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'''Juba II''' ([[Numídia]], [[52 a.C.]] — [[Cesareia]] {{dn}}, [[23]]), rei [[Berberes|berbere]] da [[Numídia]] e de [[Cesareia]] ([[Mauritânia (Antiguidade)|Mauritânia]] romana), homem de letras e artista, autor de vários tratados sobre [[literatura]], [[geografia]], [[pintura]], [[teatro]], [[história]], [[medicina]] e história natural. Publicou cerca de 50 livros, a maioria em grego. Feito prisioneiro aos 6seis anos de idade, foi exibido numa das marchas triunfais de [[Júlio César]], sendo educado na casa imperial romana. Casou com a filha de [[Cleópatra]] e de [[Marco António]].
 
==Biografia==
Juba II era filho de [[Juba I]], rei da [[Numídia]]. O seu pai apoiou [[Pompeu]] na guerra civil contra [[Júlio César]] tendo, aquando da derrota de [[ThapsusBatalha de Tapso|Thapso]], em [[46 a.C.]], preferido o [[suicídio]] a ser feito prisioneiro. O jovem Juba, teria então cerca de 6 anos, foi capturado e exibido no triunfo que [[Júlio César]] organizou em [[Roma]].
 
Educado no seio da família imperial romana, adoptou os costumes e cultura latinos, sendo proficiente em latim e grego. Acompanhou [[OctávioOctaviano]] (futuro imperador [[Augusto]]) em algumas das suas campanhas, demonstrando grande coragem e capacidade de liderança.
 
Amigo do imperador, no ano 25 a. C, foi instalado pelos romanos como rei da Numídia, sucedendo a seu pai. No ano 20 a. C., o imperador deu-lhe como esposa [[Cleópatra Selene]], filha dos célebres [[Marco António]] e [[Cleópatra]], trazendo como dote o título de rainha da Mauritânia (isto é da parte ocidental do litoral norte-africano). O casal estabeleceu a sua capital em Iol, rebaptizando a cidade com o nome de [[Cesareia]] (''Caeserea''), naquela que é hoje a cidade de [[Cherchell]] no centro norte da [[Argélia]].
 
Reinando, sob suserania romana, a partir de [[Cesareia]] a sua zona de influência estendia-se por todo o Mediterrânio Ocidental, tendo interesses na costa sudoeste da Península Ibérica e na costa atlântica de África até ao sul das Canárias.
 
Muito conhecido entre os gregos e romanos, Juba foi um homem de letras e artista, autor de vários tratados sobre literatura, pintura, teatro, história e medicina. É unânime o reconhecimento pelos historiadores contemporâneos gregos e romanos da sua inigualável inteligência e erudição.
 
Entre outras descobertas, deve-se-lhe o reconhecimento e descrição dos poderes curativos das euforbiáceas (o nome [[Euphorbia|eufórbia]] deriva de ''Euphorbus'', o médico da corte de Juba ).
 
Dotado de grande curiosidade geográfica, organizou diversas expedições, entre as quais uma que pretendia descobrir as nascentes do rio [[Nilo]], que se acreditava ficavam no sul dos [[Montesmontes do Atlas]].
 
Também, conhecendo a fama das [[ilhas Afortunadas]], enviou às actuais [[Canárias]] uma expedição destinada a verificar as potencialidades das ilhas. Esta expedição diz-se que encontrou as ilhas desertas, embora com restos de antigas construções. Os cães seriam tão numerosos que, por via do latim ''cane'', originou o actual étimo Canárias (literalmente ''Ilhas dos Cães'').
 
Os manuscritos de Juba serviram de referência a múltiplos historiadores da antiguidade, entre os quais [[Tito Lívio]], [[Alexandre de Mileto]], [[Diodoro da Sicília]] e [[Plínio]] {{dn}}. Este último vai ao ponto de afirmar que Juba ''era mais respeitado pelo seu saber do que pelo seu reino''.
 
Admirado e respeitado pelos gregos, foi-lhe erigida, em sinal de reconhecimento, uma estátua frente à academia de [[Ptolomeu]]. O reinado de Juba II foi marcado pelo seu sentido de justiça e democracia.