Série 1400 da CP: diferenças entre revisões
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Na [[Década de 1960]], a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses empenhou-se num processo de modernização, principalmente através da aquisição de material circulante a gasóleo e eléctrico.<ref name=Gazeta1900/> Assim, inseriu, no seu plano de investimentos para [[1965]] a [[1967]], no âmbito do Plano Intercalar de Fomento, uma cláusula relativa à aquisição de locomotivas a gasóleo de linha; este ponto não foi, no entanto, incluído pelo governo quando enviou a proposta às Câmaras Parlamentares, mas concedeu que poderia ser, futuramente, discutido, caso se conseguissem encontrar fontes de financiamento adequadas, especialmente através de créditos no estrangeiro.<ref name=Gazeta1871/> O parecer da [[Câmara Corporativa]] considerou indispensável a compra das locomotivas, devido à necessidade de racionalizar as operações ferroviárias, e a importância que estas possuíam na indústria nacional.<ref name=Gazeta1871/> Pouco depois desta discussão se tornar pública, apareceram propostas de várias firmas internacionais, que defenderam este investimento, e garantiram que existiam boas fontes de financiamento disponíveis.<ref name=Gazeta1871/>
No entanto, a Companhia já tinha ponderado que, das 50 locomotivas a adquirir, 40 deviam ser montadas em território nacional, de forma a defender a indústria portuguesa; assim, deveriam utilizar materiais que pudessem ser trabalhados por fábricas nacionais.<ref name=Gazeta1871/> Com base nestas condições, apareceram 9 propostas, que foram estudadas pelo Conselho de Administração da CP, tendo sido escolhida a firma britânica ''[[English Electric]]''; esta decisão baseou-se não só nas grandes dimensões que aquela empresa detinha, mas também pelo seu prestígio no Reino Unido e no estrangeiro.<ref name=Gazeta1871/> Outro factor de peso foi a sua nacionalidade, uma vez que se considerou esta encomenda como
===Encomenda e entrada ao serviço===
Assim, foram encomendadas, à English Electric, um conjunto de 50 locomotivas<ref name=Gazeta1900>{{Citar periódico|data=16 de Fevereiro de 1967|titulo=Jornal da Quinzena|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=79|numero=1900|paginas=433|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1967/N1900/N1900_master/GazetaCFN1900.pdf|acessadoem=1 de Julho de 2012}}</ref> diesel-eléctricas, destinadas aos serviços de passageiros e mercadorias.<ref name=Gazeta1871>{{Citar periódico|data=1 de Dezembro de 1965|titulo=A C. P. vai ser enriquecida com 50 novas locomotivas diesel-eléctricas|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=78|numero=1871|paginas=355, 365|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1965/N1871/N1871_master/GazetaCFN1871.pdf|acessadoem=1 de Julho de 2012}}</ref>
A cerimónia da assinatura do contrato teve lugar em [[10 de Novembro]] de [[1965]], na sala de reuniões do Conselho de Administração da Companhia.<ref name=Gazeta1871/> O financiamento para esta operação foi assegurado por meio de créditos ao banco [[:en:Lazard|Lazard Brothers]], de [[Londres]], tendo as garantias bancárias sido prestadas pelo Banco de Fomento Nacional.<ref name=Gazeta1871/> O contrato previa a entrega de 10 locomotivas até 12 meses após a assinatura, devendo as restantes 40 unidades ser construídas nas instalações das [[Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas]], e entregues ao ritmo de 5 locomotivas por mês.<ref name=Gazeta1871/> O contrato teve um valor de 257.547.000 escudos, ou 3.187.463 libras.<ref name=Gazeta1871/> Para o fabrico em Portugal, a English Electric comprometeu-se a prestar apoio técnico à SOREFAME.<ref name=Gazeta1871/>
As primeiras 10 locomotivas foram construídas pela [[English Electric]], no [[Reino Unido]]<ref name=CFP138>Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 138</ref><ref name=Gazeta1900/>, tendo a primeira sido transportada desde [[Liverpool]] até ao Entreposto de [[Alcântara (Lisboa)|Alcântara]], aonde chegou nos primeiros dias de Janeiro de [[1967]].<ref name=Gazeta1900/>
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As unidades restantes foram montadas nas instalações da [[Amadora]] da SOREFAME<ref name=Gazeta1900/><ref name=Maquetren100>{{Citar periódico|autor=CONCEIÇÃO, Marcos A.|ano=2001|titulo=Caminhos de Ferro Portugueses: Cambios en la Tracción|jornal=Maquetren|volume=10|numero=100|paginas=74, 77|idioma=Espanhol|mes=Julho|editora=Revistas Profesionales|local=Madrid}}</ref>, entre [[1967]] e [[1969]], com autorização da fabricante britânica.<ref name=CFP138/> Foram afectas às oficinas de Contumil, junto à cidade do [[Porto]].<ref name=Maquetren32/>
Em [[2001]], a continuidade desta série ao serviço estava assegurada, sendo apenas abatidas as unidades cujo custo de reparação de avarias ou acidentes fosse muito elevadas; previa-se que as locomotivas número 1424 e 1453 fossem integradas no espólio do [[Museu Nacional Ferroviário]], tendo esta última sido decorada com o esquema de cores original, azul e branco.<ref name=Maquetren71/> Neste ano, algumas das locomotivas encontravam-se a rebocar as composições dos serviços [[Comboio regional|Regional]], como o entre [[Estação Ferroviária de Portalegre|Portalegre]] e [[Estação Ferroviária do Entroncamento|Entroncamento]], e [[InterRegional]].<ref name=Maquetren100/>
Devido ao seu elevado número e à diversidade de condições em que operam, foram as unidades que sofreram mais acidentes.<ref name=Maquetren100/>
==Caracterização==
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