Úrmia]], situado no noroeste do país, o oeste do Mar Cáspio. Cobre uma área que varia entre os {{fmtn|5200}} e {{fmtn|6000|m²}} e caracteriza-se pela extrema salinidade das suas águas, sendo também o maior lago do [[Médio Oriente]]. Outro importante lago é o Namak, situado na província de Qom. Na província de Fars existem lagos de pequena dimensão, como o Daryachen-e-Tashk e o Daryachen-e-Bakh-Tegan.<ref name="Geografia"/>
 
=== Clima ===
[[Imagem:Koppen-Geiger_Map_IRN_present.svg|thumb|esquerda|Irã de acordo com a [[classificação climática de Köppen-Geiger]]]]
O clima do Irã/Irão varia de [[Clima árido|árido]] ou [[Clima semiárido|semiárido]], a [[Clima subtropical|subtropical]] ao longo da costa do [[Mar Cáspio]] e nas florestas do norte.<ref name="HaftlangLang2003">{{citar livro|autor1=Kiyanoosh Kiyani Haftlang|autor2=Kiyānūsh Kiyānī Haft Lang|título=The Book of Iran: A Survey of the Geography of Iran|url=https://books.google.com/books?id=Gecy7sqblqoC&pg=PA17|ano=2003|publicadopor=Alhoda UK|local=Romford|isbn=978-964-94491-3-5|página=17}}</ref> Na região norte do país (a planície costeira do Cáspio), as temperaturas raramente caem abaixo de zero e a área permanece úmida/húmida ao longo do ano. As temperaturas no [[verão]] raramente ultrapassam os 29&nbsp;°C.<ref>{{Citar web|url=https://weather-and-climate.com/average-monthly-Rainfall-Temperature-Sunshine-in-Iran|título=Weather and Climate: Iran, average monthly Rainfall, Sunshine, Temperature, Humidity, Wind Speed|jornal=World Weather and Climate Information|acessodata=29-11-2015|wayb=20150922105410|urlmorta=sim}}</ref>
 
A precipitação anual é de 680&nbsp;mm na parte oriental da [[planície]] e de mais de {{fmtn|1700|mm}} na parte ocidental. O Representante das [[Nações Unidas]] para o Irã/Irão Gary Lewis disse que "a escassez de água coloca o desafio da segurança humana mais grave no Irã/Irão atual".<ref>{{citar jornal|url=http://news.yahoo.com/farming-reforms-offer-hope-irans-water-crisis-131227395.html|título=Farming reforms offer hope for Iran's water crisis|último1=Moghtader|primeiro1=Michelle|data=03-08-2014|publicadopor=Reuters|acessodata=04-08-2014}}</ref>
 
Para o oeste, assentamentos na base da [[Cordilheira de Zagros]] experimentam temperaturas mais baixas, [[inverno]]s rigorosos com temperaturas abaixo de zero diárias e queda de [[neve]] pesada. As bacias orientais e centrais são áridas, com menos de 200&nbsp;mm de chuva e têm [[deserto]]s locais.<ref name="Nicholson2011">{{citar livro|autor=Sharon E. Nicholson|título=Dryland Climatology|url=https://books.google.com/books?id=fqussIGJ0NcC&pg=PA367|ano=2011|publicadopor=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=978-1-139-50024-1|página=367}}</ref> As temperaturas médias no verão raramente ultrapassam os 38&nbsp;°C. As planícies costeiras do [[Golfo Pérsico]] e do [[Golfo de Omã]] no sul do Irã/Irão tem invernos amenos e verões muito húmidos/úmidos e quentes. A precipitação anual varia 135–355&nbsp;mm.<ref name="Nagarajan2010">{{citar livro|autor=R. Nagarajan|título=Drought Assessment|url=https://books.google.com/books?id=x1505bxl0EkC&pg=PA383|ano=2010|publicadopor=Springer Science & Business Media|local=Berlim|isbn=978-90-481-2500-5|página=383}}</ref>
 
=== Biodiversidade ===
[[Imagem:Kooshki (Iranian Cheetah) 05.jpg|thumb|[[Guepardo-iraniano]], classificado como uma [[espécie em perigo crítico]] na [[Lista Vermelha da IUCN]]]]
A vida selvagem do Irã/Irão é composta de várias espécies de [[animais]], como [[urso]], [[Lince-euroasiático|linces-euroasiáticos]], [[raposa]]s, [[gazela]]s, [[Lobo cinzento|lobos cinzentos]], [[chacais]], [[pantera]]s e [[javali]]s.<ref name="Fast2005">{{citar livro|autor=April Fast|título=Iran: The Land|url=https://archive.org/details/iranland0000fast|ano=2005|publicado=Crabtree Publishing Company|isbn=978-0-7787-9315-1|página=[https://archive.org/details/iranland0000fast/page/31 31]}}</ref><ref name="Firouz2005">{{citar livro|autor=Eskandar Firouz|título=The Complete Fauna of Iran|url=https://books.google.com/books?id=t2EZCScFXloC&pg=PP1|ano=2005|publicado=I.B. Tauris|local=Londres|isbn=978-1-85043-946-2}}</ref> Outros animais domésticos do Irã/Irão incluem [[Búfalo-asiático|búfalos-asiáticos]], [[camelo]]s, [[gado]], [[burro]]s, [[cabra]]s, [[cavalo]]s e [[ovelha]]s. [[Águia]]s, [[falcões]], [[perdiz]]es, [[faisões]] e [[cegonha]]s também são nativos da vida selvagem do Irã/Irão.<ref name="Geografia"/>
 
Um dos membros mais famosos da vida selvagem iraniana é a [[guepardo-iraniano]] em [[Espécie em perigo crítico|perigo crítico]], também conhecida como a chita iraniana, cujos números foram bastante reduzidos após a Revolução de 1979.<ref name="Borrini-FeyerabendFarvar2013">{{citar livro|autor1=Grazia Borrini-Feyerabend|autor2=M. Taghi Farvar|autor3=Yves Renard|autor4=Michel P Pimbert|autor5=Ashish Kothari|numero-autores=1|título=Sharing Power: A Global Guide to Collaborative Management of Natural Resources|url=https://books.google.com/books?id=MfS3AAAAQBAJ&pg=PA120|ano=2013|publicado=Routledge|local=Nova Iorque|isbn=978-1-136-55742-2|página=120}}</ref> O [[leopardo persa]], que é a maior subespécie de [[leopardo]] do mundo, vive principalmente no norte do Irã/Irão, também está listado como uma [[espécie em perigo]].<ref name=iucn>{{cite iucn|author=Khorozyan, I.|year=2008|url=https://www.iucnredlist.org/details/15961/0|title=Panthera pardus ssp. saxicolor|wayb=20090914171634|urlmorta=sim}}</ref> O Irã/Irão perdeu todos os seus [[Leão-asiático|leões-asiáticos]] e os agora extintos [[Tigre-do-cáspio|tigres-do-cáspio]] no início do {{séc|XX}}.<ref>{{citar livro|autor=Guggisberg, C.A.W.|ano=1961|título=Simba: The Life of the Lion|publicado=Howard Timmins|local=Cape Town}}</ref>
 
Pelo menos 74 espécies da fauna iraniana estão na [[Lista Vermelha da IUCN|lista vermelha]] da [[União Internacional para a Conservação da Natureza]], um sinal de sérias ameaças à [[biodiversidade]] do país. O [[Parlamento Iraniano]] tem mostrado desprezo pela vida selvagem ao aprovar leis e regulamentos como a lei que permite ao Ministério das Indústrias e Minas explorar minas sem o envolvimento do Departamento de Meio Ambiente e ao aprovar grandes projetos de desenvolvimento nacional sem exigir um estudo abrangente de seus impacto nos [[habitat]]s da vida selvagem.<ref>{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/14/feb/1191.html|título=74 Iranian wildlife species red-listed by Environment Department|obra=payvand.com|acessodata=26-08-2015|wayb=20150520013716|urlmorta=sim}}</ref>
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[[Imagem:Provinces of Iran by population density.svg|thumb|esquerda|Províncias iranianas por [[densidade populacional]]]]
 
O Irã/Irão é um país diversificado, consistindo de vários grupos étnicos e linguísticos que são unificados por meio de uma nacionalidade iraniana compartilhada.<ref>{{citar web|url=http://www.iranicaonline.org/articles/iran-v1-peoples-survey|título=Encyclopaedia Iranica. R. N. Frye. Peoples of Iran|publicado=Iranicaonline.org|acessodata=14 de setembro de 2011}}</ref>
 
A população do Irã/Irão cresceu rapidamente durante a segunda metade do {{séc|XX}}, passando de cerca de 19 milhões em 1956 para mais de 84 milhões em julho de 2020.<ref>{{citar web|título=Iran Population (2020)|url=https://www.worldometers.info/world-population/iran-population/|acessodata=2020-07-11|website=Worldometer|língua=en}}</ref><ref name="una">{{citar web|url=https://www.un.org/Depts/escap/pop/journal/v10n1a1.htm|wayb=20090214041911|título=A New Direction in Population Policy and Family Planning in the Islamic Republic of Iran|primeiro=United Nations|último=Asia-Pacific Population Journal|acessodata=14-04-2006|urlmorta=sim}}</ref> No entanto, a [[taxa de fertilidade]] caiu significativamente nos últimos anos, de uma taxa de fertilidade de 6,5 por mulher para menos de 2 apenas duas décadas depois,<ref>{{citar periódico|último=Roser|primeiro=Max|data=2014-02-19|título=Fertility Rate|url=https://ourworldindata.org/fertility-rate|periódico=Our World in Data}}</ref><ref>{{citar web|título=Children per woman|url=https://ourworldindata.org/grapher/children-per-woman-UN|acessodata=2020-07-11|website=Our World in Data}}</ref> levando a uma taxa de [[crescimento populacional]] de cerca de 1,39% em 2018.<ref>{{citar web|título=Population growth (annual %) - Iran, Islamic Rep.|url=https://data.worldbank.org/indicator/SP.POP.GROW?locations=IR&view=chart|acessodata=2020-07-11|website=World Bank|wayb=20200711223056|urlmorta=sim}}</ref> Devido à sua população jovem, estudos projetam que o crescimento continuará a desacelerar até que se estabilize em torno de 105 milhões até 2050.<ref name="payvand">{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/04/aug/1017.html|título=Iran's population growth rate falls to 1.5 percent: UNFP|primeiro=Payvand.com|último=Iran News|acessodata=18-10-2006|wayb=20040803173258|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://esa.un.org/unpd/wpp/DataQuery/|título=World Population Prospects – Population Division – United Nations|website=esa.un.org|acessodata=25-08-2018|wayb=20160919061238|urlmorta=sim}}</ref>
 
O Irã/Irão acolhe uma das maiores populações de [[refugiado]]s do mundo, com quase um milhão de refugiados,<ref>{{citar web|título=Refugee population by country or territory of asylum - Iran, Islamic Rep.|url=https://data.worldbank.org/indicator/SM.POP.REFG?end=2019&locations=IR&start=1990&view=chart|acessodata=2020-07-11|website=World Bank|wayb=20200711231102|urlmorta=sim}}</ref> principalmente do [[Afeganistão]] e do [[Iraque]].<ref>{{citar web|url=http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=77107|título=Afghanistan-Iran: Iran says it will deport over one million Afghans|publicado=Irinnews.org|data=4-3-2008|acessodata=21-6-2013|wayb=20081229085619|urlmorta=sim}}</ref> Desde 2006, funcionários iranianos têm trabalhado com o [[ACNUR]] e funcionários afegãos para sua repatriação.<ref name="bbcb">{{citar web|url=http://www.unhcr.org/news/NEWS/452b78394.html|título=Tripartite meeting on returns to Afghanistan|primeiro=UNHCR|autorlink=UNHCR|último=United Nations|acessodata=14-04-2006|wayb=20061017100838|urlmorta=sim}}</ref> Segundo estimativas, cerca de cinco milhões de cidadãos iranianos emigraram para outros países, principalmente desde a Revolução de 1979.<ref name="Ganji2002">{{citar livro|autor=Manouchehr Ganji|título=Defying the Iranian Revolution: From a Minister to the Shah to a Leader of Resistance|url=https://books.google.com/books?id=NboVl-CeYs0C&pg=PA210|ano=2002|publicado=Greenwood Publishing Group|local=Santa Bárbara|isbn=978-0-275-97187-8|página=210}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.migrationinformation.org/Profiles/display.cfm?ID=424|título=Migration Information Institute: Characteristics of the Iranian Diaspora|publicado=Migrationinformation.org|acessodata=18-6-2011|wayb=20060918212027|urlmorta=sim}}</ref>
 
De acordo com a Constituição iraniana, o governo é obrigado a fornecer a todos os cidadãos do país acesso à seguridade social, cobrindo aposentadoria, desemprego, velhice, invalidez, acidentes, calamidades, saúde e tratamento médico e serviços de assistência.<ref>{{citar web|url=http://info.worldbank.org/etools/docs/library/77421/june2003/ppt/w1/iran.pdf|título=Iran Social Security System|publicado=World Bank|ano=2003|acessodata=30-11-2015|wayb=20151208125524|urlmorta=sim}}</ref> Isso é coberto por receitas fiscais e receitas derivadas de contribuições públicas.<ref>{{citar web|url=http://aprendeenlinea.udea.edu.co/revistas/index.php/lecturasdeeconomia/article/view/15770/17868|título=Is tax funding of health care more likely to be regressive than systems based on social insurance in low and middle-income countries?|jornal=Universidad de Antioquia|ano=2013|autor=Aurelio Mejía|acessodata=30-11-2015|wayb=20150615151938|urlmorta=sim}}</ref>
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=== Línguas ===
[[Imagem:Persian_Language_Location_Map.svg|thumb|Áreas com populações que falam [[Língua persa|persa]]]]
A maioria da população fala [[Língua persa|persa]], que também é a [[língua oficial]] do país. Outros incluem falantes de várias outras [[línguas iranianas]] dentro da grande [[Línguas indo-europeias|família indo-europeia]] e línguas pertencentes a algumas outras etnias que vivem no Irã/Irão. As porcentagens/percentagens da língua falada continuam sendo um ponto de debate, já que muitos optam por ter motivação política; mais notavelmente em relação às maiores e segundas maiores etnias do Irã, os [[persas]] e os [[azerbaijanos]]. As porcentagens/percentagens fornecidas pelo [[World Factbook]] da [[CIA]] incluem 53% persa, 16% azerbaijano, 10% curdo, 7% mazenderani e gilaki, 7% [[Língua luri|luri]], 2% [[Língua turcomena|turcomeno]], 2% [[Língua balúchi|balochi]], 2% árabe e 2% o restante armênio/Arménio, georgiano, neoaramaico e circassiano.<ref name="CIA" />
 
O [[Língua azerbaijana|azerbaijano]] é de longe a língua mais falada no país depois do persa, assim como várias outras [[Línguas turcas|línguas e dialetos turcos]], são faladas em várias regiões do Irã/Irão, especialmente na região do [[Azerbaijão (Irã)|Azerbaijão]].<ref>Annika Rabo, Bo Utas. [https://books.google.com/books?id=rWEbrv5oD8AC ''The Role of the State in West Asia''] Swedish Research Institute in Istanbul, 2005 {{ISBN|91-86884-13-1}}</ref> No norte do Irã/Irão, principalmente confinado a [[Gilão]] e [[Mazandarão]], as línguas [[Língua gilaki|gilaki]] e [[Língua mazandarani|mazandarani]] são amplamente faladas, ambas com afinidades com as línguas vizinhas do Cáucaso. Em partes de Gilão, a [[língua talish]] também é amplamente falada, o que se estende até a vizinha [[República do Azerbaijão]]. Variedades de [[Língua curda|curdo]] são amplamente faladas na província do Curdistão e nas áreas próximas. No [[Cuzistão]], várias variedades distintas de persa são faladas. Luri e lari também são falados no sul do Irã/Irão. Línguas minoritárias notáveis no Irã/Irão incluem [[Língua armênia|armênio]]/Arménio, [[Língua georgiana|georgiano]], [[Línguas neoaramaicas|neoaramaico]] e [[Língua árabe|árabe]]. O [[árabe cuzestani]] é falado pelos árabes no Cuzistão, bem como pelo grupo mais amplo de árabes iranianos. O [[Línguas caucasianas do noroeste|circassiano]] também já foi amplamente falado pela grande minoria [[circassiana]], mas, devido à assimilação ao longo dos anos, nenhum número considerável de circassianos fala mais a língua.<ref>[https://books.google.com/books?id=stl97FdyRswC&pg=PA141&lpg=PA141 ''Encyclopedia of the Peoples of Africa and the Middle East''] Facts On File, Incorporated {{ISBN|1-4381-2676-X}} p. 141</ref><ref>{{citar web|url=http://www.iranicaonline.org/articles/georgia-iv--2|título=Georgia viii: Georgian communities in Persia|último1=Oberling|primeiro1=Pierre|data=07-02-2012|website=[[Encyclopaedia Iranica]]|acessodata=9-6-2014}}</ref><ref>{{citar web|url=http://mcha.kbsu.ru/english/m_hist_01E.htm.html|título=Circassian|publicado=Official Circassian Association|acessodata=9-6-2014|wayb=20160304035542|urlmorta=sim}}</ref>
 
=== Composição étnica ===
[[Imagem:Iran ethnoreligious distribution 2004.jpg|thumb|Grupos étnicos do Irã]]
 
Tal como acontece com as línguas faladas, a composição étnica também permanece um ponto de debate, principalmente no que diz respeito ao maior e ao segundo maior grupo étnico, os [[persas]] e os [[azerbaijanos]], devido à falta de censos iranianos com base na etnia. O [[World Factbook]] da [[CIA]] estimou que cerca de 79% da população do Irã/Irão é um grupo [[Línguas indo-europeias|etnolinguístico indo-europeu]] diverso que compreende falantes de várias [[línguas iranianas]],<ref>J. Harmatta in "History of Civilizations of Central Asia", Chapter 14, ''The Emergence of Indo-Iranians: The Indo-Iranian Languages'', ed. by A. H. Dani & V.N. Masson, 1999, p. 357</ref> com persas (incluindo [[mazandaranis]] e [[gilakis]]) constituindo 61% da população, [[curdos]] 10%, [[luros]] 6% e [[balúchis]] 2%. Os povos de outros grupos etnolingüísticos constituem os 21% restantes, com os azerbaijanos constituindo 16%, os [[árabes]] 2%, os [[turcomanos]] e outras tribos turcas 2% e outros (como [[armênios]]/Arménios, talishes, [[georgianos]], [[circassianos]], [[assírios]]) 1%.<ref name="CIA" />
 
A [[Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos]] emitiu estimativas ligeiramente diferentes: 65% persas (incluindo mazandaranis, gilakis e talishes), 16% azerbaijanos, 7% curdos, 6% luros, 2% balúchis, 1% [[Povos turcos|grupos tribais turcos]] (como [[qashqai]] e [[turcomanos]]) e grupos não iranianos e não turcos (incluindo armênios/Arménios, georgianos, assírios, circassianos e árabes) menos de 3%. Ele determinou que o persa é a primeira língua de pelo menos 65% da população do país, e é a segunda língua para a maioria dos 35% restantes.<ref>{{citar web|url=https://www.loc.gov/rr/frd/cs/pdf/CS_Iran.pdf#27|título=Country ProImagem: Iran|publicado=[[Federal Research Division]], [[Library of Congress]]|local=Washington, D.C.|data=05-2008|página=xxvi|acessodata=9-6-2014|wayb=20160131061656|urlmorta=sim}}</ref>
 
Outras estimativas não governamentais com relação aos grupos que não sejam persas e azerbaijanos são mais ou menos congruentes com o World Factbook e a Biblioteca do Congresso. No entanto, muitas estimativas sobre o número desses dois grupos diferem significativamente do censo mencionado; alguns colocam o número de azerbaijanos étnicos no Irã entre 21,6 e 30% da população total, com a maioria mantendo cerca de 25%.<ref name="CIA" /><ref name="New America Foundation">{{citar jornal|url=http://www.terrorfreetomorrow.org/upimagestft/TFT%20Iran%20Survey%20Report%200609.pdf|título=Results a new nationwide public opinion survey of Iran|publicado=New America Foundation|data=12-6-2009|acessodata=13-08-2013|wayb=20130723044939}}</ref>
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[[Imagem:Arba'een 1434 AH in Mashhad 11.jpg|thumb|esquerda|O túmulo de [[Ali ibne Muça]] em [[Mashhad]] é o local mais sagrado para os [[xiitas]]]]
 
A maioria dos iranianos é muçulmana, pertencendo 90 a 94% da população ao ramo [[xiita]] do [[islão]], [[religião oficial]] do Estado. O Irã/Irão conta com de 4 a 8% de muçulmanos [[sunita]]s, ramo ao qual pertencem a maioria dos muçulmanos do planeta. Os [[curdos]] são na sua maioria sunitas, enquanto que a minoria [[árabes|árabe]] reparte-se entre o islão xiita e o islão sunita. A forma de islão xiita que hoje predomina no Irã/Irão é o [[xiismo duodecimano]], que reconhece doze [[imame]]s após [[Ali]]. Embora sempre tenham existido xiitas no Irão, até ao {{séc|XVII}} a população era na sua maioria sunita. A explicação para esta mudança religiosa reside na adopção por parte da dinastia dos [[safávidas]] do islão xiita como religião oficial e na sua imposição à população.<ref name="IRFR2009-Iran"/><ref name="fidh"/>
 
A constituição iraniana reconhece três minorias religiosas, os [[zoroastrismo|zoroastrianos]], os [[judeu]]s e os [[cristianismo|cristãos]]. Antes da chegada do [[islamismo]] ao Irã/Irão no {{séc|VII}}, a maioria da população era zoroastriana, religião que era o culto oficial do [[Império Sassânida]]. Em 1986 estimava-se a existência de 32 mil zoroastrianos no Irã/Irão, residindo principalmente nas cidades de TeerãTeerão, [[Yazd]] e [[Carmânia (cidade)|Carmânia]]. A comunidade judaica no Irã/Irão remonta aos tempos do cativeiro da [[Babilónia]]; quando [[Ciro II]] autorizou o regresso dos judeus a [[Canaã]], muitos optaram por ficar, tendo adoptado a língua e cultura persas. A comunidade judaica teve uma longa história no Irã/Irão e serviu de abrigo para os hebreus que fugiam da [[Europa]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]] e do [[Iraque]] durante a [[Nakba|guerra de independência israelense]].<ref>[http://www.nytimes.com/2006/07/10/opinion/10iht-edweiss.2165689.html?_r=2& Israel and Iran: The bonds that tie Persians and Jews - Editorials & Commentary - International Herald Tribune] The New York Times, Stanley A. Weiss</ref>
 
Avalia-se em 45 mil o número de judeus iranianos que migraram para [[Israel]] entre 1948 e 1977. Com a [[revolução iraniana|revolução islâmica]] de 1979 o movimento migratório acentuou-se. Outra minoria religiosa relevante no Irã/Irão é formada pelos cristãos, estimados em 300 000,<ref name="IRFR2009-Iran"/> que são na sua maioria ortodoxos arménios, seguidos por cristãos assírios que tem autonomia nas instituições de ensino.<ref name="sanasarian">{{citar livro|primeiro=Eliz|último=Sanasarian|título=Religious Minorities in Iran|publicadopor=Cambridge University Press|local=Cambridge|ano=2000|páginas=73–84|isbn=0-521-77073-4}}</ref> O cristianismo é também oficialmente protegido pela constituição iraniana.<ref>[http://www.state.gov/j/drl/rls/irf/2009/127347.htm Iran: Bureau of Democracy, Human Rights, and Labor. International Religious Freedom Report 2009]</ref> Cada uma destas denominações têm direito a um lugar no parlamento. A [[Fé Bahá'í]], a maior minoria religiosa iraniana, nascida no país em meados do {{séc|XIX}}, não é reconhecida pelo Estado, sendo os seus membros alvo de perseguição desde a revolução de 1979. Atualmente possui cerca de {{fmtn|300000}} a {{fmtn|350000}} fiéis.<ref name="IRFR2009-Iran">{{Citar web|título=Iran - International Religious Freedom Report 2009|publicado=The Office of Electronic Information, Bureau of Public Affair|data=2009-10-26|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2009/127347.htm|acessodata=2009-12-01|ultimo=U.S. State Department|wayb=20091029231558|urlmorta=sim}}</ref><ref name="fidh">{{Citar web|url=http://www.fidh.org/asie/rapport/2003/ir0108a.pdf|autor=Federation Internationale des Ligues des Droits de L'Homme|publicado=fidh.org|acessodata=2008-05-19|data=08-2003|título=Discrimination against religious minorities in IRAN|formato=PDF|wayb=20080422184053|urlmorta=sim}}</ref><ref name="affolter">{{citar periódico|último=Affolter|primeiro=Friedrich W.|data=01-2005|título=The Specter of Ideological Genocide: The Bahá'ís of Iran|periódico=War Crimes, Genocide, & Crimes against Humanity|volume=1|número=1|páginas=75–114|url=http://www.altoona.psu.edu/journals/war-crimes/articles/V1/v1n1a3.pdf|acessodata=2009-12-01|wayb=20080624201213|urlmorta=sim}}</ref>
 
=== Urbanização ===
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{{Artigo principal|Política do Irão{{!}}Política do Irã}}
 
O sistema político do Irã/Irão tem por base a [[constituição]] de 1979, que fez do país uma república islâmica. Nos termos da constituição, as relações políticas, econômicas/económicas, sociais e culturais vigentes no país devem estar de acordo com o [[Islão]].<ref>{{Citar web|url=http://www.webiran.org.br/governo/governo.htm#|titulo=Constituição da República Islâmica do Irã, artigo 4º|acessodata=18-01-2007|wayb=20070101044635|urlmorta=sim}}</ref>
 
De acordo com relatórios internacionais, o histórico de [[direitos humanos]] do Irã/Irão é excepcionalmente ruim. O regime no Irã/Irão é [[antidemocrático]],<ref>{{citar web|url=http://pages.eiu.com/rs/753-RIQ-438/images/Democracy_Index_2017.pdf|título=Democracy Index 2017 : Free Speech Under Attack|data=30 de janeiro de 2018|website=www.eiu.com|acessodata=24 de fevereiro de 2018}}</ref><ref>{{Citation|publicado=World Affairs Institute|último=Totten|primeiro=Michael J.|data=16-2-2016|título=No, Iran is Not a Democracy|língua=en|obra=World Affairs<!--
*** bloqueado pelo filtro de spam: ***
url=http://www.worldaffairsjournal.org/blog/michael-j-totten/no-iran-not-democracy|acessodata=35-2018
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=== Governo ===
{{AP|Líder Supremo do Irão{{!}}Líder Supremo do Irã|Conselho dos Guardiães|Presidente do Irã|Parlamento do Irã}}
O Líder Supremo (ou {{lang|fa|''Faqih''}}) é o [[chefe de Estado]] do Irã/Irão. O cargo é ocupado desde Junho de 1989 pelo aiatolá [[Ali Khamenei]], que sucedeu a [[Ruhollah Khomeini|Khomeini]]. É eleito pela [[Assembleia dos Peritos]] para um mandato vitalício. SuasAs suas principais atribuições são a de comandante em chefe das Forças Armadas, nomeação do chefe do [[poder judiciário]], do chefe da segurança interna, dos líderes das orações da sexta-feira, do director das estações de rádio e de televisão, bem como de seis dos doze membros do [[Conselho dos Guardiães]]. Pode demitir o Presidente do Irã/Irão caso considere que este não governa de acordo com a constituição.<ref name="leader">{{citar web|url=http://www.leader.ir/langs/en/index.php?p=leader_law|título=Leadership in the Constitution of the Islamic Republic of Iran|publicado=Leader.ir|acessodata=21-6-2013|wayb=20130612094341}}</ref>
{{Imagem múltipla
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}}
 
O [[poder executivo]] compete ao presidente, segunda figura do Estado após o Líder Supremo. É eleito através de [[sufrágio universal]] para um mandato de quatro anos. Até 1989, ano em que foi aprovada uma reforma constitucional, este cargo detinha poucos poderes. A reforma aboliu o cargo de primeiro-ministro e concedeu maiores poderes ao cargo presidencial. O presidente nomeia e supervisiona o Conselho de Ministros e coordena as decisões governamentais. O seu poder encontra-se limitado pelo Líder Supremo. Os candidatos a presidente devem ser iranianos xiitas e seus nomes são previamente aprovados pelo Conselho dos Guardiães. O atual Presidente do Irã/Irão, eleito em agosto de 2013, e re-eleito em 2017 é [[Hassan Rohani]].<ref name="leader"/><ref name="photius">{{citar web|url=http://www.photius.com/countries/iran/government/iran_government_the_presidency.html|título=Iran The Presidency|publicado=Photius.com|acessodata=18-6-2011}}</ref>
 
O [[poder legislativo]] é exercido por um [[Parlamento do Irã|parlamento]] [[unicameral]] (''Majlis-e-Shura-ye-Eslami'', "Assembleia Consultiva Islâmica") composto por 290 membros eleitos através de sufrágio universal para um período de quatro anos. À semelhança do que acontece com os candidatos a presidente, o Conselho dos Guardiães deve aprovar as candidaturas a deputado. Todas as leis aprovadas pelo parlamento devem ser enviadas para o Conselho dos Guardiães, que verifica se estas estão em concordância com a constituição e com o Islão. Em circunstâncias especiais, o parlamento pode demitir o presidente através um [[voto de censura]] com maioria de dois terços.<ref name="Majlis">{{citar web|url=https://www.electionguide.org/countries/id/103/|título=Iran|publicado=IFES Election Guide|acessodata=18-6-2011|wayb=20110616042705}}</ref><ref>{{citar web|url=http://countrystudies.us/iran/86.htm|título=Iran – The Council of Guardians|publicado=Countrystudies.us|acessodata=18-6-2011|wayb=20110520124440}}</ref>
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| caption2 = Protesto contra o [[reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos]], 2017
}}
A política externa do Irã/Irão é o produto de muitos, e às vezes fatores conflitantes: a ideologia da revolução islâmica do Irã/Irão; a percepção das lideranças iranianas de ameaças ao regime e ao país; os interesses nacionais iranianos de longa data; e a interação de várias facções e grupos constituintes do regime iraniano. O Irã/Irão, ao longo de décadas, busca derrubar a estrutura de poder no [[Oriente Médio]], que assegura favorecer os [[Estados Unidos]] e seus aliados, [[Relações entre Estados Unidos e Israel|Israel]] e [[Relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos|Arábia Saudita]], além de outros regimes [[Conselho de Cooperação do Golfo|árabes sunitas]]. Os iranianos buscam, no entanto, manter contatos estreitos com [[País em desenvolvimento|países em desenvolvimento]] e [[Movimento Não Alinhado|não alinhados]].<ref>{{Citar web|url=https://www.swp-berlin.org/fileadmin/contents/products/research_papers/2013_RP03_poc.pdf|titulo=Walter Posch: The Third World, Global, Islam and Pragmatism. The Making of Iranian Foreign Policy (em português: Walter Posch: O Terceiro Mundo, Islã Global e Pragmatismo. A construção da política externa iraniana)|acessodata=12-02-2021|publicado=BBC News Brasil|data=21-11-2009}}</ref>
 
Desde a revolução de 1979, o Irã/Irão não [[Reconhecimento internacional de Israel|reconhece o Estado de Israel]] e as [[Relações entre Estados Unidos e Irã|relações diplomáticas]] com os Estados Unidos permanecem rompidas. As negociações acerca do programa nuclear iraniano representam uma melhora significativa nestas relações. O país [[Persas|persa]] está sob sanções das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] desde 2006, devido à desconfiança internacional de um possível desenvolvimento clandestino de [[Irã e as armas de destruição em massa|armas de destruição em massa]].<ref name="SWP Research">{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/11/091121_ira_qanda_nuclear_np|titulo=Entenda a polêmica envolvendo o programa nuclear do Irã|acessodata=12-02-2021|publicado=Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, SWP Research Paper|data=04-2013|formato=PDF|lingua=en}}</ref>
 
As diferenças culturais, políticas e religiosas entre [[Relações entre Arábia Saudita e Irã|iranianos e sauditas]] têm conduzido as duas nações para uma disputa acirrada pelo controle ideológico entre os países de maioria [[Islamismo|muçulmana]]. Os líderes iranianos afirmam que a Arábia Saudita busca a hegemonia de sua vertente do islamismo [[Sunismo|sunita]], o [[Wahabismo]], e negam ao Irã/Irão e aos muçulmanos [[Xiismo|xiitas]] em geral, qualquer influência na região. O auxílio iraniano aos países de maioria xiita e à população xiita em países de maioria sunita têm agravado as tensões sectárias e contribuído para uma [[guerra por procuração]].<ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49722711|titulo=5 perguntas para entender a rivalidade entre Irã e Arábia Saudita|acessodata=12-02-2021|publicado=BBC News Brasil|data=18-09-2019}}</ref>
 
Como um instrumento de sua política externa, o Irã/Irão fornece armas, treinamento/treino e consultores militares no apoio às nações aliadas, bem como às facções armadas. Devido ao seu apoio aos grupos que cometem atos de [[Terrorismo|terrorismo internacional]], o Irã/Irão foi colocado na lista norte-americana de [[Países patrocinadores do terrorismo internacional segundo os Estados Unidos|países patrocinadores do terrorismo]], em janeiro de 1984.<ref name="SWP Research" />
 
=== Forças armadas ===
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}}
 
A República Islâmica do Irã/Irão tem dois tipos de [[Forças Armadas do Irã|forças armadas]]: as forças regulares do [[Exército do Irã|Exército]], da [[Força Aérea do Irã|Força Aérea]] e da [[Marinha do Irã|Marinha]] e da [[Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica|Guarda Revolucionária]], totalizando cerca de 545 mil soldados ativos. O Irã/Irão também tem cerca de 350 mil forças de reserva, totalizando cerca de 900 mil soldados treinados.<ref>''[[International Institute for Strategic Studies|IISS]] Military Balance 2006'', Routledge for the IISS, Londres, 2006, p.187</ref>
 
O governo do Irã/Irão tem uma [[milícia]] [[paramilitar]] voluntária dentro da Guarda Revolucionária, chamada ''[[Basij]]'', que inclui cerca de 90 mil membros uniformizados em tempo integral na ativa. Até 11 milhões de homens e mulheres são membros do Basij que poderiam ser chamados para o serviço. O portal GlobalSecurity estima que o Irã/Irão poderia mobilizar "até um milhão de homens", o que estaria entre as maiores mobilizações de tropas do mundo.<ref>{{citar web|autor=John Pike|url=http://www.globalsecurity.org/intell/world/iran/basij.htm|título=Niruyeh Moghavemat Basij Mobilisation Resistance Force|publicado=Globalsecurity.org|acessodata=18-6-2011}}</ref> Em 2007, os gastos militares do Irã/Irão representaram 2,6% do PIB ou 102 dólares ''per capita'', o valor mais baixo das nações do [[Golfo Pérsico]].<ref>{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/06/jun/1011.html|título=Iran's defense spending 'a fraction of Persian Gulf neighbors'|publicado=Payvand.com|data=22-11-2006|acessodata=18-6-2011}}</ref> A doutrina militar do Irã/Irão é baseada na [[dissuasão]].<ref>{{citar web|url=http://www2.irna.com/en/news/view/line-24/0804185731142306.htm|título=Iran's doctrine based on deterrence|publicado=IRNA|acessodata=18-6-2011|wayb=20110713061224}} {{Não consta na fonte citada}}</ref> Em 2014, o país gastou 15 bilhões de dólares em armas, enquanto os estados do [[Conselho de Cooperação do Golfo]] gastaram oito vezes mais.<ref>Parsi, Trita and Cullis, Tyler. (10 de julho de 2015) "The Myth of the Iranian Military Giant" ''Foreign Policy''. Acessado em 11 de julho de 2015.[https://foreignpolicy.com/2015/07/10/the-myth-of-the-iranian-military-giant/ Foreign Policy website]</ref>
 
O governo do Irã/Irão apoia as atividades militares de [[Eixo da Resistência|seus aliados]] na [[Síria]], [[Iraque]] e [[Líbano]] ([[Hezbollah]]) com ajuda militar e financeira.<ref>{{Citar web|autor=Karam, Joyce & Gutman, Roy, presenters|data=05-08-2015|título=Middle East Institute: "Iran Nuclear Agreement and Middle East Relations|local=Washington, DC|obra=Johns Hopkins School of Advanced International Studies|acessodata=05-08-2015|url=https://www.c-span.org/video/?327496-1/roy-gutman-middle-east-iran-nuclear-deal|publicado=C-Span website|wayb=20160305014115}}</ref> O Irã/Irão e a Síria são [[Relações entre Irã e Síria|aliados estratégicos próximos]] e o o governo iraniano forneceu apoio significativo ao governo sírio durante a [[Guerra Civil Síria]].<ref name="syria">{{citar jornal|título=Iran's 80,000 militia men in Syria prime powder keg|url=https://www.thetimes.co.uk/article/iran-s-80-000-militia-men-in-syria-prime-powder-keg-86sgbpxzw|obra=[[The Times]]|data=05-05-2018}}</ref> De acordo com algumas estimativas, o Irã controlava mais de 80 mil combatentes [[xiitas]] pró-[[Bashar al-Assad|Assad]] na Síria.<ref name="syria"/><ref>{{citar jornal|título=How Iran enlists Afghans to fight for Assad in Syria|url=https://www.washingtonpost.com/world/asia_pacific/recruited-by-iran-to-fight-for-syrian-regime-young-afghans-bring-home-cash-and-scars/2018/07/29/ecf9e34c-64e0-11e8-81ca-bb14593acaa6_story.html|obra=The Washington Post|data=29-07-2018}}</ref>
 
Desde a Revolução de 1979, para superar embargos estrangeiros, o governo do Irã/Irão desenvolveu sua própria [[indústria militar]], produziu seus próprios [[Carro de combate|tanques]], [[veículos blindados]], [[mísseis]], [[submarino]]s, [[Jamaran (fragata)|fragatas]], sistemas de [[radar]], [[helicóptero]]s e [[Caça (aeronave)|caças]].<ref name="AskariMohseni2010">{{citar livro|autor1=Hossein Askari|autor2=Amin Mohseni|autor3=Shahrzad Daneshvar|título=The Militarization of the Persian Gulf: An Economic Analysis|url=https://books.google.com/books?id=GxdtLyJZxDUC&pg=PA93|ano=2010|publicado=Edward Elgar Publishing|isbn=978-1-84980-186-7|página=93}}</ref> Nos últimos anos, anúncios oficiais destacaram o desenvolvimento de várias armas e [[veículos aéreos não tripulados]] (VANTs).<ref>{{citar jornal|título=Iran tests new long-range missile|obra=BBC|data=12-11-2008|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7725951.stm|acessodata=12-11-2008}}</ref> O Irã tem o maior e mais diverso arsenal de [[mísseis balísticos]] do Oriente Médio.<ref>[https://www.bbc.com/news/world-middle-east-31984423 "Are the Iran nuclear talks heading for a deal?"]. [[BBC News Online]]. Acessado em 4 de agosto de 2016.</ref>
 
Em junho de 1925, [[Reza Shah]] introduziu a lei de recrutamento militar. Naquela época, todo homem que tivesse completado 21 anos deveria servir o militar por dois anos. O recrutamento isentou as mulheres do [[serviço militar obrigatório]] após a Revolução de 1979. A constituição iraniana obriga todos os homens com 18 anos ou mais a servir em bases militares ou policiais. Eles não podem deixar o país ou trabalhar sem completar o período de serviço.<ref>[https://www.globalsecurity.org/military/world/iran/conscription.htm Iran - Military Conscription]. Globalsecurity.org. Acessado em 6 de março de 2021.</ref>
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|caption2 =Policiais avisam uma mulher para cobrir os seus antebraços em Teerã
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O desrespeito aos [[direitos humanos]] no Irã/Irão tem sido criticado tanto pelos próprios iranianos, quanto por ativistas internacionais de direitos humanos, [[escritor]]es e [[ONG]]s. A [[Assembleia Geral da ONU]]<ref name=rejects>{{Citar web|url=http://english.aljazeera.net//news/middleeast/2011/10/201110205193213355.html|título=Iran rejects UN report on 'rights abuses'|website=aljazeera.net|data=20-10-2011|wayb=20111022025151|urlmorta=sim}}</ref> e da [[Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos|Comissão de Direitos Humanos]] denunciaram abusos anteriores e atuais no país, em críticas e em várias resoluções publicadas.<ref>Ehsan Zarrokh (,Ehsan and Gaeini, M. Rahman). "Iranian Legal System and Human Rights Protection" The Islamic Law and Law of the Muslim World e-journal, New York law school 3.2 (2009).</ref>
 
O governo do Irã/Irão é criticado tanto por restrições e punições que seguem a Constituição e a lei da República Islâmica, quanto por ações que não seguem nenhuma lei, como [[tortura]], [[estupro]] e [[assassinato]] de presos políticos e espancamentos e assassinatos de [[dissidente]]s e outros [[civis]].<ref name="TortAbrah"/>
 
As restrições e punições que são legais na República Islâmica, mas que violam completamente as normas internacionais de direitos humanos, incluem: penas severas para crimes comuns; punição para "crimes sem vítimas", tais como [[fornicação]] e [[homossexualidade]]; execução de menores de 18 anos de idade, restrições à [[liberdade de expressão]] e à [[imprensa]], incluindo a prisão de [[jornalista]]s, e tratamento desigual de acordo com a [[religião]] e o [[Género (sociedade)|gênero]]/género das população na constituição da República Islâmica — especialmente ataques a membros da religião [[Bahá'í]].<ref name="TortAbrah"/>
 
Abusos e punições que foram relatados fora das leis da República Islâmica e que têm sido condenados pela [[comunidade internacional]] incluem a execução de milhares de presos políticos em 1988 e a utilização generalizada da tortura para extrair repúdio popular contra prisioneiros, sua causa e apoiadores, em vídeos para propósitos propagandísticos.<ref name="TortAbrah">Abrahamian, Ervand, ''[http://books.google.com/books?id=_mnrYNIVfCgC&dq=tortured+confessions+ervand+abrahamian&pg=PP1&ots=npYYcU-_Ae&sig=IouKxlCqAN3OD-r5Quo2AmEb9Kg&hl=en&prev=http://www.google.com/search?hl=en&q=Tortured+confessions,+Ervand+Abrahamian&btnG=Google+Search&sa=X&oi=print&ct=title&cad=one-book-with-thumbnail#PPA2,M1 Tortured Confessions: Prisons and Public Recantations in Modern Iran]'', University of California Press, 1999, p.4</ref>
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{{Artigo principal|Províncias do Irão{{!}}Províncias do Irã|Lista de condados do Irã}}
 
O Irã/Irão subdivide-se em 31 províncias, sendo cada uma administrada por um governador indicado pelo Ministério do Interior, mediante aprovação do gabinete. As províncias dividem-se por sua vez em 324 condados e em 865 distritos. Os presidentes dos municípios são também nomeados pelo Ministério do Interior; o conselho local do município é eleito pela população.<ref>{{citar jornal|data=22-6-2014|título={{lang|fa|همشهری آنلاین-استان‌های کشور به ۵ منطقه تقسیم شدند}} |títulotrad=As províncias do país foram divididas em 5 regiões|língua=fa|jornal=Hamshahri Online|url=http://www.hamshahrionline.ir/details/263382/Iran/-provinces|wayb=20140623191332}}</ref>
<center>{{Mapa detalhado do Irã}}</center>
 
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[[Imagem:Iran Product Exports (2019).svg|thumb|Principais produtos de [[exportação]] do Irã em 2019 {{en}}]]
 
A economia do Irã/Irão é uma [[Economia mista|mistura]] de [[Economia planificada|planejamento central]], propriedade estatal do [[petróleo]] e de outras grandes empresas, agricultura de aldeias e comércio privado de pequena escala e empreendimentos de serviços.<ref>{{citar web|url=http://www.traveldocs.com/ir/economy.htm|wayb=20110608192955|título=Iran economy|publicado=Traveldocs.com|acessodata=18-6-2011|urlmorta=sim}}</ref> Em 2017, o [[PIB]] era de {{Tooltip num|427.7|1 000 000 000|bilhões|9|427700000000}} de dólares ({{Tooltip num|1.631|1 000 000 000|trilhão|9|1631000000000}}, ou 20&nbsp;mil dólares ''per capita'', em [[paridade do poder de compra]]).<ref name="CIA"/> O Irã é classificado como uma economia de renda média-alta pelo [[Banco Mundial]].<ref>{{citar web|url=http://data.worldbank.org/country/iran-islamic-republic|título=Iran, Islamic Rep|publicado=World Bank|acessodata=23-6-2013|wayb=20130620140232}}</ref> No início do {{séc|XXI}}, o setor de serviços contribuiu com a maior porcentagem do PIB, seguido pela [[indústria]] ([[mineração]] e [[manufatura]]) e [[agricultura]].<ref>{{Citar web|url=http://www.turquoisepartners.com/iraninvestment/IIM-AprMay12.pdf|título=Iran Investment Monthly|wayb=20131031023806|website=Turquoise Partners|data=04-2012|acessodata=24-07-2012|urlmorta=sim}}</ref>
 
O Banco Central da República Islâmica do Irã/Irão é responsável pelo desenvolvimento e manutenção do [[rial iraniano]], que serve como moeda do país. O governo não reconhece sindicatos além dos conselhos trabalhistas islâmicos, que estão sujeitos à aprovação dos empregadores e dos serviços de segurança.<ref name=ayatoil>{{citar jornal|título=Iran's banned trade unions: Aya-toiling|url=https://www.economist.com/news/middle-east-and-africa/21576408-though-watched-and-muzzled-independent-labour-unions-are-stirring-aya-toiling|acessodata=23-6-2013|jornal=The Economist|data=20-04-2013}}</ref> O salário mínimo em junho de 2013 era de 487 milhões de riais por mês (134 dólares).<ref name=irannum>{{citar jornal|título=Iran in numbers: How cost of living has soared under sanctions|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-22765716|obra=BBC News|acessodata=23-6-2013}}</ref> O desemprego tem permanecido acima de 10% desde 1997, e a [[taxa de desemprego]] das mulheres é quase o dobro da dos homens.<ref name=irannum/>
 
Em 2006, cerca de 45% do orçamento do governo veio de receitas de [[petróleo]] e [[gás natural]], e 31% veio de impostos e taxas.<ref name="payvand.com">{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/08/jan/1250.html|título=IRNA: Crude price pegged at dlrs 39.6 a barrel under next year's budget|publicado=Payvand|data=22-11-2006|acessodata=18-6-2011|wayb=20110622092858|urlmorta=sim}}</ref> Em 2007, o Irã/Irão ganhou 70 bilhões de dólares em [[Reserva internacional|reservas de divisas]], principalmente (80%) com as exportações de petróleo bruto.<ref>{{citar web|url=http://www.iran-daily.com/1386/3068/html/economy.htm|wayb=20080327031549|urlmorta=sim|título=Iran Daily Forex Reserves Put at $70b|acessodata=21-6-2013}}</ref> Os déficits orçamentários iranianos têm sido um problema crônico, principalmente devido aos subsídios estatais em grande escala, que incluem alimentos e especialmente gasolina, totalizando mais de 84 bilhões de dólares em 2008 apenas para o setor de energia.<ref>{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/07/jan/1295.html|título=Ahmadinejad's Achilles Heel: The Iranian Economy|publicado=Payvand.com|acessodata=18-6-2011|wayb=20070213192900|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|data=08-01-2007|url=http://www.iran-daily.com/1387/3111/html/economy.htm|título=Energy subsidies reach $84b|publicado=Iran-Daily|acessodata=27-04-2008|wayb=20080506122659|urlmorta=sim}}</ref> Em 2010, um plano de reforma econômica/económica foi aprovado pelo parlamento para cortar subsídios gradualmente e substituí-los por assistência social direcionada. O objetivo é avançar para o [[livre mercado]] de preços em um período de cinco anos e aumentar a [[produtividade]] e a [[justiça social]].<ref>{{citar web|url=http://go.worldbank.org/KQD2RP3RX0|arquivourl=http://webarchive.loc.gov/all/20110210062245/http://go.worldbank.org/KQD2RP3RX0|arquivodata=10-02-2011|título=Iran – Country Brief|publicado=Go.worldbank.org|acessodata=30-01-2010}}</ref>
[[Imagem:Iran Khodro factory 2.jpg|thumb|esquerda|A [[Iran Khodro]] é a maior produtora de carros do [[Oriente Médio]]]]
 
O governo continua a seguir os planos de reforma de mercado do anterior e indica que diversificará a economia iraniana dependente do petróleo. O Irã/Irão também desenvolveu uma indústria de [[biotecnologia]], [[nanotecnologia]] e [[Indústria farmacêutica|farmacêutica]].<ref>{{citar web|url=http://www.nanovip.com/nanotechnology-companies/iran|wayb=20061114070827|urlmorta=sim|título=List of Iranian Nanotechnology companies|acessodata=21-6-2013}}</ref> No entanto, setores nacionalizados, como os dos [[Fidúcia|trustes]], muitas vezes têm sido mal administrados, o que os torna ineficazes e não competitivos com o passar dos anos. Atualmente, o governo está tentando privatizar essas indústrias e, apesar dos sucessos, ainda existem vários problemas a serem superados, como o atraso da [[Corrupção política|corrupção]] no setor público e a falta de [[competitividade]].<ref>{{citar web|último=Samii|primeiro=Bill|url=http://www.rferl.org/content/article/1058286.html|título=Analysis: Corruption Becomes An Issue In Iran's Presidential Campaign|publicado=Radio Free Europe/Radio Liberty|data=2005-04-05|acessodata=2010-08-09|wayb=20100913100734}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/index/country/iran|título=Iran Economy: Population, GDP, Inflation, Business, Trade, FDI, Corruption|obra=heritage.org|acessodata=24-6-2016|wayb=20160621095547}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/14/may/1152.html|título=Iran's Attorney General Announces: All Three Branches of Government Are Corrupt|obra=payvand.com|acessodata=24-6-2016|wayb=20160304205120|urlmorta=sim}}</ref>
 
O Irã/Irão tem indústrias de manufatura líderes nas áreas de fabricação de [[Indústria automobilística|automóveis]], transportes, materiais de construção, [[eletrodomésticos]], alimentos e produtos agrícolas, [[armamento]]s, produtos farmacêuticos, [[tecnologia da informação]] e [[petroquímica]] no Oriente Médio.<ref name="Economy">{{citar web|url=https://www.uktradeinvest.gov.uk/ukti/appmanager/ukti/countries?_nfls=false&_nfpb=true&_pageLabel=CountryType1&navigationPageId=/iran|wayb=20060213220829|urlmorta=sim|título=UK Trade & Investment|data=13-02-2006|acessodata=21-6-2013}}</ref> De acordo com os dados de 2012 da [[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura]], o Irã/Irão está entre os cinco maiores produtores mundiais de [[damasco]]s, [[cereja]]s, [[ginja]]s, [[pepino]]s, [[tâmara]]s, [[berinjela|beringela]]s, [[figo]]s, [[pistache]]s, [[marmelo]]s, [[noz]]es e [[melancia]]s.<ref>{{citar web|título=FAOSTAT|url=http://faostat3.fao.org/browse/rankings/countries_by_commodity/E|website=faostat3.fao.org|acessodata=05-04-2015|wayb=20141108160705|urlmorta=sim}}</ref>
 
[[Sanções contra o Irã|Sanções econômicas/económicas contra o Irã/Irão]], como o embargo ao petróleo bruto iraniano, afetaram a economia.<ref name=everend>{{citar jornal|título=Iran and sanctions: When will it ever end?|url=http://www.economist.com/node/21560596|jornal=The Economist|acessodata=23-6-2013|data=18-08-2012}}</ref> Em 2015, o Irã/Irão e o [[P5+1]] chegaram a um acordo sobre o [[programa nuclear iraniano]] que removeu as principais sanções relativas até 2016.<ref>{{Citar web|url=http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2015/07/job-creation-highest-priority-post-sanctions-iran.html#ixzz3h73T6PXa|título=Bijan Khajehpour: Preventing Iran's post-sanctions job crisis|wayb=20160811125700|publicado=[[Al-Monitor]]|data=17-07-2015|acessodata=27-07-2015}}</ref> Desde então, de acordo com a [[BBC]], as novas sanções dos [[Estados Unidos]] contra o Irã/Irão "levaram a uma queda acentuada na economia do Irã/Irão, empurrando o valor de sua moeda para baixas recordes, quadruplicando sua taxa de inflação anual, afastando investidores estrangeiros e provocando protestos".<ref>{{citar jornal|título=Iran oil: US to end sanctions exemptions for major importers|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-48011496|obra=BBC News|data=22-04-2019}}</ref>
 
=== Turismo ===
[[Imagem:Kish Island1.jpg|thumb|Mais um de um milhão de turistas visitam a ilha [[Quis (Irão)|Quis]] todos os anos<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2002/04/15/world/kish-journal-a-little-leg-a-little-booze-but-hardly-gomorrah.html|título=Kish Journal; A Little Leg, a Little Booze, but Hardly Gomorrah|data=15-04-2002|obra=The New York Times}}</ref>]]
 
Embora o [[turismo]] tenha diminuído significativamente durante a guerra com o Iraque, ele foi posteriormente recuperado.<ref>{{citar periódico|último1=Butler|primeiro1=Richard|último2=O'Gorman|primeiro2=Kevin D.|último3=Prentice|primeiro3=Richard|data=01-07-2012|título=Destination Appraisal for European Cultural Tourism to Iran|periódico=International Journal of Tourism Research|língua=en|volume=14|número=4|páginas=323–338|doi=10.1002/jtr.862|issn=1522-1970}}</ref> Cerca de 1,6 milhão de turistas estrangeiros visitaram o Irã/Irão em 2004 e 2,3 milhões em 2009, principalmente de [[Ásia|países asiáticos]], incluindo as repúblicas da [[Ásia Central]], enquanto cerca de 10% vieram da [[União Europeia]] e da [[América do Norte]].<ref name="Encarta: Iran's entry">{{citar enciclopédia|enciclopédia=Microsoft Encarta|título=Iran's entry|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761567300_6/Iran.html|acessodata=24-07-2010|ano=2008|wayb=20091028171829|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Tourism">{{citar periódico|título=Iran Travel And Tourism Forecast|periódico=Economist Intelligence Unit|ano=2008}}</ref> Desde a retirada de algumas [[sanções contra o Irã]] em 2015, o turismo ressurgiu no país. Mais de cinco milhões de turistas visitaram o Irã/Irão no [[ano fiscal]] de 2014–2015, quatro por cento a mais que no ano anterior.<ref>{{citar web|url=http://www.azernews.az/region/89754.html|título=Nearly one million Azerbaijani tourists visit Iran annually|data=13-11-2015|wayb=20151114063343}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.azernews.az/region/89754.html|título=Nearly one million Azerbaijani tourists visit Iran annually|autor=AzerNews|obra=AzerNews|wayb=20151114063343|data=13-11-2015}}</ref>
 
Ao lado da capital, os destinos turísticos mais populares são [[Isfahan]], [[Mashhad]] e [[Shiraz]].<ref>{{Citar web|url=http://www.tehrantimes.com/PDF/10978/10978-7.pdf|título=Sightseeing and excursions in Iran|wayb=20150418212600|urlmorta=sim|publicado=Tehran Times|data=28-09-2010|acessodata=22-03-2011}}</ref> No início dos anos 2000, a indústria enfrentou sérias limitações em infraestrutura, comunicações, padrões da indústria e treinamento de pessoal.<ref name="LOC7">{{citar livro|último1=Curtis|primeiro1=Glenn|url=https://archive.org/details/irancountrystudy00curt_2/page/354|último2=Hooglund|primeiro2=Eric|título=Iran, a country study|local=Washington, DC|publicado=[[Biblioteca do Congresso]]|ano=2008|página=[https://archive.org/details/irancountrystudy00curt_2/page/354 354]|isbn=978-0-8444-1187-3}}</ref> A maioria dos 300 mil vistos de viagem concedidos em 2003 foram obtidos por [[muçulmanos]] [[asiáticos]], que presumivelmente pretendiam visitar locais de peregrinação em Mashhad e [[Qom]]. Vários passeios organizados da [[Alemanha]], [[França]] e outros países europeus vêm ao Irã /Irão anualmente para visitar sítios e monumentos arqueológicos. Em 2003, o Irã/Irão classificou-se em 68º lugar em receitas de turismo em todo o mundo.<ref name="IRNA5">{{Citar web|url=http://www.payvand.com/news/03/sep/1037.html|título=Iran ranks 68th in tourism revenues worldwide|wayb=20130502003236|urlmorta=sim|publicado=Payvand/IRNA|data=07-09-2003|acessodata=12-02-2008}}</ref> De acordo com a [[UNESCO]] e o vice-chefe de pesquisa da Organização de Turismo do Irã/Irão, o país está classificado em quarto lugar entre os 10 principais destinos no [[Oriente Médio]].<ref name="IRNA5"/> O turismo doméstico no Irã/Irão é um dos maiores do mundo.<ref name="Tourism2">{{citar web|url=http://www.iran-daily.com/1384/2241/html/focus.htm|título=Iran-daily.com|acessodata=07-11-2010|wayb=20080513074502|urlmorta=sim}}</ref>
 
== Infraestrutura ==
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[[Imagem:University of Tehran 0517.jpg|esquerda|thumb|educação|A [[Universidade de Teerã]] é uma das instituições de [[ensino superior]] mais prestigiadas do Irã]]
 
A educação no Irã/Irão é altamente centralizada. O [[ensino fundamental]] e [[Ensino médio|médio]] é supervisionado pelo Ministério da Educação e o [[ensino superior]] está sob a supervisão do Ministério da Ciência e Tecnologia. A [[alfabetização]] de adultos foi avaliada em 93% em setembro de 2015,<ref>{{citar web|url=http://www.farsnews.ir/newstext.php?nn=13940629000008|script-title=fa:معاون آموزشی سازمان نهضت سوادآموزی|obra=farsnews.ir|acessodata=26-10-2015}}</ref> enquanto tinha sido avaliada em 85,0% em 2008, ante 36,5% em 1976.<ref name=unescolit>{{citar web|título=National adult literacy rates (15+), youth literacy rates (15–24) and elderly literacy rates (65+)|url=http://stats.uis.unesco.org/unesco/TableViewer/tableView.aspx?ReportId=210|publicado=UNESCO Institute for Statistics|acessodata=18-12-2013|wayb=20131029183908|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com os dados fornecidos pela [[UNESCO]], a [[taxa de alfabetização]] do Irã entre pessoas com 15 anos ou mais era de 85,54% em 2016, com os homens (90,35%) sendo significativamente mais educados do que as mulheres (80,79%), com o número de [[analfabeto]]s do mesma idade totalizando cerca de 8,7 milhões de pessoas da população total de 85 milhões do país. De acordo com este relatório, os gastos do governo iraniano com educação chegam a cerca de 4% do [[PIB]].<ref>{{citar web|data=2016-11-27|título=Iran (Islamic Republic of)|url=http://uis.unesco.org/en/country/ir|acessodata=2020-07-29|website=uis.unesco.org}}</ref>
 
O requisito para entrar no ensino superior é ter um diploma do ensino médio e passar no Exame de Admissão à Universidade Iraniana (oficialmente conhecido como ''konkur''), que é o equivalente ao [[ENEM]] no [[Brasil]]. Muitos alunos fazem um curso pré-universitário de 1–2 anos (''piš-dānešgāh''), cuja conclusão confere aos alunos o Certificado Pré-Universitário.<ref>{{citar web|url=http://www.arabiancampus.com/studyiniran/edusys.htm|título=Study in Iran: Iran Educational System|autor=Peter Krol|obra=arabiancampus.com|acessodata=26-10-2015}}</ref>
 
O ensino superior do Irã/Irão é sancionado por diferentes níveis de diplomas, como [[graduação]] (''kārdāni''; também conhecido como ''fowq'' e ''diplom'') entregue em dois anos, [[bacharelado]] (''kāršenāsi''; também conhecido como ''lisāns'') entregue em quatro anos e [[mestrado]] (''kāršenāsi'' e ''aršad'') entregue em dois anos, após o qual outro exame permite ao candidato seguir um programa de [[doutorado]] ([[PhD]]; conhecido como ''doktorā'').<ref name="wes.org">{{citar web|url=http://www.wes.org/ca/wedb/iran/firedov.htm|título=WEP-Iran|publicado=Wes.org|acessodata=07-02-2012|wayb=20120224011506|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com o [[Webometrics Ranking of World Universities]] (em janeiro de 2017), as cinco principais universidades do Irã incluem a [[Universidade de Ciências Médicas de Teerã]]<nowiki/>o (478ª no mundo), a [[Universidade de Teerã]] (514ª no mundo), [[Universidade de Tecnologia de Sharif]] (605ª no mundo), [[Universidade de Tecnologia de Amirkabir]] (726ª no mundo) e [[Universidade Tarbiat Modares]] (789ª no mundo).<ref>{{citar web|título=Iran (Islamic Republic of)|url=http://www.webometrics.info/en/Asia/Iran%20%28Islamic%20Republic%20of%29|publicado=Ranking Web of Universities|acessodata=21-07-2017}}</ref>
 
=== Ciência e tecnologia ===
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}}
 
O Irã/Irão aumentou sua produção de [[Publicação científica|publicações científicas]] quase dez vezes de 1996 a 2004 e foi classificado em primeiro lugar em termos de taxa de crescimento de produção, seguido pela [[China]].<ref>{{Citation|primeiro=VSR.|último=Subramaniam|título=Economics: economic, medical uses of alcohol, uses of alcohol|língua=en|publicado=experts.about.com|data=18-10-2006<!--
*** bloqueado pelo filtro de spam:
url=http://experts.about.com/q/Economics-2301/economic.htm|wayb=20120426170542|acessodata=18-6-2011
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Em 2009, um [[supercomputador]] baseado no [[SUSE Linux]] feito pelo Instituto de Pesquisa Aeroespacial do Irã (ARI) foi lançado com 32 núcleos e agora executa 96 núcleos. Seu desempenho foi fixado em 192 [[FLOPS|GFLOPS]].<ref>{{citar web|autor=Patrick Thibodeau|url=http://www.computerworld.com/article/2551125/government-it/amd-chips-used-in-iranian-hpc-for-rocket-research.html|título=AMD Chips Used in Iranian HPC for Rocket Research|publicado=Computerworld.com|data=22-6-2009|acessodata=07-04-2012}}</ref> O [[robô humanoide]] iraniano [[Surena (robô)|Surena II]], que foi projetado por engenheiros da [[Universidade de Teerã]], foi revelado em 2010. O Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) colocou o nome de [[Surena (aspabedes)|Surena]] entre os cinco robôs proeminentes do mundo após analisar seu desempenho.<ref>{{citar web|url=http://www.iran-daily.com/1389/8/18/MainPaper/3817/Page/1/Index.htm#|título=No. 3817 &#124; Front page &#124; Page 1|publicado=Irandaily|acessodata=21-10-2011|wayb=20101112185315|urlmorta=sim}}</ref>
 
No final de 2006, cientistas iranianos [[Clonagem|clonaram]] com sucesso uma [[ovelha]] por transferência nuclear de células somáticas, no Centro de Pesquisa Royan em TeerãTeerão.<ref>{{citar web|url=http://www.middle-east-online.com/english/?id=17674|título=The first successfully cloned animal in Iran|publicado=Middle-east-online.com|data=30 de setembro de 2006|acessodata=21-6-2013|wayb=20061016222356|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com um estudo de David Morrison e Ali Khadem Hosseini (Harvard-MIT e Cambridge), a pesquisa com [[células-tronco]] no Irã está entre as dez principais do mundo.<ref>{{citar web|url=http://isg-mit.org/projects-storage/StemCell/stem_cell_iran.pdf|título=Iranian Studies Group at MIT|acessodata=25-08-2010|wayb=20070227191403|urlmorta=sim}}</ref>
 
O país colocou seu satélite [[Omid]] em órbita no 30º aniversário da [[Revolução Iraniana]], em 2 de fevereiro de 2009,<ref name="HarveySmid2011">{{citar livro|autor1=Brian Harvey|autor2=Henk H. F. Smid|autor3=Theo Pirard|título=Emerging Space Powers: The New Space Programs of Asia, the Middle East and South-America|url=https://books.google.com/books?id=XD1ZaYbiWwMC&pg=PA293|ano=2011|publicado=Springer Science & Business Media|local=Berlim|isbn=978-1-4419-0874-2|página=293}}</ref> por meio de seu primeiro veículo de lançamento descartável [[Safir (foguete)|Safir]], tornando-se o nono país do mundo capaz de produzir e enviar [[satélites artificiais]] ao espaço a partir de um lançador de fabricação nacional.<ref name="Hvac-conference.ir_November_29_2015c">{{citar web|url=http://www.hvac-conference.ir/files/content/ICHVAC5_Brochure.pdf|título=The 6th International Conference on Heating, Ventilating and Air Conditioning|website=Hvac-conference.ir|ano=2015|acessodata=29-11-2015|wayb=20151208142627|urlmorta=sim}}</ref>
 
O [[programa nuclear iraniano]] foi lançado na década de 1950. O Irã/Irão é o sétimo país a produzir [[hexafluoreto de urânio]] e controla todo o [[ciclo do combustível nuclear]].<ref>{{citar web|url=http://www.payvand.com/news/08/dec/1156.html|título=Iran, 7th in UF6 production – IAEO official|publicado=Payvand.com|data=22-11-2006|acessodata=01-08-2010|wayb=20081217104449|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://usatoday30.usatoday.com/news/world/2009-04-11-iran-nuclear_N.htm|título=Iran says it controls entire nuclear fuel cycle|jornal=USA Today|data=11-04-2009|acessodata=18-12-2013}}</ref>
 
Cientistas iranianos fora do Irã/Irão também fizeram algumas contribuições importantes para a ciência. Em 1960, [[Ali Javan]] coinventou o primeiro [[laser de gás]] e a teoria dos [[Conjunto difuso|conjuntos difusos]] foi introduzida por [[Lotfali Askar-Zadeh|Lotfi A. Zadeh]]. O cardiologista iraniano [[Tofigh Mussivand]] inventou e desenvolveu a primeira bomba cardíaca artificial, o precursor do [[coração artificial]]. Ampliando a pesquisa e o tratamento do [[diabetes]], o [[Hemoglobina glicosilada|HbA1c]] foi descoberto por [[Samuel Rahbar]]. A física iraniana é especialmente forte na [[teoria das cordas]], com muitos artigos sendo publicados no Irã/Irão.<ref name="Nasr2007">{{citar livro|autor=Vali Nasr|título=The Shia Revival: How Conflicts within Islam Will Shape the Future|url=https://books.google.com/books?id=a-QH_CxIFTEC&pg=PA213|ano=2007|publicado=W.W. Norton|local=Nova Iorque|isbn=978-0-393-06640-1|página=213}}</ref> O teórico das cordas iraniano-estadunidense [[Kamran Vafa]] propôs o [[teorema de Vafa-Witten]] junto com [[Edward Witten]]. Em agosto de 2014, a matemática iraniana [[Maryam Mirzakhani]] se tornou a primeira mulher, bem como a primeira iraniana, a receber a [[Medalha Fields]], o maior prêmio/prémio em [[matemática]].<ref>{{citar web|autor1=Ben Mathis-Lilley|título=A Woman Has Won the Fields Medal, Math's Highest Prize, for the First Time|url=http://www.slate.com/blogs/the_slatest/2014/08/12/first_female_fields_medal_winner_maryam_mirzakhani_of_stanford.html|website=Slate|publicado=Graham Holdings Company|acessodata=14-08-2014|data=12-08-2014}}</ref>
 
=== Mídia ===
[[Imagem:IRIB_east_gate_2.JPG|thumb|esquerda|Sede da [[Radiotelevisão da República Islâmica do Irã]]]]
O Irã/Irão é um dos países com pior situação de [[liberdade de imprensa]], ocupando a 164ª posição entre 180 países no [[Índice de Liberdade de Imprensa]] (em 2018).<ref>{{citar web|url=https://rsf.org/en/news/iranian-court-imposes-total-ban-telegram|obra=Reporters Without Borders|título=Iranian court imposes total ban on Telegram|data=04-05-2018|acessodata=02-12-2018}}</ref> O [[Ministério da Cultura e Orientação Islâmica]] é o principal departamento governamental iraniano responsável pela [[política cultural]], incluindo atividades relacionadas a comunicações e informações.<ref>{{citar web|url=http://www.unesco.org/new/en/tehran/about-this-office/single-view/news/irans_minister_of_culture_and_islamic_guidance_calls_for|título=Iran's Minister of Culture and Islamic Guidance calls for expansion of ties with UNESCO|obra=UNESCO|acessodata=02-12-2018|data=15-12-2014|wayb=20170208183653|urlmorta=sim}}</ref>
 
Os primeiros jornais do Irã/Irão foram publicados durante o reinado de [[Naceradim Xá Cajar]] da [[dinastia Cajar]] em meados do {{séc|XIX}}.<ref>{{citar livro|primeiro=Abbas|último=Milani|título=Eminent Persians|url=https://books.google.com/books?id=ixU33FaG_dgC|ano=2008|publicado=Syracuse University Press|local=Syracuse|isbn=978-0-8156-0907-0|página=395}}</ref> A maioria dos jornais publicados no Irã/Irão é em [[Língua persa|persa]], a [[língua oficial]] do país. Os periódicos de maior circulação do país são baseados em Teerã, entre os quais estão ''[[Etemad]]'', ''[[Ettela'at]]'', ''[[Kayhan]]'', ''[[Hamshahri]]'', ''[[Resalat]]'' e ''[[Shargh]]''.<ref name=BYI>{{citar livro|último=Ayse|primeiro=Valentine|url=http://www.investiniran.ir/en/filepool/26?redirectpage=%2fen%2febook|último2=Nash|primeiro2=Jason John|último3=Leland|primeiro3=Rice|título=The Business Year 2013: Iran|local=Londres|publicado=The Business Year|ano=2013|página=166|isbn=978-1-908180-11-7|acessodata=23-6-2014|wayb=20161227193349}}</ref>
 
A [[televisão]] foi introduzida no Irã em 1958.<ref name="FisherAvery1991p810">{{citar livro|autor=William Bayne Fisher|autor2=P. Avery|autor3=G. R. G. Hambly|autor4=C. Melville|numero-autores=1|título=The Cambridge History of Iran|url=https://books.google.com/books?id=H20Xt157iYUC&pg=PA811|data=10-10-1991|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=978-0-521-20095-0|páginas=810–811}}</ref> Embora os [[Jogos Asiáticos de 1974]] tenham sido transmitidos em cores, a programação colorida começou em 1978.<ref name="FisherAvery1991p810"/> Desde a Revolução de 1979, a maior empresa de mídia do Irã/Irão é a [[Radiotelevisão da República Islâmica do Irã|Radiotelevisão da República Islâmica do Irã/Irão]] (IRIB, sigla em inglês).<ref name=BYI/> Apesar das restrições à televisão não doméstica, cerca de 65% dos residentes da capital e cerca de 30 a 40% dos residentes fora da capital acessam canais de televisão em todo o mundo por meio de [[antenas parabólicas]], embora observadores afirmem que os números provavelmente serão superior.<ref>{{citar jornal|url=https://www.rferl.org/a/persian_letters_satellite_dishes_iran_police/24514665.html|título=Nothing Comes Between Iranians And Their Satellite Dishes – Not Even The Police|data=13-3-2012|obra=Radio Free Europe/Radio Liberty}}</ref><ref>{{citar web|obra=France 24|url=http://observers.france24.com/en/20121220-iran-dismantle-satellite-dishes-tv-tehran|título=Iran's war on satellite dishes: "We just buy new ones the next day"|data=20-12-2012}}</ref>
 
O Irã/Irão recebeu acesso à [[Internet]] em 1993. De acordo com o Internet World Stats, em 2017, cerca de 69,1% da população era usuária da rede.<ref name="IWStats">{{citar web|obra=Internet World Stats|url=http://www.internetworldstats.com/me/ir.htm|título=Iran Internet usage, broadband and telecommunications reports|acessodata=02-12-2018}}</ref> O Irã/Irão ocupa a [[Lista de países por número de usuários de Internet|17ª posição entre os países em número de usuários de Internet]]. De acordo com as estatísticas fornecidas pela empresa de informações da web [[Alexa]], o [[Google Search]] é o [[mecanismo de busca]] mais usado no Irã e o [[Instagram]] é o serviço de [[rede social online]] mais popular.<ref name="Alexa Internet">{{citar web|obra=Alexa Internet|url=http://www.alexa.com/topsites/countries/IR|título=Top Sites in Iran|acessodata=02-12-2018}}</ref> O acesso direto a muitos sites populares em todo o mundo foi bloqueado no Irã/Irão, incluindo o [[Facebook]], que está bloqueado desde 2009 devido à organização de protestos antigovernamentais no site.<ref>{{citar web|acessodata=30-04-2008|url=http://www.hamsaweb.org/crime/4.html|título=Facebook Faces Censorship in Iran|publicado=American Islamic Congress|data=29-08-2007|wayb=20080424001859|urlmorta=sim}}</ref> No entanto, em 2017, o Facebook tinha cerca de 40 milhões de assinantes baseados no Irã/Irão (48,8% da população) que usam [[Rede privada virtual|redes privadas virtuais]] e servidores ''[[proxy]]'' para acessar o site.<ref name="IWStats"/> Alguns dos próprios funcionários verificaram contas em sites de redes sociais que são bloqueados pelas autoridades, incluindo Facebook e [[Twitter]].<ref>{{citar jornal|obra=France 24|url=http://observers.france24.com/en/20160323-social-media-iranian-authorities-break-internet-laws|título=How Iranian authorities break their own censorship laws|data=23-3-2016}}</ref> Cerca de 90% do [[comércio eletrônico]] do Irã/Irão ocorre na loja online iraniana Digikala, que tem cerca de 750 mil visitantes por dia, mais de 2,3 milhões de assinantes e é a loja online mais visitada no [[Oriente Médio]].<ref name="Alexa Internet"/><ref>{{citar jornal|obra=The Guardian|url=https://www.theguardian.com/technology/2015/may/31/amazon-iranian-style-digikala-other-startups-aparat-hamijoo-takhfifan|título=From Digikala to Hamijoo: the Iranian startup revolution, phase two|último=Kamali Dehghan|primeiro=Saeed|data=13-05-2015}}</ref>
 
=== Transportes ===
[[Imagem:Bridge Veresk.jpg|thumb|Ponte de Veresk, no [[Mazandarão]], parte da [[Ferrovia Trans-Iraniana]]]]
O Irã/Irão tem um longo sistema de estradas pavimentadas ligando a maioria de suas cidades. Em 2011, o país tinha 173 mil quilômetros de estradas, dos quais 73% foram pavimentados.<ref>{{citar web|url=http://www.thebusinessyear.com/publication/article/7/620/iran_2011/moving-around|título=Archived copy|acessodata=2014-03-14|wayb=20140314223909|urlmorta=sim}}</ref> Em 2008, havia quase 100 [[automóveis]] de passageiros para cada mil habitantes.<ref name="iran-daily.com">{{Citar web|url=http://iran-daily.com/1386/2865/html/economy.htm|título=Iran 16th Biggest Automaker|wayb=20090618004626|urlmorta=sim}}</ref>
 
O sistema ferroviário iraniano opera 11.106&nbsp;km de trilhos.<ref name="rai.ir">{{citar web|url=http://www.rai.ir/Site.aspx?ParTree=A01011|título=Islamic Republic Of Iran Railroads :: راه آهن جمهوري اسلامي ايران|publicado=Rai.ir|acessodata=2012-02-09|wayb=20120815011811|urlmorta=sim}}</ref> O principal porto de entrada do país é [[Bandar-Abbas]], no [[Estreito de Ormuz]]. Depois de chegar ao Irã/Irão, as mercadorias importadas são distribuídas em todo o país por caminhões e trens de carga. A ferrovia TeerãTeerão-Bandar-Abbas, inaugurada em 1995, conecta Bandar-Abbas ao sistema ferroviário da [[Ásia Central]] via [[Teerã]] e [[Mashhad]]. Outros portos importantes incluem [[Bandar-e Anzali]] e [[Bandar e-Torkeman]], no [[Mar Cáspio]], e [[Khorramshahr]] e [[Bandar-e Emam Khomeyni]], no [[Golfo Pérsico]].<ref name="CIA"/>
 
Dezenas de cidades possuem [[aeroporto]]s que atendem aviões de passageiros e de carga. A [[Iran Air]], a [[companhia aérea]] nacional, foi fundada em 1962 e opera voos domésticos e internacionais. Todas as grandes cidades têm sistemas de transporte de massa usando [[ônibus]] e várias empresas privadas fornecem serviço de ônibus entre as cidades. [[Hamadan]] e [[Teerã]]<nowiki/>o detêm a maior centralidade de intermediação e proximidade entre as cidades do Irã/Irão, com relação às rotas rodoviárias e aéreas, respectivamente.<ref>{{citar periódico|último=Annamoradnejad|primeiro=R|último2=Annamoradnejad|primeiro2=Issa|ano=2017|título=An Analysis of Centrality Measures of Iran's Province Capitals based on Road and Air Connections (Using Gephi)|url=http://jupm.miau.ac.ir/article_2496_en.html|periódico=Research and Urban Planning|volume=8|número=3|páginas=19–34|acessodata=2019-07-30|wayb=20190730170148}}</ref><ref>{{citar periódico|último=Annamoradnejad|primeiro=R.|último2=Annamoradnejad|primeiro2=I.|último3=Safarrad|primeiro3=T.|último4=Habibi|primeiro4=J.|numero-autores=1|ano=2019|título=Using Web Mining in the Analysis of Housing Prices: A Case study of Tehran|periódico=2019 5th International Conference on Web Research (ICWR)|páginas=55–60|doi=10.1109/ICWR.2019.8765250|isbn=978-1-7281-1431-6}}</ref>
 
O transporte no Irã/Irão é barato por causa do [[subsídio]] do governo ao preço da [[gasolina]]. A desvantagem é uma grande atração sobre os cofres do governo, ineficiência econômica devido a padrões de consumo altamente desperdiçadores, contrabando com países vizinhos e poluição do ar. Em 2008, mais de um milhão de pessoas trabalhavam no setor de transportes, respondendo por 9% do [[PIB]] iraniano.<ref>{{Citar web|título=Road Construction Projects Upbeat|língua=en|url=http://www.iran-daily.com/1387/3298/html/economy.htm|data=21-12-2008|publicado=Iran-Daily.com|wayb=20090603054002|urlmorta=sim}}</ref>
 
=== Energia ===
[[Imagem:Petrochemical Complexes in Asaluyeh (2).jpg|thumb|esquerda|[[Petroquímica|Complexo petroquímico]] em [[Buxer]]. O Irã tem a quarta maior reserva de [[petróleo]] do mundo]]
 
O Irã/Irão tem a segunda maior reserva comprovada de [[gás natural]] do mundo, depois da [[Rússia]], com 33,6 trilhões de [[metros cúbicos]],<ref name=wsjgas>{{citar jornal|título=BP Cuts Russia, Turkmenistan Natural Gas Reserves Estimates|url=http://www.rigzone.com/news/oil_gas/a/127044/BP_Cuts_Russia_Turkmenistan_Natural_Gas_Reserves_Estimates|acessodata=24-6-2013|jornal=WSJ.com|data=12-6-2013|wayb=20130619152119}}</ref> e a terceira maior produção de gás natural, depois da [[Indonésia]] e da Rússia. Ele também ocupa o quarto lugar em reservas de [[petróleo]], com uma estimativa de 153,6 bilhões de barris.<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2178rank.html|wayb=20070613005503|urlmorta=sim|título=CIA.gov|publicado=CIA.gov|acessodata=07-04-2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.eia.doe.gov/emeu/cabs/Iran/Background.html|wayb=20090402152533|título=Iran – U.S. Energy Information Administration (EIA)|publicado=Eia.doe.gov|acessodata=07-04-2012|urlmorta=sim}}</ref> É o segundo maior exportador de petróleo da [[OPEP]] e é uma [[superpotência energética]].<ref>{{citar web|url=http://www.eurasianhome.org/xml/t/opinion.xml?lang=en&nic=opinion&pid=558|wayb=20070829093530|urlmorta=sim|título=The EU should be playing Iran and Russia off against each other, by Julian Evans|acessodata=21-6-2013}}</ref> Em 2005, o Irã/Irão gastou 4 bilhões de dólares na importação de combustível, devido ao contrabando e ao uso doméstico ineficiente.<ref>{{citar web|autor=Kim Murphy – Los Angeles Times|url=http://www.heraldextra.com/content/view/205986/3/|wayb=20070118000204|urlmorta=sim|título=U.S. targets Iran's vulnerable oil|publicado=Herald Extra|data=07-01-2007|acessodata=18-6-2011}}</ref>
 
Em 2004, uma grande parte das reservas de gás natural do Irã/Irão não era explorada. O acréscimo de novas [[usinas hidrelétricas]] e a otimização das estações convencionais de [[carvão]] e petróleo aumentaram a capacidade instalada para 33 000 [[megawatt]]s. Desse montante, cerca de 75% foi baseado no gás natural, 18% no petróleo e 7% na [[energia hidrelétrica]]. Em 2004, o Irã/Irão abriu suas primeiras [[usinas eólicas]] e [[Energia geotérmica|geotérmicas]] e a primeira [[usina solar]] entrou em operação em 2009. O Irã é o terceiro país do mundo a ter desenvolvido a tecnologia [[GTL]].<ref>{{citar web|url=http://oilprice.com/Energy/Energy-General/Iran-Besieged-by-Gasoline-Sanctions-Develops-GTL-to-Extract-Gasoline-from-Natural-Gas.html|título=Iran, Besieged by Gasoline Sanctions, Develops GTL to Extract Gasoline from Natural Gas|publicado=Oilprice.com|acessodata=07-02-2012}}</ref>
 
As tendências demográficas e a intensificação da [[industrialização]] fazem com que a demanda por [[energia elétrica]] cresça 8% ao ano. A meta do governo de 53 mil megawatts de capacidade instalada até 2010 deve ser alcançada com a instalação de novas usinas movidas a gás e adicionando energia hidrelétrica e capacidade de geração de [[energia nuclear]]. A [[Central nuclear de Buxer|primeira usina nuclear do Irã em Bushire]] entrou em operação em 2011. É a segunda [[usina nuclear]] já construída no [[Oriente Médio]] depois da [[Central nuclear de Medzamor|Usina Nuclear Metsamor]], na [[Armênia]].<ref name="nuclear">{{citar web|url=https://www.loc.gov/item/2008011784/|título=Iran|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref name="MüllerMüller2015">{{citar livro|autor1=Daniel Müller|autor2=Professor Harald Müller|título=WMD Arms Control in the Middle East: Prospects, Obstacles and Options|url=https://books.google.com/books?id=PoFTBgAAQBAJ&pg=PA140|ano=2015|publicado=Ashgate Publishing, Ltd.|local=Farnham|isbn=978-1-4724-3593-4|página=140}}</ref>
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[[Imagem:Mirror_Hall.jpg|thumb|''Sala dos Espelhos'' de [[Kamal-ol-molk]], muitas vezes considerado um ponto de partida na [[arte moderna]] iraniana<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=Encyclopædia Iranica|url=http://www.iranicaonline.org/articles/kamal-al-molk-mohammad-gaffari|título=Kamāl-al-Molk, Moḥammad Ḡaffāri|volume=XV|páginas=417–433|acessodata=13-07-2017}}</ref>]]
 
A arte do Irã/Irão abrange muitas disciplinas, incluindo [[arquitetura]], [[alvenaria]], [[metalurgia]], [[tecelagem]], [[cerâmica]], [[pintura]] e [[caligrafia]]. As obras de arte iranianas apresentam uma grande variedade de estilos, em diferentes regiões e períodos.<ref>{{citar livro|primeiro1=F.|último1=Hole|primeiro2=K. V.|último2=Flannery|título=Proceedings of the Prehistoric Society|ano=1968}}</ref> A arte dos [[medos]] permanece obscura, mas foi teoricamente atribuída ao [[Arte cita|estilo cita]].<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=[[Encyclopædia Iranica]]|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-ii-median|título=Art in Iran|títulotrad=ii. Median Art and Architecture|volume=II|páginas=565–569|acessodata=18-07-2017}}</ref> Os [[aquemênidas]] emprestaram muito da arte de suas civilizações vizinhas,<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=FNLsjZuatMsC|título=Achaemenid Culture and Local Traditions in Anatolia, Southern Caucasus and Iran: New Discoveries|primeiro=Askolʹd Igorevich|primeiro2=Vaxtang|último=Ivanchik|último2=Ličʻeli|autorlink=Askold Ivanchik|publicado=BRILL|local=Leiden|página=117|ano=2007|isbn=978-90-04-16328-7}}</ref> mas produziram uma síntese de um estilo único,<ref>{{citar livro|autor1=Lipiński, Edward|autor2=Van Lerberghe, Karel|autor3=Schoors, Antoon|título=Immigration and emigration within the ancient Near East|url=https://books.google.com/books?id=thIxCmwfNoMC|ano=1995|publicado=Peeters Publishers|local=Lovaina|isbn=978-90-6831-727-5|página=119}}</ref> com uma arquitetura eclética remanescente em locais como [[Persépolis]] e [[Pasárgada]]. A iconografia [[Grécia Antiga|grega]] foi importada pelos [[selêucidas]], seguida pela recombinação de elementos [[Período helenístico|helenísticos]] e anteriores do [[Oriente Próximo]] na arte dos [[partas]],<ref>{{citar enciclopédia|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-iv-parthian|enciclopédia=[[Encyclopædia Iranica]]|volume=II|páginas=580–585|título=ART IN IRAN|títulotrad=iv. Parthian Art}}</ref> com vestígios como o [[Templo de Anaíta]]. Na época dos [[sassânidas]], a [[arte iraniana]] passou por um renascimento geral.<ref>{{citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/topic/Sasanian-dynasty|título=Sāsānian dynasty |enciclopédia=Encyclopædia Britannica|data=18-07-2017}}</ref> Embora de desenvolvimento pouco claro, a [[arte sassânida]] foi altamente influente e se espalhou por regiões distantes. O [[Arco de Ctesifonte]] e o [[Naqsh-i Rustam]] estão entre os monumentos sobreviventes do período sassânida.<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=Encyclopædia Iranica|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-v-sasanian|título=ART IN IRAN|títulotrad=v. Sasanian Art|volume=II|páginas=585–594|acessodata=18-07-2017}}</ref>
 
Durante a [[Idade Média]], a arte sassânida desempenhou um papel proeminente na formação da [[arte medieval]] europeia e asiática,<ref name="Iransaga: The art of Sassanians" /> que se estendeu ao [[mundo islâmico]] e muito do que mais tarde ficou conhecido como aprendizado islâmico — incluindo [[Medicina na Era Medieval Islâmica|medicina]], [[Arquitetura islâmica|arquitetura]], [[Filosofia islâmica clássica|filosofia]], [[filologia]] e [[Literatura islâmica|literatura]] — eram de base sassânida.<ref>{{citar web|url=http://www.parstimes.com/history/title.html|título=Iran – A country study|publicado=Parstimes.com|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.levity.com/alchemy/islam16.html|título=History of Islamic Science 5|publicado=Levity.com|acessodata=18-6-2011}}</ref><ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=Encyclopædia Iranica|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-xii-iranian-pre-islamic-elements-in-islamic-art|título=Art in Iran|títulotrad=xii. Iranian Pre-Islamic Elements in Islamic Art|volume=II|páginas=549–646|acessodata=15-07-2017}}</ref>
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A era [[Safávidas|safávida]] é conhecida como a Idade de Ouro da arte iraniana<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Q6i8NQAACAAJ|autor=Canby, Sheila R.|publicado=British Museum Press|local=Londres|ano=2002|título=The Golden Age of Persian Art: 1501–1722|isbn=978-0-7141-2404-9}}</ref> e mostram um desenvolvimento muito mais unitário do que em qualquer outro período, como parte de uma evolução política que reunificou o Irã como uma entidade cultural.<ref name="Safavable">{{citar enciclopédia|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-ix-safavid|título=ART IN IRAN|títulotrad=ix. Safavid To Qajar Periods |enciclopédia=[[Encyclopædia Iranica]]|acessodata=18-07-2017}}</ref> A arte safávida exerceu influências perceptíveis sobre os vizinhos [[otomanos]], os [[mogois]] e os [[Sultanatos do Decão|decanos]], e também foi influente por meio de sua moda e arquitetura de jardins na [[Europa]] dos séculos XI a XVII.<ref name="Safavable"/>
 
A [[arte contemporânea]] do Irã/Irão tem suas origens na época de [[Kamal-ol-molk]],<ref name="IrMo">{{citar enciclopédia|enciclopédia=Encyclopædia Iranica|url=http://www.iranicaonline.org/articles/art-in-iran-xi-post-qajar-|título=Art in Iran|títulotrad=xi. Post-Qajar (Painting)|volume=II|páginas=640–646|acessodata=15-07-2017}}</ref> um proeminente pintor [[Realismo|realista]] da corte da [[dinastia Cajar]] que afetou as normas da pintura e adotou um estilo [[Naturalismo|naturalista]] que competia com as obras fotográficas. Uma nova escola iraniana de belas artes foi fundada por Kamal-ol-Molk em 1928.<ref name="IrMo"/>
 
Os [[Modernismo|modernistas]] de vanguarda do Irã/Irão surgiram com a chegada de novas influências ocidentais durante a Segunda Guerra Mundial.<ref name="IrMo"/> A vibrante cena da arte contemporânea se originou no final dos anos 1940, e a primeira galeria de arte moderna de TeerãTeerão, Apadana, foi inaugurada em setembro de 1949 pelos pintores Mahmud Javadipur, Hosein Kazemi e Hushang Ajudani.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8NIwBwAAQBAJ|título=Translation, History and Arts|títulotrad=New Horizons in Asian Interdisciplinary Humanities Research|ano=2013|publicado=Cambridge Scholars Publishing|local=Cambridge|autor=Meng, Jl|página=92|isbn=978-1-4438-5117-6}}</ref><ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cSKMk4dmPVwC|título=Picturing Iran|títulotrad=Art, Society and Revolution|primeiro=Lynn|último=Gumpert|primeiro2=Shiva|último2=Balaghi|página=48|ano=2002|publicado=I.B. Tauris|local=Londres|isbn=978-1-86064-883-0}}</ref> Os novos movimentos receberam incentivo oficial em meados da década de 1950,<ref name="IrMo"/> o que levou ao surgimento de artistas como Marcos Grigorian, sinalizando um compromisso com a criação de uma forma de arte moderna baseada no Irã/Irão.<ref>{{citar web|url=http://www.findarticles.com/p/articles/mi_m1248/is_2_91/ai_97551434|título=Art in America: Modernity and revolution: a recent show of Iranian art focused on the turbulent time from 1960 to 1980, juxtaposing formally inventive works of art with politically charged photographs and posters – Art & Politics – Between Word and Image: Modern Iranian Visual Culture|data=25-11-2004|wayb=20041125121857|urlmorta=sim}}</ref>
 
A [[Tapete persa|tecelagem de tapetes do Irã/Irão]] tem suas origens na [[Idade do Bronze]] e é uma das manifestações mais distintas da arte iraniana. O Irã/Irão é o maior produtor e exportador mundial de tapetes feitos à mão, produzindo três quartos da produção total mundial e tendo uma participação de 30% dos mercados de exportação mundiais.<ref name="Goswami2009">{{citar livro|autor=K K Goswami|título=Advances in Carpet Manufacture|url=https://books.google.com/books?id=-cekAgAAQBAJ&pg=PA148|ano=2009|publicado=Elsevier|local=Amsterdã|isbn=978-1-84569-585-9|página=148}}</ref><ref>{{citar web|último=Khalaj|primeiro=Mehrnosh|url=http://www.ft.com/cms/s/0/5a5c0444-1669-11df-bf44-00144feab49a.html?ftcamp=rss|título=Iran's oldest craft left behind|publicado=FT.com|data=10-02-2010|acessodata=04-10-2013}}</ref>
 
=== Arquitetura ===
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[[Imagem:Azadi_Tower_(29358497718).jpg|thumb|esquerda|[[Torre Azadi]], do arquiteto [[Hossein Amanat]]<ref>{{citar web|título='برج آزادی پس از۲۰ سال شسته می شود'|url=https://www.bbc.com/persian/iran/2009/07/090718_mg_azadi_sq_tehran.shtml|website=BBC News فارسی|língua=fa|acessodata=2020-05-13}}</ref>]]
 
A história da arquitetura no Irã/Irão remonta ao sétimo milénio/{{AC|milênio|n}}<ref>{{citar livro|autor=Pope, Arthur Upham|título=Introducing Persian Architecture|publicado=[[Oxford University Press]]|local=Londres|data=1971}}</ref> Os iranianos foram os primeiros a usar [[matemática]], [[geometria]] e [[astronomia]] na [[arquitetura]]. A arquitetura iraniana exibe uma grande variedade, tanto estrutural quanto estética, desenvolvendo-se gradual e coerentemente a partir de tradições e experiências anteriores.<ref>{{citar livro|autor=Pope, Arthur Upham|título=Persian Architecture|url=https://archive.org/details/persianarchitect0000unse|publicado=[[George Braziller]]|local=Nova York|data=1965|página=[https://archive.org/details/persianarchitect0000unse/page/266 266]}}</ref>
 
O [[Motivo (artes plásticas)|motivo]] condutor da arquitetura iraniana é seu [[simbolismo]] [[cósmico]], "pelo qual o homem é colocado em comunicação e participação com os poderes do céu". Este tema não só deu unidade e continuidade à arquitetura da Pérsia, mas também foi uma fonte primária de seu caráter emocional.<ref>{{citar livro|autor=Ardalan, Nader|autor2=[[Laleh Bakhtiar|Bakhtiar, Laleh]].|título=The Sense of Unity: The Sufi Tradition in Persian Architecture|ano=2000|isbn=978-1-871031-78-2}}</ref>
 
O Irã/Irão ocupa o sétimo lugar na lista da [[UNESCO]] de países com o maior número de ruínas arqueológicas e atrações da antiguidade.<ref>{{citar web|url=http://www1.american.edu/ted/iran-tour.htm|wayb=20101124090123|título=Virtual Conference|publicado=American.edu|acessodata=18-6-2011|urlmorta=sim}}</ref> Segundo o historiador e arqueólogo persa [[Arthur Pope]], a suprema arte iraniana, no sentido próprio da palavra, sempre foi sua arquitetura. A supremacia da arquitetura se aplica aos períodos pré e pós-islâmicos.<ref>Nader Ardalan e Laleh Bakhtiar. ''Sense of Unity; The Sufi Tradition in Persian Architecture''. 2000. {{ISBN|1-871031-78-8}}</ref>
{{panorama|Naqsh-e Jahan Square panorama.jpg|1100px|[[Praça de Naqsh-e Jahan]] em [[Isfahan]], um [[Patrimônio Mundial]] pela [[UNESCO]]}}
 
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[[Imagem:Tomb-of-Ferdowsi آرامگاه-فردوسی Davoud-Davoudi 1.jpg|thumb|Tumba do poeta [[Ferdusi]], que escreveu ''[[Épica dos Reis]]'', um dos [[Épico (género)|épicos]] nacionais]]
 
A tradição literária mais antiga do Irã/Irão é a do [[Língua avéstica|avéstico]], a antiga [[língua sagrada]] iraniana do [[Avestá]], que consiste nos textos lendários e religiosos do [[zoroastrismo]] e da [[antiga religião iraniana]], com seus primeiros registros datando dos tempos pré-[[aquemênidas|aquemênidas/aqueménidas]].<ref>{{citar periódico|periódico=Indo-Iranian Journal|título=A Glossary of Terms for Weapons and Armor in Old Iranian|primeiro=W.W.|último=Malandra|volume=15|número=4|páginas=264–289|ano=1973|local=Philadelphia|publicado=Brill|jstor=24651454|doi=10.1007/BF00161055}}</ref>
 
Das várias línguas modernas usadas no Irã/Irão, o [[Língua persa|persa]], vários dialetos dos quais são falados em todo o [[planalto iraniano]],<ref>Arthur John Arberry, ''The Legacy of Persia'', Oxford: Clarendon Press, 1953, {{ISBN|0-19-821905-9}}, p. 200.</ref><ref>Von David Levinson; Karen Christensen, ''Encyclopedia of Modern Asia'', Charles Scribner's Sons. 2002 p. 48</ref> tem a literatura mais influente. O persa foi considerado uma língua digna de servir de canal para a poesia e é considerado um dos quatro principais corpos da [[literatura]] mundial.<ref>{{citar livro|autor=David Levinson|autor2=Karen Christensen|título=Encyclopedia of Modern Asia: Iaido to Malay|url=https://archive.org/details/encyclopediamode02levi_463|ano=2002|publicado=Charles Scribner's Sons|isbn=978-0-684-80617-4|página=[https://archive.org/details/encyclopediamode02levi_463/page/n97 48]}}</ref>
 
O Irã/Irão tem vários poetas medievais famosos, mais notavelmente [[Rumi]], [[Ferdusi]], [[Hafez]], [[Saadi de Xiraz]], [[Omar Khayyam]] e [[Nezami Ganjavi]].<ref>{{citar livro|primeiro=François|último=de Blois|título=Persian Literature: A Bio-bibliographical Survey|url=https://books.google.com/books?id=F-lH8aQ9-HsC&pg=363|acessodata=21-6-2013|volume=5|data=04-2004|publicado=Routledge|local=Abingdon-on-Thames|citação=Nizami Ganja'i, whose personal name was Ilyas, is the most celebrated native poet of the Persians after Firdausi.|isbn=978-0-947593-47-6|página=363}}</ref> A literatura iraniana também inspirou escritores como [[Johann Wolfgang von Goethe]], [[Henry David Thoreau]] e [[Ralph Waldo Emerson]].<ref name="Paul Kane"/><ref name="Shafiq Shamel"/><ref name=adzad/>
 
=== Música ===
{{AP|Música do Irão{{!}}Música do Irã}}
O Irã/Irão é aparentemente o local de nascimento dos primeiros [[instrumentos musicais]] complexos, datando do terceiro {{AC|milênio|n}} O uso de [[harpa]]s angulares verticais e horizontais foi documentado nos locais Madaktu e [[Kul-e Farah]], onde está a maior coleção de instrumentos [[elamitas]] já registrados. Múltiplas representações de harpas horizontais também foram esculpidas em palácios assírios, datando de 865 a {{AC|650|x}}<ref>{{citar enciclopédia|url=http://www.iranicaonline.org/articles/music-history-i-pre-islamic-iran|título=Music History|títulotrad=i. Third Millennium B.C.E.|enciclopédia=Encyclopædia Iranica}}</ref>
 
[[Imagem:Karna-Persian-Instrument-Persepolis-Museum.JPG|esquerda|thumb|[[Zurna]], um antigo instrumento musical iraniano do {{-séc|VI}}, Museu de Persépolis]]
 
A ''[[Ciropédia]]'' de [[Xenofonte]] menciona um grande número de mulheres cantoras na corte do [[Império Aquemênida]]. [[Ateneu de Naucratis]], em seu ''[[Banquete dos Eruditos]]'', aponta para a captura de meninas cantantes na corte do último rei aquemênida {{lknb|Dario|III}} {{-nwrap|r.|336|330}}) pelo general mecdónio/[[Macedónia Antiga|macedônio]] [[Parmênion]]. Sob o [[Império Parta]], o ''gōsān'' ([[menestrel]]) tinha um papel proeminente na sociedade.<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=[[Encyclopædia Iranica]]|url=http://www.iranicaonline.org/articles/gosan|título=GŌSĀN|volume=Xi|páginas=167–170|acessodata=15 de julho de 2017}}</ref> De acordo com a ''Vida de Crasso'' de [[Plutarco]] (32.3), eles elogiaram seus heróis nacionais e ridicularizaram seus rivais [[Roma Antiga|romanos]]. Da mesma forma, a ''[[Geographica]]'' de [[Estrabão]] relata que os jovens partas aprenderam [[canções]] sobre "as ações tanto dos deuses quanto dos homens mais nobres".<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=GMtfAAAAMAAJ|título=Geography|volume=7|autor=Strabo|publicado=Harvard University Press|ano=1983|local=Londres|página=179|isbn=978-0-674-99266-5|autorlink=Strabo}}</ref> A história da música sassânida está mais bem documentada do que nos períodos anteriores, e é especialmente mais evidente nos textos de avestão.<ref name=EI-mhphi>{{harv|Lawergren|2009}} iv. First millennium C.E. (1) Sasanian music, 224–651.</ref>
 
A primeira [[orquestra sinfônica]] do Irã/Irão, a [[Orquestra Sinfônica de Teerã]], foi fundada por Qolam-Hoseyn Minbashian em 1933. Foi reformada por Parviz Mahmoud em 1946 e é atualmente a maior e mais antiga orquestra sinfônica iraniana. Mais tarde, no final dos anos 1940, Ruhollah Khaleqi fundou a primeira sociedade musical nacional do país e estabeleceu a Escola de Música Nacional em 1949.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/persian/arts/story/2006/11/061113_pm-mk-khaleghi.shtml|título=BBCPersian.com|obra=bbc.co.uk|acessodata=26-10-2015}}</ref>
 
A [[música pop]] iraniana tem suas origens na [[dinastia Cajar]].<ref>{{citar web|url=http://www.iranchamber.com/music/articles/pop_music_iran.php|título=Iran Chamber Society: Music of Iran: Pop Music in Iran|obra=iranchamber.com|acessodata=26-10-2015}}</ref> Foi desenvolvido significativamente desde a década de 1950, usando instrumentos e formas nativos acompanhados por [[guitarra]] e outras características importadas. O surgimento de gêneros como [[rock]] na década de 1960 e [[hip hop]] na década de 2000 também resultou em grandes movimentos e influências na [[música iraniana]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/irans-illegal-rappers-want-cultural-revolution-774943.html|título=Iran's 'illegal' rappers want cultural revolution|autor=Anuj Chopra in Tehran|data=28-01-2008|obra=The Independent|acessodata=26-10-2015}}</ref>
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[[Imagem:Vase animation.gif|thumb|Reprodução das inscrições em uma taça de barro do terceiro {{AC|milênio|n}} do sudeste do Irã, possivelmente o exemplo mais antigo de animação do mundo<ref name="cabra">{{citar web|data=2017-03-19|títulotrad=Onde está a animação mais antiga do mundo?|título={{lang|fa|کهن‌ترین انیمیشن جهان کجاست؟}}|url=https://www.isna.ir/news/95122817773/کهن-ترین-انیمیشن-جهان-کجاست|acessodata=2020-06-02|website=ایسنا|língua=fa}}</ref>]]
 
Uma taça de barro do [[terceiro {{AC|milênio|n}} descoberta em [[Shahr-e Sūkhté]], um assentamento urbano da [[Idade do Bronze]] no sudeste do Irã/Irão, mostra o que poderia ser o exemplo mais antigo de [[animação]] do mundo. O artefato, associado a [[cultura jiroft]], carrega cinco imagens sequenciais representando uma cabra selvagem pulando para comer as folhas de uma árvore.<ref name="cabra"/><ref>{{citar web|url=http://www.animationmagazine.net/article/8045|título=Oldest Animation Discovered in Iran|obra=Animation Magazine|acessodata=26-10-2015|wayb=20080314155043|urlmorta=sim}}</ref>
 
No início do {{séc|XX}}, a [[indústria do cinema]] chegou ao Irã/Irão. Até o início dos anos 1930, havia cerca de 15 salas de cinema em TeerãTeerão e 11 em outras províncias.<ref name="horschamp1">{{citar web|url=http://www.horschamp.qc.ca/new_offscreen/preiran.html|título=Iranian Cinema: Before the Revolution|obra=horschamp.qc.ca}}</ref> Os anos 1960 foi uma década significativa para o cinema iraniano, com 25 filmes comerciais produzidos anualmente em média ao longo do início da década, aumentando para 65 no final da década. A maior parte da produção se concentrou em [[melodrama]]s e ''[[Thriller (gênero)|thrillers]]''.<ref name="Esfandiary2012">{{citar livro|autor=Shahab Esfandiary|título=Iranian Cinema and Globalization: National, Transnational, and Islamic Dimensions|url=https://books.google.com/books?id=I2HpN2LohZwC&pg=PA69|ano=2012|publicado=Intellect Books|local=Bristol|isbn=978-1-84150-470-4|página=69}}</ref>
 
Após a [[Revolução Iraniana|Revolução de 1979]] e após a [[Revolução Cultural Iraniana|Revolução Cultural]], uma nova era emergiu no cinema iraniano, principalmente com nomes como [[Abbas Kiarostami]] e [[Jafar Panahi]]. Kiarostami, um aclamado diretor iraniano, plantou o país firmemente no mapa do cinema mundial quando ganhou a [[Palma de Ouro]] por ''[[T'am e Guilass|O Gosto de Cereja]]'' em 1997.<ref name="Dabashi2007">{{citar livro|autor=Hamid Dabashi|título=Masters & Masterpieces of Iranian Cinema|ano=2007|publicado=Mage Publishers|local=Chevy Chase|isbn=978-0-934211-85-7|página=intro}}</ref> A presença contínua de filmes iranianos em festivais internacionais de prestígio, como o [[Festival de Cinema de Cannes]], o [[Festival de Cinema de Veneza]] e o [[Festival Internacional de Cinema de Berlim]], atraiu a atenção mundial para as obras-primas iranianas.<ref name="DecherneyAtwood2014">{{citar livro|autor=Peter Decherney|autor2=Blake Atwood|título=Iranian Cinema in a Global Context: Policy, Politics, and Form|url=https://books.google.com/books?id=p0ODBAAAQBAJ&pg=PA193|ano=2014|publicado=Routledge|isbn=978-1-317-67520-4|página=193}}</ref> Em 2006, seis filmes iranianos, de seis estilos diferentes, representaram o cinema iraniano no Festival de Berlim. Os críticos consideraram este um evento notável na história do cinema iraniano.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/persian/arts/story/2006/02/060209_pm-berlin-film-festival.shtml|título=Iran's strong presence in 2006 Berlin International Film Festival|obra=bbc.co.uk}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/4726682.stm|título=Iran films return to Berlin festival|obra=BBC News|acessodata=26-10-2015}}</ref>
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[[Imagem:Kebab_Bakhtyari.jpg|thumb|[[Kebab]] com arroz, um dos pratos tradicionais do país]]
 
A cultura culinária do Irã/Irão tem interagido historicamente com as cozinhas das regiões vizinhas, incluindo cozinha caucasiana, [[Culinária da Turquia|culinária turca]], cozinha levantina, [[Culinária da Grécia|cozinha grega]], cozinha da Ásia Central e [[Culinária da Rússia|cozinha russa]].<ref>{{citar web|url=http://www.cultureofiran.com/persian_cuisine.html|título=Persian Cuisine, a Brief History|publicado=Culture of IRAN|acessodata=2016-01-08}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.iranicaonline.org/articles/spazi-cookery|título=ĀŠPAZĪ – Encyclopaedia Iranica|último=electricpulp.com|website=www.iranicaonline.org}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ifood.tv/network/iranian|título=Iranian Food|acessodata=13-04-2014|wayb=20140414083157|urlmorta=sim}}</ref> Por meio dos vários sultanatos muçulmanos persianizados e da [[dinastia mogol]] da Ásia Central, aspectos da culinária iraniana também foram adotados na [[culinária indiana]] e [[Paquistão|paquistanesa]].<ref name="Holland2014">{{citar livro|autor=Mina Holland|título=The Edible Atlas: Around the World in Thirty-Nine Cuisines|url=https://books.google.com/books?id=wXH5AQAAQBAJ&pg=PT207|data=6-3-2014|publicado=Canongate Books|local=Edimburgo|isbn=978-0-85786-856-5|páginas=207–}}</ref>
 
A culinária iraniana inclui uma grande variedade de pratos principais, como vários tipos de [[kebab]] e [[pilaf]]. Na cultura iraniana, o [[chá]] (''čāy'') é amplamente consumido.<ref>{{citar livro|título=Iran – Culture Smart!: The Essential Guide to Customs & Culture|autor=Williams, Stuart.|capítulo=DRINKING|data=10-2008|isbn=978-1-85733-598-9|capítulourl=https://books.google.com/books?id=YXYFAQAAQBAJ|citação=Iranians are obsessive tea drinkers}}</ref> O Irã/Irão é o sétimo maior produtor de chá do mundo<ref name=FAOSTAT>Food and Agriculture Organization of the United Nations—Production [http://faostat.fao.org/DesktopDefault.aspx?PageID=567&lang=en FAOSTAT]. Acessado em 30 de abril de 2010.</ref> e uma xícara de chá é normalmente a primeira coisa oferecida a um convidado.<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/iran00burk_0|autor1=Burke, Andrew|autor2=Elliott, Mark|autor3=Mohammadi, Kamin|autor4=Yale, Pat|numero-autores=1|título=Iran|publicado=Lonely Planet|local=Fort Mill|ano=2004|isbn=978-1-74059-425-7|páginas=[https://archive.org/details/iran00burk_0/page/75 75]–76}}</ref>
 
Uma das [[sobremesa]]s mais populares do Irã/Irão é a [[falude]],<ref>{{citar livro|capítulourl=https://books.google.com/books?id=PswWAgAAQBAJ|título=The Foodspotting Field Guide|publicado=Chronicle Books|local=São Francisco|autor=Foodspotting|data=18-3-2014|capítulo=24 / Dessert: Faloodeh|isbn=978-1-4521-3008-8}}</ref> consistindo de [[aletria]] em um [[xarope]] de [[água de rosas]], que tem suas raízes no {{-séc|IV}}.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=_EojCgAAQBAJ|título=Refrigeration: A History|autor=Gantz, Carroll|publicado=McFarland|local=Jefferson|data=24-01-2015|página=14|isbn=978-1-4766-1969-9}}</ref> Há também o popular [[sorvete]] de [[açafrão]], conhecido como ''bastani sonnati'' ("sorvete tradicional"),<ref>{{citar web|url=https://billypenn.com/2017/02/07/franklin-fountain-has-an-impeach-sundae-with-nuts-from-the-cabinet|autor=Henninger, Danya|website=BillyPenn.com|título=Franklin Fountain has an ImPeach sundae with 'nuts from the cabinet'|data=07-02-2017}}</ref> que às vezes é acompanhado de suco de [[cenoura]].<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=v-GACwAAQBAJ|título=Taste of Persia: A Cook's Travels Through Armenia, Azerbaijan, Georgia, Iran, and Kurdistan|autor=Duguid, Naomi|página=353|isbn=978-1-57965-727-7|data=06-09-2016}}</ref> O Irã/Irão também é famoso por seu [[caviar]].<ref>{{citar web|url=http://www.iran-daily.com/1383/2228/html/focus.htm|wayb=20050716074736|urlmorta=sim|título=Sturgeon Stocks Slump|publicado=Iran-daily.com|acessodata=21-6-2013}}</ref>
 
=== Esportes ===
[[Imagem:Persepolis fans at Azadi Stadium 1396.jpg|thumb|esquerda|[[Estádio Azadi]], o maior estádio de futebol da [[Ásia Ocidental]]]]
O Irã/Irão é provavelmente o local de nascimento do [[Polo (esporte)|polo]],<ref>{{citar web|url=http://www.polomuseum.com/history_of_polo.htm|título=The History of Polo|publicado=Polomuseum.com|acessodata=27-3-2015}}</ref> conhecido localmente como ''čowgān'', com seus primeiros registros atribuídos aos antigos [[medos]].<ref>{{citar livro|autor=Singh, Jaisal|ano=2007|título=Polo in India|local=Londres|publicado=New Holland|página=[https://books.google.com/books?id=2ZF5EIfX9VwC&pg=PA10 10]|isbn=978-1-84537-913-1}}</ref>
 
Por ser um país montanhoso, o Irã/Irão é um local para [[esqui]], [[snowboard]], [[escalada]]<ref>{{citar web|url=http://www.rockclimbing.com/|título=Rock Climbing Routes, Gear, Photos, Videos & Articles|publicado=Rockclimbing.com|data=27-10-2009|acessodata=18-6-2011|wayb=20110615152628|urlmorta=sim}}</ref> e [[alpinismo]].<ref>{{citar web|url=http://www.mountainzone.ir/|título=Iran Mountain Zone (IMZ)|publicado=Mountainzone.ir|data=11-6-1966|acessodata=18-6-2011|wayb=20021209175412|urlmorta=sim}}</ref> É o lar de vários [[resort]]s de esqui, sendo o mais famoso Tochal, Dizin e Shemshak, todos dentro de uma a três horas de viagem da capital TeerãTeerão.<ref name="Snowseasoncentral.com_November_29_2015c">{{citar web|url=http://www.snowseasoncentral.com/work-a-winter-snow-season-iran|título=Iran – Guide to Skiing and Snowboarding|publicado=Snowseasoncentral.com|ano=2015|acessodata=29-11-2015}}</ref>
 
O [[futebol]] é considerado o esporte/desporto mais popular no Irã/Irão, com a seleção masculina vencendo a [[Copa da Ásia]] em três ocasiões. A [[Seleção Iraniana de Futebol|seleção masculina]] manteve sua posição como a melhor equipe da Ásia, ocupando a 33.ª no mundo de acordo com o [[Ranking Mundial da FIFA]] (em maio de 2020).<ref>{{citar web|url=https://www.fifa.com/fifa-world-ranking/associations/association/IRN/men/|título=Iran: FIFA/Coca-Cola World Ranking|publicado=FIFA.com|acessodata=04-05-2020}}</ref>
 
O [[voleibol]] é o segundo esporte mais popular no país, tendo vencido os [[Campeonato Asiático de Voleibol Masculino|Campeonatos Asiáticos de Voleibol Masculino]] de 2011 e 2013, a [[Seleção Iraniana de Voleibol Masculino|seleção masculina]] é atualmente a equipe mais forte da Ásia e está em oitavo lugar no [[Ranking da Federação Internacional de Voleibol]] (em julho de 2017).<ref>{{citar web|url=http://www.aipsmedia.com/index.php?page=news&cod=16859&tp=n|título=AIPS Web Site – USA Volleyball president tips Iran to qualify for Rio|data=02-12-2011|obra=aipsmedia.com|acessodata=26-10-2015|wayb=20151015234936|urlmorta=sim}}</ref> O [[basquete]] também é popular, com a [[Seleção Iraniana de Basquetebol|seleção masculina]] vencendo três [[FIBA Campeonato Asiático|Campeonatos Asiáticos da FIBA]] desde 2007.<ref>{{citar jornal|url=http://sports.espn.go.com/espnmag/story?id=3671265|acessodata=21-04-2012|obra=ESPN|primeiro=Sam|último=Alipour|título=Mission Improbable|data=21-04-2012}}</ref>