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No que diz respeito à historicidade da obra, uma das principais questões é se as identidades mencionadas são realmente tão antigas quanto é relatado, ou se pertencem a épocas posteriores. As provas existentes permitem uma ampla variedade de opiniões, das quais a mais [[Ceticismo|cética]] afirma que a obra é basicamente [[Mitologia|mitológica]], ou que se Jordanes de fato existiu e foi o autor da obra, ele só teria descrito pessoas do [[século VI]]. De acordo com algumas destas correntes, a credibilidade do autor é questionável por diversos motivos: primeiro, a originalidade de sua fonte principal, Cassiodoro, é discutível, porque consistia na maior parte de seleções de autores greco-romanos descrevendo povos que ''podem'' ter sido os godos.<ref>P. Geary, 60-61</ref> Neste caso Jordanes teria distorcido a narrativa de Cassiodoro, apresentando um resumo superficial de sua obra misturada aos nomes utilizados no século VI.<ref>F. Curta, 40</ref><ref>W. Goffart, 59-61</ref>
Parece claro que, enquanto a aceitação literal da obra de Jordanes pode ser demasiado ingênua, uma visão totalmente cética também não traz quaisquer garantias. Por exemplo, Jordanes alega que os godos teriam se originado na Escandinávia, em {{AC|1490|x}}. Alguns estudiosos, como o historiador [[Áustria|austríaco]] [[Herwig Wolfram]], acreditam que pode haver um grão de verdade nesta alegação, se a interpretação dada ao texto for a de que um [[clã]] dos [[gutas]], povo mencionado pelo antigo historiador grego [[Ptolemeu]] como habitante de região pertencente à atual [[Suécia]], teria deixado a Escandinávia muito tempo antes do estabelecimento
==Edições==
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[[Cassiodoro]] era um nativo da [[província romana]] da [[Itália (província romana)|Itália]] (na atual [[Squillace]], [[Calábria]]) que acabou por tornar-se conselheiro e secretário dos reis góticos, ocupando diversos cargos de importância. Seus anos de maior sucesso, juntamente com o restante dos godos, foi, talvez, durante o reino de [[Teodorico, o Grande]]. A política do governo de Teodorico na época era de reconciliação e foi neste espírito que ele combinou italianos ao seu governo sempre que pôde. Teodorico pediu então a Cassiodoro que escrevesse uma obra sobre os godos que pudesse, em sua essência, demonstrar sua antiguidade, nobreza, experiência e capacidade de governar.
Teodorico morreu em [[526]], e Cassiodoro passou a servir os seus sucessores, ocupando o mesmo cargo, sem no entanto se esquecer a tarefa que lhe fora incumbida pelo antigo rei. Em [[533]], foi o ''[[ghost-writer]]'' duma [[carta]] supostamente escrita pelo rei [[Atalarico]] ao [[senado romano]], onde mencionou a grande obra sobre os godos, já finalizada, na qual Cassiodoro "''recuperou os
O que Cassiodoro fez com os manuscritos depois daquilo permanece um mistério. O fato de Jordanes tê-los obtido de um dos criados indica que o rico Cassiodoro podia pagar por pelo menos um funcionário em tempo integral para cuidar de seus manuscritos, isto é, um [[bibliotecário]] particular. Em seu prefácio Jordanes afirma que obteve a obra do bibliotecário por três dias, para poder relê-la. A ocasião exata e o local onde se deram estas leituras já foram investigadas por muitos estudiosos, já que esta informação provavelmente revela o quanto da Gética é baseado na obra de Cassiodoro.
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* [[Flávio Josefo]] - em IV.29, rápida menção dos godos como [[citas]].
* [[Lívio]] - breve menção em II.10
* [[Lucano]] - sobre os [[
* [[Pompeu Trogo]] - conhecido atualmente apenas pela [[epítome]] da Histórias Filípicas (''Historiae Philippicae''), de [[Justino]].
* [[Pompônio Mela]].
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