Feitura de santo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 19:
== Referências ==
*[http://www.google.com.br/search?sourceid=navclient&hl=pt-BR&ie=UTF-8&rlz=1T4GZEZ_pt-BRBR240BR241&q=inicia%c3%a7%c3%a3o+%c3%a9+um+rito+de+passagem Ritos de Passagem]
 
{{esboço-candomblé}}
 
[[Categoria:Candomblé]]
 
Feitura de santo é um termo usado nos terreiros de candomblé, que significa a iniciação de alguém no culto aos orixás. Ver Iniciação Ketu
 
Iniciação no candomblé.A iniciação é um rito de passagem, uma morte que transforma um homem comum em um instrumento do Orixá, em "elegun" um Iaô, pessoa sujeita ao transe de possessão, a dar seu corpo para que Orixá viva entre nós mais uma vez, por um período de horas ou dias.
 
O iniciando passa por ritos complexos, de isolamento e segregação, de silêncio absoluto, de tonsura ritual, de sacrifícios de animais, de oferendas de alimentos, de pequenos cortes (cura) para inserção de macumbas em seu corpo (cicatrizes sagradas que definem os futuros sacerdotes), simbolizando a posseção ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o mal instrumento de um Orixá, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros males.
 
A pena vermelha, chamada ekodide, que o elegun carrega em sua cabeça, simboliza realeza, honra, status adquirido pelo fato de ele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto daquele Orixá. As pinturas em cor branca, azul e vermelha, feitas a partir de substâncias vegetais e minerais.
 
O bom não é suficiente, só o melhor é dado para o Orixá. Por muitos dias o neófito irá carregar consigo um colar especial de sagração no pescoço, chamado de Kelê simbolizando seu amor, devoção e sujeição ao Orixá.
 
Cumprirá resguardo sexual, porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda sua força energética deve estar centrada em Orixá. Comerá comidas especiais comida ritual, dormirá no chão, em uma esteira, aprenderá com os mais velhos as orações e cânticos de seu Orixá. É um tempo de amor, dedicação e aprendizado, um reaprender a viver, uma inserção do sagrado no cotidiano, uma experiência que não pode ser descrita, mas sim vivida.
 
E a possessão faz parte de tudo isso, um ser dominado; um compartilhar corpo e espírito com Orixá; um ser o orixá e voltar a ser o homem; sem a menor possibilidade de interferência, em que a perda de vontade própria e a submissão são aprendidos sem que se ensine ou aprenda, por instinto e memória ancestral.
 
E, ao fim de tudo, o elegun reaprende os atos do dia a dia,num ritual chamado Apanan retoma sua vida diária, como um ser que viverá sob uma vida no qual não é dela (pacto) mas para ele estará em primeiro lugar e sempre o Orixá.