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{{geocoordenadas|52_30_31_N_13_21_53_E_type:landmark_region:DE-BE|52° 30' 31" N, 13° 21' 53" O}}
[[ImageImagem:Berlin Kulturforum 2002a.jpg|thumb|200px|A Gemäldegalerie no Kulturforum]]
 
A '''Gemäldegalerie''' é um museu de arte localizado na ''Kulturforum Potsdamer Platz'' em [[Berlin]], na [[Alemanha]], sendo um dos mais importantes do mundo por sua excelente coleção de arte européia dos séculos [[século XIII|XIII]] ao [[século XVIII|XVIII]].
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Nesta altura iniciaram os planos para a construção de um prédio especial para abrigar a crescente quantidade de pinturas, formando-se uma comissão para definir o projeto, e para organizar a estrutura de funcionamento e o sistema de futuras exposições, chefiada por [[Wilhelm von Humboldt]] como curador.
Com a aquisição de um outro lote de obras, em [[1830]] o museu, então denominado [[Altes Museum]], foi considerado pronto para ser entregue ao público, contando com 1198 pinturas e outros objetos da antigüidade, sendo instalado no pavimento superior do edifício construído por Schinkel. Seu primeiro diretor foi [[Gustav Friedrich Waagen]]. A coleção foi organizada em três departamentos, dois com peças mostradas segundo critérios históricos e estilísticos, e outra seção fechada ao público em geral, contendo peças mantidas à parte por exibir uma moral incomum, às quais somente convidados tinham acesso. A entrada para as seções livres era gratuita, mas o público deveria anunciar sua visita com antecipação.
[[ImageImagem:Berlin Altes Museum Friedrich Thiele 1830.jpg|thumb|left|200px|O ''Altes Museum'' em 1830, em aquarela de Friedrich Thiele]]
 
Logo percebeu-se que a coleção apresentada não seria a final, e seria preciso outras aquisições para enriquecer o painel de arte européia e preencher as lacunas ainda existentes. Assim, Humboldt requisitou a criação de um fundo para suprir os recursos necessários, o que foi concedido pelo rei em um montante de 20 mil [[táler]]es anuais, suplementado por verbas extras quando fosse o caso de surgirem no mercado obras de especial interesse. Contudo, a coleção não progrediu como o desejado, pois a verba disponível deveria cobrir custos em outras áreas do museu, como o pagamento de pensões para doadores, estabeleceu-se uma morosa burocracia no sistema de aquisições que fossem superiores a mil táleres, e o mercado de arte começou a experimentar uma rápida ascensão nos preços gerais. Destarte novas incorporações passaram a acontecer pela participação esporádica em leilões em [[Londres]] e Paris, onde se ofereciam as obras de melhor qualidade, e pelas doações, que usualmente se constituíam apenas de obras menores. Outras dificuldades foram aquisições de obras que depois se provaram falsas, ou estavam em más condições.
 
Neste impasse Waagen concluiu que a coleção não seria ampliada satisfatoriamente apenas através dos poucos leilões e das doações, e desenvolveu um plano, em [[1841]], para realizar aquisições diretamente na Itália, de igrejas e acervos principescos privados. Com o apoio do novo rei, [[Frederico Guilherme IV da Prússia|Frederico Guilherme IV]], partiu ele para lá com uma verba de 100 mil táleres, e conseguiu coletar um lote de obras muitos significativas, que incluía trabalhos de [[Fra Bartolomeo]], [[Domenico Veneziano]], [[Lorenzo Lotto]], [[Giovanni Battista Moroni]], [[Palma il Vecchio]], Rafael, [[Tintoretto]], Ticiano e [[Veronese]]. Mesmo assim seus critérios e escolhas foram criticados em seu retorno, e sua capacidade para novos projetos foi posta em dúvida. Além disso este esquema de viagens não se revelava eficaz o bastante, tendo de competir com verdadeiras redes de agentes trabalhando para outros grandes museus que na época estavam também em expansão, e novamente a coleção entrou em um período de poucas novidades. De qualquer forma, no final de sua gestão Waagen havia conseguido trazer cerca de 400 novas peças para o acervo.
[[ImageImagem:Gg altesmuseum2.jpg|thumb|200px|left|Aspecto de uma sala do ''Altes Museum'' em 1884, em xilogravura de Ernst Henseler]]
 
Em [[1871]] Berlin se tornou a capital do [[Império Alemão]], recentemente instituído. A mudança no ''status'' e o crescente senso de orgulho nacional tornou uma obrigação para os berlinenses equiparar sua galeria de arte com as melhores coleções de outras importantes capitais da Europa e sobrepujar os centros culturais de [[Dresden]] e [[Munique]], então mais brilhantes. Contudo, a competição entre os museus e colecionadores privados, e a procura por obras de arte, cresciam sem cessar, elevando drasticamente seus preços, o que atraiu muitos nobres a se desfazerem de suas coleções privadas. Neste momento foi indicado novo curador [[Julius Meyer]], logo recebendo ajuda de [[Wilhelm von Bode]], que consideraram prioridade suprir as lacunas da linha de tempo da coleção com poucas peças-chave de alta qualidade, sem dispersar recursos com a compra de uma multiplicidade de obras menos significativas, e solicitaram a concessão de verbas adicionais para uma nova viagem à Itália.
 
Contando com 100 mil táleres, iniciaram suas pesquisas, mas logo se viram decepcionados por uma série de dificuldades operacionais, com o progressivo fechamento do mercado italiano para estrangeiros, e com a lentidão das negociações com proprietários. Mesmo assim lograram adquirir algumas peças importantes de [[Luca Signorelli]], [[Tiepolo]], Tintoretto e [[Verrocchio]]. Com a frustração do projeto, decidiu-se então trilhar um novo rumo e criou-se uma rede de agentes em diversas capitais, agilizando o processo de aquisições e tornando-o competitivo. Este sistema logo revelou-se eficiente o bastante para nos anos imediatamente a seguir dotar o museu com uma série de obras de primeiro nível, incluindo as pertencentes a [[Barthold Suermondt]], então o maior colecionador privado da Europa. O trabalho sistemático e ávido de Bode levou a Gemäldegalerie a se tornar uma das mais importantes reuniões de pintura européia. Entretanto, em [[1887]] a coleção foi reorganizada, e cerca de mil obras pouco exibidas ou de atribuição duvidosa foram leiloadas. Uma atitude discutível sob o ponto de vista atual, na época era comum, e foi considerada adequada, tanto que em [[1890]] Bode foi indicado novo diretor da galeria.
[[ImageImagem:Max Liebermann Bildnis Wilhelm Bode.jpg|thumb|Wilhelm von Bode em retrato de Max Liebermann]]
Sua primeira dificuldade administrativa foi ter de lidar com a crescente falta de espaço no antigo edifício, e logo iniciou planos para a construção de um novo, agora concebido para funcionar segundo uma nova sistemática de exposição, com peças de vários gêneros integradas num mesmo espaço a fim de reconstituir com maior fidelidade e coerência cada época ou estilo, seguindo uma idéia de inspiração [[renascentista]]. Encontrou oposição de início, mas o apoio do casal imperial bastou para que em [[1896]] fossem iniciados os trabalhos, sob direção do arquiteto [[Ernst von Ihne]]. A seção de arte antiga permaneceu no prédio do Altes Museum e as pinturas e esculturas mais recentes foram deslocadas para a nova sede, inaugurada em [[18 de outubro]] de [[1904]]. Nesta ocasião o museu recebeu a importante doação das coleções privadas de [[Alfred Thiem]] e [[James Simon]], e passou a se denominar oficialmente ''Kaiser-Friedrich-Museum'' (mais tarde renomeado [[Museu Bode]]), em homenagem ao Imperador [[Frederico I da Alemanha|Frederico I]].
[[ImageImagem:Kaiser friedrich museum1.jpg|thumb|200px|left|Aspecto da organização das obras em uma sala do ''Kaiser-Friedrich-Museum'' por volta de 1906]]
 
Nos anos seguintes Bode se tornou uma figura central no circuito de arte berlinense, ampliando a coleção do museu e assessorando a formação de diversas coleções privadas. Em [[1910]] as obras foram novamente reorganizadas e o espaço, já ficando outra vez exíguo, levou à elaboração de planos para mais uma ampliação do edifício, e ao mesmo tempo decidiu-se adquirir muitas obras de arte alemã. Para financiar os gastos a entrada ao museu passou a ser cobrada. Contudo, na seqüência da [[I Guerra Mundial]], parte do acervo da instituição teve de ser alienado, sendo entregue à França por força dos termos do [[Tratado de Versalhes]].
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==A Coleção==
[[ImageImagem:Albrecht Dürer 078.jpg|thumb|Dürer: ''Retrato de Hieronymus Holzschuher'']]
Após sua criação em 1830 a coleção da Gemäldegalerie foi sendo aumentada sistematicamente, incluindo hoje obras-primas de [[Jan van Eyck|Van Eyck]], [[Pieter Brueghel o velho|Brueghel]], [[Dürer]], [[Rafael]], [[Ticiano]], [[Caravaggio]], [[Rubens]], [[Vermeer]] e [[Rembrandt]], além de muitos outros mestres.