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Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados [[terrorista]]s, atribuídos a setores da direita e militares da [[linha dura]]. Em janeiro de [[1980]], ocorre uma onda de ataques e, nos meses seguintes, são registrados 25 atentados, sem vítimas, em sua maioria explosões de bombas em bancas de jornais que vendiam periódicos de [[esquerda]], da chamada [[imprensa alternativa]]. A situação se agravou com a detonação, em 27 e 28 de agosto, de cartas-bombas enviadas ao vereador do Rio de Janeiro [[Antônio Carlos de Carvalho]], do [[PMDB]], e a [[Eduardo Seabra Fagundes]], presidente da [[Ordem dos Advogados do Brasil]] (OAB). Em consequência desses atentados, o jornalista [[José Ribamar de Freitas]], chefe de gabinete do vereador, ficou gravemente ferido e dona [[Lida Monteiro da Silva]], secretária da OAB, faleceu. Imediatamente, os presidentes de todos os partidos reuniram-se no Congresso para manifestar solidariedade à luta contra o terrorismo.
 
O mais notório atentado, porém, aconteceu no [[Atentado do Riocentro|Riocentro]], na [[Barra da Tijuca]], [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], na noite de [[30 de abril]] de [[1981]], quando duas bombas explodiram durante um show de música popular promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), em comemoração ao [[Dia do Trabalhador|Dia do Trabalho]]. Existe rumores de que os atentados foram feitos por militares de linha dura, apesar de até hoje não se ter provas. No local havia cerca de 20 mil pessoas, a maioria delas jovens. Não se sabe se por acidente ou imperícia, uma das explosões ocorreu num carro particular que manobrava no estacionamento, matando um dos ocupantes, o [[sargento]] Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo gravemente o motorista, [[capitão]] Wilson Luís Chaves Machado, ambos do [[DOI-CODI]] do I Exército. A imprensa e a opinião pública se convenceram de que as vítimas eram os próprios [[terroristas]], mas o general Gentil Marcondes, comandante do [[Comando Militar do Leste|I Exército]], divulgou a versão de que ambos cumpriam "missão de rotina" e determinou que o sepultamento do sargento fosse com honras militares.
 
O atentado provocou uma crise política, que acabou sendo solucionada à base de mútuas concessões. Não houve punição ostensiva aos militares integrantes da "linha dura" e o I Exército pôde fazer seu próprio inquérito, "concluindo" que os dois militares haviam sido ''"vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão"''. O governo negou conhecimento da operação no Riocentro, mas, em compensação, não ocorreu a partir daí nenhum outro atentado terrorista significativo. Tal solução, entretanto, não agradou a todos os membros do governo. No dia [[6 de agosto]], em decorrência da não-punição dos autores do atentado, o general [[Golbery do Couto e Silva]], tido como o principal articulador do processo de distensão política, pediu demissão da chefia do Gabinete Civil, cargo que ocupava desde o início do governo [[Geisel]], alegando "divergências irreconciliáveis".