Saartjie Baartman: diferenças entre revisões

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Por outro lado, Saartjie tinha ''sinus pudoris'', também conhecido por «avental», «cortina da vergonha» ou «bandeja», em referência aos longos [[pequenos lábios|lábios da genitália]] de algumas Khoisan. Segundo [[Stephen Jay Gould]], «os pequenos lábios ou lábios internos dos genitais da mulher comum são extremamente longos nas mulheres khoi-san e podem sobressair da [[vagina]] entre 7,5 e mais de 10 cm quando a mulher está de pé, dando a impressão de uma cortina de pele distinta e envolvente» (Gould, 1985). Em vida, Saartjie nunca permitiu que este seu derradeiro traço fosse exibido.
 
A sua exibição em [[Londres]] causou escândalo, tendo a sociedade beneméritafilantrópica [[African Association]] criticado a iniciativa e lançado um processo em tribunal. Durante o seu depoimento, Sarah Baartman declarou, em [[holandês]], não se considerar vítima de coação e ser seu perfeito entendimento que lhe cabia metade da receita das exibições. O tribunal decidiu arquivar o caso, mas o acórdão não foi satisfatório, devido a contradições com outras investigações, pelo que a continuação do espetáculo em Londres tornou-se impossível.
 
No final de [[1814]], Saartjie foi vendida a um francês, [[domador]] de animais, que viu nela uma oportunidade de enriquecimento fácil. Considerando que a adquirira como [[prostituta]] ou escrava, o novo dono mantinha-a em condições muito mais duras. Foi exposta em [[Paris]], tendo de aceitar exibir-se completamente nua, o que contrariava o seu voto de jamais exibir os órgãos genitais. As celebrações da reentronização de [[Napoleão Bonaparte]] no início de 1815 incluíram festas noturnas. A exposição manteve-se aberta durante toda a noite e os muitos visitantes bêbados divertiram-se apalpando o corpo da indefesa mulher.