Pierre Le Gros, o Jovem: diferenças entre revisões
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m é, primeira que eu faço isso... ao menos caracteriza de cara uma biografia |
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A polêmica que foi desencadeada em 1713 em torno da estátua do Beato Estanislau Kostka, se bem que o artista possa ter forçado os seus argumentos, é interessante por ser um testemunho detalhado sobre um debate estético e religioso no alvor do século XVIII, e por possivelmente ilustrar algumas das idéias autênticas de Le Gros, e a correspondência que ela gerou é do maior valor por ser um dos raros testemunhos autógrafos a seu respeito. Os documentos referentes ao caso - um memorando dos jesuítas, uma réplica de Le Gros, e uma tréplica dos jesuítas - foram encontrados nos arquivos da Companhia de Jesus por Francis Haskel e Gerhard Bissell.<ref name="Enggass & Brown, p. 60">[http://books.google.com/books?id=JBYnVv2lKY4C&pg=PA60&dq=%22pierre+legros%22&hl=pt-BR&ei=4DUlTM_cA4W8lQeLx_H-Ag&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CDcQ6AEwBDgK#v=onepage&q=%22pierre%20legros%22&f=false Enggass & Brown, pp. 60-61]</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=3dwmjznNFgkC&pg=PA29&dq=%22pierre+legros%22&hl=pt-BR&ei=o_EkTOLIMYOBlAej_-SnAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CEIQ6AEwBg#v=onepage&q=%22pierre%20legros%22&f=false Julien, pp. 23-24]</ref><ref name="Bissell"/>
Le Gros considerou que a localização do monumento, na capela privada dos noviços, ficava inacessível ao público, e sugeriu que se
Primeiramente os jesuítas levantaram a questão de prejuízo para a devoção dos noviços caso a transferência para a igreja pública fosse realizada. Disseram que na sua localização original, uma pequena capela de iluminação reduzida, exercia um efeito dramático e evocativo muito mais eficiente, ao contrário de estátuas instaladas em altares públicos ou tumbas sem uma ambientação especial. Le Gros respondeu dizendo que se prontificava a criar uma cópia em estuque para os noviços, o que foi rejeitado sob o argumento de que uma cópia não poderia sustentar uma comparação com o original, e ademais, o seu material, muito mais frágil que o mármore, em pouco tempo seria danificado pela manipulação dos noviços. Le Gros rebateu os padres mostrando que numa igreja pública a imagem seria proveitosamente objeto de devoção de uma quantidade muito maior de pessoas, de ambos os sexos e de todas as classes, e que até mesmo em outras igrejas jesuítas se buscava a devoção popular através de imagens em altares e tumbas públicas, e completou dizendo que não é o material da obra que suscita a devoção, mas o tema que ela representa. Acerca da provável deterioração da cópia, ironizou a sugestão de adoração espiritual associada a carinhos físicos, pois para ele as estátuas deviam ser adoradas e não tocadas. Sobre o suposto menor valor devocional de uma cópia, apontou o fato de que a hierarquia eclesiástica autorizava e incentivava reproduções de ícones célebres como a ''Madonna de Loreto'', espalhadas por todo o mundo, cuja eficácia para os devotos era atestada da mesma forma. Além disso, sendo ele mesmo o autor da reprodução, prometia se esforçar para realçar ainda mais seu caráter evocativo.<ref>[http://books.google.com/books?id=3dwmjznNFgkC&pg=PA29&dq=%22pierre+legros%22&hl=pt-BR&ei=o_EkTOLIMYOBlAej_-SnAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CEIQ6AEwBg#v=onepage&q=%22pierre%20legros%22&f=false Julien, pp. 24-25]</ref>
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