Santuário dos grandes deuses de Samotrácia: diferenças entre revisões

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O terceiro e final terraço, a oeste do centro espiritual do santuário, foi primariamente ocupado por edifícios votivos, como o '''Miletean''', assim chamado por ter sido dedicado por um cidadão de [[Mileto]] (5), e o '''Neórion''', ou monumento naval (6). O edifício dos banquetes também era aqui (7). Três outros pequenos tesouros helênicos não são bem conhecidos (1, 2 e 3). Observando o terraço central, o espaço é todo dominado por um comprido pórtico (104 metros, 8) que atuava como um monumental plano de fundo do santuário, atras do [[teatro]]. É nesta parte do sitio que estão os mais recentes traços de ocupação, um quadrado forte bizantino construído com um tesouro, já que reutilizou o material das construções originais.<ref>{{citar livro|autor=Bonna D. Wescoat,Robert G.|título=Architecture of the Sacred: Space, Ritual, and Experience from Classical Greece|editora=Cambridge Press|ano=2012|páginas=70|id=ISBN 978-1-107-00823-6 [http://books.google.com.br/books?id=gS3il51BdREC&pg=PR8&dq=Sanctuary+of+the+Great+Gods&hl=pt-BR&sa=X&ei=EM6lUuTzD8z6kQfc6IGQCA&ved=0CD4Q6AEwAjgK#v=onepage&q=Sanctuary%20of%20the%20Great%20Gods&f=false GB]}}</ref>
 
===Um santuário nacional macedônio===
* ''E contaram que Felipe, depois de ser iniciado nos mistérios de Samotrácia ao mesmo tempo que Olímpias, ele mesmo ainda jovem e ela a criança órfã, apaixonou-se por ela e prometeu-se a ela , uma vez obtido o consentimento de seu irmão Arymbas'' '[[Plutarco]], Vida de Alexandre, II,2.
 
De acordo com Plutarco, foi assim que o rei macedônio Felipe II encontrou sua futura esposa Olímpias, a princesa de Epirote da dinastia Aeacid, durante sua iniciação nos mistérios de Samotrácia. Esta anedota histórica define a lealdade da dinastia Argead ao santuário, seguida pelas dinastias dos Diadoques, dos Ptolomeus e Antigonidas, que continuamente se revesaram em benfeitorias durante o século [[3 a.C.]], durante sua dominação do Egeu setentrional.
 
O primeiro soberano a se distinguir e de quem restam traços epigráficos foi o filho de Felipe II e meio-irmão de Alexandre, Felipe III da Macedônia, que foi o principal benfeitor durante o século [[4 a.C.]], ele provavelmente encomendou o Temenos em [[340 a.c.]], o altar principal na década seguinte, o Hiéron por [[325 a.C.]], bem como o monumento dórico e a lateral da area circular leste, dedicada em seu nome por seu sobrinho Alexandre IV da Macedônia, que coreinou com ele de 323 a [[317 a.C.]].
[[Imagem:Samothraki choral dancers.jpg|350px|left|thumb|Friso das bailarinas, '' Temenos'' (14)]]
A segunda fase das construções monumentais começa na década de 280a.C. com a rotunda de Arsinoé II, que deve datar do período (288-281 a.C.) em que esta filha de [[Ptolomeu I]] foi casada com o ''diadochi'' Lysimachus, então rei da Macedônia. Viúva depois de sua morte em batalha em [[281 a.C.]], ela casou com seu próprio irmão Ptolomeu II Filadelfio em [[274 a.C.]]. Da monumental oferenda subsiste apenas um bloco da dedicatória acima da porta, de onde não se pode determinar o texto completo. O próprio Ptolomeu II fez construir o propileu que barra a entrada do santuário, a pulsante frota representada ali permite entender sua dominação sobre o essencial do mar [[Egeu]] e outras cortes trácias (Ainos, Maroneus), e as construções de Samotrácia são a testemunha dessa influência.
 
O restabelecimento da dinastia Antigonid no trono da Macedônia com Antigonus II Gonatas logo levou a um confronto pela supremacia marítima do [[Egeu]], e ele celebrou sua vitória na batalha naval de Kos pela dedicação de um de seus navios ao santuário, exposto num edifício construído (255-245 a.C.) como uma base ''[[ad hoc]]'' no terraço oeste, o '''Néorion''' (6). Foi inspirado por outra construção semelhante, o néorion de [[Delos]], provavelmente do século IV a.C., que ele reutilizou dedicando outro de seus navios.
 
A guerra naval entre lagidas e antigonidas prosseguiu intermitentemente durante toda a segunda metade do século [[3 a.C.]], até que Felipe V da Macedônia, o último rei antigonida a tentar estabelecer uma [[talassocracia]] macedônia, foi finalmente batido por uma aliança entre [[Rodes]] e [[Pérgamo]]. Uma coluna (17) foi dedicada a ele em frente a grande praça do terraço superior, pelos macedônios em [[200 a.C.]]. Foi provavelmente durante um desses episódios que a monumental fonte contendo a proa de um navio em pedra calcarea e a famosa [[Vitória de Samotrácia|Vitória alada]] foi construida (9). Pode ter sido oferenda tanto de Rodes quanto da Macedônia, embora uma analise da pedra usada na proa e o tipo de embarcação indiquem uma procedencia de Rodes.
 
O santuário tornou-se o refugio final do último rei macedônio, Perseus, que veio à ilha após sua derrota na batalha de [[Pydna]] em [[168 a.C.]], e ali foi aprisionado pelos romanos.
É citado na [[Bíblia]] (Atos, 16:11), em virtude da passagem breve do apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]] pela ilha de Samotrácia, em uma viagem de barco que o levou a [[Nápoles]].
 
==A exploração arqueológica==
[[Imagem:Paris.louvre.winged.500pix.jpg|250px|right|thumb|[[Vitória de Samotrácia]], exposta no [[Louvre]] (9)]]
A fascinação pelos cultos de mistérios suscitou um interesse constante pelo local nos séculos 17 e 18. Os primeiros estudos arqueológicos foram obra da missão francesa de Deville e Conquart em [[1866]], depois da descoberta espetacular por Champoiseau, consul francês em [[Adrianópolis (Trácia)|Adrianópolis]], da celebre estátua da [[Vitória de Samotrácia|vitória alada]], hoje no museu do [[Louvre]]. O austríaco A. Conze foi o próximo a explorar o local em [[1873]] e [[1876]], revelando o Ptlomaion e a praça, e levou alguns achados superficiais do Hiéron, do Arsinoéion e do Temenos. Seu trabalho foi publicado em dois ricos volumes de uma tremenda qualidade para a época. Por um acordo com o governo turco, os austríacos partilharam seus achados , numerosos fragmentos arquitetonicos vieram para o [[museu Kunsthistorisches]] de [[Viena]], enquanto outros foram para o Museu Galipoli ou para o Museu Arqueológico de [[Istambul]], mas uma parte do material infelizmente desapareceu durante o transporte.
 
Champoiseau retornou em [[1891]] para procurar os blocos que formavam a proa do navio sobre os quais a vitória estava instalada e descobriu o teatro (10). A Escola Francesa de [[Atenas]] e a Universidade de [[Praga]] (Salac e Chapouthier) também levaram a cabo escavações entre [[1923]] e [[1927]], antes da Universidade de [[Nova Iorque]] começar suas escavações em [[1938]], que revelaram o Anaktoron, interrompidas pela guerra, tempo durante o qual o local sofreu com a ocupação búlgara, voltaram em [[1948]] e continuam até o presente. Em [[1956]] uma reconstrução parcial (anastylosis) da fachada do Hiéron foi efetuada.
{{referências}}
==Bibliografia==
* Os números entre parenteses se referem à planta geral do santuário da figura 2.