Encarnação: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 20566033 de RafaAzevedo /Justifique as passagens que acha parciloa na discussao.
Linha 14:
 
Nesse sentido teológico, "carne" não é de maneira nenhuma alguma coisa que o homem possui, mas é antes uma coisa que o homem é, sinalizado pela fraqueza e fragilidade próprias da criatura e nesse particular aparece em contraste com "espírito", a eterna e inextinguível energia que pertence a Deus e é Deus.
 
Por conseqüência, dizer que Jesus Cristo veio e morreu "na carne" é afirmar que ele veio e morreu no estado sob as condições da vida física e psíquica criada, isto é, aquele que viveu e morreu era homem. Por outro lado, afirma também que aquele que morreu eternamente era e continua a ser Deus. A fórmula que emoldura a encarnação, portanto, é que, em algum sentido, sem ter deixado de ser Deus, Deus se fez homem. Isto é exatamente o que João afirma "O Verbo" (agente de Deus na criação, que "no princípio", antes da cria
çãoPor consequência, dizer que Jesus Cristo veio e morreu "na carne" é afirmar que ele veio e morreu no estado sob as condições da vida física e psíquica criada, isto é, aquele que viveu e morreu era homem. Por outro lado, afirma também que aquele que morreu eternamente era e continua a ser Deus. A fórmula que emoldura a encarnação, portanto, é que, em algum sentido, sem ter deixado de ser Deus, Deus se fez homem. Isto é exatamente o que João afirma "O Verbo" (agente de Deus na criação, que "no princípio", antes da criação, não apenas "estava com Deus", mas era em si mesmo "Deus" , {{Citar bíblia| livro=João| capítulo= 1| verso=1-3}} e "se fez carne" {{Citar bíblia|livro= João| capítulo=1|verso=14}}.
 
=== A origem da crença ===
Considerando o pano de fundo do [[Antigo Testamento]], a afirmação da encarnação dentro de um conceito do [[monoteismomonoteísmo]], pode parecer blasfêmia e sem sentido, como assim considera o [[Judaísmo#monoteísmo | judaísmo]] ortodoxo. Significaria que o próprio criador se tornou uma de suas próprias criações o que é uma contradição teológica. Acreditava-se anteriormente que a origem judaica seria um sobrehumanosobre-humano pré-existente "[[Messias]]", ou então vinculados dos mitos de outras religiões politeístas que acreditam em deuses redentores, típica das religiões [[helenismo|helenistas]] e dos [[gnosticismo|gnósticos]].
A [[cristologia]] moderna tem demonstrado que uma reivindicação virtual de deidade está inclusa no [[Novo Testamento]], nos próprios dizeres de Jesus histórico, conforme registrado nos evangelhos sinóticos e que a aceitação dessa reivindicação era fundamental para a fé e a adoração da igreja primitiva da Palestina, conforme relatado nos Atos dos Apóstolos, de historicidade substancial. O fato é que a própria vida, ministério morte e ressurreição de Jesus convenceu seus discípulos a respeito da sua deidade. Antes mesmo do dia de Pentecostes os primeiros crentes já oravam a Jesus, chamando-O de Senhor ({{Citar bíblia| livro = Atos| capítulo=1|verso =21}}) e batizavam em seu nome({{Citar bíblia| livro = Atos| capítulo=2|verso =38}}) e tinham fé no seu nome({{Citar bíblia| livro = Atos| capítulo=3|verso =16}}) e o proclamavam como aquele que concede arrependimento e remissão de pecados ({{Citar bíblia| livro = Atos| capítulo=5|verso =31}}), o que é atributo exclusivamente de Deus. Apesar de Atos dos Apóstolos não afirmar categoricamente a deidade de Jesus fazia parte da fé dos cristãos.
Linha 34:
Semelhantemente os escritores percebem que era necessário que o [[Filho de Deus]] fosse feito carne, pois somente assim poderia tomar o lugar como segundo homem , através de quem Deus trata a raça humana. ({{Citar bíblia| livro = 1 Coríntios| capítulo=15|verso =21}}) Somente dessa maneira poderia ser o mediador entre Deus e os homens ({{Citar bíblia| livro = 1 Timóteo| capítulo=2|verso =5}}), e somente assim poderia morrer em favor dos pecadores, pois somente tendo carne é que poderia morrer. O pensamento da encarnação no Novo Testamento está de tal modo ligado que não se aplica esse termo à humanidade de Jesus em seu estado glorificado e incorruptível. Os "dias da suas carne" {{Citar bíblia| livro = Hebreus| capítulo=5|verso =7}} significam o tempo que ele passou no mundo até o dia da cruz.
 
João se preocupa em deixar clara a questão de Jesus verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, combatendo, então o posicionamento contrário como sendo um espírito do anticristo, uma linha cristológica [[docetismo|docética]] de Cerinto, que negava a realidade da carne e, portanto, negava a encarnação e conseqüentementeconsequentemente a morte física, portanto negando o Pai assim como o Filho. Essa ênfase de João além de ser observada nas suas duas primeiras epístolas é notada no evangelho, quando mostra a realidade da experiência da fraqueza humana de Jesus: cansaço {{Citar bíblia| livro = João| capítulo=4|verso =6}}; sede {{Citar bíblia| livro = João| capítulo=4|verso =7}}, {{Citar bíblia| livro = João| capítulo=19|verso =28}}; lágrimas {{Citar bíblia| livro = João| capítulo=11|verso =33}}3) tinham a clara intenção de combater o ensino [[docetismo|docético]].
 
A [[Irmandade polonesa]] do século 17 interpretou a encarnação da palavra como a encarnação do plano de Deus em um descendente de [[Abraão]], e não como a encarnação literal de uma pessoa que já existia antes de seu nascimento no céu.<ref>Martin Mulsow, Jan Rohls ''Socinianism and Arminianism'' p.56</ref>