Inferno (Divina Comédia): diferenças entre revisões

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{{sem notas|data=dezembro de 2010| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=Este artigo ou secção|2=|3=|4=|5=|6=}}
[[Ficheiro:William Bouguereau - Dante and Virgile - Google Art Project 2.jpg|thumb|upright=1.0|''[[Dante]] e [[Virgílio]] no Inferno'', <small>por [[William-Adolphe Bouguereau|Bouguereau]], no [[Museu de Orsay]]</small>]]
 
O '''Inferno''' é a primeira parte da "[[Divina Comédia]]" de [[Dante Alighieri]], sendo as outras duas o [[Purgatório (Divina Comédia)|Purgatório]] e o [[Paraíso (Divina Comédia)|Paraíso]]. Está dividido em trinta e quatro [[Canto (métrica)|cantos]] (uma divisão de longas poesias), possuindo um canto a mais que as outras duas partes, que serve de introdução ao poema. A viagem de Dante é uma alegoria através do que é essencialmente o conceito [[medieval]] de [[Inferno]], guiada pelo poeta romano Virgílio. No poema, o inferno é descrito com nove círculos de sofrimento localizados dentro da Terra. Foi escrito no início do [[século XIV]]. Os mais variados pintores de todos os tempos criaram ilustrações sobre esta obra, se destacando [[Botticelli]], [[Gustave Doré]] e [[Dalí]].
 
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A justiça do inferno debatida no canto 11 está de acordo com a ideia de [[Aristóteles]] que relata, na sua obra [[Ética a Nicômaco]]: "deve ser observado que há três aspectos das coisas que devem ser evitados nos modos: a [[Mal|malícia]], a [[incontinência]] e a [[bestialidade]]." A alma incontinente tem [[Homicídio culposo|culpa]], mas a culpa é menos grave que o [[dolo]]([[má-fé]]), a vontade de pecar. Esta vontade, quando se origina como manifestação da natureza animal é ainda menos grave que aquele pecado que é cometido de forma premeditada, usando a inteligência do ser humano para o mal, mesmo assim, é menos grave um indivíduo planejar e executar um crime contra um desconhecido, que pode se defender do estranho que o ameaça, que ele fazer o mesmo com alguém que confia nele, e por isto está indefeso, por isso a [[traição]], é considerada o maior pecado, que recebe a punição máxima no local mais profundo do inferno. A justiça divina retratada no livro é cabal, racional e definitiva, o que torna o inferno dantesco uma espécie de "caos impiedosamente ordenado".<ref>[http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/inferno-cheio-esperanca-634962.shtml Educar para Crescer - Um inferno cheio de esperança]</ref>
 
== A Selvaselva e o Montemonte ==
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[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno1.jpg|thumb|200px|left|Pintura de [[Gustave Doré]] que retrata Dante perdido na Selva no Canto 1.]]
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| header = Ilustrações de <br>Gustave Duré
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| image1 = Gustave Dore Inferno1.jpg
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| caption1 = ''Dante perdido na Selva'', Canto 1
| image2 = Charon by Dore.jpg
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| caption2 = ''Caronte''
| image3 = Inferno Canto 5 lines 72-74.jpg
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| caption3 = ''Paulo e Francesca''
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}}
Dante sem saber ao certo como, talvez por estar sonolento, perdeu-se em uma selva sombria, segundo a tradutora ''Dorothy L. Sayers'', a selva é uma representação simbólica da perdição no pecado, "onde a confusão é tão grande que a alma não se acha capaz de reencontrar o caminho certo". Uma vez perdido na selva escura, um homem só poderá escapar se, através do uso da razão do intelecto, descer de forma que veja o seu pecado não como um obstáculo externo (as feras que aparecerão à seguir), mas como vontade de caos e morte dentro de si (inferno). Então Dante achou um monte, na interpretação de Sayers, "representa no nível místico a ascensão da alma a Deus. No nível moral, é a imagem do arrependimento. Pode ser escalado diretamente pela estrada certa, mas não pela selva selvagem porque ali os pecados da alma são expostos e aparecem como demônios (as feras) com um poder e vontade próprios, impedindo qualquer progresso". O monte pode ser uma representação alegórica da montanha do purgatório que não pode ser escalada pela selva escura. Dante a subiu e logo apareceram três [[animal|feras]] ([[Pantera]], [[Leão]] e a [[Lobo|Loba]]), provavelmente os animais representam três tipos de [[pecado]]s (que são discutidos no Canto 11) e também três divisões do inferno, é uma representação alegórica dos pecados de acordo com [[Tomás de Aquino]], que influenciou Dante. A Pantera (incontinência), o leão (violência) e a loba (fraude) refletem níveis de gravidade de acordo com os conhecimentos do homem (quanto mais se sabe, mais grave é o pecado). Segundo Sayers, refletem três estágios da vida do homem (juventude, meia-idade e velhice). Os pecados cometidos na velhice seriam mais graves, pois quem os comete já sabe diferenciar o certo do errado.
 
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=== Portal do Inferno ===
 
[[Ficheiro:Charon by Dore.jpg|thumb|right|upright=1.0|Caronte ilustrado por [[Gustave Doré]], para a[[Divina Comédia]].]]
{{Quote1|Deixai toda esperança, ó vós que entrais!}}
 
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=== Vestíbulo do Inferno ===
[[Ficheiro:Inferno Canto 5 lines 72-74.jpg|thumb|upright=1.0|"Paulo e Francesca" de [[Gustave Doré]].]]
O ''"Vestíbulo do Inferno"'' ou ''"Ante-Inferno"'' é onde estão os mortos que não podem ir para o céu nem para o [[inferno]]. "O céu e inferno são estados onde uma escolha é permanentemente recompensada (de forma positiva ou negativa), deve também existir um estado onde a negação da escolha seja recompensada, uma vez que recusar a escolha é escolher a indecisão." O vestíbulo é a morada dos indecisos, [[Covardia|covardes]] e que passaram a vida "em cima do muro". Eles nunca quiseram assumir compromissos, tomar decisões firmes, por acharem que assim perderiam a oportunidade de fazer alguma coisa. Os covardes são condenados a correr em filas atrás de uma bandeira que corre rapidamente, enquanto são continuamente torturados pelas picadas de vespas e moscões, enquanto vermes roem suas pernas.
 
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==== Segundo Círculo, Vale dos Ventos (luxúria)====
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| image1 = Cerbere.jpg
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| caption1 = ''Cérbero''
| image2 = Gustave Doré - Dante Alighieri - Inferno - Plate 22 (Canto VII - Hoarders and Wasters).jpg
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| caption2 = ''Quarto Círculo'', em que os pecadores empurram enormes sacos de dinheiro
| image3 = Gustave Dore Inferno Canto 21.jpg
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[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno Canto| caption3 21.jpg|thumb|right|upright=1.0| Dante e Vírgilio são atacados pelos demônios entre os fossos cinco e seis, no oitavo círculo do Inferno, Cantocanto 21.]]
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}}
Aqui está a Sala do Julgamento, onde [[Minos]], o [[juiz]] do inferno, ouve as confissões dos mortos (que sempre dizem a verdade, pois não têm mais o dom da [[inteligência]]) e os condena a um círculo no inferno dessa maneira: se enrola em sua cauda tantas vezes quantos círculos quer que o pecador desça.
 
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==== Terceiro Círculo, Lago de Lama (gula)====
 
[[Ficheiro:Cerbere.jpg|thumb|upright=1.0|right|Cérbero (Ilustração de [[Gustave Doré]] para a [[Divina Comédia]]).]]
Aqui estão os [[Gula|Gulosos]]. Atolados numa lama suja e espessa e atormentados por uma tempestade fortíssima de granizo, gelo, neve e torrões de água suja que caem sem parar. Segundo Dante, os gulosos jazem imersos no próprio vômito. [[Cérbero]], o cão de três cabeças, com apetite insaciável, arranha, esfola, esmaga, dilacera e esquarteja os espíritos dos gulosos. O prazer solitário da gula é ampliado no inferno, onde estes estão solitários na lama, sem falar com seus vizinhos. Em vida o prazer e o conforto de comer alegremente além dos limites é o desconforto de uma dolorosa chuva gelada, Cérbero representa a gula, o [[apetite]] sem limites. Aqui está ''Ciacco'', um político florentino, o único guloso que não está submerso na lama, tendo falado com Dante, fazendo previsões sobre o futuro de [[Florença]]. É descrito no Canto 6.
 
==== Quarto Círculo, - Colinas de Rocha (ganância) ====
 
[[Ficheiro:Gustave Doré - Dante Alighieri - Inferno - Plate 22 (Canto VII - Hoarders and Wasters).jpg|thumb|upright=1.0|Ilustração de [[Gustave Doré]] do quarto círculo, em que os pecadores empurram enormes sacos de dinheiro.]]
Aqui estão os [[Pródigo]]s e [[Avareza|Avarentos]]. Neste círculo repleto de montanhas, suas riquezas materiais se transformaram em grandes pesos de barras e moedas de ouro que um grupo deve empurrar contra o outro e também trocarem-se injúrias, pois suas atitudes em relação à [[riqueza]] foram opostas. Aqui habitam [[Plutão (mitologia)|Plutão]] e [[Fortuna (mitologia)|Fortuna]], que na [[mitologia grega]], são deuses da riqueza. É descrito até a metade do Canto 7.
 
==== Quinto Círculo, - Rio Estige (ira) ====
[[Ficheiro:Eugène Ferdinand Victor Delacroix 006.jpg|rightesquerda|thumb|upright=1.0|Pintura a [[Óleo]] de [[Delacroix]] representando ''Dante e [[Virgílio]] atravessando o rio Estige.'', <small>por [[Eugène Delacroix]]</small>]]
Na entrada para este círculo está uma cachoeira de água e sangue borbulhante e fervente cuja ''água era mais escura que roxa.'' A água desce algumas praias e forma um lago que se chama [[Estige]], onde estão amontoados os acusados de [[ira]], que estão juntos batendo-se e torturando-se numa raiva sem fim. No fundo do Estige estão os rancorosos que nunca demonstraram sua ira; eles não podem subir à superfície e ficam na lama do fundo do rio, soltando as bolhas que se veem na superfície. [[Flégias]] ,que incendiou o templo de [[Apolo]] por este ter violado sua filha,vêm fazendo com sua barca a travessia do rio Estige. Quando Dante e Virgílio fazem a travessia, ''Filipe Argenti'', um nobre florentino, se agarra ao barco e fala com Dante, sendo depois puxado para o pântano pelo seus companheiros. É descrito no final do Canto 7, continua no Canto 8 com a chegada de Flégias, sua descrição acaba na metade do canto 8.
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==== Cidade de Dite/Dis ====
[[Ficheiro:Stradano Inferno Map Lower.jpg|thumb|upright=1.0|Ilustração de [[Stradanus]] que retrata a''A parte baixa do Inferno, no interior as muralhas da Cidade de Dite.'' Há uma queda a partir do sexto círculo para os três vales do sétimo círculo, em seguida, novamente para os dez fossos do oitavo círculo, e, no fundo, para o nono círculo de gelo., por [[Stradanus]]]]
A '''Cidade de Dite''' serve de divisão entre os pecados cometidos sem intenção (culpa) e os pecados cometidos conscientemente (dolo). É cercada por fogo, fossos profundos e por muralhas de ferro, sobre as portas da cidade estão mais de mil [[Anjo caído|anjos caídos]]. No alto de uma torre estão as três [[Erinia]]s ([[Megera]], [[Aleto]] e [[Tisífone]]) enroladas em [[Hidra de Lerna|hidras]] e a [[Medusa (mitologia)|Medusa.]] Inicialmente os demônios não abrem a porta de Dite para Dante e Virgílio, então para auxiliá-los, surge um anjo ''que chegou à porta e com uma varinha abriu-a, sem nenhuma oposição''.
 
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* '''Terceira Bolgia:''' Os [[Simonia|simoníacos]] (traficantes de artefatos sagrados) estão enterrados de cabeça para baixo e suas pernas são assadas por velas. Esta é a punição aplicada aos assassinos de aluguel, pelas leis da [[República Florentina]]. Os buracos se assemelham a fontes de batismo. Os simoníacos, que perverteram a igreja, são "batizados" ao contrário: em vez de óleo, o fogo, aplicado aos pés. Vários condenados ocupam o mesmo buraco onde são empilhados, ficando apenas o mais recente com as pernas de fora. Aqui está o [[Papa Nicolau III]], o maior simoníaco, fato demonstrado pela altura das chamas nos seus pés. Inicialmente Nicolau confunde Dante com o [[Papa Bonifácio VIII]], quando a confusão é esclarecida, Nicolau diz a Dante que prevê a condenação por simonia de Bonifácio VIII e do [[Papa Clemente V]], um papa ainda mais corrupto. É descrito no Canto 19.
* '''Quarta Bolgia:''' Os [[adivinho]]s têm a cabeça torcida, voltada para as costas, de forma que não conseguem olhar para a frente. Segundo Dante, as lágrimas molham suas nádegas. É a punição por alegarem saber o [[futuro]] que somente [[Deus]] sabe. Aqui está [[Tirésias]], ''Manto'', ''[[Eurípilo]]'', ''[[Miguel Scotto]]'' e ''[[Guido Bonatti]]''. É descrito no Canto 20.
[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno Canto 21.jpg|thumb|right|upright=1.0|Dante e Vírgilio são atacados pelos demônios entre os fossos cinco e seis, no oitavo círculo do Inferno, Canto 21.]]
 
* '''Quinta Bolgia:''' Os corruptos estão submergidos em um lago de espesso [[piche]] fervente; os que tentam ficar com a cabeça acima do caldo são torturados por demônios, que os dilaceram. Em vida, os corruptos tiraram proveito da confiança que a sociedade depositava neles; no inferno estão submersos em caldos, escondidos, ''pois suas negociações eram feitas às escondidas''. Os demônios e o significado literal dos nomes que habitam o quinto fosso são: ''Malacoda'' (malvada cauda); ''Calcabrina'' (pisa neve); ''Alichino'' (asa baixa); ''Cagnazzo'' (focinho de cão); ''Barbariccia'' (barba crespa); ''Libicocco'' (libiano); ''Draghignazzo'' (dragão feio); ''Graffiacane'' (esfola-cães); ''Ciriatto'' (porcalhão); ''Farfarello'' (duende); ''Rubicante'' (vermelhaço) e ''Scarmiglione'' (cabelo bagunçado). A ponte que liga o quinto fosso ao sexto, conforme Malacoda explicou a Virgílio, desmoronou há 1266 anos (a contar da época em que o poema se passa), quando Jesus morreu - por isso, os demônios sob ordens de Malacoda, levam Dante e Virgílio por outro caminho que dá para o sexto fosso. Nesse fosso encontra-se Ciampolo, que é pego pelos demônios fora do piche, e enganam-os dizendo que ia entregar outros companheiros que de vez em quando também ficavam fora do caldo, mas ainda consegue fugir dos demônios e mergulhar novamente no piche, o que provoca uma briga entre os demônios. Ciampolo também revela a existência de frei Gomita. Os demônios começam a perseguir Dante e Virgílio, responsabilizando-os pela briga, mas eles conseguem escapar antes de serem pegos indo para o sexto fosso, para onde os demônios não puderam acompanhá-los, pois não podem sair do quinto fosso. É descrito no Canto 21 e 22, acabando no início do Canto 23.
* '''Sexta Bolgia:''' Os hipócritas estão vestidos com roupas brilhantes, atraentes, porém pesadas como o [[chumbo]]. Este é o peso que não sentiram na consciência ao fazerem maldades. No inferno, sentem o peso de seu falso brilho. Aqui estão os frades ''Catalano'' e ''Loderingo''. É descrito do início do Canto 23 e acaba no início do Canto 24, onde Dante e Virgílio tem de escalar uma ruína que vai para o sétimo fosso. Nesse fosso esta Caiphás, o sacerdote que condenou Jesus, que fica crucificado no chão, sendo pisoteado pelos outros condenados, sofrendo as mesmas dores que Cristo sofreu.
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==== Nono Círculo, lago Cocite (traição) ====
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[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno32.jpg|thumb|upright=1.0|Dante fala para os traidores no gelo do Nono círculo, Canto 32.]]
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[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno32.jpg |thumb|upright caption1 =1.0| ''Dante fala para os traidores no gelo do Nono círculo'', Cantocanto 32.]]
 
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| caption2 = ''[[Satanás]] no Nono Círculo do Inferno''
 
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}}
Gigantes obstruem a passagem do oitavo círculo para este, estão acorrentados em poços congelados, é a punição por em vida terem se revoltado contra [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]]. Os gigantes são: Nemrode, [[Efialtes]], [[Briareu]], [[Encélado (mitologia)|Encélado]], [[Egeon]] e [[Anteu]]. Anteu ajuda Dante e Virgílio a irem para o próximo círculo, carregando-os nas mãos e colocando-os lá. O Nono Círculo é o lago [[Cócito|Cocite]], que está congelado, o lago das lamentações que fica no centro da Terra e é formado pelas lágrimas dos condenados e pelos rios do inferno que nele deságuam seu sangue. No Cocite estão imersos os traidores, representados por Lúcifer, o traidor de Deus, que aqui reside. Os traidores distribuem-se em quatro esferas diferentes, dependendo da gravidade da traição cometida. As esferas chamam-se: '''Caína''', '''Antenora''', '''Ptolomeia''' e '''Judeca'''. O Canto 31 descreve Dante e Virgílio descendo a este círculo, do canto 32 ao 34 é descrito o nono círculo .
 
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* '''Esfera da Antenora''': Aqui são punidos os traidores de sua pátria ou partido político. As almas ficam submersas no nível do pescoço, com apenas suas cabeças fora do gelo. O nome foi tirado de Antenor, o príncipe troiano que traiu o seu país ao manter uma correspondência secreta com os gregos. Antenora e Ptolómeia são descritas no Canto 32 e 33.
* '''Esfera da Ptoloméia ou Toloméia''': Aqui são punidos os traidores de seus hóspedes. As almas estão presas no gelo do lago apenas com o rosto para fora de forma que, quando choram, suas lágrimas congelam e cobrem seus olhos. O nome origina-se do personagem bíblico [[Ptolomeu]], onde o capitão de [[Jericó]] convida Simão e seus dois filhos ao seu castelo e lá, traiçoeiramente, os mata a sangue-frio: "pois quando Simão e seus filhos haviam bebido bastante, Ptolomeu e seus homens se levantaram, e sacaram de suas armas, e chegaram até [[Simão]] {{dn}} na sala de ceia, e o mataram, e seus dois filhos, e parte dos seus servos." Aqui está o ''Conde Ugolino della Gherardesca'' e o ''Arcebispo Rogério''.
 
[[Ficheiro:Gustave Dore Inferno34.jpg|thumb|right|upright=1.0|[[Satanás]] no Nono Círculo do Inferno, de [[Gustave Dore]].]]
* '''Esfera da Judeca''': Aqui estão aqueles que, em vida, traíram seus mestres e reis. Eles sofrem intensamente por estarem submersos totalmente no gelo do Cócito, conscientes, para a eternidade; segundo Dante, alguns estão deitados, outros encolhidos e outros de cabeça para baixo. Aqui reside Lúcifer, também preso no gelo até o meio do peito, peludo, com enormes asas que possuem membranas como a dos morcegos no lugar de penas, provoca um vento sentido por toda a esfera, ele tem três cabeças e com cada uma delas, morde um dos três maiores traidores da história: [[Judas]], [[Décimo Júnio Bruto Albino|Brutus]] e [[Caio Cássio Longino|Cassius]]. O nome vem de Judas, o traidor de [[Jesus Cristo]]. É descrita no Canto 34, finalizando o ''Inferno''.
 
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== Ver também ==
* [[Dante Alighieri]], o autor da Divina Comédia.
* [[Divina Comédia]], a obra formada de Inferno, Purgatório e Paraíso de Dante Alighieri.
* [[Inferno]], segundo as religiões.
* [[Hades (Mundo dos mortos)]], o mundo dos mortos da mitologia grega que influenciou o inferno de Dante.
 
{{referências}}