Armênia romana: diferenças entre revisões

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Trajano depôs o rei [[Partamasiri]] e ordenou a anexação completa do Reino da Armênia ao império. A nova província alcançava a costa do [[Mar Cáspio]] e fazia fronteira com a [[Ibéria caucasiana|Ibéria]] e a [[Albânia caucasiana|Albânia]] caucasianas, dois estados vassalos de Roma. Neste período, a Armênia foi administrada, juntamente com a [[Capadócia (província romana)|Capadócia]], por [[Catílio Severo]], da ''[[gens]]'' [[gens Cláudia|Cláudia]].
 
O [[Senado Romanoromano]] cunhou moedas na ocasião que levavam a inscrição"<small>ARMENIA ET MESOPOTAMIA IN POTESTATEM P.R. REDACTAE</small>", solidificando assim a posição da Armênia como a mais nova província romana. Uma revolta liderada pelo pretendente ao trono armênio de origem parta [[Sanatruces II da Pártia|Sanatruces]] foi esmagada, embora a resistência local tenha permanecido por todo o período. [[Vologases III da Pártia|Vologases III]] conseguiu retomar uma província na região sudeste da Armênia imediatamente antes da morte de Trajano em agosto de 117.
 
=== Protetorado romano ===
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|s1=Tema Armeníaco
}}
As '''Satrapias romanas''' ({{lang-la|''Gentes''}}, também chamadas de '''''Satrapiae''''') no sul, por outro lado, que já estavam sob influência romana desde 298, eram um grupo de seis principados completamente autônomos aliados ao império (''[[{{ilc|cidades federadas||civitates foederatae]]''}}): [[Ingilena]], [[Sofena]], [[Anzitena]], [[Astianena]], [[Sofanena]] e [[Balabitena]]<ref name="ODB1846">Kazhdan (1991), p. 1846</ref>. O nobreza armênia local (''[[naxarar]]'') era completamente soberana sobre os territórios e as únicas obrigações eram prover soldados quando solicitado e enviar uma coroa de ouro ao imperador como sinal de submissão. Em troca, eles recebiam as [[insígnia]]s reais, incluindo sapatos vermelhos, do imperador<ref name="ODB1846"/><ref name="Hovannisian104">Hovannisian (2004), p. 104</ref>.
 
A situação permaneceu intocada por quase um século até que uma grande revolta entre os sátrapas em 485 contra o imperador [[Zenão (imperador)|Zenão]] {{nwrap|r.|474|491}} irrompeu. Como resultado, os sátrapas perderam autonomia e os direitos de sucessão hereditária, tornando seus reinos ''[[de facto]]'' apenas ''[[{{ilc|cidades estipendiárias||civitates stipendiariae]]''}}, obrigados a pagar tributos e a aceitar a administração imperial<ref name="ODB1846"/><ref name="Hovannisian104"/>. O imperador [[Justiniano I]] {{nwrap|r.|527|565}} realizou uma série de mudanças administrativas profundas. Logo depois de sua ascensão, em 527, as funções de [[duque da Armênia]] (''dux Armeniae''; responsável pela Armênia Menor) e conde da Armênia foram abolidas e as forças militares da Armênia foram subordinadas ao novo ''[[magister militum]] per Armeniam'' em [[Teodosiópolis]]<ref>Hovannisian (2004), pp. 104–105</ref>.
 
Em 536, novas reformas aboliram a autonomia dos territórios além do Eufrates e formaram quatro novas províncias plenas. A região oriental da Armênia, chamada de "Armênia Interior", foi fundida com partes do [[Ponto Polemoníaco]] e da [[Armênia I]] para formar a [[Armênia I Magna]]; as antigas Armênia I e Armênia II foram redivididas em "Armênia II" e a nova [[Armênia III]]; as antigas satrapias romanas formaram a nova '''Armênia IV'''<ref>Hovannisian (2004), pp. 105–106</ref>. Dois anos depois, os nobres armênicos se revoltaram contra os altos impostos, mas foram derrotados e obrigados a fugir para a Pérsia.
 
Em 591, um tratado entre [[Cosroes II]] {{nwrap|r.|590|628}} e [[Maurício (imperador)|MaurícioI]] {{nwrap|r.|582|602}} cedeu a maior parte da [[Armênia persa]] para os bizantinos.
 
=== Últimos anos ===
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Antes disso, a religião predominante ali era o [[zoroastrismo]] (patrocinado pelos impérios Parta e Sassânida) e, em menor escala, as tradições locais. O [[Reino da Armênia (Antiguidade)|Reino da Armênia]] é amplamente considerado como o primeiro estado a adotar o cristianismo como religião oficial depois que [[São Gregório, o Iluminador]] convenceu [[Tirídates III da Armênia|Tirídates III]], o rei armênio, a se converter, um evento tradicionalmente datado em 301. Gregório e seu filho, Aristaces, conseguiram converter uma grande quantidade de armênios me seguida, principalmente depois que o imperador [[Constantino]] [[Édito de Milão|legalizou o cristianismo]] em 313.
 
Gregório também foi o organizador da hierarquia da [[Igreja Apostólica Armênia]], uma das mais antigas do mundo e, desde a época dele até hoje, os seus líderes são chamados de [[católico (título)|católico]]. Ele também escolheu como sede da igreja a cidade de [[VagharshapatVagarsapate]] (atual Ejmiatsinin), na Armênia, e construiu lá a [[Catedral de Etchmiadzin]] em 301-303. Em 480, [[Vahan Mamiconiano]], o governador romano da Armênia, ordenou que a já dilapidada basílica fosse demolida e construiu no lugar uma nova igreja cruciforme, a mesma que ainda existe na [[República da Armênia]].
 
O contínuo estado de tumulto que caracterizou a política armênia nos séculos seguintes fez com que o poder político mudasse constantemente de lugar em busca de lugares mais seguros, geralmente mais próximos do [[Império Bizantino]]. O centro religioso seguiu junto e terminou na região bizantina da [[Cilícia]] no {{séc|XIII}}<ref>[http://www.urbaniana.edu/ricerche_contrib/aram.pdf Armenian Catholicosate]</ref>.