Cassiano Branco: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 40:
De fortes convicções políticas, opositor declarado do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] de [[Salazar]], Cassiano Branco fica excluído das encomendas oficiais de maior estatuto e visibilidade. Participa de forma discreta na [[Exposição do Mundo Português]] (1940) e realiza projetos para barragens, mas o grosso da sua obra será para uma clientela privada. Também o seu feitio, difícil e exigente, ditará o abandono prematuro de diversos empreendimentos de grande dimensão, por divergências com clientes ou construtores. E no entanto, apesar de terem sido terminados por mão alheia, nos cinemas lisboetas Éden e Império, abandonados durante o projeto, e mais ainda no Coliseu do Porto, de que se afastou já em fase de construção, a sua autoria permanece claramente identificável, pelo que em publicações de referência todos estes edifícios lhe são atribuídos (repare-se que na década de 1990 o cineteatro Éden foi quase totalmente demolido, dele restando apenas a fachada principal, adulterada pela abertura de dois enormes vãos).<ref>A.A.V.V. – '''Cassiano Branco, uma obra para o futuro'''. Lisboa: Edições Asa, 1991</ref>
 
Embora a vários níveis um resistente, Cassiano Branco não foi totalmente alheio ao estilo oficial do Estado Novo (vulgarmente apelidado [[Português Suave]]<ref>Fernandes, José Manuel – Português Suave: Arquiteturas do Estado Novo. Lisboa: IPPAR, Departamento de Estudos, 2003. ISBN 972-8736-26-6</ref>), que dominou o panorama arquitetónico nacional a partir do final da década de 1930. Uma obra à qual se dedicou longamente foi o [[Portugal dos Pequenitos]], Coimbra (1937-1962), onde evocou edifícios e tipologias arquitetónicas nacionais, numa síntese historiográfica do país à escala das crianças. Também o [[Grande Hotel do Luso]] (1940) ou o edifício da [[Praça de Londres]] (1951) revelam uma aproximação ao idioma tradicionalista então dominante.<ref>Bártolo, José – '''Cassiano Branco'''. Vila do Conde: Quidnovi, 2011, p. 20, 21.</ref><ref>[[José Augusto França|França, Jose Augusto]], José Augusto – '''A arte em Portugal no século XX''' [1974]. Lisboa: Livraria Bertrand, 1991, p. 234</ref>
 
Em 1958 apoiou a candidatura do general [[Humberto Delgado]] à Presidência da República, tendo sido detido pela [[PIDE]].<ref>Bártolo, José – '''Cassiano Branco'''. Vila do Conde: Quidnovi, 2011, p. 92.</ref>