Papa: diferenças entre revisões

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|website = [http://www.vatican.va/ vatican.va]
}}
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{{Wikipedia audível|PT-Papa.ogg|25/05/2011}}
'''Papa''' (do [[latim]] "''Papa''",<ref>{{citar web |ultimo= |primeiro= |URL=https://dicionario.priberam.org/papa |título=Priberam |data= |acessodata=10 de fevereiro de 2019 |publicado= |autor=Dicionário Priberam da Língua}}</ref><ref>{{citar web |ultimo= |primeiro= |URL=http://www.aulete.com.br/papa |título=aulete.com.br/papa |data= |acessodata=10 de fevereiro de 2019 |publicado= |autor=Dicionário Aulete Digital}}</ref> do [[Língua grega|grego]] ''πάππας'',<ref>{{Citar web| url=http://artfl.uchicago.edu/cgi-bin/philologic/getobject.pl?c.51:9:99.lsj| último = | primeiro = | título = Pope |acessodata=21 de fevereiro de 2010| obra =Perseus Digital Library}}</ref> ''Pappas''<ref>{{Citar web| url =http://education.yahoo.com/reference/dictionary/entry/pope| último =| primeiro =| título =American Heritage Dictionary of the English Language| acessodata =2010-03-01| obra =Yahoo Education| arquivourl =https://web.archive.org/web/20110606061848/http://education.yahoo.com/reference/dictionary/entry/pope| arquivodata =2011-06-06| urlmorta =yes}}</ref> uma palavra carinhosa para ''pai''), também chamado de '''Santo Padre''', é o [[Bispo]] de [[Roma]], e como tal, é o líder mundial da [[Igreja Católica Apostólica Romana]]. O atual sumo pontífice é o [[Papa Francisco]],<ref>O [[Anuário Pontifício]] não atribui números à sua lista de papas por causa da dificuldade canônica quanto à legitimidade de alguns membros da lista. (Annuario Pontificio 2008 (Libreria Editrice Vaticana 2008 ISBN 978-88-209-8201-4), p. 12*)</ref> eleito no [[Conclave de 2013|conclave]] que terminou em 13 de março de 2013.<ref name="Terra_Renúncia"/>
 
O Papa é eleito pelo [[Colégio dos Cardeais]]<ref>{{Citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Compêndio do Catecismo da Igreja Católica|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 179 e 182'''}}</ref> por meio do [[Conclave]] e seu posto é [[Vitaliciedade|vitalício]].<ref name="Conclave">John L. Allen, Jr. ''Conclave: A política, as personalidades e o processo da próxima eleição papal.'' 2002. Pág.: 18, 19, 88, 110-135, 137-142. ISBN 85-01-06640-0.</ref> Seu cargo eclesiástico é chamado de ''Papado'' e sua sede de "[[Santa Sé]]". Também é o [[Chefe de Estado]] da [[Cidade do Vaticano]],<ref>{{Citar web|url=http://www.vaticanstate.va/EN/State_and_Government/|título=Vatican City State - State and Government|publicado=Site da Santa Sé|data=|acessodata=2010-08-11|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100722082631/http://www.vaticanstate.va/EN/State_and_Government/|arquivodata=2010-07-22|urlmorta=yes}}</ref> uma [[cidade-estado]] soberana [[enclave|enclavada]] por Roma. O primeiro papa foi [[Pedro (apóstolo)|São Pedro]], apóstolo de Jesus,<ref name= "New Advent">{{Citar web| url=http://www.newadvent.org/cathen/12260a.htm| último = | primeiro = | título = Pope|acessodata=21 de fevereiro de 2010 | obra = Catholic Encyclopedia; New Advent}}</ref><ref>{{Citar web| url=http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/c/chave.html| último = | primeiro = | título = Catecismo da Igreja Católica (C.29 CHAVES DO REINO)|acessodata=2011-01-09| obra = Site da Santa Sé}}</ref> e de acordo com a tradição católica os Papas, como seus [[Sucessão apostólica|sucessores]], possuem autoridade para governá-la, e [[infalibilidade papal|infalibilidade]] para ensinar e definir pontos da fé cristã quando se pronuncia ''ex cathedra''.<ref>{{Citar web|titulo=Catecismo da Igreja Católica. Parágrafos 683-1065|url=http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap3_683-1065_po.html|obra=www.vatican.va|acessodata=2019-03-03}}</ref><ref name="Lumen gentium">{{Citar web| url= http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_en.html |último = | primeiro = | título = Second Vatican Council, Dogmatic Constitution Lumen gentium, 22, 27|acessodata=27 de janeiro de 2010 | obra = Site da Santa Sé}}</ref><ref>{{Citar web| url= http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/alpha/data/aud19921007en.html | último = | primeiro = | título = Bishops Express the Unity of the Church|acessodata=27 de janeiro de 2010 | obra = Site da Santa Sé}}</ref><ref>Avery Dulles, ''The Catholicity of the Church'', Oxford University Press, 1987, ISBN 978-0-19-826695-2, page 140</ref>
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==== Direitos executivos ====
[[Ficheiro:Pope Pius XI tiara.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|A Tiara Papal, umtambém doschamada símbolosde mais''"trirregno"'', significativosfoi o símbolo do poder temporal dos papas.]]
O papa possui a plenitude do poder para o governo da Igreja, assim ele tem o direito sobre todas as nomeações para seus cargos, somente ele pode nomear bispos e [[prelado]]s, ou caso a nomeação tenha sido concedida a outros, ele deve confirmá-la (como ocorre nas [[Igrejas orientais católicas]] em que os prelados são eleitos por um [[sínodo]]). Além disso, só ele pode mover bispos de uma sé para outra, aceitar a sua demissão ou aposentadoria, e pode, onde existe causa grave, depô-los. Somente o Papa pode criar [[dioceses]] e dividir as existentes, bem como aprovar novas [[ordens religiosas|ordens e institutos religiosos]], estipular suas regras e normas de vida, e se julgar conveniente, isentá-los da autoridade de [[Bispo diocesano|Ordinário]]s locais. Somente ele pode convocar um [[concílio ecumênico]], e para que as suas decisões entrem em vigor, elas precisam de sua autorização.<ref name= "New Advent"/> Os prelados devem informar ao pontífice, em algumas ocasiões, sobre o estado de suas dioceses, esse direito é exercido através de [[Legado papal|legados]] ou por convocação dos bispos para irem a Roma. Atualmente esta prerrogativa é desempenhada através da ''[[visita ad limina]]'', pela qual todos os bispos visitam o papa uma vez a cada cinco anos,<ref>{{Citar web| url= http://www.cliturgica.org/artigo.php?id=778| último = | primeiro = | título = A VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»|acessodata=2011-01-09 | obra = Cliturgica.org}}</ref> bem como pelo "Sínodo dos Bispos", instituído pelo Concílio Vaticano II, que reúne o episcopado católico em Roma, a cada três anos.<ref>{{Citar web| url= http://www.vatican.va/news_services/press/documentazione/documents/sinodo/sinodo_documentazione-generale_po.html| último = | primeiro = | título = SÍNODO DOS BISPOS - INFORMAÇÕES GERAIS SINODAIS |acessodata=2010-10-03 | obra = Site da Santa Sé}}</ref> O papa é ajudado no governo da Igreja pelas [[Congregação para os Bispos|Congregações para os Bispos]], [[Congregação para o Clero|para o Clero]], [[Congregação para as Igrejas Orientais|para as Igrejas Orientais]] e [[Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica|para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica]].
 
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{{Artigo principal|Conclave}}
[[Ficheiro:Sistina-interno.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Capela Sistina]], local onde acontecem as votações do conclave.]]
 
Os atuais regulamentos sobre a eleição pontifícia foram promulgados pelo [[Papa João Paulo II]] em seu documento de 1996 ''[[Universi Dominici Gregis]]''. O período entre a morte de um papa e a eleição de seu sucessor é denominado de ''[[sede vacante]]'' ("sede vaga"). Durante a "sede vacante", o Colégio dos Cardeais, composto pelos conselheiros principais do papa e seus assistentes, é coletivamente responsável pelo governo da Igreja e do Vaticano, sob a direção do [[Camerlengo]]. No entanto, é proibido especificamente que os cardeais introduzam qualquer inovação no governo da Igreja durante este período. Qualquer decisão que exija o parecer do papa tem que esperar até sua eleição.<ref name="Un.Dm." />
[[Ficheiro:Papa Francisco recién elegido.jpg|miniaturadaimagem|Primeira aparição do Papa Francisco após o conclave que o elegeu em 2013. Minutos antes, o cardeal protodiácono proferiu a tradicional fórmula ''"habemus papam''", anunciando ao mundo o nome do sucessor de São Pedro.]]
 
A reunião de cardeais para eleger o papa é denominada de "[[conclave]]" (assim chamada porque os eleitores estão trancados ''cum clave'' [com chaves] até se eleger um novo papa), ocorrendo na [[Capela Sistina]]. Três cardeais são escolhidos por sorteio para coletar os votos dos cardeais eleitores ausentes (por motivo de doença), outros três para contar os votos e outros três para fiscalizar sua contagem. As cédulas são distribuídas e cada cardeal eleitor escreve o nome de sua escolha sobre ele e promete em voz alta que é "''aquele que em Deus eu acho que deveria ser eleito''" antes de dobrar e depositar seu voto em um prato em cima de um cálice grande colocado sobre o altar (no conclave de 2005 uma [[urna]] especial foi utilizada para este fim, em vez do cálice e do prato). O prato é então utilizado para que o voto caia no cálice, o que torna difícil para qualquer eleitor inserir cédulas múltiplas. Antes de ser lido, o número de votos é contado, enquanto ainda dobrado, se o número total de cédulas não corresponder ao número de eleitores, as cédulas são queimadas e uma nova votação é realizada. Caso contrário, cada voto é lido em voz alta pelo [[Camerlengo|Cardeal Camerlengo]], que perfura a cédula com uma agulha e linha, amarrando todas as cédulas em conjunto, garantindo precisão e honestidade. Assim são realizadas votações contínuas até que um Papa seja eleito por uma maioria de dois terços.<ref name= "Conclave"/>{{#tag:ref|Com a promulgação da [[constituição apostólica]] ''Universi Dominici Gregis'' em 1996, uma maioria simples, após um impasse de doze dias foi autorizado, mas esta regra foi revogada pelo [[Papa Bento XVI]] por Motu Proprio em 2007.<ref>{{Citar web| url= http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070611_de-electione_fr.html| último = | primeiro = | título = LETTRE APOSTOLIQUE EN FORME DE MOTU PROPRIO - QUELQUES CHANGEMENTS DANS LES NORMES POUR L’ÉLECTION DU PONTIFE ROMAIN|acessodata=1 de janeiro de 2012 | obra = Site da Santa Sé}}</ref>|group=nota}}
 
[[Ficheiro:Papa Francisco recién elegido.jpg|miniaturadaimagem|Primeira aparição do Papa Francisco após o conclave que o elegeu em 2013. Minutos antes, o cardeal protodiácono proferiu a tradicional fórmula ''"habemus papam''", anunciando ao mundo o nome do sucessor de São Pedro.]]
 
Uma vez que os votos são contados e unidos, são queimados em um forno especial na Capela Sistina, com a fumaça escapando através de uma chaminé visível da [[Praça de São Pedro]]. As cédulas de uma votação indecisa são queimadas junto com um composto químico para produzir fumaça negra; quando a votação é bem-sucedida, as cédulas são queimadas sozinhas, emitindo fumaça branca, anunciando assim a eleição de um novo papa. O Decano do Colégio dos Cardeais, em seguida, se dirige ao cardeal eleito perguntando: "''Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice?''" Se ele responde "''Accepto''" (Aceito), ele se torna canonicamente papa naquele instante, caso ele rejeite, uma nova votação é feita.<ref name= "Conclave"/> Em seguida o Decano perguntará como ele quer ser chamado, e o novo pontífice então escolhe um [[nome papal]] para si.<ref name= "Conclave"/>
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=== Morte ===
{{Artigo principal|Exéquias papais}}
[[Imagem:Rome-Basilique San Pietro in Vincoli-Moise MichelAnge.jpg|thumb|direita|230px|O "túmulo do [[Papa Júlio II]]" de [[Michelangelo]], em [[San Pietro in Vincoli]], uma das tumbas papais mais famosas da história, com a notória estátua de [[Moisés (Michelangelo)|Moisés]] na base.]]
[[Ficheiro:Giovanni Paolo II 0013.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|Funeral do Papa João Paulo II na [[Basílica de São Pedro]] em 2005.]]
Nos últimos séculos é tradição que quando o Papa morre, o Cardeal Camerlengo confirma a morte cerimonialmente batendo três vezes um sino, chamando seu nome de nascimento cada vez.<ref name="Sullivan">Sullivan, George E. Pope John Paul II: The People's Pope. Boston: Walker & Company, 1984.</ref> Este costume não foi seguido na morte do [[Papa João Paulo I]]<ref name="Sullivan"/> e provavelmente não foi realizado na morte do Papa João Paulo II. Atualmente é exigido apenas que o Camerlengo declare a morte do Papa na presença do Mestre de Celebrações Litúrgicas Pontifícias, e do [[Câmara Apostólica|Secretário e Chanceler da Câmara Apostólica]]. O Cardeal Camerlengo, em seguida, recupera o Anel do Pescador usado pelo Papa, que é posteriormente destruído na presença do Colégio dos Cardeais. A tradição teve origem para evitar a falsificação de documentos, mas hoje é meramente um símbolo do fim do pontificado do papa.<ref>{{Citar web| url= http://www.cwnews.com/news/viewstory.cfm?recnum=36299 | último = | primeiro = | título = Toward the conclave #1: the office of camerlengo|acessodata=19 de outubro de 2010 | obra = CatholicCulture.org}}</ref>
 
[[Imagem:Rome-Basilique San Pietro in Vincoli-Moise MichelAnge.jpg|thumb|direita|230px|O "túmulo do [[Papa Júlio II]]" de [[Michelangelo]], em [[San Pietro in Vincoli]], uma das tumbas papais mais famosas da história, com a notória estátua de [[Moisés (Michelangelo)|Moisés]] na base.]]
 
Os cardeais deverão tomar providências em relação ao sepultamento do Papa, que tradicionalmente ocorrerá dentro de 4-6 dias após sua morte, dando tempo aos peregrinos para ver o pontífice morto, e é seguido por período de nove dias de luto (conhecido como ''novemdiales'', expressão latina para "nove dias"). O corpo do papa passará por um processo para sua preservação e conservação, um tipo de "[[mumificação]]", após as cerimônias ele será depositado em um [[sarcófago]], mantendo o corpo inteiramente conservado em um ambiente livre de fungos decompositores.<ref>{{Citar web| url= http://www.jornaldaeducacao.inf.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1833&Itemid=96#myGallery1-picture(14) | último = | primeiro = | título = Mumificação fora do Egito|acessodata=12 de janeiro de 2014 | obra = Jornal da Educação}}</ref><ref name="Sistina">Blech, Benjamim; Doliner, Roy. ''Os Segredos da Capela Sistina: As mensagens secretas de Michelangelo no coração do Vaticano''. págs.:159-160. 2011. Editora Ponto da Leitura. ISBN 978-85-390-0272-6.</ref>
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{{Artigo principal|Títulos do Bispo de Roma}}
 
Os títulos do Bispo de Roma constituem um direito de honra e não são considerados pela Igreja Católica como divinamente instituídos, uma verdade revelada aos apóstolos e transmitida no curso da história.{{nota de rodapé|"O valor dogmático exato do Cânon em que se afirma que "o Bispo de Roma é o sucessor de Pedro" pode ser contestado. Mas a verdade deve ser infalivelmente definida. A Igreja tem autoridade para definir não apenas as verdades que fazem parte do depósito original da revelação, mas também as que estão necessariamente ligadas a esse depósito. Os primeiros são considerados ''fide divina'', os últimos ''fide infallibili''. Segundo a tradição católica, Cristo estabeleceu o ofício perpétuo de Lider Supremo da Igreja, mas as Escrituras não dizem que Ele estabeleceu a lei segundo a qual a sucessão deveria continuar. Admitindo que Cristo tenha deixado isso para Pedro determinar, o apóstolo não precisaria ter anexado a primazia à sua própria Sé, mas poderia tê-la anexado a outra. Alguns estudiosos pensaram que a lei que estabelece a sucessão no episcopado romano tornou-se conhecida da Igreja Apostólica como um fato histórico. Neste caso, o dogma de que o pontífice romano é sempre o pastor principal da Igreja seria a conclusão de duas premissas - a verdade revelada de que a Igreja deve sempre ter um chefe supremo e o fato histórico de que Pedro anexou esse ofício à Sé Romana. Esta conclusão, embora necessariamente ligada à revelação, não faz parte desta e é aceita como ''fide infallibili''. Segundo outros teólogos, a proposição em questão faz parte do próprio depósito da fé. Neste caso, os apóstolos conheceram a lei que determina a sucessão do Bispo de Roma, não apenas por testemunho humano, mas também por revelação divina, e a ensinaram aos seus discípulos como uma verdade revelada. Esta visão é a comumente adotada pela Igreja Católica. A definição do Vaticano de que o sucessor de Pedro sempre é encontrado no Bispo de Roma é quase universalmente considerada pelo catolicismo uma verdade revelada pelo Espírito Santo aos apóstolos, e por eles transmitida à Igreja através dos séculos.<ref name= "New Advent"/>}} A lista oficial de títulos, ditadas pelo [[Anuário Pontifício]] em 2009 é: “''Bispo de Roma, [[Vigário de Cristo|Vigário de Jesus Cristo]], Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Sumo Pontífice da Igreja Universal, [[Primaz]] da Itália, Arcebispo Metropolitano da Província Romana, Soberano do [[Estado da Cidade do Vaticano]], [[Servo dos Servos de Deus]]''”.<ref>Annuario Pontificio, published annually by Libreria Editrice Vaticana, p. 23*. Edition of the 2009. ISBN 978-88-209-8191-4.</ref>
 
No entanto, a lista oficial dos títulos não inclui todos os que são usados; bem como, durante a história, os papas portaram diversos outros títulos, às vezes por séculos, e em algum momento foram abandonados.
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A origem do título é obscura. Originalmente, o título de "Pontifex" era uma palavra latina equivalente a "Sumo Sacerdote",{{#tag:ref|Como em latim o termo "Pontifex" refere-se a qualquer sumo sacerdote, essa palavra foi utilizada desde o {{AC|século VII|x}} para designar os sacerdotes de mais alto nível da [[religião romana]] antiga, reunidos no [[Colégio de Pontífices]] (''Collegium Pontificum'').<ref>[http://abacus.bates.edu/~mimber/Rciv/public.relig.htm Roman Public Religion] {{Wayback|url=http://abacus.bates.edu/~mimber/Rciv/public.relig.htm |date=20110318050320 }} Roman Civilization, bates.edu retrieved August 17, 2006</ref>|group=nota}} como pode ser observado em sua tradução em outras línguas, como o grego.<ref>[[Políbio]]; "Historiae XXXII FRAGMENTA LIBRI XXXII" 6.5 ([http://www.poesialatina.it/Greek/Index2.htm δὲ τοῖς ἀνακεκλημένοις· ὅ τε γὰρ Μάρκος, ''ἀρχιερεὺς'' (...)] {{Wayback|url=http://www.poesialatina.it/Greek/Index2.htm |date=20111227001942 }}). (Nesta obra "Pontifex" é traduzido como "ἀρχιερεύς" - literalmente, "sumo sacerdote").</ref><ref>''Corpus Inscriptionum Graecarum'' 2.2696 and 3.346; [[Plutarco]] ''Numa'' 9.4 (Nesta obra "Pontifex" é traduzido como "ἀρχιερεὺς μέγιστος" - literalmente, "o maior sumo sacerdote").</ref> O termo em grego foi usado no texto da [[Septuaginta]] e pelos [[Apóstolos]].<ref>{{Citar web| url=http://www.newadvent.org/bible/mar015.htm| último = | primeiro = | título = Mark 15, 11 (οἱ δὲ ''ἀρχιερεῖς'' ἀνέσεισαν τὸν ὄχλον ἵνα μᾶλλον τὸν Βαραββᾶν ἀπολύσῃ αὐτοῖς.) |acessodata=1 de janeiro de 2012 | obra = New Advent}}</ref> Posteriormente, quando [[Jerônimo de Estridão]] traduziu a Bíblia para o latim, a ''[[Vulgata]]'', o termo pontífice foi definitivamente usado para referir-se ao sumo sacerdote judeu.<ref name= "O.Pontifex">"''Pontifex''". "Oxford English Dictionary", March 2007</ref> Uma vez que, segundo a doutrina católica, os bispos substituíram o encargo dos antigos sacerdotes bíblicos,<ref name= "New Advent"/> desde o {{séc|V}} o título foi usado para descrever de forma elogiosa [[bispo]]s notáveis,<ref name= "O.Pontifex"/> e após o {{séc|XI}} parece que o termo passou a ser utilizado apenas para os papas.<ref name= "New Advent"/>
 
No que se refere individualmente ao termo [[pontífice máximo]] ({{langx|la|''pontifex maximus''}}), era um título do [[imperador romano]] desde o reinado de [[Augusto]] {{nwrap|r.|27 a.C.|14 d.C.}}, e abdicado por [[Graciano]] {{nwrap|r.|367|383}}.<ref>[http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/SMIGRA*/Pontifex.html Pontifex Maximus] LacusCurtius retrieved August 15, 2006</ref><ref>[http://www.livius.org/pn-po/pontifex/maximus.html Pontifex Maximus] Livius.org article by Jona Lendering retrieved August 15, 2006</ref> OsUma papasvez que os papas passaram a utilizar o título de pontífice máximo muito tempo depois, no {{séc|XV}},<ref>Oxford Dictionary of the Christian Church (Oxford University Press 2005 ISBN 978-0-19-280290-3), article ''Pontifex Maximus''</ref> durantenão o [[Renascimento]], período em que foi valorizado as tradições e costumes greco-romanos antigos. Assim,parece Pontíficehaver Máximoqualquer erelação Sumocausal Pontíficehistórica sãoimediata títulosentre equivalenteseles.
 
=== Servo dos Servos de Deus ===
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{{Artigo principal|Férula papal|Umbráculo|Fano (veste papal){{!}}Fano|Múleo|Camauro|Rosa de Ouro (condecoração){{!}}Rosa de Ouro}}
 
[[Imagem:Benedictus manto papale.jpg|thumb|220x220px|direitaesquerda|O Papa Bento XVI usando o tradicional ''mantum'' papal vermelho, na cerimônia de abertura do Ano Paulino, em 2008.]]
 
Outros paramentos litúrgicos exclusivos do papa incluem a [[Férula papal|Férula]], um [[báculo]] com um [[crucifixo]]; o [[umbráculo]] (mais conhecido como ''Ombrellino'') um guarda-chuva vermelho alternando listras de ouro,<ref>Galbreath, Donald Lindsay (1972). Papal Heraldry . Galbreath, Donald Lindsay (1972). Papal Heraldry. ISBN 0-900455-22-5.</ref> que costumava ser colocado acima do papa em [[procissões]]; o [[Fano (veste papal)|Fano]], uma pequena capa de ombros, de seda branca com listras douradas e vermelhas,<ref>{{Citar web| url= http://traditionalcatholicism83.blogspot.com/2008/02/papal-fanon.html | último = | primeiro = | título = Description of the fanon in Latin, Italian and English |acessodata=24 de fevereiro de 2010 | obra = Traditional † Catholicism }}</ref> usado raramente na atualidade, embora não tenha sido abolido, já que o Papa João Paulo II e Bento XVI o usaram em algumas ocasiões.
[[Ficheiro:BentoXVI-86-13052007.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O Papa Bento XVI utiliza a férula papal de Paulo VI durante missa em Aparecida/SP.]]
 
Após o Concílio Vaticano II, o papa também deixou de usar alguns trajes e paramentos tradicionais. Bento XVI posteriormente reintroduziu algumas dessas vestes papais,<ref>{{Citar web|url=http://articles.latimes.com/2013/feb/17/opinion/la-oe-allen-pope-fashion-20130217|título=Pope Benedict XVI, the pontiff of aesthetics |publicado=Los Angeles Times|data= |acessodata=30-11-2013}}</ref> mas o seu sucessor, o Papa Francisco, deixou-as de lado novamente, além de ter também deixado de usar as [[Mozeta|mozetas papais]].<ref name= "Domus Sanctae Marthae1"/><ref name= "Domus Sanctae Marthae2"/> Atualmente, as vestes tradicionais em desuso do papa são: o [[Múleo]], os sapatos papais vermelhos com uma cruz bordada de fio de ouro; o [[Camauro]], um gorro vermelho que o papa usava no inverno; o Mantum, uma [[pluvial]] especial, de cor vermelha ou branca<ref name= "Vestes em desuso">{{Citar web| url= http://www.newliturgicalmovement.org/2008/11/unused-or-unseen-papal-vesture-and.html| último = | primeiro = | título = Unused or Unseen Papal Vesture and Vestments |acessodata=11 de junho de 2011 | obra = New Liturgical Movement - Novus Motus Liturgicus}}</ref> (três trajes reintroduzidos por Bento XVI, e retirados por Francisco);<ref name= "Domus Sanctae Marthae1"/><ref name= "Domus Sanctae Marthae2"/> o Subcíngulo, um [[manípulo]] especial amarrado ao [[cíngulo]];<ref>{{Citar web| url= http://www.newadvent.org/cathen/09601b.htm| último = | primeiro = | título = Maniple|acessodata=11 de junho de 2011 | obra = Catholic Encyclopedia; New Advent}}</ref> e a Falda, uma túnica com uma longa cauda usada sob a [[alva]], que era tão longa que o papa precisava de uma corte de auxiliares, tanto à frente como atrás dele, para segurá-la, para que ele pudesse movimentar-se.<ref name= "Vestes em desuso"/>
 
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A residência oficial dos papas é nos "[[Apartamentos Papais]]" no [[Palácio do Vaticano|Palácio Apostólico do Vaticano]]. Atualmente porém, o Papa Francisco optou por residir no Quarto 201 da [[Casa de Santa Marta]] ("Domus Sanctae Marthae"), também localizada no Vaticano.<ref name= "Domus Sanctae Marthae1">{{Citar web| url=http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-21813874 | último = | primeiro = | título = Pope Francis' first moves hint at break with past |acessodata=30 de novembro de 2013 | obra = BBC}}</ref><ref name= "Domus Sanctae Marthae2">{{Citar web| url=http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130317_omelia-santa-anna_en.html| último = | primeiro = | título = Holy Mass In The Parish Of St. Anna In The Vatican |acessodata=30 de novembro de 2013 | obra = The Vatican}}</ref><ref name= "Fratres">{{Citar web| url=http://fratresinunum.com/2015/01/26/papa-em-estado-de-graca/#more-32202 | último = | primeiro = | título = Papa em estado de graça|acessodata=26 de janeiro de 2015 | obra =Fratresinunum.com}}</ref> Do século XVII até a atualidade, os papas possuíam também uma residência de verão, o [[Castel Gandolfo]], que porém, foi transformada em museu pelo Papa Francisco em 2016.<ref>{{Citar web| url=http://br.radiovaticana.va/news/2016/10/25/castel_gandolfo_a_resid%C3%AAncia_onde_os_papas_fizeram_hist%C3%B3ria/1267603| último = | primeiro = | título = Castel Gandolfo: a residência onde os Papas fizeram História|acessodata=25 de Outubro de 2016 | obra = Rádio Vaticano}}</ref>
[[Ficheiro:PI6594~1Apostolic Palace.JPG|miniaturadaimagem|[[Palácio Apostólico|Palácio Apóstolico]] visto da praça de São Pedro, Vaticano.]]
 
O Papa "não recebe e nunca recebeu um [[salário]]", sendo-lhe fornecido apenas os meios necessários para viver, isto é, moradia, alimentação e assistência médica.<ref>{{Citar web| url =http://blogs.independent.co.uk/2013/02/11/will-the-ex-popes-pension-match-his-final-salary/| último =| primeiro =| título =Will the ex-Pope’s pension match his final salary?| acessodata =18 de julho de 2014| obra =The Independent| arquivourl =https://web.archive.org/web/20140728055134/http://blogs.independent.co.uk/2013/02/11/will-the-ex-popes-pension-match-his-final-salary/| arquivodata =2014-07-28| urlmorta =yes}}</ref> Ele é auxiliado diariamente pelos funcionários da "[[Prefeitura da Casa Pontifícia|Casa Pontifícia]]" (''Domus Pontificalis'' - chamado originalmente até 1968 de "Tribunal Papal" - ''Pontificalis Aula''), que o ajuda nas funções cerimoniais (missas e ritos em geral) e nas funções jurídicas e governamentais.<ref>{{Citar web| url=http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/motu_proprio/documents/hf_p-vi_motu-proprio_19680328_pontificalis-domus_lt.html | último = | primeiro = | título = Motu proprio ''Pontificalis Domus'', introductory paragraphs 5 and 6;|acessodata=25 de julho de 2014 | obra =Vatican.va}}</ref> A rotina e agenda do pontífice diariamente exigem mais de dezesseis horas de trabalho.<ref>{{Citar web| url =http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_04101978.shtml| último =| primeiro =| título =A morte no 34º dia| acessodata =16 de dezembro de 2009| obra =[[Revista Veja]] (Reportagem de 4 de outubro de 1978) "De fato, seu dia normal de trabalho era longo - começava às 5h30, com a missa e as orações matinais, e só ia terminar dezesseis horas depois, com as leituras e orações da noite." (referindo-se a rotina do Papa João Paulo I)| arquivourl =https://web.archive.org/web/20111127124820/http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_04101978.shtml| arquivodata =2011-11-27| urlmorta =yes}}</ref>