João de Ruão: diferenças entre revisões

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No início da década de 1530 (até 1580) estabeleceu a sua oficina junto à Casa de Sub-Ripas, em Coimbra, por onde haveriam de passar inúmeros auxiliares (entre os quais António Fernandes, António Cordeiro, António Gomes ou Tomé Velho). Entrou pouco depois para uma das mais importantes "famílias artísticas" portuguesas do século de Século XVI ao casar com Isabel Pires (filha de Pêro Anes, mestre de carpintaria das obras reais, irmã de Marcos Pires, mestre de obras do [[Mosteiro de Santa Cruz]], e cunhada de [[Cristóvão de Figueiredo]]). Entre os seus filhos, assinalem-se Simão de Ruão (mestre de fortificações, autor do [[Forte de São João Baptista da Foz]], Porto) e [[ Jerónimo de Ruão]] (a quem coube terminar o [[Mosteiro dos Jerónimos]]).<ref name="Dias" /><ref name="Instituto">{{citar web|URL=http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Entidades/EntidadesConsultar.aspx?IdReg=68152|título=João de Ruão|autor=|data=|publicado=Instituto dos Museus e da Conservação|acessodata=12-12-2014}}</ref>
 
[[Nicolau Chanterene]] foi o primeiro a abrir vias para a adoção, em Portugal, do espírito do [[renascimento]] [[Itália|italiano]] e das suas fórmulas, mas foi à fixação de João de Ruão em Coimbra e ao magistério exercido na sua oficina que se ficou a dever a escola renascentista coimbrã. A sua obra é habitualmente dividida em duas fases distintas: na primeira predomina a expressão clássica, requintada, de grande perfeição e harmonia, em que as figuras dos santos patenteiam uma grácil humanidade (decénios de 1530 e parte do de 1540); a segunda caracteriza-se por uma maior austeridade, prolongando-se por cerca de quatro décadas (até ao encerramento da oficina), e corresponde a uma produção mais heterogénea em que realizações de grande qualidade têm a mesma data de obras menores (a grandeo quantidaderitmo acelerado de peçasprodução produzidasda oficina nesse período indica que a execução de muitas peças não deverá ser imputável à intervenção direta de João de Ruão). A sua obra culminou, em 1566, na Capela do Santíssimo Sacramento, [[Sé Velha de Coimbra]], sendo os historiadores quase unânimes em considerar que, embora mantendo a oficina, se retirou a partir dessa data (<small>segundo Pedro Dias poderá, no entanto, ter projetado ainda a Capela dos Reis Magos para o [[Mosteiro de São Marcos de Coimbra]] e modelado o essencial da escultura que incorpora</small>).<ref name="Dias" /><ref name="Instituto" />
 
"''João de Ruão foi o mais operoso dos escultores conimbricenses e, seguramente, o que maior e mais impressiva marca deixou na disciplina que praticou, durante quase cinquenta anos''". Criou uma oficina e um estilo, mas soube também evoluir, acompanhando o que se fazia em grandes centros artísticos europeus. A rede de contactos a que teve acesso permitiram-lhe acompanhar os avanços da cultura humanista e da estética do seu tempo.<ref name="Dias" />
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João de Ruão não foi apenas escultor. "''Dotado de grande talento para a arquitectura,'' [...] ''dotou Coimbra de obras notáveis''" como a Porta Especiosa da [[Sé Velha de Coimbra|Sé]], o [[Claustro da Manga]] ([[Mosteiro de Santa Cruz]]), ou a Capela do Tesoureiro (para a Igreja de São Domingos de Coimbra; hoje no [[Museu Nacional de Machado de Castro]]).<ref>{{citar web|URL=http://www.museumachadocastro.pt/pt-PT/coleccoes/escultura/Destaquesesc/ContentDetail.aspx?id=1241|título=Deposição de Cristo no Túmulo|autor=|data=|publicado=Museu Nacional de Machado de Castro|acessodata=12-12-2014}}</ref>
Uma valiosa coleção representativa da sua obra encontra-se em exposição permanente nonos novos espaços do Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra.
 
==Algumas obras==