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O '''justiçamento''' era a prática dade [[tortura]]julgamento seguidae eliminação de mortepessoas aosconsideradas opositorestraidoras de dosmovimentos ''[[Guerrilha|guerrilheiros]]''revolucionários durante a época do [[regime militar de 1964]]. Ocorria, também, em diversos tribunais revolucionários espalhados pelo mundo, oriundos, em geral, de uma situação política excepcional que se instalava após o sucesso de um movimento revolucionário.
 
MuitasO vezesjustiçamento, estaem formageral ocorrem por julgamento feito por combatentes de linchamentoregimes erade aplicadaexceção, naquelesa consideradospartir pelode próprioregras grupocriadas por seus movimentos para se defender de pessoas comoconsideradas traidores da causa. Geralmente se iniciava com uma denúncia dos próprios companheiros contra o que seria justiçado. Seguia-se um ''processo revolucionário'', com o fornecimento de provas de defesa e acusação, semelhante aos tribunais revolucionários que na época do surgimento da URSS, executavam prisioneiros e traidores pertencentes ao grupo que estava no poder. Caso considerado culpado pelo grupo, o acusado era executado. No Brasil ocorreram casos de justiçamento onde o acusado não sabia que estava sendo "julgado": tal prática acarretou, por exemplo, a morte do marinheiro inglês de 19 anos David A. Cuthberg no Rio de Janeiro em 1972. Ele foi morto por guerrilheiros membros ALN.
Os que aplicavam os justiçamentos não julgavam legalmente os ''condenados'' que eram sumarimente eliminados, muitos sem direito à defesa. O justiçamento, na prática, é um [[linchamento]] que ocorre as margens do sistema legal vigente onde o réu não tem condições de se [[defesa|defender]]Já que trata0-se de ações realizadas em regimes de exceção.
 
Um exemplo de justiçamento é dado a seguir:
Muitas vezes esta forma de linchamento era aplicada naqueles considerados pelo próprio grupo como traidores da causa. Geralmente se iniciava com uma denúncia dos próprios companheiros contra o que seria justiçado. Seguia-se um ''processo revolucionário'', com o fornecimento de provas de defesa e acusação, semelhante aos tribunais revolucionários que na época do surgimento da URSS, executavam prisioneiros e traidores pertencentes ao grupo que estava no poder. Caso considerado culpado pelo grupo, o acusado era executado. No Brasil ocorreram casos de justiçamento onde o acusado não sabia que estava sendo "julgado": tal prática acarretou, por exemplo, a morte do marinheiro inglês de 19 anos David A. Cuthberg no Rio de Janeiro em 1972. Ele foi morto por guerrilheiros membros ALN.
 
Suspeita de ser informante da polícia, Elvira Cupello, de 16 anos, foi estrangulada com uma corda de varal e enterrada no quintal de uma casa de subúrbio do Rio de Janeiro. O enredo poderia ter lugar hoje, e os criminosos seriam traficantes. Mas o "justiçamento" de Elvira – mais conhecida nos meios clandestinos pelo codinome Elza Fernandes, ou simplesmente como "a garota" – ocorreu em 1936, quandorealizado ainda não existiam as facções do tráfico. Quem perpetrou o ato foi outro: opelo Partido Comunista Brasileiro. O episódio abala a mitologia de Prestes, que Jorge Amado chamava de "cavaleiro da esperança". Partiu de Prestes a ordem definitiva para a execução de Elza, embora não existissem provas cabais de que ela fosse uma delatora. A história foi recuperada em detalhes pelo jornalista e escritor mineiro Sérgio Rodrigues, no romance ''Elza, a Garota''.
Um exemplo de justiçamento é dado a seguir e foi praticado por [[Luís Carlos Prestes]] e seu grupo revolucionário esquerdista, no Brasil, em 1936:
 
Justiçamento eraforam umafeitos prática tanto dos membrospor dos movimentos guerrilheiros das décadas de 1960 e 1970, que lutavam no Brasil pelacontra instauraçãoa deDitadura umMilitar regime socialista/comunistae quantodiferem dos realizados por torturadores que agiam a serviço dado ditadura militarEstado. Dava-se quando um membro de um grupo era enquadrado por traição ou por desejo de abandono de causa, o que era considerado pena capital paradevido osa esquerdistas.considerarem Eram,que muitaseles vezes,teriam execuçõesinformações sumáriasdo semmovimento direitopoderiam decolocar defesaem aorisco os sentenciadocombatentes. Porém, há notícias de justiçamento anteriores antes doao período ditatorial de 1964 a 1985, quando Luiz Carlos Prestesfoi ordenouordenada a execução de uma jovem que elese acreditava ter fornecido informações às autoridades, fato que teria contribuído para o insucesso do levante por ele planejado, conhecido como [[Intentonaa Revolta Vermelha de Comunista]]1935.
Suspeita de ser informante da polícia, Elvira Cupello, de 16 anos, foi estrangulada com uma corda de varal e enterrada no quintal de uma casa de subúrbio do Rio de Janeiro. O enredo poderia ter lugar hoje, e os criminosos seriam traficantes. Mas o "justiçamento" de Elvira – mais conhecida nos meios clandestinos pelo codinome Elza Fernandes, ou simplesmente como "a garota" – ocorreu em 1936, quando ainda não existiam as facções do tráfico. Quem perpetrou o ato foi outro: o Partido Comunista Brasileiro. O episódio abala a mitologia de Prestes, que Jorge Amado chamava de "cavaleiro da esperança". Partiu de Prestes a ordem definitiva para a execução de Elza, embora não existissem provas cabais de que ela fosse uma delatora. A história foi recuperada em detalhes pelo jornalista e escritor mineiro Sérgio Rodrigues, no romance ''Elza, a Garota''.
 
Justiçamento era uma prática tanto dos membros dos movimentos guerrilheiros das décadas de 1960 e 1970, que lutavam no Brasil pela instauração de um regime socialista/comunista quanto dos torturadores que agiam a serviço da ditadura militar. Dava-se quando um membro de um grupo era enquadrado por traição ou por desejo de abandono de causa, o que era considerado pena capital para os esquerdistas. Eram, muitas vezes, execuções sumárias sem direito de defesa ao sentenciado. Porém, há notícias de justiçamento já antes do período ditatorial de 1964 a 1985, quando Luiz Carlos Prestes ordenou a execução de uma jovem que ele acreditava ter fornecido informações às autoridades, fato que teria contribuído para o insucesso do levante por ele planejado, conhecido como [[Intentona Comunista]].
 
== Ver também ==