Derek Parfit: diferenças entre revisões
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'''Derek Parfit''' (nascido em [[11 de dezembro]] de [[1942]], [[China]]) é um filósofo britânico que se especializou em problemas de [[identidade pessoal]], [[racionalidade]] e [[ética]], e as relações entre si, destes problemas filosóficos. Ele trabalhou na [[Universidade de Oxford]] em todas as
== Infância/Juventude ==▼
▲==Infância/Juventude==
Parfit nasceu na China, mas sua família retornou ao Reino Unido. Ele estudou História Moderna na Universidade de Oxford, graduando-se em 1964. Em 1965-66, ele foi um "Fellow Harkness" da [[Universidade Columbia]] e da Universidade de Harvard. Ele abandonou os estudos em História para estudar Filosofia durante o tempo em que se ocupou com a "Fellow Harkness".
Em junho de 2011, Parfit declara que seu passatempo principal é [[fotografia]] arquitetônica,
Na sua opinião, [[Veneza]] e [[São Petersburgo]] têm mais os belos edifícios, e ele já visitou ambas cidades várias vezes. "Eu também adoro as avenidas no interior da [[França]]",<ref>
== Racionalidade e Ética ==
''"Reasons and Persons"'' é um trabalho de quatro partes cada umas delas subtilmente com base na anterior. Parfit acredita que a [[ética]] não religiosa é um campo de investigação novo e fértil. Em muitos aspectos Parfit é um tipo de película para [[Wittgenstein]] voltando para o interior seu estudo para os cotidianos mecanismos dos problemas morais, ações que são certas ou erradas, e longe da [[meta-ética]], que se concentra mais na [[lógica]] e na [[linguagem]].
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Na Parte I de ''"Reasons and Persons"'' Parfit discute as "teorias do auto-destrutivo" - ou seja, a teoria de auto-interesse na [[racionalidade]] (A) e duas estruturas éticas: a [[moralidade]] do senso comum (MSC) e [[consequencialismo]] (C). Ele postulou que a [[teoria]] do auto-interesse tem sido dominante na [[cultura ocidental]] há mais de dois milênios, muitas vezes tornando-se companheira a [[doutrina religiosa]], que une auto-interesse e moralidade.
A teoria auto-interesse demanda sempre fazer o auto-interesse ser a nossa preocupação suprema racional e,
Mais notavelmente, a teoria do auto-interesse afirma que é irracional fazer qualquer ato de abnegação ou agir em desejos que afetam negativamente o nosso bem-estar. Considere uma escritora iniciante que seu mais forte desejo é escrever um romance premiado ainda mesmo o fazendo, ela sofre muito devido a falta de sono e [[depressão]]. Parfit afirma que é plausível que tenhamos [[desejo]]s que não buscam nosso próprio bem-estar e que não é irracional de agir para matar estes desejos.
=== Padrões médios e os padrões de utilidade total ===
O mais famoso postulado de Parfit, onde ele discute futuros possíveis para o mundo, mostrando que tanto os padrões médios e os padrões de [[Utilitarismo|utilidade total]] levam a conclusões indesejadas. A aplicação de padrões de utitilitarianismo total (''felicidade total e absoluta'') para os caminhos possíveis de crescimento da população e o bem-estar leva a uma conclusão repugnante.
Parfit ilustra isso com um simples [[experimento mental]].
Imagine uma escolha entre futuros possíveis, na alternativa "A", 10 bilhões de pessoas vivem a próxima geração tendo a vida toda a
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De acordo com a maximização total da utilidade, preferimos "B" ao invés de "A", e através do processo regressivo de aumento da população e diminuição da felicidade (onde uma diminuição de felicidade é mais do que compensada pelo aumento da população) somos forçados a preferir "Z" (Um mundo de 100 de bilhões de pessoas onde todas vivem uma vida que mal vale a pena viver), mais que a alternativa "A". Se não presumir que causa para existir pode beneficiar alguém, então devemos pelo menos admitir que "Z" não é pior do que "A".
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== Identidade pessoal ==
Um dos slogans mais famosos da filosofia é a conclusão de que [[Descartes]] tratada no final da [[Discurso sobre o Método|Segunda Meditação]]: "Penso, logo existo". Derek Parfit vigorosamente contesta a conclusão de [[Descartes]].
Descartes foi em busca de uma verdade que não pode ser racionalmente duvidada e que ele pode usar para sair do poço do [[ceticismo]] que ele cavou na [[Meditações sobre Filosofia Primeira|Primeira Meditação]]. Ele decide que uma coisa ele não pode duvidar é prova que ela existe, porque mesmo no ato de um '''eu''' duvidar de sua própria existência, há um '''eu''' que está a duvidar.
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Parfit insiste que a conclusão não é tão inocente e simples como parece. Ele diz que quando Descartes
Parfit usa muitos exemplos inspirados na [[ficção científica]] para explicar a sua teorias de "pacote" e nos fazer sentir as nossas emoções e sentimentos sobre a identidade do "si mesmo". Ele é um [[reducionismo|
''Personal identity & rationality'' por D. Parfit, All Souls College, Oxford -
Nós não somos nada mais do que nossos [[cérebro]]s e nossos [[corpo]]s, mas a [[identidade]] não pode ser reduzida nem a um ou ao outro, da identidade, no sentido tradicional, não é o que importa. Relação (R) é o que importa.
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As "Teorias de Pacote" adotam uma abordagem bastante diferente. Partif diz que [[David Hume|Hume]] foi talvez o primeiro a usar o pacote teórico na tradição filosófica ocidental, mas Parfit aponta que o Buda também realizou uma teoria do pacote. Neste pacote de elementos um ego é nulo. Nele não existe um ser senciente, da mesma maneira que um conjunto de peças de madeira recebe o nome de carroagem, por isso que damos aos elementos mentais o nome do ser imaginado. Parfit cita uma passagem de um texto budista:
: '' "[[Buda]] assim o disse:
''Identidade pessoal'' não é tão determinada como muitas vezes supomos que ela seja, a dependência funcional deve-se principalmente à forma como falamos. Pessoas existem da mesma maneira que nações ou clubes de existem.
=== Teletransportador ===
''De que depende a continuidade de nossa sobrevivência?''
Em normais circunstâncias, diríamos que do funcionamento constante de nosso corpo.
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Apesar disso, ele está sendo processado por um cliente insatisfeito. Ele alega que a empresa, na verdade, o matou. Seu argumento é simples: para funcionar, o teletransporte escaneia seu cérebro e seu corpo célula por célula, átomo por átomo, depois destrói todos eles, envia a informação para Marte e lá reconstrói você. Apesar da pessoa ter a mesma aparência, pensar e sentir como a pessoa que foi posta para dormir e enviada através do espaço, o requerente alega que, na verdade, o que aconteceu foi seu assassinato e sua substituição por um clone. Isso soa absurdo para Stelios. Afinal, ele fez a viagem pelo teletransportador várias vezes, e não se sente morto.
Na verdade, como o requerente pode acreditar seriamente que foi morto pelo processo quando ele, claramente, tem a capacidade de levar o caso aos tribunais? Mesmo assim, quando Stelios entrou outra vez no teletransportador e se preparava para apertar o botão que iria começar a desmaterializá-lo, ele, por um breve instante, se perguntou se estava prestes a cometer suicídio.}}
:: <sub>''"Reasons and Persons"'' Capítulo 10, por Derek Parfit - Oxford University Press, (1984)</sub>
A teoria da
[[
Reconhecemos de imediato que o homem é o inseto porque este é habitado por sua mente.
A continuidade mental, não física, identifica-o como a mesma pessoa. Mas no caso do teletransporte, apesar de termos uma continuidade psicológica tão completa quanto na vida comum, também parece, acima de qualquer dúvida, que o que foi criado é uma cópia, um clone. Um clone, entretanto, não é o mesmo indivíduo que a pessoa clonada. É o mesmo apenas no sentido em que duas estátuas feitas a partir do mesmo molde são as mesmas: são idênticas em todos os detalhes, mas, ainda assim, são entidades distintas. Se você lascar uma delas, a outra permanece intacta.
Não é como se Stelios não soubesse como funciona seu teletransportador. Ele só não vê por que o fato de a máquina, estritamente falando, cloná-lo todas as vezes deva importar.
Se isso soa superficial e pouco sincero, Parfit nos pede para imaginar por um instante na possibilidade de que uma noite, há alguns anos, você foi raptado enquanto dormia, processado pelo teletransportador, e a pessoa resultante foi devolvida, sem saber, para a cama. Se isso tivesse acontecido, você não teria como saber, porque sua experiência consciente do progresso da vida como um ser contínuo seria exatamente a mesma, como se isso não tivesse acontecido.
De certa forma, o teletransporte deixa sua vida e seu mundo exatamente como eram. Então,
Parfit previu um mau funcionamento no teleporter de Stelios, como aquele que fez dois [[James T. Kirk]] (um "bom" e um "mau") em um episódio de [[Star Trek]]. Operando da maneira correta, o teletransportador deve aniquilar cada partícula em você na [[Terra]], e então reconstruí-las a partir do zero em [[Marte]].<ref>
: ''O que acontece se o você original não é destruído?''
: ''Quem é verdadeiramente você? Aquele em Marte ou aquele na Terra?''
Parfit defende que tanto faz. Tanto o Stelios que ficou no teletransportador na Terra, quando o Stelios que apareceu no teletransportador em Marte podem ter a identidade de Stelios.
A conclusão de Parfit é semelhante à visão de [[David Hume]], e também a do ponto de vista do "eu-mesmo" no budismo, embora não se limita a uma mera reformulação deles. Sua visão vai além de ser redutora, a exibição de Parfit é também deflacionária: no final, "o que realmente importa" não é a identidade pessoal, mas sim a continuidade mental e conectividade.
Certamente, o Capitão Kirk "mau" discordaria da visão Parfit.<ref>{{citar
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