Doméstico (ofício): diferenças entre revisões

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[[Imagem:John VI Kantakouzenos.jpg|thumb|João Cantacuzeno.]]
 
Os domésticos traçam sua ascendência dos ''[[DomesticusDoméstico (Império Romano)|protectoresprotetores domesticidomésticos]] (''protectores domestici''), uma unidade de guarda do [[exército romano tardio]] estabelecida no final do século III. Estes foram um corpo de homens que serviu como uma equipe para o imperador romano, enquanto também funcionavam como uma escola de oficiais.{{harvref|Southern|1996|p=56-57}} Estes continuaram a existir no Império Romano do Oriente até o século VI. No [[exército bizantino]], os ''protectoresprotetores domestici''domésticos tinha desaparecido pelo século VII, e o nome apenas permaneceu como um título associado com certas unidades de guarda. Seguindo a criação dos ''[[Tagma (militar)|tagmata]]'' no final do século VIII, quatro deles, as [[Escola palatina (unidade militar)|escolas palatinas]], os [[excubitores]], os ''[[Hikanatoihicanátos]]'' e os ''[[NoumeroiNúmeros (tagma)|Números]]'', foram liderados por um doméstico.{{harvref|Kazhdan|1991|p=646-647}} Para eles foi adicionado o ''tagma'' de curta duração dos ''[[Imortais (Império Bizantino)|AthanatoiAtánatos]]'' no final do século X.{{harvref|Kazhdan|1991|p=220}}
 
O mais importante entre eles, o [[doméstico das escolas]], era no século X o comandante-em-chefe do exército após o imperador, e o no final do mesmo século o posto foi dividido em dois, com os domésticos do Oriente (''tes anatoles'') e do Ocidente (''tes dyseos'') comandando as forças militares da [[Ásia Menor]] e [[Europa]] (os [[Bálcãs]]) respectivamente.{{harvref|Treadgold|1995|p=78}} Em sua capacidade como o comandante-em-chefe, ''de facto'', do exército, o doméstico das escolas foi substituído pelo grande doméstico nos séculos XII-XIII, enquanto o doméstico ordinário tornou-se um título honorário concedido a funcionários de nível médio durante o período paleólogo.{{harvref|Kazhdan|1991|p=648}}
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O título de grande doméstico ({{langx|el|μέγας δομέστικος||megas domestikos}}) foi dado para o comandante-em-chefe do exército, abaixo do imperador. Sua origem exata é um tanto obscura: ele é mencionado pela primeira vez no século IX, e muito provavelmente deriva do doméstico das escolas, com o epiteto grande (''megas'') adicionado para conotar a autoridade suprema de seu titular, após a prática contemporânea evidente e outros escritórios também.{{harvref|Haldon|1999|p=119}} Ambos os títulos parecem ter co-existido por um tempo, até o grande doméstico completamente substituir o ofício de doméstico das escolas em meados do século XI, embora o ofício ainda às vezes é referido como grande doméstico das escolas palatinas ou "do exército".{{harvref|Kazhdan|1991|p=1329}} No período comneno, em um eco do arranjo do século X, o grande doméstico às vezes comandou o exército inteiro do Oriente e Ocidente.{{harvref|Kazhdan|1991|p=1329-1330}}
 
No período paleólogo, o ofício inicialmente caiu na classificação abaixo do [[protovestiário]] e do [[grande estratopedarca]], mas foi elevado em meados do século XIV a um dos maiores escalões, diretamente abaixo do ''caesar''césar. Permaneceu como o chefe formal do exército, embora, de fato, foi concedido a generais e altos cortesãoscortesões, entre eles [[Jorge Muzalon]], [[João Paleólogo (despotes)|João Paleólogo]], [[Miguel Tarchaneiotes]], [[Aleixo Estrategopulo]] e [[João VI Cantacuzeno|João Cantacuzeno]].{{harvref|Bartusis|1997|p=241; 282}} O ofício também incluía várias funções cerimoniais, como detalhado em um registro dos ofícios de [[Jorge Codino]].{{harvref|Kazhdan|1991|p=1330}}{{harvref|Bartusis|1997|p=282}}
 
== Outros usos ==
 
De 355, o ''domestici''doméstico civil são também atestados como chefes de vários departamento, e vários altos cargos administrativos mantiveram-se associados com o título doméstico até o final do Império Bizantino. Alguns posições cortesãs foram também renomeadas, como seus departamento tornaram-se independentes: o doméstico da mesa imperial (''[[Epi tes trapezes|domestikos tēs basilikēs trapezēs]]'') atestado em 680 deriva do antigo castrense do palácio (''castrensis palatii'').{{harvref|Haldon|1997|p=186-193}} No contexto eclesiástico, um doméstico foi o chefe do grupo associado com o ritual da igreja, especialmente em referência a cantores do [[Coro (música)|coro]]. Eles foram os mestres do coro, liderando o canto e as aclamações do imperador e do patriarca.{{harvref|Kazhdan|1991|p=646}}{{harvref|Moran|1986|p=15-17}}
 
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