Humberto I da Itália: diferenças entre revisões

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{{Info/Monarca
|nome = Humberto I
|título = [[Ficheiro:Great coat of arms of the king of italy (1890-1946).svg|60px]]<br />[[Reino dade Itália (1861–1946)|Rei da Itália]]
|imagem = [[Ficheiro:Umberto I di Savoia.jpg|250px]]
|legenda = '''Rei Humberto I da Itália'''
|reinado = [[9 de janeiro]] de [[1878]] - [[29 de julho]] de [[1900]]
|coroação= [[9 de janeiro]] de [[1878]]
|outrostítulos= <ref group=nota>''Humberto, o Primeiro, por graça de Deus, Rei da Itália, Rei da Sardenha, Chiphe, Jerusalém, Armênia, Duque de Sabóia, Conde de Maurienne, Marquês (do Sacro-Império Romano) na Itália; Príncipe de Piemonte, Carignano, Oneglia, Poirino, Trino; Príncipe e Vigário Perpétuo do Sacro-Império Romano; Príncipe da Carmagnola, Montmellian com Arbin e Francin, Príncipe de Bailliff do Ducado de Aosta , Príncipe de Chieri , Dronero , Crescentino , Riva di Chieri e Banna, Busca , Bene , Brà , Duque de Genoa , Monferrat , Aosta , Duque de Chablais , Genevois , Duque de Piacenza , Marquês de Saluzzo (Saluces), Ivrea , Susa , del Tegerone, Migliabruna e Motturone, Cavallermaggiore , Marene , Modane e Lanslebourg , Livorno Ferraris , Santhià Agliè , Centallo e Demonte , Desana , Ghemme , Vigone , Conde de Barge , Villafranca , Ginevra , Nizza , Tenda , Romont , Asti , Alessandria , do Goceano , Novara , Tortona , Bobbio , Soissons , Sant'Antioco , Pollenzo , Roccabruna , Tricerro , Bairo , Ozega , deo Apertole, Barão de Vaud e do Faucigni , Senhor de Vercelli , Pinerolo , da Lomellina , da Valle Sesia , Marquês de Ceva , Overlord de Mõnaco , Roccabruna e 11/12th de Menton , Nobre Patrício de Veneza e Ferrara.''</ref>
|nome completo= ''Umberto Rainerio Carlo Emanuele Giovanni Maria Ferdinando Eugenio di Savoia''
|antecessor = [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]]
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|suc-tipo =
|herdeiro = [[Vítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]]
|rainha = [[Margarida de Saboia, rainha de Itália|Margarida de SabóiaSaboia]]
|consorte = [[Margarida de Saboia, rainha de Itália|Margarida de SabóiaSaboia]]
|esposa 1 = [[Margarida de Saboia, rainha de Itália|Margarida de SabóiaSaboia]]
|filhos = [[Vítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]]
|casa real = [[Casa de Sabóia]]
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|assinatura = UmbertoI.signature.jpg
}}
'''Umberto Rainiero Carlos Emanuel João Maria Fernando Eugênio de SabóiaSaboia''' (em [[Língua italiana|italiano]]: ''Umberto Rainerio Carlo Emanuele Giovanni Maria Ferdinando Eugenio di Savoia'') ([[Turim]], [[14 de março]] de [[1844]] - [[Monza]], [[29 de julho]] de [[1900]]), cognominado ''"o Rei Bom"'', foi o segundo [[Anexo:Lista de reis da Itália|rei da Itália]].
 
==Biografia==
===Família===
[[File:Drawing of Adelaide of Austria with her son the future Umberto I of Italy.jpg|thumb|O [[herdeiro presuntivo|príncipe-herdeiro]] Umberto com sua mãe, a rainha [[Adelaide de Habsburgo|Adelaide]], em ilustração da década de [[1850]].]]
Umberto era o segundo filho (primeiro varão) do rei [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]] e da [[arquiduquesa]] [[Maria Teresa de Áustria-Toscana]]. Seus avós paternos foram o rei [[Carlos Alberto da Sardenha]] e [[Maria Cristina da Saxônia]]; e seus avós maternos foram [[Fernando III, Grão-duque da Toscana]] e [[Luísa das Duas Sicílias]]. Entre seus irmãos estavam o rei [[Amadeu I de Espanha]] e [[Maria Pia de Saboia|Maria Pia, rainha-consorte de Portugal]].
 
===Primeiros anos===
Desde a infância, Umberto teve uma formação essencialmente militar, tendo como tutores [[Massimo D'Azeglio]] <ref>[http://www.letteraturaitaliana.net/pdf/Volume_8/t207.pdf D'Azeglio, Massimo Taparelli. ''I miei ricordi'', Barbera, Firenze, 1891.]</ref>, [[Pasquale Stanislao Mancini]] <ref>[http://www.associazionemancinivicum.org/base.asp?http_request=mancini ''Pasquale Stanislao Mancini'']</ref> e o [[general]] '''Giuseppe Rossi''', que formou o caráter e as idéiasideias que sustentou durante seu reinado.
 
[[Ficheiro:Neurdein - Umberto I di Savoia come principe ereditario.jpg|thumb|esquerda|135px|O príncipe Umberto à época de seu casamento.]]
Iniciou a carreira militar propriamente dita em [[1858]], com a patente de [[Capitão (militar)|capitão]]. Participou da [[Segunda Guerra de Independência Italiana]] - distinguindo-se na '''Batalha de Solferino''', em [[1859]] - e da [[Terceira Guerra de Independência Italiana]] - onde, como comandante da XVI Divisão, teve importante atuação no conflito de [[Villafranca di Verona]], em [[24 de junho]] de [[1866]], na sequência da [[Batalha de Custoza (1866)|Derrota de Custoza]] <ref>[http://www.clash-of-steel.org/pages/battle_details.php?battle=CUSTOZZA01 ''Details on Custoza'']</ref><ref>''Encyclopædia Britannica'': Second Battle of Custoza</ref>.
 
Devido à revolta causada pelos [[Casa de SabóiaSaboia|SabóiaSaboia]] em uma série de outras casas reais (as italianas e outras relacionadas a elas, como os [[Casa de Bourbon|Bourbon]] de [[Espanha]] e [[França]]) em [[1859]]-[[1860]], apenas uma pequena parcela da [[Família real|realeza]] estava disposta a estabelecer relações com a família reinante do recém criado [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]], o que tornou a procura por uma noiva real para os filhos de Vítor Emanuel II uma tarefa bastante difícil <ref>Exemplo disso foi o matrimônio do irmão mais novo de Umberto, o futuro [[Amadeu I de Espanha]]. Ante as recusas de outras casas reais em oferecer pretendentes ao príncipe, este terminou por casar-se com [[Maria Vitória del Pozzo]], princesa de Cisterna e súdita piemontesa.</ref>. O conflito da família com a [[Igreja Católica]] após a anexação dos [[Estados Pontifícios]] dificultou ainda mais as negociações de casamento com pretendentes católicas <ref>De Sauclières, Hercule. ''Il Risorgimento contro la Chiesa e il Sud. Intrighi, crimini e menzogne dei piemontesi''. Controcorrente, Napoli, 2003. ISBN 978-88-89015-03-2.</ref>.
 
Inicialmente, acertou-se o casamento de Umberto com a [[arquiduquesa]] [[Matilde de Áustria-Teschen]], descendente de um ramo colateral da [[Casa de Habsburgo]]. No entanto, a arquiduquesa morreu aos dezoito anos de idade, vítima de um trágico acidente <ref>[http://retratosdelahistoria.lacoctelera.net/post/2010/05/08/la-archiduquesa-llamas ''La Archiduquesa em llamas - Tragedia en la familia imperial austro-húngara'']</ref>. O príncipe-herdeiro acabou casando-se com a princesa [[Margarida de Saboia, rainha de Itália|Margarida de SabóiaSaboia]], sua prima em primeiro grau, em [[21 de abril]] de [[1868]]. Margarida foi uma das raras princesas, entre todas as casas reais da [[Europa]], com disponibilidade para contrair matrimônio com um membro da desprezada família Sabóia (da qual ela também fazia parte). O casal teve um único filho, o futuro [[Vítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]].
 
===Reinado===
Ascendeu ao trono com a morte do pai, em [[9 de janeiro]] de [[1878]]. O novo rei adotou o título de '''"Umberto I da Itália"'', aoem invésvez de ''"Umberto IV"'' (de SabóiaSaboia), e permitiu que os restos mortais de Vítor Emanuel II fossem sepultados no [[Panteão (Roma)|Panteão de Roma]], aoem invésvez da cripta real da [[Basílica de Superga]], reforçando a idéiaideia de uma Itália unificada.
[[Ficheiro:Neurdein - Umberto I di Savoia come principe ereditario.jpg|thumb|O príncipe Umberto à época de seu casamento.]]
Ascendeu ao trono com a morte do pai, em [[9 de janeiro]] de [[1878]]. O novo rei adotou o título de '''"Umberto I da Itália"'', ao invés de ''"Umberto IV"'' (de Sabóia), e permitiu que os restos mortais de Vítor Emanuel II fossem sepultados no [[Panteão (Roma)|Panteão de Roma]], ao invés da cripta real da [[Basílica de Superga]], reforçando a idéia de uma Itália unificada.
 
====Primeira tentativa de assassinato====
[[File:Drawing of Adelaide of Austria with her son the future Umberto I of Italy.jpg|thumb|O [[herdeiro presuntivo|príncipe-herdeiro]] Umberto com sua mãe, a rainha [[Adelaide de Habsburgo|Adelaide]], em ilustração da década de [[1850]].]]
Durante uma viagem a [[Nápoles]], em [[17 de novembro]] de [[1878]], Umberto desfilava num carro aberto acompanhado do ''[[premier]]'' [[Benedetto Cairoli]] quando foi atacado pelo [[anarquismo|anarquista]] [[Giovanni Passannante]]. O rei repeliu o golpe com seu sabre, mas Cairoli, ao tentar defendê-lo, foi gravemente ferido na coxa. O pretenso assassino foi condenado à morte, embora a lei só permitisse tal condenação em caso de morte do rei. Umberto comutou a sentença em trabalhos forçados perpétuos, que Passanante cumpriu numa cela de apenas 1,4 metros de altura, sem saneamento e com 18 quilos de correntes em seu corpo <ref>Galzerano, Giuseppe. ''Giovanni Passannante'', Galzerano Editore, Casalvelino Scalo, 2004.</ref>. O anarquista viria a morrer em uma instituição psiquiátrica <ref>Merlino, Salvatore. ''L'Italia così com'è'', 1891 ''in'' "Al caffè", por Errico Malatesta, 1922.</ref>.
 
====Política externa====
Na política externa, Umberto I aprovou a [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]] com a [[Áustria-Hungria]] e a [[Alemanha]], visitando [[Viena]] e [[Berlim]] diversas vezes. Muitos na Itália, no entanto, desaprovavam e viam com hostilidade uma aliança com seus antigos inimigos [[Império Áustro-Húngaro|austríacos]], que ainda ocupavam áreas reivindicadas pela Itália <ref name="Grimaldi">Grimaldi, Ugoberto Alfassio. ''Il re buono'', Feltrinelli, Milano, 1970.</ref>.
 
Umberto também foi favorável à política de expansão colonial iniciada em [[1885]] com a ocupação de [[Maçuá|Massaua]], na [[EritréiaEritreia]], e da [[Somália Italiana|Somália]] <ref name="Hess">Hess, Robert L. ''Italian Colonialism in Somalia''. University of Chicago P. Chicago, 1966.</ref>. Umberto I aspirava um vasto império no nordeste da África, mas sofreu uma desastrosa derrota na [[Batalha de Adwa]], na [[Etiópia]], em [[1 de março]] de [[1896]] <ref name="Hess"/>.
 
No verão de [[1900]] as forças italianas, que compunham a [[Aliança das Oito Nações]], participaram da [[Revolta dos Boxers]], na [[Império Chinês|China imperial]]. Através do '''Protocolo de Boxer''', assinado após a morte de Umberto, o Reino da Itália recebeu a concessão do território de [[Tianjin]], no nordeste da China.
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====Massacre de Bava Beccaris====
O rei foi duramente criticado pela oposição socialista e anarquista-republicana por ter concedido a Grãgrã-Cruzcruz da [[Ordem Militar de Sabóia]] ao [[general]] [[Fiorenzo Bava Beccaris]] que, em [[7 de maio]] de [[1898]], ordenou o uso de canhões contra a multidão que participava do chamado '''"Motim de Milão'''" (também conhecido como o ''protesto do estômago''), uma manifestação popular provocada pela grande alta no custo dos cereais. Sob as ordens de Bava Beccaris, o exército protagonizou um massacre com pelo menos uma centena de mortos e mais de 500 feridos, segundo estimativas da polícia da época, embora alguns historiadores considerem que essas estimativas tenham sido subestimadas <ref>Valera, Paolo. ''I cannoni di Bava Beccaris'', Milano 1966.</ref>.
 
Após os eventos em Milão, o governo do general [[Luigi Pelloux]] tomou um rumo autoritário, preparando-se para dissolver as organizações socialistas e radicais católicas e limitar a [[liberdade de imprensa]] e de reunião. Esta atitude, no entanto, foi vetada pelo Parlamentoparlamento, onde os socialistas conseguiram forçar Pelloux a dissolver o governo e convocar novas eleições, com avanço acentuado da esquerda.
 
Pelloux renunciou e Umberto I, em respeito à legislação vigente, nomeou [[Giuseppe Saracco]] como presidente do Conselhoconselho de Ministrosministros, que deu início a uma política de reconciliação nacional. A concessão da condecoração ao general Bava Beccaris foi a causa do último e fatal ataque ao monarca, por [[Gaetano Bresci]] <ref>Petacco, Arrigo. ''L'anarchico che venne dall'America'', Mondadori, Milano, 1974.</ref>.
 
===O atentado fatal===
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[[Ficheiro:Order of the Golden Fleece Rib.gif|100px]] Cavaleiro da [[Ordem do Tosão de Ouro]]
 
{{Notas}}
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{{commonscat|Umberto I of Italy}}
==Ligações externas==
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==Nota==
{{ENref|Umberto I of Italy|437175260}}
 
==Ligações externas==
 
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! colspan="3" style="background: #FBEC5D;" |'''[[Casa de SabóiaSaboia]]'''<br />'''Umberto I'''<small><br />Nascimento: [[14 de março]] de [[1844]]; Morte: [[29 de julho]] de [[1900]]</small>
|- style="text-align:center;"
|width="30%" align="center"| Precedido por<br />'''[[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]]'''