Igreja do Oriente: diferenças entre revisões

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==Expansão==
A [[Pérsia]] há muito já era refúgio de uma comunidade cristã que vinha sendo perseguida pela maioria [[Zoroastrismo|zoroástrica]], sob a acusação de ter "inclinações" romanas. Em 424 d.C., a igreja persa se declarou independente da igreja [[impérioIgreja bizantino|bizantina]] e de todas as outras igrejas, justamente para refutar estas acusações. Logo após o cisma, a Igreja da Pérsia cada vez mais se alinhou com os nestorianos, uma medida que foi encorajada pelas lideranças zoroástricas e que, com o passar dos anos, levou-a a se tornar mais e mais nestoriana, ampliando assim o cisma entre ela e [[credo de Calcedônia|igreja calcedoniana]].
 
Em 486 d.C., o [[metropolita]] de [[Nísibis]] (atual [[Nusaybin]]), [[Barsauma]], publicamente aceitou o mentor de Nestório, [[Teodoro de Mopsuéstia]], como uma autoridade espiritual. Em 489 d.C., quando a [[Escola de Edessa]] (em [[Edessa, Mesopotâmia]]) foi fechada pelo [[imperador bizantino]] [[Zenão I]] por suas tendências nestorianas, ela se mudou para sua cidade original, Nísibis, e se tornou novamente a [[Escola de Nísibis]], provocando uma onda de migração nestoriana para a Pérsia. O patriarca dali, [[Mar Babai I]] (497 - 502 d.C.), reiterou e expandiu a alta estima da igreja por Teodoro, solidificando então a adoção do nestorianismo<ref name=Britannica/>.
Agora firmemente estabelecida na Pérsia, com centros em Nísibis, [[Ctesifonte]], [[Gundesapor]] e diversas [[sé metropolita|sedes metropolitas]], a Igreja Persa, com influências nestorianas, começou a se ramificar para fora do [[Império Sassânida]]. Contudo, durante todo o século VI d.C, a igreja foi frequentemente acometida por disputas internas e perseguições pelas mãos dos zoroástricos. A luta levou a um novo cisma, que durou de 521 até 539 d.C., quando os assuntos em disputa foram resolvidos. Porém, logo em seguida o conflito com os [[impérioImpério bizantinoBizantino]] levou à perseguição da igreja pelo rei sassânida [[Cosroes I]], o que terminou em 545 d.C. A igreja sobreviveu a estas atribulações sob a liderança do patriarca [[Mar Abba I]], que tinha se convertido do [[Zoroastrismo]]<ref name=Britannica/>.
 
A igreja se expandiu rapidamente sob os [[sassânidas]] e, após a [[conquista islâmica da Pérsia]], completada em 644 d.C.foi designada uma comunidade ''[[dhimmi]]'' protegida sob o domínio [[Islão|muçulmano]] sob o [[Califado Rashidun]]. A partir da século VI, se expandiu ainda mais, e foram estabelecidas comunidades na [[subcontinente indiano]] entre os [[cristãos de São Tomé]], na [[Ásia Central]] onde tiveram algum sucesso evangélico entre as [[Cristianismo entre os mongóis|tribos mongóis]], e na [[China]], que foi sede de uma próspera [[Igreja do Oriente na China]] sob a [[Dinastia Tang]], do século VII ao IX. Durante os séculos XIII e XIV a igreja passou por um período final de expansão, durante o [[Império Mongol]], no qual influentes cristãos do oriente frequentaram a corte mongol. Uma fonte chinesa, conhecida como [[Estela nestoriana]], relata uma missão sob um pregador persa chamado Alopen como tendo sido a origem do cristianismo do oriente na China em 635 d.C. Eles fizeram alguns avanços sobre o [[Egito (província romana)|Egito]], apesar da forte presença [[monofisismo|monofisista]] lá<ref>{{citar livro|autor = Campbell| url = http://books.google.com/books?id=p2mUxxxGt_sC&pg=PA62&dq=nestorian+egypt+oriental+orthodox&client=firefox-a&cd=1#v=onepage&q=nestorian%20egypt%20oriental%20orthodox&f=false| título = Christian Confessions| língua= inglês| páginas = 62}}.</ref>. A igreja e suas comunidades no exterior floresceram neste período. No século X d.C. ela já tinha quinze sedes metropolitas no território do califado e outras cinco em outros lugares, inclusive a Índia e a China<ref name=Britannica/>.