António Enes: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m recategorização e ajustes utilizando AWB
Linha 1:
[[FicheiroImagem:Antonio Jose Ennes.jpg|thumb|250px|António Enes.]]
[[FicheiroImagem:Cartel - António Enes.JPG|thumb|250px|Frase de António Enes em [[azulejo]]s de [[Jorge Colaço]].]]
'''António José de Orta Enes''' <small>[[Ordem do Império Colonial|GCIC]]</small> ([[Lisboa]], [[15 de Agosto]] de [[1848]] — [[Sintra]], [[Queluz (freguesia)|Queluz]], [[6 de Agosto]] de [[1901]]), mais conhecido por '''António Enes''', formado no Curso Superior de Letras, foi um político, [[jornalista]], escritor e administrador colonial português, que se destacou em [[Moçambique]] onde exerceu as funções de Comissário Régio durante a rebelião [[Tsongas|tsonga]] na região sul daquele território. Defendeu em [[1870]] uns ''Estados Unidos da Europa'', temendo que [[Reino de Portugal|Portugal]] fosse absorvido pela vizinha [[Sexénio Revolucionário|Espanha]]. Foi membro destacado do [[Partido Histórico]] e da [[Maçonaria]]. Exerceu as funções de [[deputado]], de [[bibliotecário-mor]] da [[Biblioteca Nacional de Lisboa]] (1886) e de [[Ministro da Marinha e Ultramar]] na primeira fase do governo extrapartidário de [[João Crisóstomo de Abreu e Sousa]].
 
== Biografia ==
António José Enes nasceu em [[Lisboa]] a [[15 de Agosto]]<ref>"Raízes e Memórias", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179 diz ter nascido a [[16 de Dezembro]].</ref> de [[1848]], filho de [[Guilherme José Enes]] e de sua mulher Joana da Cruz de Orta, filha do 1.º [[Visconde de Orta]].<ref name="Genealogia, Lisboa p. 179">"Raízes e Memórias", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179</ref> Fez os seus primeiros estudos no colégio dos [[Lazarista]]s. Depois de uma passagem pelo ensino liceal ingressou no [[Curso Superior de Letras]], que completou com distinção em [[1868]].<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref>
 
Cedo demonstrou dotes de [[jornalista]] e [[polemista]], bem como [[dramaturgo]] e [[romancista]], e sendo membro do [[Partido Histórico]], e apoiante político do [[duque de Loulé]], fez parte da redacção da ''Gazeta do Povo'' e foi pouco depois nomeado director de ''O País'', jornal afecto àquela corrente política. Na sequência do [[pacto da Granja]], e da consequente fusão do [[Partido Reformista]] com o [[Partido Histórico]], o jornal ''O País'' transformou-se no órgão oficioso do novo [[Partido Progressista (Portugal)|Partido Progressista]] e mudou o seu nome para ''O Progresso'', ficando António Enes como redactor principal. Foi fundador de ''O Dia'', periódico de que foi director político e redactor principal. Foi, ainda jornalista na ''Gazeta do Comércio'' e no ''Correio da Noite''.<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref>
 
Em [[1876]] foi feito [[Fidalgo]] [[Cavaleiro]] da [[Casa Real]].<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref> Em [[1880]] foi eleito [[deputado]], mas as câmaras foram dissolvidas. Em [[1886]] foi nomeado [[bibliotecário-mor]] da [[Biblioteca Nacional de Lisboa]], sendo novamente eleito deputado para a [[legislatura]] de [[1884]]-[[1887]], tendo sido sucessivamente reeleito para as de [[1887]]-[[1889]] e [[1890]]-[[1891]].
 
Logo após o [[ultimato britânico de 1890]], António Enes foi nomeado [[Ministério da Marinha e Ultramar|Ministro da Marinha e Ultramar]] (de [[14 de Outubro]] de [[1890]] a [[25 de Maio]] de [[1891]]), no governo presidido pelo general [[João Crisóstomo de Abreu e Sousa]], tendo desempenhado esse cargo num período de grande pressão política sobre as questões ultramarinas face à onde nacionalista que varreu Portugal em consequência da ''ofensa'' britânica. António Enes, de forma laboriosa, conseguiu manter os necessários equilíbrios internos e externos, tendo organizado uma expedição militar a [[África Oriental Portuguesa|Moçambique]], para fazer face à crescente proximidade entre [[Gungunhana]] e os interesses britânicos, e intervindo energicamente nas colónias de [[São Tomé e Príncipe]], [[Guiné Portuguesa]] e [[Bié]]. Foi sucedido no cargo por [[Júlio de Vilhena]].
 
Em [[1891]], e novamente em [[1894]],<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref> foi nomeado Comissário Régio em Moçambique, onde deu provas de grande saber e competência, deixando o seu nome ligado a notáveis obras e feitos naquele território, sendo também o principal organizador da expedição de [[Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque]] contra o [[Império de Gaza]].
 
Em [[1896]] foi nomeado [[ministro plenipotenciário|ministro]] de [[Reino de Portugal|Portugal]] no [[República Velha|Brasil]]. Foi ainda feito [[Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima]].<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref>
 
Presidiu ainda ao comité que dirigiu os trabalhos do 5.º Congresso da Imprensa, que reuniu em Lisboa no ano de [[1898]].
 
Casou com Emília dos Anjos, mas não deixou geração.<ref>"Raízes e Memóriasname=", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 10, p. 179<"/ref>
 
Faleceu em [[Queluz (freguesia)|Queluz]] a [[6 de Agosto]] de [[1901]].
 
A 14 de Julho de 1932 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da [[Ordem do Império Colonial]].<ref name="OHn">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas |autor= |data= |publicado=[[Presidência da República Portuguesa]] |acessodata=8 de fevereiro de 2013-02-08 |notas=Resultado da busca de "António José Enes".}}</ref>
 
{{Referências}}
 
* -----------, ''António Ennes: Solene sessão comemorativa do cinquentenário do seu governo colonial, em 4 de Novembro de 1946'', Academia Ciências de Lisboa, Lisboa, 1947 (81 pp. + 13 ilustrações).
* -----------, ''Providências publicadas pelo Comissário Regio na Província de Moçambique, Conselheiro António José Ennes, desde 1 de Janeiro até 18 de Dezembro de 1895'', Imprensa Nacional de Lisboa, Lisboa, 1896 (251 pp.).
Linha 41 ⟶ 42:
[[Categoria:Dramaturgos de Portugal]]
[[Categoria:Romancistas de Portugal]]
[[Categoria:Fidalgos Cavaleiroscavaleiros da Casa Real]]
[[Categoria:Deputados do Reino de Portugal]]
[[Categoria:Bibliotecários-mor e diretores da Biblioteca Nacional de Lisboa]]