Interacionismo simbólico: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
altera predef "sem notas" para "mais notas"
desfaz alterações anteriores para "perspetiva" e "aspetos"
Linha 6:
Essa escola se originou no [[pragmatismo]] americano e particularmente no trabalho de [[George Herbert Mead]], que demonstrou que os egos (self) das pessoas são produtos sociais, sem deixar de ser propositados e criativos. Outros pioneiros na área foram [[Herbert Blumer]] e [[Charles Cooley]]. Blumer, um estudioso e intérprete de Mead, e criador do termo "interacionismo simbólico", pôs em evidência as principais perspectivas dessa abordagem: as pessoas agem em relação às coisas baseando-se no significado que essas coisas tenham para elas; e esses significados são resultantes da sua interação social e modificados por sua interpretação.
 
Sociólogos que trabalham nessa linha pesquisaram uma extensiva gama de tópicos utilizando uma variedade de métodos de investigação. Entretanto, a maioria das pesquisas de interacionistas utiliza métodos de [[Método científico|pesquisa qualitativa]], como [[Método científico|observação participante]], para estudar aspetosaspectos da (1) [[interação social]] e/ou (2) self (individualidade).
 
As áreas da sociologia que foram mais influenciadas pelo interacionismo simbólico incluem a sociologia das emoções, comportamento desviante / criminologia, comportamento coletivo / movimentos sociais e a sociologia da vida sexual. Os conceitos interacionistas que ganharam ampla difusão incluem definição de situação (definition of the situation); trabalho emocional; administração de impressão (manipulação da identidade); espelhamento do self (formação da identidade); e instituição total.
Linha 23:
O interacionismo simbólico também vê além de simples indivíduos espalhados em atividades de comércio e ''fast-food''. Na realidade, muitas das redes de ''fast-food'', como McDonald's, Burger King e outras do gênero, utilizam interacionismo simbólico. Com efeito, o que elas têm em comum é o uso das cores primárias vermelho e amarelo nos anúncios das suas casas comerciais. O vermelho e o amarelo se associam, em nossa sociedade, à fome, porque eles simbolicamente representam catchup e mostarda. Assim, aumentam o fluxo de clientes com fome.
 
Estudiosos do interacionismo simbólico investigam como as pessoas criam significados durante interação social, como eles se apresentam e constroem o próprio ego (ou" identidade"), e como são definidas as situações de co-participação com outros. Uma das ideias centrais dessa perspetivaperspectiva teórica é que as pessoas agem como elas agem por causa do modo como definem tais situações. Uma das aplicações de tais estudos é a sociologia da saúde - doença.<ref name="jung"> Jung, Carl ''O Homem e Seus Símbolos'', Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 5ª ed., 1964.</ref>
 
== Crítica / contribuições==
Embora conceitos do interacionismo simbólico tenham ganho um difundido uso entre sociólogos e influenciado especialistas em psicologia social, tal perspectiva foi criticada, particularmente durante os anos setenta quando os métodos quantitativos eram dominantes na sociologia.
 
Às críticas metodológicas, se somam críticas ao interacionismo simbólico por sua limitação teórica para lidar com questões mais amplas relacionadas com o poder e a estrutura social (um conceito sociológico fundamental) entre outros aspetosaspectos macro sociológicos. Apesar de vários teóricos do interacionismo simbólico dirigiram-se a estes temas sem contudo conseguirem reconhecimento ou influenciara os trabalhos que focalizam esse nível de interação.<ref name="giddens">Giddens, Anthony, ''Sociologia'', 4ª ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, cap.1, ISBN 972-31-1075-X</ref>
 
Essa teoria se insere na teoria das ciências sociais que estudam as representações sociais e etnometodologias. Destacam-se como continuadores Becker e [[Erving Goffman|Goffman]] ambos com importantes contribuições ao estudo do desvio, saúde mental e [[criminologia]].
Linha 36:
Destacam-se ainda Peter Berger importante teórico da [[Sociologia do conhecimento]] autor do livro A construção social da realidade em co autoria com Thomas Luckmann, da Universidade de Frankfurt;
 
Berger e Luckmann situam Durkheim, Marx, e Weber entre seus antecessores onde quanto aos aspectos sócio-psicológicos, especialmente importantes para análise da interiorização da realidade social, como destacam se dizendo influenciados por [[George Herbert Mead|Mead]] e a escola simbólico interacionista, também criticando esta por não ter criado um conceito de estrutura social o que os impediu de relacionar suas perspetivasperspectivas com uma teoria macro-sociológica. Além de opor esta às contribuições de [[Sigmund Freud|Freud]] identificando uma incompatibilidade entre Freud e Marx especialmente quanto aos fundamentos antropológicos do Marxismo ao contrário da teoria de Mead que também propõe uma relação dialética entre a sociedade e o indivíduo. (Berger; Luckmann, 2004).<ref name="berger"> Berger, Peter e Luckmann, Thomas, ''A Construção Social da Realidade'', 24ª ed., Petrópolis: Vozes, 2004.</ref>
 
No âmbito da psicologia considera-se que sobretudo Mead e Blumer representam a principal corrente das denominadas formas sociológicas da psicologia social. A teoria das representações sociais por sua vez influenciou os trabalhos de [[Lev Vygotsky|Vigotsky]] (desenvolvimento cultural) e [[Jean Piaget|Piaget]] (teoria das representações infantis) além de [[Donald Woods Winnicott|Winnicott]].<ref name="jovchelovitch">Jovchelovitch, Sandra, ''Representações Sociais: para uma fenomenologia dos saberes sociais'', Psicologia & Sociedade, 1998, p. 54 e s. </ref>
Linha 49:
*[http://www.semiosfera.eco.ufrj.br/artigo04.pdf AGUIAR, LEONEL. Comunicação e ecologia da mente, 2010]
 
=={{ Ver também}} ==
* [[Charles Sanders Peirce]]
* [[Herbert Blumer]]
Linha 69 ⟶ 70:
* [[Escola de Chicago (sociologia)|Escola de Chicago]]
 
=={{ Ligações externas}} ==
 
* [http://www.espach.salford.ac.uk/sssi/ Society for the Study of Symbolic Interaction website]
* [http://www.ucpressjournals.com/journalSoc.asp?jIssn=0195-6086 ''Symbolic Interaction'' journal]