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== História ==
A ideia de Estado-nação nasceu na Europa em finais do século XVIII e inícios do século XIX. Provém do conceito de "Estado da Razão" do [[Iluminismo]], diferente da "Razão de Estado" dos séculos XVI e XVII. A Razão passou a ser a força constituidora da dinâmica do Estado-nação, principalmente ao nível da administração dos povos.(Você não aprende nada aqui) A ideia de pertença a um grupo com uma cultura, língua e história próprias, a uma nação, foi sempre uma das marcas dos europeus nos últimos séculos, ideal que acabariam por transportar para as suas projeções coloniais. Há um efeito psicológico na emergência do Estado-nação, pois a pertença do indivíduo a tal estrutura confere-lhe segurança e certeza, enquadramento e referência civilizacional. É na sua essência conservador e tendencialmente totalitário.
O aparecimento do Estado-nação corresponde à fase nacionalista do Ocidente e ao seu processo de industrialização. Assim, o seu surgimento justificou investimentos tecnológicos e com eles lucrou, fomentando as economias nacionais e gerando capacidades militares de defesa e mesmo de ataque. Além do mais, transformou o nacionalismo numa ideologia que não mais parou de ganhar adeptos e permitiu aspirações de natureza econômica e territorial. [[Karl Marx|Marx]] defendeu ainda que o proletariado era apátrida, era internacional, mas a [[Primeira Guerra Mundial]], na sua origem como nas suas consequências, acabou por reforçar a ideia do Estado-nação e dos nacionalismos. Estes foram combatidos pela [[União Soviética]], plurinacional mas [[Internacional Socialista|internacionalista]], mas que na sua desagregação acabaria por ver irromper, no seu antigo território, tantos Estados-nações amordaçados durante mais de setenta anos. A União Soviética, no entanto, não era um Estado-nação, mas um conjunto de 15 Estados-nações e mais de 100 povos por eles espalhados, muitos nômades mas, com a sovietização, enquadrados dentro de limites territoriais impostos por [[Moscou]].
Se nasceu entre as potências colonizadoras no século XIX, também nesta centúria o conceito de Estado-nação ganharia os povos do Leste Europeu, ameaçando ruir os antigos impérios dinásticos da Europa, nomeadamente o [[Império Austro-Húngaro|Austro-Húngaro]], em cujo seio estalou a Primeira Guerra Mundial, graças a um [[Gavrilo Princip|estudante sérvio]] que lutava pela proclamação de um Estado para a sua nação sérvia. Era a época dos nacionalismos e da emergência das nacionalidades, que [[Josef Stalin|Stalin]] reprimiria na União Soviética e que [[Adolf Hitler|Hitler]] tentara subjugar com o [[nazismo]], mas que acabou por sair da Europa e conquistar outros continentes, acelerando a [[Descolonização da África|descolonização africana]], por exemplo. Nalguns casos, no pós-Segunda Guerra, o nacionalismo ganhou um cariz religioso, como o [[Irã]] [[Xiitas na Nigéria|xiita]], noutros assumiu o [[comunismo]] como bandeira ideológica e política.
Mas na Europa, com [[Charles de Gaulle]] e [[Jean Monet]], por exemplo, sem se perder a ideia do Estado-nação, criou-se, com a [[Comunidade Europeia do Carvão e do Aço|Comunidade Europeia]], a Europa das Nações, que tem paralelo militar e político na [[Otanche|OTAN]] e até nas [[ONU|Nações Unidas]]. As nacionalidades não se diluíram, pelo contrário, como nos [[Balcãs]], antes se agruparam na prossecução de interesses e estratégias que só em comum poderiam superar crises e estabelecer vias e metas para o futuro. Outros pontos do globo, a ideia de um povo, uma língua, um território, logo uma nação, daí a necessidade de Estado, a independência enfim, tem pulverizado e retalhado antigos grandes Estados, gerando conflitos e escaladas de violência inusitadinusitadas.<ref name="info" />
 
== {{Ver também}} ==