Francisco Franco (escultor): diferenças entre revisões

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'''Francisco Franco de Sousa''' ([[Funchal]], 9 de Outubro de 1885 — [[Lisboa]], 15 de Fevereiro de 1955) foi um [[escultura|escultor]] [[portugal|português]].
 
Pertence à primeira geração do [[Modernismo em Portugal|modernismo]] nacional, destacando-se, segundo [[José-Augusto França]], como o maior escultor português da década de 1920.<ref>França, José-Augusto – '''A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961''' [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 184. ISBN 972-25-0045-7</ref>.
 
==Biografia==
Nasce no Funchal a 9 de Outubro de 1885 no seio de uma família de pequena burguesia. Trabalha com o seu pai, mestre do [[Ensino Técnico]], em carpintaria e marcenaria, recebendo dele as primeiras lições de desenho. Aos 15 anos de idade parte para Lisboa com o seu irmão, [[Henrique Franco]]. Frequenta a [[Escola de Belas Artes de Lisboa]] entre 1902 e 1909, onde é aluno de [[Simões de Almeida]] (tio). Em 1909 interrompe os estudos e parte para [[Paris]] como bolseiro do Estado, através do Legado Valmor; convive com outros artistas portugueses então residentes nessa cidade, entre os quais [[Amadeo de Souza Cardoso]], [[Eduardo Afonso Viana|Eduardo Viana]], [[Manuel Jardim]], [[José Pacheko]] e, sobretudo, [[Guilherme de Santa-Rita|Santa-Rita Pintor]], o seu principal companheiro nesses anos. Interessa-se de modo particular pela obra de [[Auguste Rodin]].<ref name="Santos">{{citar web|URL=http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/downloads/Revista%2016%20-%20artigo%206.pdf|título=O escultor Francisco Franco: entre o modernismo e a construção da imagem da ditadura de António Oliveira Salazar|autor=Teresa Campos dos Santos|data=|publicado=|acessodata=28-07-2014}}</ref><ref name="retrospetiva">A.A.V.V. – '''Exposição retrospetiva da obra do escultor Francisco Fanco'''. Lisboa: [[Secretariado Nacional de Informação|S.N.I.]], 1966</ref>
 
Em 1911 viaja pelos [[Países Baixos]]. No ano imediato a sua bolsa, tal como a de outros colegas, é interrompida devido a desentendimentos de caráter político, levando-o a regressar a Lisboa, mas em breve está de novo em Paris. Em 1914, após a eclosão da [[I Guerra Mundial]], fixa-se no Funchal, onde realiza diversas esculturas, entre as quais quatro monumentos públicos.<ref name="retrospetiva" />
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Em 1919 volta para Paris como bolseiro, convivendo com [[Diogo de Macedo]], [[Dordio Gomes]], [[Heitor Cramês]] e [[Amedeo Modigliani|Modigliani]]. É uma fase de trabalho intenso: executa diversas esculturas, [[desenho|desenha]] e [[gravura|grava]] em madeira e [[ponta-seca]], realiza algumas monotipias. Expõe no [[Salon d'Automne]] em 1921 e na [[Société nationale des beaux-arts]], da qual é nomeado «Associé» com privilégio «Hors Concours». Em 1923 desloca-se a Lisboa para organizar a exposição [[Independentes|Cinco Independentes]] (com [[Diogo de Macedo]], [[Simão César Dórdio Gomes|Dordio Gomes]], [[Henrique Franco]] e [[Alfredo Miguéis]]). No ano imediato viaja a Paris, expondo no Salon a sua escultura ''Semeador''.<ref name="Santos" /><ref name="retrospetiva" />
 
Em 1925 parte para Roma como pensionista do Estado, visitando, com Dordio Gomes, diversas cidades italianas entre as quais Turim, Veneza, Florença, Pompeia, Assis. Regressa ao Funchal em 1926, começando a trabalhar na estátua de Gonçalves Zarco (completada em 1927); essa obra é exposta na [[Avenida da Liberdade (Lisboa)|Avenida da Liberdade]] (1928) e, uma cópia, na Feira de [[Sevilha]] (1929). Em 1930 o monumento é inaugurado na cidade do Funchal. Nesse mesmo ano Francisco Franco participa no [[Independentes|I Salão dos Independentes]] ([[Sociedade Nacional de Belas Artes|SNBA]], Lisboa), onde se faz um balanço do modernismo à escala nacional.<ref name="retrospetiva" />
 
Em 1931 realiza a estátua do [[Infante D. Henrique]] para a exposição de [[Vincennes]]. Em 1934 candidata-se ao lugar de professor de desenho da Escola de Belas-Artes de Lisboa, sendo preterido em favor de [[Leopoldo de Almeida]]. Nesse mesmo ano executa um primeiro retrato de [[António de Oliveira Salazar|Salazar]], que expõe na [[Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I.|I Exposição de Arte Moderna do S.P.N.]] (1935). Realiza a estátua de Salazar que será apresentada na [[Exposição mundial|Exposição Internacional]] de Paris de 1937. Durante dois anos trabalha na estátua equestre de D. João IV para o terreiro do [[Paço Ducal de Vila Viçosa]]. Recebe o Grande Oficialato de [[Ordem de Santiago]] e a Medalha de Ouro de Mérito do Município do Funchal.<ref name="Santos" /><ref name="retrospetiva" />