Lúcio Sérgio Catilina: diferenças entre revisões

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{{Semmais-fontes|sociedade=sim|data=dezembrojunho de 20092012}}
{{Info/Biografia
|nome =Lúcio Sérgio Catilina
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|ocupação =
|legenda =O ''Cícero denuncia Catilina'', [[Cônsulafresco]] de [[CíceroCesare Maccari]], denunciaque norepresenta o [[Senadosenado romano]] areunido conspiraçãona de[[Cúria Catilina, porHostília]]. [[CesarePalazzo MaccariMadama (Roma)|Palazzo Madama]], [[Roma]].
|data_nascimento ={{dni|lang=br|||109 a.C.|si}}
|local_nascimento=?
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'''Lúcio Sérgio Catilina''' (em [[latim]] ''Lucius Sergius Catilina''), foi um político [[República Romana|romano]] (?, [[109 a.C.]] - [[Pistoia]], [[62 a.C.]]).
 
==Origens==
Catilina era do ''[[gens]]'' ''Sergia'', descendentes de [[Sergetus]], troiano companheiro de [[EneasEneias]]<ref>[[Harry Thurston Peck]], [[Harpers Dictionary of Classical Antiquities]]. New York. Harper and Brothers. 1898, entrada ''Sergia Gens''</ref>.
 
De família patrícia, mas pobre, Catilina teria iniciado desde cedo uma vida de crimes e vícios. Apoiou [[Lúcio Cornélio Sula]], tornando-se seu agente. Durante as proscrições deu demonstrações de ambição e crueldade, assassinando inimigos de Cornélio Sula para somente receber o prêmio prometido.
 
==Carreira política==
Em [[77 a.C.]], foi [[questor]], em [[68 a.C.]] [[pretor]] e em [[67 a.C.]]/[[66 a.C.]], governador da [[África (província romana)|África]]. Tentou ser nomeado [[cônsul]], discursava sempre em tom de indignação contra os abusos da elite, se colocava como o candidato que defenderia o povo, mas sem sucesso. Dúvidas sobre seu caráter, suspeitas de assassinar seu próprio filho, reconhecido temperamento irascivel e orgulhoso o fizeram ser repudiado durante as eleições<ref>DEFRASNE, Jean. ''Histórias da História de Roma''. Lisboa: Editora Morais, 1965, pág. 164.</ref>. Pressionado por dívidas, não viu outra saída a não ser através de uma conspiração, na qual reuniu jovens nobres e arruinados. Quinto Cúrio, [[Públio Cornélio Lêntulo Sura|Lentulus Sura]] e [[Mânlio de Fésulo]] eram alguns dos mais importantes seguidores de Catilina, fomentadores da sublevação. No entanto, a tentativa de assassinato dos dois cônsules designados falhou ([[65 a.C.]]), juntamente com sua candidatura para cônsul ([[63 a.C.]]).
 
Em [[77 a.C.]], foi [[questor]], em [[68 a.C.]] [[pretor]] e em [[67 a.C.]]/[[66 a.C.]], governador da [[África (província romana)|África]]. Tentou ser nomeado [[cônsul]], discursava sempre em tom de indignação contra os abusos da elite, se colocava como o candidato que defenderia o povo, mas sem sucesso. Dúvidas sobre seu caráter, suspeitas de assassinar seu próprio filho, reconhecido temperamento irascivel e orgulhoso o fizeram ser repudiado durante as eleições<ref>DEFRASNE, Jean. ''Histórias da História de Roma''. Lisboa: Editora Morais, 1965, pág. 164.</ref>. Pressionado por dívidas, não viu outra saída a não ser através de uma conspiração, na qual reuniu jovens nobres e arruinados. Quinto Cúrio, [[Públio Cornélio Lêntulo Sura|Lentulus Sura]] e [[Mânlio de Fésulo]] eram alguns dos mais importantes seguidores de Catilina, fomentadores da sublevação. No entanto, a tentativa de assassinato dos dois cônsules designados falhou ([[65 a.C.]]), juntamente com sua candidatura para cônsul ([[63 a.C.]]).
[[Ficheiro:Comic History of Rome Table 10 Cicero denouncing Cataline.jpg|thumb|300px|Charge mostrando Catalina sendo denunciado por Cícero.]]
 
Quando amigos de Catilina começaram a se sublevar, [[Cícero]] - o cônsul escolhido - conseguiu plenos poderes e interpelou Catilina em pleno [[Senado romano|Senadosenado]]:
{{quote2|''Qvosque tandem abvtere, Catilina, patientia nostra?''<br /> (Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?)|Cícero}} Catilina, forçado a se desmascarar, optou pela luta aberta. Preparações foram feitas através da Itália, especialmente na [[Etrúria]], onde a revolta foi iniciada por Mânlio, um dos veteranos de Sula.
 
Frustrou-se um plano para matar Cícero e, no dia seguinte, este pronunciou um discurso violento contra Catilina, que fugiu para chefiar seu exército na [[Etrúria]]. Depois de mais um dia, Cícero fez novo discurso contra Catilina, desta vez no [[fórumFórum romanoRomano]]. Cícero precisava de uma prova formal da conspiração de Catilina para poder tomar uma atitude mais enérgica e ter o respaldo da lei, e foi com os gauleses da tribo dos alóbrogos que veio o documento necessário para a acusação.
 
== Catilinárias ==
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== Condenação à morte ==
 
Enquanto isso os conspiradores em [[Roma]] tentaram induzir alguns enviados [[gauleses]] que se encontravam na cidade a unirem-se a eles. Os gauleses eram aliados dos romanos, mas estavam insatisfeitos com a administração de Murena, um amigo de Cícero acusado de corrupção e desvio de dinheiro. Catilina, sabedor dessa insatisfação, pediu aos gauleses que o apoiassem no golpe, e passariam a ter uma administração justa e sem prejuízos. Os alóbrogos não deram resposta de imediato, e temerosos de que fossem humilhados ou destruídos caso a conspiração desse errado, trataram de denunciar à Cícero a proposta de Catilina.
[[Ficheiro:Comic History of Rome Table 10 Cicero denouncing Cataline.jpg|thumb|esquerda|300px|Charge mostrando Catalina sendo denunciado por Cícero.]]
Enquanto isso os conspiradores em [[Roma]] tentaram induzir alguns enviados [[gauleses]] que se encontravam na cidade a unirem-se a eles. Os gauleses eram aliados dos romanos, mas estavam insatisfeitos com a administração de Murena, um amigo de Cícero acusado de corrupção e desvio de dinheiro. Catilina, sabedor dessa insatisfação, pediu aos gauleses que o apoiassem no golpe, e passariam a ter uma administração justa e sem prejuízos. Os alóbrogos não deram resposta de imediato, e temerosos de que fossem humilhados ou destruídos caso a conspiração desse errado, trataram de denunciar à Cícero a proposta de Catilina.
O cônsul, informado de toda a trama, pede que os gauleses aceitem a proposta de Catilina, mas sob a condição de terem um documento por escrito, desta forma possibilitando a criação de algo palpável para a acusação. Lêntulo, representante de Catilina nas negociações, de nada desconfia e cede ao pedido. Assim que os gauleses saem de Roma são presos, o documento é apreendido e Cícero apresenta ao Senado a prova da conspiração.
 
Os conspiradores foram presos e condenados à morte. Essa condenação foi posteriormente criticada como violação da lei, pois o [[senado romano]] não tinha o poder de vida e morte sobre o cidadão romano.