João de Castro: diferenças entre revisões

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|imagem =Joao de Castro.jpg
|imagem_legenda =
|título =Vice-rei da Índia [[FicheiroImagem:Flag Portugal (1521).svg|border|25px]]
|mandato =[[1545]] — [[1548]]
|antes =[[Martim Afonso de Sousa]]
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'''D. João de Castro''' ([[Lisboa]], [[27 de Fevereiro]] de [[1500]] — [[Goa]], [[6 de Junho]] de [[1548]]) foi um [[nobreza|nobre]], [[cartografia|cartógrafo]] e administrador colonial [[Portugal|português]]. Foi governador e capitão general, 13.º governador e 4.º vice-Rei do [[Estado Português da Índia]].
 
== Biografia<ref>A biografia deste vice-Rei da Índia está publicada em volume, escrita por [[Jacinto Freire de Andrade]], com com o seu retrato, da qual se tem feito diversas edições. Nos ''Retratos e elogios dos varões e donas'', também vem o seu retrato e biografia. ''Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico'', Volume II, págs. 926-929.</ref> ==
=== Primeiros anos ===
 
===Primeiros anos===
Secretário da Casa do Rei D. [[Manuel I de Portugal]], era filho de D. [[Álvaro de Castro]], senhor do [[Paul de Boquilobo]], governador da [[Casa do Cível]] e [[vedor da fazenda]] de [[João II de Portugal]] e de [[Manuel I de Portugal]]; e de D. [[Leonor de Noronha]], filha do 2.º [[conde de Abrantes]], D. [[João de Almeida]], e de D. [[Inês de Noronha]].
 
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Em seu retorno, foi recebido por D. João III com grandes provas de consideração. Este, por carta de [[31 de janeiro]] de [[1538]], concedeu-lhe a comenda de São Paulo de Salvaterra na [[Ordem de Cristo]], a qual aceitou pela honra, e não por conveniência, pois era tão pequeno o rendimento dela que não bastava para as suas despesas, sendo contudo a primeira e única mercê que recebeu. Professou a [[6 de Março]] de 1538, conforme a lista dos cavaleiros daquela Ordem. Retirou-se então para a sua casa na [[serra de Sintra]], desejando viver só, entregue aos cuidados da família e aos trabalhos agrícolas.
 
=== A Índia ===
Passou pela primeira vez à [[Índia Portuguesa]] como simples soldado, com seu cunhado D. [[Garcia de Noronha]], nomeado vice-rei, indo render D. [[Nuno da Cunha]], e que muito estimou levá-lo na armada "''não só com os méritos de sucessor''", segundo diz [[Jacinto Freire de Andrade]], mas com a mercê de lhe suceder no governo, que lhe foi concedida por alvará de [[28 de Março]] de 1538. Embarcou com seu filho D. Álvaro de Castro, que apenas contava 13 anos, dando por distrações daquela idade os perigos do mar.
 
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Os frades colocaram a relíquia em um nicho na sacristia, coberto com um painel representando D. João de Castro. 0 herdeiro do morgado instituído pelo vice-Rei, e de que fora administradora D. Mariana, pôs demanda aos padres, contestando o legado, e alegando que as barbas de D. João eram pertença do mesmo morgado, porque as vinculara D. Francisco de Castro, Bispo da Guarda, neto do instituidor. Os frades alegavam que as barbas não eram vinculadas, e que D. Francisco não podia dispor do que não era seu; que somente mandara fazer um ornato de prata e uma caixa de veludo para as guardar com mais decência, e que fora esse ornato que ele vinculara, como constava precisamente da verba do seu testamento, não dispondo das barbas de seu avô, assim como não dispusera seu irmão mais velho, D. Manuel, senhor da casa, e por estes motivos a comunidade não se julgava obrigada a restitui-las. Não chegou a haver sentença no pleito, mas, sem que se conheça a razão, diz [[Tomás Caetano do Bem]] que em [[1792]] se achavam as disputadas barbas em poder de [[António Saldanha Castro Albuquerque Vilafria]], senhor da casa de D. João de Castro.
 
== O Magnetismo Terrestre no ''Roteiro de Lisboa a Goa'': as experiências de D. João de Castro ==
 
Os antigos Gregos haviam descoberto que uma pedra metálica escura podia repelir ou atrair objectos de ferro - era a origem do estudo do [[magnetismo]]. Na época das grandes navegações, não se conseguia localizar um navio no mar pelas duas coordenadas, a latitude e a longitude; a determinação desta exigia um relógio a bordo que indicasse a hora exacta no meridiano de referência, e a determinação astronómica da longitude dava erros inaceitáveis. Durante a viagem até à Índia, D. João de Castro levou a cabo um conjunto de experiências que conseguiu detectar fenómenos, nomeadamente relacionados com o magnetismo e com as agulhas magnéticas a bordo. É de supor que devia esses conhecimentos a [[Pedro Nunes]], naturalmente o directo inspirador de todas as observações que realizou nas suas viagens. Quando em 5 de Agosto de 1538, D. João de Castro decidiu determinar a latitude de Moçambique, encontrou a causa que ditava o «espantoso desconcerto» das agulhas: notou o desvio da agulha, descobrindo-o 128 anos antes de [[Guillaume Dennis]] (1666), de [[Nieppe]], o qual é registado na História da Navegação como se fosse o primeiro a conhecer esse fenómeno. A sua observação nas proximidades de [[Baçaim]], em [[22 de Dezembro]] de [[1538]], de um fenómeno magnético, pelo qual se verificavam variações da agulha devido à proximidade de certos rochedos, confirmadas quatro séculos mais tarde, foi denominado atracção local. D. João de Castro refutou a teoria de que a variação da declinação magnética não se fazia por meridianos geográficos. As suas observações são o mais importante registo de valores da declinação magnética no [[Atlântico]] e no [[Índico]], no [[século XVI]], e úteis para o estudo do magnetismo terrestre. Foi uma das personalidades da ciência experimental europeia desse século, relacionando a importância desse estudo com as navegações. O seu nome ficou ligado à ciência pelas suas obras que evidenciavam uma tendência para o moderno espírito científico.<ref>http://repositorio.ul.pt/handle/10451/499|Rangel, Artur José Ruando (Tese de Mestrado)Orientador: Domingues, Francisco Contente,1959-Universidade de Lisboa - "O magnetismo terrestre no roteiro de Lisboa a Goa: as experiências de D. João de Castro"</ref> <ref>http://www.tgo.uit.no/articl/roadto.html|Em Inglês: "The road to the magnetic north pole" por Truls Lynne Hansen</ref>
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{{referências|Notas}}
 
== {{Bibliografia}} ==
* NUNES, António Lopes Pires. ''Dicionário de Arquitetura Militar''. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2005. 264p. il. ISBN 972-8801-94-7
* SANCEAU, Elaine. ''D. João de Castro (Biblioteca Histórica, Série Ultramarina)''. Porto: Livraria Civilização-Editora, 1946.
 
== {{Ver também}} ==
* [[Império Português]]
* [[Cartografia]]
 
== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.arqnet.pt/dicionario/castro_joao.html Castro (D. João de), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, , Edição em papel João Romano Torres - Editor Volume II, págs. 926-929, ano 1904-1915, Edição electrónica de Manuel Amaral, ano 2000-2003 ]
* [http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=40000 Genealogia de João de Castro, 4.º Vice Rei da Índia, no Geneall]
* [http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=593 O Dever de Exaltar um dos Maiores Heróis da História de Portugal: D. João de Castro, Capitão David Miguel Pascoal Rosado, Revista Militar, 27 de Maio de 2011]
* [http://www.pab.pt/Conferencia_DJoaoCastro.pdf UMA TAPEÇARIA INÉDITA DA SÉRIE DOS FEITOS DE D. JOÃO DE CASTRO, Pedro Dias]
DA SÉRIE DOS FEITOS DE D. JOÃO DE CASTRO, Pedro Dias]
 
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{{Governadores da Índia Portuguesa}}
 
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==Notes==
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