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Os últimos reis da Babilônia foram [[Nabucodonosor II]] (morreu em [[562 a.C.]]), seguido por seu filho [[Evil-Merodaque]], que reinou por dois anos, seguido de [[Neriglissar]] ([[559 a.C.|559]] - [[555 a.C.|555]]) e, finalmente, por Nabonido ([[555 a.C.|555]] - [[538 a.C.|538]]) em cujo reinado a Babilônia foi conquistada por [[Ciro, o Grande]].<ref name="easton.nebuchadnezzar">[[Easton's Bible Dictionary]] (1897), ''Nebuchadnezzar'' [http://www.sacred-texts.com/bib/ebd/ebd268.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref>
 
Ele foi casado com [[Nitócris (filha de Nabucodonosor)|Nitócris]], filha de [[Nabucodonosor II|Nabucodonosor]] e viúva de [[Nergal-sharezer]], com quem teve [[Belsazar]], seu filho mais velho.<ref name="easton.belshazzar">[[Easton's Bible Dictionary]] (1897), ''Belshazzar'' [http://www.sacred-texts.com/bib/ebd/ebd052.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref>
 
Na lista de reis da Babilônia, [[Lista de Reis de Uruk]], Nabonido foi o sucessor de [[Labaši-Marduk]], reinou por [[dezessete]] anos, e foi sucedido por [[Ciro, o Grande|Ciro]].<ref name="uruk.king.list">[[Lista de Reis de Uruk]] [http://www.livius.org/k/kinglist/uruk.html <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref>
 
==História==
 
Nas suas próprias inscrições, Nabonido afirma ser de descendência nobre. Uma tabuinha encontrada perto da antiga [[Harã]] dá evidência de que a mãe ou avó de Nabonido era devota do deus-lua Sin.<ref>''Ancient Near Eastern Texts'' [Textos Antigos do Oriente Próximo], editado por J. Pritchard, 1974, pp. 311, 312</ref> Nabonido, como rei, mostrou grande devoção à adoração do deus-lua, tanto em Harã como em [[Ur]], onde este deus ocupava uma posição dominante.<re>[[Estudo Perspicaz das Escrituras]], volume 3, páginas 50, 51</ref>
 
Tabuinhas [[cuneiformes]] do oitavo ano de Nabucodonosor (por volta de 617/616 a.C.) alistam certo ''Nabu-na’id'' como aquele "que está sobre a cidade", e alguns historiadores acreditam que se trate do Nabonido que mais tarde se tornou rei. Todavia, isto significaria que Nabonido era bem moço quando foi posto em tal cargo administrativo e que era extremamente idoso por ocasião da queda de [[Babilônia]], uns 77 anos mais tarde (539 a.C.).
 
[[Heródoto]], o historiador grego<ref>(I, 74)</ref>, ao considerar os eventos do 20.° ano de Nabucodonosor (por volta de 605/604 a.C.), descreve um tratado negociado entre os [[lídios]] e os [[medos]], tendo um "Labineto, rei da Babilônia", por mediador. Acredita-se que '''Labineto''' seja o modo de Heródoto escrever o nome de Nabonido. Mais tarde, Heródoto [I, 188] refere-se a [[Ciro]], o persa, como lutando contra o filho de Labineto e Nitócris.
 
O Professor R. P. Dougherty aventa a hipótese de que Nitócris era a filha de Nabucodonosor e que Nabonido (Labineto), portanto, era o genro de Nabucodonosor.<ref>''Nabonidus and Belshazzar'' [Nabonido e Belsazar], Série Oriental de Yale, 1929, páginas 17, 30 e 63</ref> Por sua vez, acha-se que o "filho" de Nitócris e Nabonido (Labineto), mencionado por Heródoto, seja Belsazar, contra quem Ciro realmente lutou. Embora este argumento se baseie em muitos raciocínios dedutivos e indutivos, poderia explicar o motivo da ascensão de Nabonido ao trono de Babilônia. Isto também se harmonizaria com o fato bíblico de Nabucodonosor ser chamado de "pai" do filho de Nabonido, Belsazar <ref>{{citar bíblia|livro=Daniel|capítulo=5|verso=11, 18, 22}}</ref>, visto que o termo "pai" às vezes tem o sentido de avô ou de antepassado. Este ponto de vista faz de Belsazar o neto de Nabucodonosor.
 
A ascensão de Nabonido ao trono seguiu-se ao assassinato de Labasi-Marduque. Todavia, referir-se Nabonido a si mesmo, numa das suas inscrições, como o "poderoso delegado" de Nabucodonosor e de Neriglissar, indica que ele afirmava ter obtido o trono por meios legítimos e não era usurpador.
 
Em diversos prismas, Nabonido associa consigo seu filho primogênito, Belsazar, nas suas orações ao deus-lua.<ref>''Documents From Old Testament Times'' [Documentos dos Tempos do Antigo Testamento], editado por D. W. Thomas, 1962, página 73</ref> Uma inscrição mostra que no seu terceiro ano, antes de sair numa campanha que resultou na conquista de Tema, na [[Arábia]], Nabonido designou Belsazar para o reinado em Babilônia. O mesmo texto indica que Nabonido ofendeu o povo do seu império por concentrar a adoração no deus-lua e por deixar de estar em Babilônia para celebrar a festividade do Ano-novo. O documento conhecido como a [[Crônica de Nabonido]] declara que, no 7.°, 9.°, 10.° e 11.° ano do seu reinado, Nabonido estava na cidade de Tema, e em cada caso faz-se a declaração: "O rei não veio a Babilônia [para as cerimônias do mês de nisanu]; a (imagem do) deus Nebo não veio a Babilônia, a (imagem do) deus Bel não saiu (de Esagila em procissão), a fest[ividade do Ano-novo foi omitida]."<ref>''Ancient Near Eastern Texts'', página 306</ref> Devido à condição mutilada do texto, o registro dos outros anos é incompleto.
 
Registra-se em outra parte a respeito da cidade de Tema, um oásis: "Ele tornou a cidade bela, construiu (ali) [seu palácio] como o palácio em Su·an·na (Babilônia)."<ref>''Ancient Near Eastern Texts'', página 313</ref> Parece que Nabonido estabeleceu sua residência real em Tema, e outros textos mostram que caravanas de camelos procedentes de Babilônia levavam provisões para lá. Embora não abandonasse sua posição como rei do império, Nabonido confiou a administração do governo de Babilônia a Belsazar. Visto que Tema era uma cidade de entroncamento de antigas rotas de caravanas, pelas quais se transportavam ouro e especiarias através da Arábia, o interesse de Nabonido nela talvez fosse motivado por razões econômicas ou talvez se baseasse em fatores de estratégia militar. Apresenta-se também a sugestão de que ele achava politicamente aconselhável administrar os assuntos de Babilônia através de seu filho. Outros fatores, tais como o clima saudável de Tema e o destaque da adoração da lua na Arábia, também foram mencionados como possíveis motivos da aparente preferência de Nabonido por Tema.
 
Não há informações disponíveis sobre as atividades de Nabonido entre o seu 12.° e o seu último ano. Prevendo a agressão dos medos e dos persas, sob Ciro, o Grande, Nabonido havia entrado numa aliança com o Império Lídio e com o [[Egito]]. A Crônica de Nabonido mostra Nabonido de volta em Babilônia no ano do ataque medo-persa, quando se celebrava a festividade do Ano-novo e se traziam à cidade os diversos deuses de Babilônia. A respeito do avanço de Ciro, a Crônica declara que, após a vitória em Ópis, ele capturou Sipar (c. 60 km ao norte de Babilônia) e que "Nabonido fugiu". Daí, segue o relato da conquista medo-persa de Babilônia, e declara-se que Nabonido, ao retornar, foi preso.<ref>''Ancient Near Eastern Texts'', página 306</ref> Os escritos de Beroso, sacerdote babilônio do terceiro século a.C., contam que Nabonido saíra para enfrentar as forças de Ciro em batalha, mas foi derrotado. Eles contam adicionalmente que Nabonido se refugiou em Borsipa (ao SSO de Babilônia) e que, após a queda de Babilônia, Nabonido rendeu-se a Ciro e foi depois deportado para Carmânia (no sul da [[Pérsia]]). Este relato coincide com o registro bíblico no capítulo 5 de [[Daniel]], que mostra que Belsazar era o rei atuante em Babilônia por ocasião da sua derrubada.
 
Quanto à ausência de qualquer menção direta de Nabonido no capítulo 5 de Daniel, pode-se notar que a descrição de Daniel trata de apenas pouquíssimos eventos anteriores à queda de Babilônia, e o próprio colapso do império é apresentado apenas em poucas palavras. Todavia, seu domínio parece ser indicado em {{citar bíblia|livro=Daniel|capítulo=5|verso=7, 16, 29}}, onde Belsazar oferece fazer de Daniel o terceiro governante no reino, dando a entender que Nabonido era o primeiro e Belsazar o segundo. Neste respeito, o Professor Dougherty comenta: "O quinto capítulo de Daniel pode ser considerado como se harmonizando com os fatos, ao não consignar nenhum lugar a Nabonido na narrativa, pois ele parece não ter tido nenhuma participação nos eventos que decorreram quando Gobrias [à testa do exército de Ciro] entrou na cidade."<ref>''Nabonidus and Belshazzar'', páginas 73, 170, 181, 195, 196</ref>
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