Apadrinhamento: diferenças entre revisões

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O '''apadrinhamento''' é o termo utilizado para denotar a ação de alguém que seja '''padrinho''' ou '''madrinha''', ambos indivíduos que se comprometem a cuidar de um ou mais [[Maioridade|menores de idade]].
 
O '''apadrinhamento''' é o termo utilizado para denotar a ação de alguém que seja '''padrinho''' ou '''madrinha''', ambos indivíduos que se comprometem a cuidar de um ou mais [[Maioridade|menores de idade]].
 
Sua origem remonta ao [[século II]], com origem religiosa [[cristianismo|cristã]],<ref name="godparents">J. H. Lynch, ''Godparents and Kinship in Early Medieval Europe'' (Princeton, NJ, 1980), p. 114.</ref> e a posteriori passou a obter significados distintos a depender da [[religião]] e do [[código civil]].<ref name="godparents"/> De acordo com ''[[Corpus Juris Civilis]]'', o sentido original do apadrinhamento é um serviço a ser realizado por um indivíduo que tenha uma [[dívida]] a quitar com o pai ou a mãe de uma determinada criança, sendo o apadrinhamento de uma ou mais crianças do casal, um tipo de [[tributo]] [[voluntário]] concedido à [[família]] do casal durante toda a vida.<ref name="corpus">P. Kruger, ed., ''Corpus Iuris Civilis'', vol. 3, Codex Iustinianus (Dublin and Zurich, 1970), v, 4, 26, p. 197.</ref>
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No Brasil, a apadrinhamento civil é uma relação jurídica em que um indivíduo se compromete a cuidar de uma criança e sustentá-la sem adotá-la.<ref name="apadrinhamento">[http://www4.seg-social.pt/apadrinhamento-civil Apadrinhamento civil]</ref>
 
Existem os padrinhos de investidura, que têm como obrigação auxiliar seus afilhados a caminharem corretamente nas funções que exercem, seja ela qual for - não necessariamente religiosa.
 
== História ==
A origem do apadrinhamento remonta ao [[século II]], com origem religiosa dentro do [[cristianismo]],<ref name="godparents"/> e a posteriori passou a obter significados distintos.<ref name="godparents"/> O apadrinhamento foi primeiramente oficializado em [[Corpus Juris Civilis]],<ref name="corpus">P. Kruger, ed., ''Corpus Iuris Civilis'', vol. 3, Codex Iustinianus (Dublin and Zurich, 1970), v, 4, 26, p. 197.</ref> e desde então passou a ter uma conotação de servidão voluntária (um tributo individual) que um indivíduo específico tem em relação a uma determinada família.
<ref name="J. Goody, 1983 p. 199">J. Goody, ''The Development of Family and Marriage in Europe'' (Cambridge, 1983), p. 199.</ref>
 
Por volta do [[século 5]], os apadrinhadores do sexo masculino foram referidos como "pais espirituais", e até o final do século sexto, ambos os sexos estavam sendo referidos como "''compadres''" e "''comadres''", sugerindo que estes estavam a ser visto como pais espirituais. Esse padrão foi marcado pela criação de barreiras jurídicas ao casamento, que em paralelo as outras formas de família.<ref>S. W. Mintz and E. R. Wolf, 'An analysis of ritual co-parenthood', ''Southwestern Journal of Anthropology'', 6 (1950), p. 344.</ref>
 
Um decreto de [[Justiniano]], datada de 530, proibiu o casamento entre um padrinho e sua afilhada, e essas barreiras continuaram a multiplicar-se até o [[século XI]], que proíbe o casamento entre os pais naturais e espirituais, ou aqueles diretamente relacionados a elas.<ref>C. E. Smith, ''Papal Enforcement of Some Medieval Marriage Laws'' (Port Washington, WI, and London, 1940), p. 48.</ref>
 
Como surgiu a confirmação como um rito separado do batismo a partir do [[século VIII]], um segundo conjunto de patrocinadores, com proibições similares, também surgiram.<ref name="tanner">N. P. Tanner, ed., ''Decrees of the Ecumenical Councils'', 1, (London and Georgetown Washington DC, 1990), p. 757.</ref> a extensão exata dessas relações espirituais, como deveria ser realizada cerimônia ao casamento no catolicismo, não estava claro até que o Concílio de Trento, que limitada, às relações entre os padrinhos, a criança e os pais.<ref name="tanner"/>
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O apadrinhamento continuou na [[Europa]] durante o [[feudalismo]], como uma forma em que o [[servo]] ou o [[vassalo]] encontrava para quitar uma [[dívida]] com o [[suserano]] perante a Igreja, sendo este tributo a criação, os cuidados e a atenção a um dos filhos do casal a ser servido durante toda a [[vida]].<ref name="godparents">J. H. Lynch, ''Godparents and Kinship in Early Medieval Europe'' (Princeton, NJ, 1980), p. 114.</ref>
 
== [[Catolicismo]] ==
 
Os padrinhos têm como papel religioso ensinar seu afilhado a trilhar os passos de [[Jesus]], tanto no [[Batismo]] quanto no [[Crisma]]. No catolicismo, os padrinhos assumem o papel de segundo pai, tanto assumindo o afilhado financeiramente, sempre tendo o papel de presença na vida da família com presentes de gratidão e amor, tendo também o papel sempre de transmitir a [[sabedoria]] e o poder de aprender a sempre usar o potencial maximo de sua [[auto-estima]].
 
Padrinhos e madrinhas são pais e mães espirituais, e no batismo têm como obrigação auxiliar os pais da criança, na sua educação religiosa; na Crisma, o padrinho deve ajudar o crismando a amadurecer para a [[fé]].
 
== [[Religiões afro-brasileiras]] ==
Padrinho ou madrinha são termos usados na [[Umbanda]] para designar os pais e mães espirituais, também chamados de [[pai-de-santo]] ou [[mãe-de-santo]], e exercem função de liderança e propriedade do centro de [[Umbanda]]. São as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento dos [[médium|médiuns]] e orientação [[espiritual]], sendo auxiliados pela segunda pessoa, o pai-pequeno ou mãe-pequena.
 
Padrinho ou madrinha são termos usados na [[Umbanda]] para designar os pais e mães espirituais, também chamados de [[pai-de-santo]] ou [[mãe-de-santo]], e exercem função de liderança e propriedade do centro de [[Umbanda]]. São as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento dos [[médium|médiuns]] e orientação [[espiritual]], sendo auxiliados pela segunda pessoa, o pai-pequeno ou mãe-pequena.
 
No [[Xambá]] o termo é usado como equivalente à segunda pessoa do terreiro ([[pai-pequeno]] ou [[mãe-pequena]]).
 
{{Referências}}
{{Portal3|Religião}}
[[Categoria:Religiões afro-brasileiras]]
[[Categoria:Educação da Igreja Católica]]