João Manuel Ferreira Simões: diferenças entre revisões

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Embora não fosse adepto do regime que dirigiu os destinos de Portugal durante cerca de 40 anos, o jornalista Ferreira Simões nunca foi incomodado pela [[PIDE]] ([[polícia política]]), porque também nunca se envolveu em actividades que a isso pudessem conduzir. Quando em Lourenço Marques foi, no entanto, chamado por duas vezes à sede daquele polícia, por razões que se prenderam com a sua fase de esperantista, altura em que se correspondeu com numerosos simpatizantes da língua internacional (cerca de 40), muitos deles em países da então chamada «cortina de ferro». A PIDE, que se apoderara de alguma correspondência que lhe era dirigida, quis que o destinatário traduzisse o seu conteúdo, embora fosse óbvio que essa tradução já era do seu conhecimento. O objectivo da polícia do regime de Salazar era apenas confirmar se as duas traduções coincidiam!
 
A única perseguição digna de registo de foi alvo, partiu não da polícia política mas sim do último governador-geral de Moçambique, Eng. Pimentel dos Santos. Ferreira Simões, que era dirigente sindical, foi indigitado, numa reunião dos vários sindicatos, para membro do Conselho Legislativo, órgão de que era presidente, por inerência, o governador-geral, e que tinha a seu cargo a discussão e aprovação (ou rejeição) dos vários diplomas legislativos, que eram publicados no jornal oficial e constituíam as leis que vigoravam naquele antigo território de Portugal em África. A lista dos eleitos pelos vários sectores com intervenção no processo, era apreciada pelo representante do partido único (a Acção Nacional Popular) e pelo governador-geral. Este, com quem Ferreira Simões tivera um ligeiro embate, na sequência de notícias por ele enviadas e publicadas em Lisboa, mandou que se alterasse a acta da reunião dos sindicatos em que fora eleito e colocassem no seu lugar um negro da região do Monapo, de seu nome Assael Jonassane Mazula, que já vinha fazendo parte de anteriores conselhos legislativos.