Batalha de Plisca: diferenças entre revisões

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== Primeiras campanhas ==
Quando Nicéforo I, o Logóteta se tornou o [[imperador bizantino]] em 802, ele planejou reincorporar o território do búlgaros ao Império. Em 807, ele lançou uma campanha, mas chegou apenas até [[Odrin]] e nada conseguiu por conta de uma conspiração em [[Constantinopla|sua capital]]<ref>[[Teófanes, o Confessor]]. ''Chronographia'', p.482-484</ref>. Esta tentativa, porém, deu motivos para o cã búlgaro [[Krum da Bulgária|Krum]] poder realizar sua própria campanha contra o Império Bizantino. O principal objetivo dele era a expansão para o sul e para o sudoeste. No ano seguinte, um exército búlgaro invadiu o vale do [[rio Estrimão]] e derrotou os bizantinos, capturando 1 100 "litros" de ouro e matando muitos soldados inimigos, incluindo todos os ''[[strategosestratego]]'' e a maior parte dos comandantes<ref>[[Teófanes, o Confessor]]. ''Chronographia'', p.484-486</ref>. Em 809, o próprio cã certou a poderosa fortaleza de [[Sérdica]] e [[cerco de Sérdica (809)|capturou a cidade]], assassinando toda a guarnição de 6 000 soldados<ref>[[Teófanes, o Confessor]]. ''Chronographia'', p.485</ref>.
 
== Preparativos da invasão ==
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Nicéforo, incapaz de atacar uma das paliçadas, simplesmente acampou ali, apesar dos desesperados pedidos de seus generais para que não fizesse isso. Na terceira noite, o moral dos bizantinos estava despeaçado e os búlgaros batiam nos escudos e provocavam as forças aprisionadas do imperador. Na mesma noite, os búlgaros juntaram suas forças e fecharam o cerco aos inimigos. Ao amanhecer, eles iniciaram o ataque e começaram a matar os apavorados e totalmente confusos bizantinos. As ''[[tagma (militar)|tagma]]ta'' foram as primeiras a sofrer o ataque. Os bizantinos resistiram brevemente e pereceram, com unidades inteiras fugindo ao presenciarem o destino dos camaradas sendo mortos.
 
Em sua fuga para o sul, as forças bizantinas chegaram até um rio lamacento difícil de cruzar. Como eles não conseguiram encontrar um [[vau]] rapidamente, muitos deles se lançaram ao rio. Os primeiros atolaram na lama com seus cavalos e foram pisoteados pelos que vinham atrás. O rio se encheu com tantos mortos que os búlgaros que vinham em perseguição conseguiram atravessar rapidamente por cima deles e continuaram atrás dos sobreviventes. Os que conseguiram passar pelo rio, encontraram uma muralha de madeira, alta e grossa, e, abandonando seus cavalos, começaram a escalá-la e se dependuraram do outro lado quando viram que os búlgaros haviam cavado ali um profundo fosso. Vários soldados tentaram saltar e sofreram fraturas ao cair da alta muralha. Alguns morreram instantaneamente, enquanto que outros foram deixados para morrer de fome e sede. As tropas bizantinas tentaram queimar a muralha em vários locais, mas, conforme eles conseguiam passar, caíam no fosso juntamente com as partes da paliçada que tinham acabado de incendiar. Quase todos os soldados foram mortos; alguns pela espada, outros afogados no rio ou feridos após caírem da muralha de madeira e outros mortos pelo fogo. Entre os nobres mortos estavam os ''[[patrikios]]'' Teodósio Salibaras e [[Sisínio Trifilios]]; o ''[[strategosestratego]]'' do [[Thema Anatólico]] Romanos e o do [[Thema Trácio]] também; e, por fim, os comandantes dos ''tagmata'' dos ''[[excubitores]]'' e dos ''[[vigla (tagma)|vigla]]''.
 
Apenas um punhado de homens sobreviveu à derrota e a maioria destes morreu logo depois de chegarem em casa. Porém, a morte mais notável foi a do imperador Nicéforo que, de acordo com os historiadores, morreu num monte de esterco no dia da batalha<ref>[[Anonymus Vaticanus]], p.153</ref>. O filho de Nicéforo, [[Estaurácio]], conseguiu fugir protegido pela guarda imperial após receber um golpe profundo no pescoço, que o paralizou<ref name="Theophanes Confessor p.489-492"/><ref>[[João Zonaras]]. ''Epistome historiatus'', p.373</ref>. Seis meses depois, suas feridas finalmente o mataram.