Reino de Judá: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 19:
|mapa = Kingdoms of Israel and Judah map 830-pt.svg
|image_map_alt =
|legenda_mapa = MapaReinos dade regiãoIsrael noe sécJudá IXca. a.C.{{AC|830|x}}
|capital = [[Jerusalém]]
|idioma = [[Língua hebraica|Hebreu]]
Linha 31:
O Reino de Judá entrou em conflitos com os reinos de Moabe, [[Amom]] e os filisteus. A [[Bíblia]] afirma eque o Reino de Judá permaneceu, de maneira geral, fiel à sua fé em [[Deus]] ([[Jahvé]] ou [[Jeová]]), enquanto que Israel setentrional tornara-se fortemente influenciado pela cultura cananeia e pela religião fenícia. O culto a [[Hashem]] e preservação da linhagem real davídica do qual deveria vir o prometido [[Messias]], de acordo com os profetas do [[Velho Testamento]], a justificativa para a misericórdia de Deus sobre o Reino de Judá, ao passo que o [[politeísmo]] de Israel Setentrional teria sido responsável por sua ira sobre seus governantes (enquanto o Reino de Judá permaneceu sob a dinastia dos descendentes do rei [[David]], o Reino de Israel setentrional passou por várias dinastias e golpes de Estado).
 
A arqueologia vem demonstrando que durante os séculos IX e {{AC|VIII a.C.|x}} Judá não passava de uma região atrasada, predominantemente rural, prejudicado pelo isolamento geográfico e com uma população politeísta formada principalmente por pastores nômades e mencionado por fontes estrangeiras pela primeira vez apenas em [[{{AC|750 a.C.]]|x}}, dois séculos após a formação do reino de Israel. Este, por outro lado, localizado numa região mais privilegiada para a agricultura e rota de comércio entre os portos fenícios e os Estados mesopotâmicos, gozou de grande desenvolvimento anterior, durante os séculos IX e {{AC|VIII a.C.|x}}, estendendo suas fronteiras entre os territórios arameus ao norte da [[Galileia]], instalando palácios em diversas partes do reino e formando um poderoso exército. <ref>Finkelstein, Israel; Silberman, Neil Asher (2001). The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts</ref>
O Reino de Judá viu o perigo das potências estrangeiras emergentes quando a capital de Israel, [[Samaria]] foi tomada pelo rei [[Assíria|assírio]] [[Sargão II]], em [[{{AC|722 a.C.]]|x}}, o que o levou a buscar prestar vassalagem junto à Assíria. Ironicamente, a destruição do reino do norte pelos assírios causou um grande florescimento do reino de Judá, ao sul. A população cresceu enormemente, alimentada pelos refugiados hebreus do norte e, [[Jerusalém]], antes uma pequena cidade de um reino pobre e isolado no sul, tornou-se o grande centro de influência entre todos os hebreus. Mais tarde, devido à recusa do rei [[Ezequias]] em continuar pagando tributos à Assíria, o rei [[Senaqueribe]] invade o Reino de Judá e sitia Jerusalém, mas sem a conquistar. Segundo a Bíblia, o seu exército foi "subitamente destruído por obra de Deus". Os registros assírios em [[Nínive]] e os trabalhos arqueológicos realizados na região apontam para uma situação diferente. Embora Jerusalém tenha sido apenas saqueada e poupada da devastação e do terrorismo de estado praticados pelos assírios contra populações rebeldes, outras cidades do reino de Judá, como a rica [[Laquis]], na região oeste do reino, não contaram com a mesma sorte e foram pilhadas, com seus moradores assassinados ou escravizados. <ref>Finkelstein & Silberman 2001, The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts.</ref> Ao encerrar Senaqueribe sua campanha na [[Palestina]], o saldo para o reino de Judá foi desastroso, com uma redução de um terço da população do reino e a perda da rica região do [[Sefelá]], produtora de cereais, transferida pelos assírios aos seus vassalos [[filisteus]].
 
== Lista dos reis ==
Linha 190:
|<small>609–598
|'''[[Joaquim de Judá|Joaquim]]'''
|'''[[Jeoaquim]]'''
|'''יהויקים''' בן-יאשיהו מלך יהודה<br />'''Yehoyaqim''' ben Yo’shiyahu
|&nbsp;
Linha 212:
 
== A queda do Reino de Judá ==
[[ArquivoImagem:Levant 830 map-pt.pngsvg|thumb|280px|esquerda|Mapa do sul do [[Levante (Mediterrâneo)|Levante]], cca. de [[anos {{AC|830 a. C.|830 a.C.x}}]].
 
{{Legenda|#00ff00|[[reino de Judá]]}}
{{Legenda|#008000|[[reino de Israel]]}}
{{Legenda|#777777|cidades estado [[Filisteu|filisteias]] }}
{{Legenda|#3000ee|[[Fenícia]]}}
{{Legenda|#7777ff|reino de [[Amón]]}}
{{Legenda|#ffff00|reino de [[Edom]]}}
{{Legenda|#007777|reino de [[Damasco]]}}
{{Legenda|#ffffff|tribos [[Arameus|arameias]]}}
{{Legenda|#005fff|[[Assíria|império Assírio]]}}
{{Legenda|#808040|reino de [[Moabe]]}}
{{Legenda|#800080|tribos arubu}}
{{Legenda|#804020|tribos nabutu}}]]
De acordo com o Velho Testamento, [[Manassés]], rei de Judá, teria feito o que é mau aos olhos de Deus, e por causa de suas obras, todo o Reino de Judá estava condenado ao [[exílio]] e à [[escravidão]]. Isso deve-se ao fato de Manassés ter permitido o [[Politeísmo|culto politeísta]] das populações rurais do [[Monarquia|reino]], o que não foi visto com bons olhos pelos sacerdotes do Templo de Jerusalém, os quais defendiam um culto único a [[Hashem]] e a extinção completa dos cultos a outras divindades. Segundo registros assírios e achados arqueológicos, Manassés herdou de Ezequias um reino bastante combalido devido à campanha militar do rei Senaqueribe da Assíria, então a maior potência econômica e militar do [[Oriente Médio]], empreendida contra aquele pequeno reino durante o reinado anterior, o que tornou extremamente árdua a tarefa em converter e destruir imagens. Manassés, sabendo das consequências e da impossibilidade em enfrentar de frente a potência assíria, buscou estreitar relações com essa nação, entrando de vez na rota do comércio árabe fomentado pelos assírios.
 
Durante o reinado de [[Josias]], rei de Judá, o faraó [[Neco II]], aliado do já decandentedecadente [[Assíria|Império Assírio]], empreedendoempreendendo uma guerra contra os exércitos de Babilónia. Em [[{{AC|609 a.C.]]|x}}, trava-se a Batalha de [[MegiddoMegido]]. O rei de Judá entra em batalha para deter o exército egípcio do faraó Neco II, mas acaba por ser morto. Seu filho [[Joacaz de Judá|Joacaz]] é levado prisioneiro após três meses de reinado, e o Reino de Judá se torna tributário do Egito. Neco II impôs a coroação do irmão de Joacaz, Eliaquim, e mudou-lhe o nome para [[JeoaquimJoaquim de Judá|Joaquim]]. Em [[{{AC|605 a.C.]]|x}}, trava-se a Batalha de [[Carquemis]] com a derrota definitiva de Neco II.
 
A leste, a Assíria sofreu um rápido declínio, e em poucos anos seu território foi absorvido pela [[Babilônia]]. [[Nabucodonosor II]], rei da Babilônia, empreendeu uma campanha militar contra Judá. Enfrentando pouca resistência, conseguiu entrar em Jerusalém, em [[{{AC|597 a.C.]]|x}}, e levou consigo utensílios do [[Templo de Jerusalém|templo]] e o próprio rei JeoaquimJoaquim como prisioneiro. Em seu lugar, estabeleceu o filho de Jeoaquim, Joaquim, como rei de Judá. Joaquim, com 8 anos de idade, teve o mesmo destino de seu pai três meses e 10 dias depois de sua coroação. Nabucodonosor então colocou sobre o trono o irmão de Joaquim, [[Zedequias]].
 
Governando como vassalo da Babilónia, o rei Zedequias manteve-se no poder por 11 anos, quando então rebelou-se contra Nabucodonosor, provavelmente ao recusar-se pagar tributo. Foi o suficiente para que invadisse Jerusalém, matasse seus habitantes, despojasse o templo de todos os seus bens de valor e ateasse fogo a ele. O Reino de Judá deixou assim de existir.