Al-Azraq: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Toni el rei.jpg|thumb|200px|Pintura de de [[Francesc Laporta Valor]] (Alcoi, 1850 – 1914) caracterizado como Al-Azraq.]]
'''Mohamed Abu Abdalà Ben Hudzäil ao Sähuir''' ([[1230]], [[La Vall d'Alcalà]]—[[1276]] [[Alcoi]]). Mais conhecido como '''''Al-Azraq''''' (الأزرق ''o de olhos azuis''), era filho do [[váli]] Hudzäil al Sähuir, e de mãe [[Cristãos|cristã]].
 
'''Mohamed Abu Abdalà Ben Hudzäil ao Sähuir''' ([[1230]], [[La Vall d'Alcalà]], [[12761230]] [[Alcoi]], [[1276]])., Maismais conhecido como '''''Al-Azraq''''' (الأزرق ''o de olhos azuis''), erafoi filhoum líder do [[váliAl-Andaluz]]. HudzäilChegou ala Sähuir,tornar-se eo desenhor mãe[[mudéjar]] mais famoso do [[Cristãos|cristãséculo XIII]].
Culto e engenhoso, esteve longas temporadas nas cortes de [[Aragão]], [[Valência]] e [[Reino de Granada|Granada]]. Chegou a tornar-se o senhor [[mudéjar]] mais famoso do [[século XIII]]. Teve a confiança e amizade do rei [[Jaime I o Conquistador]], e do rei [[Afonso X de Castela]]. Foi o caudilho das três revoltas mudéjares ao sul do [[Reino de Valência]], que puseram em perigo esse reino. Muitos autores consideram as revoltas de Al-Azraq como a origem das festas de [[Mouros e Cristãos de Alcoi]].
 
==Biografia==
==A primeira revolta==
Era filho do [[váli]] Hudzäil al Sähuir e de mãe [[Cristãos|cristã]].
Frente do maltrato aos [[muçulmanos]] e o descumprimento dos acordos dos monarcas, os mudéjares sublevaram-se em [[1244]] sob comando de Al-Azraq, que neste ano já controlava os castelos de [[Castelo de Ambra|Ambra]] (vale de [[Pego (Espanha)|Pego]]) e de [[Castelo de Alcalà|Alcalà]], bem como numerosos castelos menores. A seguir foi tomando os castelos de [[Xàtiva]], [[Dénia]], e [[Alicante]] e, com a ajuda do [[sultanato]] de [[Reino de Granada|Granada]] e do apoio interessado do rei [[Afonso X de Castela]], a região da margem sul do [[rio Júcar]], no Reino de Valência, a qual ficou independente.
 
Culto e engenhoso, esteve longas temporadas nas cortes de [[Reino de Aragão|Aragão]], [[Reino de Valência|Valência]] e [[Reino de Granada|Granada]]. Chegou a tornar-se o senhor [[mudéjar]] mais famoso do [[século XIII]]. Teve a confiança e amizade dodos reireis [[Jaime I o Conquistador]], e do rei [[Afonso X de Castela]]. Foi o caudilho das três revoltas mudéjares ao sul do [[Reino de Valência]], que puseramcolocaram esse reino em perigo esse reino. Muitos autores consideram as revoltas de Al-Azraq como a origem das festas de [[Mouros e Cristãos de Alcoi]].
Enquanto isso, Jaime I pediu ajuda econômica ao [[Papa Clemente IV]], em troca da isenção de [[dízimo]] e de ceder às suas pressões, assinando a expulsão dos muçulmanos de todo o território da [[Coroa de Aragão]] num decreto nas cortes de [[Valência]]. Isto levou uma parte importante dos muçulmanos expulsos a se somarem aos rebeldes, tornando-se ainda mais fortes, e abocou o reino a uma situação de guerra generalizada. Por outro lado, uns cem mil muçulmanos que aceitaram o exílio, provenientes primariamente da [[Valência (Espanha)|cidade de Valência]], foram agrupados e conduzidos para a fronteira de [[Múrcia]], escoltados com proteção militar.
 
==A primeira revolta Mudéjar==
FrenteDiante dodos maltratomaus-tratos aos [[islão|muçulmanos]] e odo descumprimento dos acordos dosfirmados pelos monarcas católicos, os mudéjares sublevaram-se em [[1244]]. sobSob o comando de Al-Azraq, queno nestemesmo ano já controlavacontrolavam os castelos de [[Castelo de Ambra|Ambra]] (vale de [[Pego (Espanha)|Pego]]) e de [[Castelo de Alcalà|Alcalà]], bem como numerosos castelos menores na região. A seguir foiforam tomandotomados os castelos de [[Xàtiva]], [[Dénia]], e [[Alicante]] e, com a ajuda do [[sultanato]] de [[Reino de Granada|Granada]] e do apoio interessado do rei [[Afonso X de Castela]], a região da margem sul do [[rio Júcar]], no Reino de Valência, a qual ficoutornou-se independente.
 
Enquanto isso, Jaime I pediu ajuda econômica ao [[Papa Clemente IV]], em troca da isenção de [[dízimo]] e de ceder às suas pressões, assinando a expulsão dos muçulmanos de todo o território da [[Coroa de Aragão]] num decreto nas cortes de [[Valência]]. Isto levou uma parte importante dos muçulmanos expulsos a se somarem aos rebeldes, tornando-que se tornaram ainda mais fortes, e abocouconduzindo o reino a uma situação de guerra generalizada. Por outro lado, unscerca de cem mil muçulmanos que aceitaram o exílio, provenientes primariamente da [[Valência (Espanha)|cidade de Valência]], foram agrupados e conduzidos para a fronteira de [[Múrcia]], escoltados comsob proteçãoescolta militar.
 
==A segunda revolta==
Na primeirasegunda revolta mudéjar ([[1247]]—[[1258]]) Al-Azraq deu mais de uma dor de cabeça ao velhoidoso [[Jaime I]], que esteve a ponto de matá-lo numa emboscada,. mas, aoAo final, a traição do seu próprio conselheiro acabou por derrotá-lo. Dada a sua antiga amizade de ambos, Jaime I não o encarcerou, mas obrigou-o a se exiliar, deixando os seus domínios, já muito reduzidos, nas mãos de um irmão e de um tio, submetidos a contínuas pressões pelos novos senhores feudais catalães e aragoneses.
 
Em [[1258]] Jaime I recusou uma trégua oferecida por Al-Azraq através do rei Afonso X o Sábio, e recuperou sem apenasmaior resistência os castelos de [[Planes]], Pego, e [[Castell de Castells]]. Em poucos dias al-Azraq rendeu-se, entregando [[La Vall d'Alcalà|Alcalà]], [[Vall de Gallinera|Gallinera]] e o restante das fortificações. Al-Azraq foi expulso do Reino. Jaime I não cumpriu as condições da ajuda do papa Clemente VI de expulsar os muçulmanos, como fazia Castela, porcom medo ade enfraquecer oeconomiacamente Reinoo economicamentereino, e preferiu iniciar uma série de ações legais com o objetivo de forçar os mudéjares a converter-se ao cristianismo, como condição para poderem manter os seus direitos e posses.
 
==A terceira revolta==
IstoO comportouocorrido levou a que, longe de aplacar a revolta, esta reavivou-se, e, em [[1276]], aconteceuestalou a terceira revolta dos mudéjares, comconstituindo-se um exército comandando por Al-Azraq, desde o exterior para [[Alcoi]]. Jaime I combinou diplomacia e guerra para sufocar a revoluçãorevolta, provocando disputas internas entre os muçulmanos e recuperando terreno.
 
A terceira revolta mudéjar foi a que afetou mais diretamente Alcoi, nos antigos domínios de Al-Azraq (Alcalà, [[Benisili]], Pego, [[Benigànim]], ou [[Benissulema]]). Esta vez Alcoi foi defendido por quarenta cavaleiros que chegaram desde [[Xàtiva]] e, numa manobra de distração, derrotaram e mataram Al-Azraq. Porém, uma vez que o exército mudéjar iniciou a fuga, alguns cavaleiros de Xàtiva, improvisadamente, quiseram persegui-los, caindo numa emboscada militar às mãos de rebeldes encabeçados pelo filho de Al-Azraq. Alcoi, portanto, ficou desprotegida, e o filho de Al-Azraq conseguiu tomá-la, bem como Xàtiva.
 
A terceira revolta mudéjar foi a que afetou mais diretamente Alcoi, nos antigos domínios de Al-Azraq (Alcalà, [[Benisili]], Pego, [[Benigànim]], ou [[Benissulema]]). EstaDesta vez Alcoi foi defendidodefendida por quarenta cavaleiros que chegaram desdede [[Xàtiva]] e, numa manobra de distraçãodiversionista, derrotaram e mataram Al-Azraq. Porém, uma vez que o exército mudéjar iniciou a fugaretirada, alguns cavaleiros de Xàtiva, improvisadamente, quiseram persegui-los, caindo numa emboscada militar às mãos de rebeldes encabeçados pelo filho de Al-Azraq. Alcoi, portanto, ficou desprotegida, e o filho de Al-Azraq conseguiu tomá-la, bem como a Xàtiva.
A revolta estendeu-se por todo o território e pôs seriamente em perigo o [[Reino de Valência]], com o filho de Al-Azraq como novo cabecilha: mil peões mouros atacaram [[Llíria]], os mudéjares de [[Beniopa]] sublevaram-se, e o exército muçulmano destruiu [[Llutxent]] e avançou reino adentro pelo [[Vale de Albaida]]. Enquanto isso, Jaime I caiu doente e faleceu a [[27 de julho]] de [[1276]], herdando o trono valenciano o seu filho [[Pedro III de Aragão|Pedro]]. O novo rei recuperou fortificações e acordou uma trégua de três meses. Depois submeteu vários castelos e teve que render na marra o de [[Montesa]]. A revolta finalizou em outubro de [[1277]], antes de os granadinos e os norte-africanos poder socorrer os mudéjares. Pedro I ordenou desarmá-los sem que fossem castigados, e em [[1283]] decretou uma lei permitindo-lhes a liberdade de deslocamento e de residência em todo o reino, bem como a liberdade de [[comércio]].
 
A revolta estendeu-se por todo o território e pôscolocou seriamente em perigo o [[Reino de Valência]], com o filho de Al-Azraq como novo cabecilha: mil peões mouros atacaram [[Llíria]], os mudéjares de [[Beniopa]] sublevaram-se, e o exército muçulmano destruiu [[Llutxent]] e avançou reino adentro pelo [[Vale de Albaida]]. Enquanto isso, Jaime I caiu doente e faleceu a [[27 de julho]] de [[1276]], herdando o trono valenciano o seu filho [[Pedro III de Aragão|Pedro]]. O novo rei recuperou fortificações e acordou uma trégua de três meses. Depois submeteu vários castelos e teve que render naà marraforça o de [[Castelo de Montesa]]. A revolta finalizouencerrou-se em outubro de [[1277]], antes de os granadinos e os norte-africanos poderpoderem socorrer os mudéjares. Pedro I ordenou desarmá-los sem que fossem castigados, e em [[1283]] decretou uma lei permitindo-lhes a liberdade de deslocamento e de residência em todo o reino, bem como a liberdade de [[comércio]].
 
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