Gaspar da Madre de Deus: diferenças entre revisões

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== Biografia ==
Nasceu na Fazenda Sannta'Ana, em São Vicente. Era filho de [[Domingos Teixeira de Azevedo]], [[coronel]] do [[Regimento de Ordenanças de Santos e São Vicente]], provedor da [[Real Casa de Fundição de Paranaguá]], e neto de [[Gaspar Teixeira de Azevedo]], antigo [[capitão-mor]] da [[Capitania de São Vicente]] (1697-1699) e [[provedor]] dos reais [[Quinto do ouro|quintos dedo ouro]], e de [[Amador Bueno]]. Pertencia portanto às mais antigas famílias de povoadores vicentinos, esendo os seus pais eramproprietários agricultoresde terras de cultivo de [[cana-de-açúcar]] e de [[arroz]]<ref name="abracoop">De acordo com [http://abracoop.com.br/frei-gaspar-da-madre-de-deus-1715-1800-historia-do-romantismo-no-brasil/ minibiografia] no site da ABRACOOP.</ref>. Foi o segundo de seis irmãos. Tendo ficado órfão de pai, que morreufaleceu ainda jovem, foi criado por sua mãe, Ana de Siqueira e Mendonça. Dois de seus irmãos também seguiram a carreira eclesiástica e as suas duas irmãs se tornaram freiras no [[Convento de Nossa Senhora da Conceição (Rio de Janeiro)|Convento de Nossa Senhora da Conceição]], no [[Rio de Janeiro]].<ref name="ihgs"> Ver [http://www.ihgs.com.br/cadeiras/patronos/freigaspar.html minibiografia] no site do [[Instituto Histórico e Geográfico de Santos]].</ref>
 
Estudou no [[Colégio da Companhia de Deus]], em Santos. Em [[1731]], aos 16 anos de idade, apresentou-se como postulante ao [[noviciado]] na Ordem de São Bento, onde passou a ser chamado de Gaspar da Madre de Deus. Também foi noviço na [[Bahia]], onde estudou [[Filosofia]], [[História]] e [[Teologia]]. À época de sua ordenação, em ([[15 de agosto]] de [[1732]]), já era considerado figura de destaque na própria Ordem. Transferiu-se para o [[Mosteiro de São Bento (Rio de Janeiro)|Mosteiro de São Bento]] na cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], onde continuou a ser discípulo do professor doutor frei [[Antônio de São Bernardo]]<ref name="ihgs" />.
 
[[Afonso d'Escragnolle Taunay]] refere-se a uma viagem feita por Frei Gaspar àa PotugalPortugal, sendo louvado e elogiado numa informação encontrada no prefacioprefácio do seu ''Curso de Filosofia''', cujos [[manus­critoscrito]]s foram encontrados em [[1919]], na [[Mosteiro de São Bento (São Paulo)|Abadia de São Paulo]]. Regressando dedo Portugalreino, “fez"''fez tão grandes progressos nos estudos de Filosofia e Teologia, escreve Pedro Taques, que se constituiu digno para lhe darem a cadeira de mestre no mosteiro da cidade do Rio de Janeiro”Janeiro''".<ref name="abracoop" />.
 
Em [[1746]] foi incumbido pelo Provincial da Ordem de defender os direitos do [[Mosteiro de Santos]] e a posse do Santuário de [[Nossa Senhora do Monte Serrat]] (padroeira de Santos), contestada pelos religiosos da [[Ordem do Carmo]]. Para tal fim redigiu a "Dissertação e Explicações", nas quais revelou profundo conhecimento da história da Capitania<ref name="ihgs" />.
 
Registrou as suas notas das aulas de Filosofia em um [[manuscrito]] em [[latim]], em dois tomos, intitulado "''Philosophia platonica seu rationalem, naturalem et transnaturalem philosophiam sive logicam, physicam et metaphysicam''" ([[1748]]). No primeiro tomo faz referências a [[Duns Scot]] e a [[Francis Bacon]], o que demonstra que o religioso estava a par das críticas à [[escolástica]]. No segundo tomo estuda a [[matéria]] e as causas consoante a concepção [[Aristóteles|aristotélica]] do saber<ref name="ihgs" />.
 
Em [[18 de maio]] de [[1749]] defendeu teses de Teologia e História, recebendo o [[doutorado]]. Em [[1751]] foi eleito abade de São Paulo, pelo Capítulo-geral da Ordem, cargo que declinou uma vez que não desejava sair do Rio de Janeiro. Na Bahia foi eleito para a "[[Academia dos Renascidos]]", tornando-se o seu membro número 40 ([[1759]]).
 
Em [[1762]], tendo sido eleito Frei [[Antonio de São Bernardo]] para o lugar de abade do Rio de Janeiro, declinou da honra, em favor de Frei Gaspar da Madre de Deus, que então aceitou o encargo<ref name="abracoop" />, assumindo em [[2 de outubro]] de [[1763]]<ref name="ihgs" />. Já eram notaveisnotáveis, nesse tempo, as suas qualidades de orador sacro, pois são citados, os [[Sermão|sermões]] que pregou por ocasião do casamento de [[Maria I de Portugal|D. Maria I]] e do nascimento do [[príncipe da Beira]]. Até [[1766]], durante a sua permanência na Abadia do Rio de Janeiro, fez grandes melhoramentos materiais no edí­ficioedifício do Mosteiro:, introduziu modificações no ritual e reor­ganizou a [[biblioteca]] e o [[arquivo]] do convento, enriquecendo-os com a magnífica livraria do abade Pena e com preciosos códi­ces e manuscritos<ref name="abracoop" />.
 
A [[9 de fevereiro]] de [[1766]], tomou posse do cargo de abade provincial da Ordem no Brasil, cargo que exerceu até [[1769]]. Em [[1769]] recusou várias honrarias, tendo se recolhido ao Mosteiro de Santos, encerrando, assim, a sua carreira na administração mo­nástica, para se dedicar com tranquilidade, aos estudos de sua predileção<ref name="abracoop" />. Ali assumiu o cargo de Comissário Geral Visitador dos Mosteiros da Capitania. Nesse período declinou do convite para assumir a Mitra [[Madeira|Madeirense]]. Em [[1780]] retornou ao Rio de Janeiro como mestre de noviços. Depois de algum tempo voltou para Santos, onde veio a falecer em [[1800]]<ref name="ihgs" />.
 
== Obra ==
 
Durante a sua permanencia no mosteiro de Santos, Frei Gaspar se dedicou às investigações históricas, gastando o dia “em visitar os arquivos, a coordenar a enorme mésse de documentos trazidos do Rio de Janeiro e da Baía, a traduzi­los e comenta-los”<ref>[[Afonso d'Escragnolle Taunay|TAUNAY, A. d'E.]]. '''Memorias para Historia da Capitania de São Vícente'''. São Paulo: ?, 1920. 3º edição, pg. 52, ''apud'' ABRACOOP, ver ref.</ref>. Pesquisou os arquivos e [[cartório]]s de [[São Sebastião (São Paulo)|São Sebastião]], [[Itanhaém]], [[Iguape]], [[Cananéia]] e [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], a fim de compor as suas obras históricas.